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09/04/2016

Publicações Abr 09

Publicações Abr 09

São Josemaria – Textos

AMA - Comentários ao Evangelho JO 6 16-21

São Tomás de Aquino – Suma Teológica, Suma Teológica - Tratado da Vida de Cristo - Do género de vida que Cristo levou - Quest 45 Art. 1

CIC – Compêndio

Morte - o que as pessoas sentem

AT – Génesis


Agenda Sábado

Doutrina – 110

CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA

Compêndio


PRIMEIRA PARTE: A PROFISSÃO DA FÉ
PRIMEIRA SECÇÃO: «EU CREIO» – «NÓS CREMOS»
CAPÍTULO SEGUNDO: DEUS VEM AO ENCONTRO DO HOMEM

A TRANSMISSÃO DA REVELAÇÃO DIVINA

13. Como se realiza a Tradição Apostólica?

A Tradição Apostólica realiza-se de duas maneiras: mediante a transmissão viva da Palavra de Deus (chamada também simplesmente a Tradição) e através da Sagrada Escritura que é o próprio anúncio da salvação transmitido por escrito.

O que as pessoas sentem ao morrer

Resultado de imagem para morteO que as pessoas sentem ao morrer

…/6

Novos rumos de pesquisa

O recurso – cínico, segundo penny – de explicar este fenómeno a partir de disfunções cerebrais tampouco se sustenta com os exemplos de pessoas internadas com Alzheimer avançado que repentinamente recuperam a capacidade de raciocínio.

‘São pacientes em estado terminal da doença, incapazes de articular palavras, e de repente, de forma surpreendente, começam a falar com total coerência, interagindo com pessoas que não estão no quarto e que frequentemente são familiares mortos’.

Além disso, acrescenta, ‘costumam ficar em paz após esta experiência e acabam morrendo com um sorriso nos lábios, geralmente um ou dois dias depois’.

O argumento de que estas visões são induzidas pelos fármacos tampouco é aceite pela autora, porque, segundo ela, ‘os remédios causam ansiedade, todo o contrário do que os pacientes sentem nessas horas’.

A enfermeira defende no seu livro que este tipo de vivências, compiladas ao longo de toda a sua vida profissional, podem ser importantes para demonstrar a existência de uma vida depois da morte e que, pelo menos, devem abrir uma nova linha de pesquisa (como algumas que partem da física quântica) para os estudos científicos.

Ela diz estar convencida de que ‘a morte não é tão temível como costumamos imaginar’.

Fonte: ALETEIA



(Revisão da versão portuguesa por ama)

Pequena agenda do cristão


SÁBADO



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)


Propósito:
Honrar a Santíssima Virgem.

A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador, porque pôs os olhos na humildade da Sua serva, de hoje em diante me chamarão bem-aventurada todas as gerações. O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas, santo é o Seu nome. O Seu Amor se estende de geração em geração sobre os que O temem. Manifestou o poder do Seu braço, derrubou os poderosos do seu trono e exaltou os humildes, aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias. Acolheu a Israel Seu servo, lembrado da Sua misericórdia, como tinha prometido a Abraão e à sua descendência para sempre.

Lembrar-me:

Santíssima Virgem Mãe de Deus e minha Mãe.

Minha querida Mãe: Hoje queria oferecer-te um presente que te fosse agradável e que, de algum modo, significasse o amor e o carinho que sinto pela tua excelsa pessoa.
Não encontro, pobre de mim, nada mais que isto: O desejo profundo e sincero de me entregar nas tuas mãos de Mãe para que me leves a Teu Divino Filho Jesus. Sim, protegido pelo teu manto protector, guiado pela tua mão providencial, não me desviarei no caminho da salvação.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?



Antigo testamento / Génesis

Génesis 9

A aliança de Deus com Noé

1 Deus abençoou Noé e seus filhos, dizendo-lhes: "Sejam férteis, multipliquem-se e encham a terra.

2 Todos os animais da terra tremerão de medo diante de vós: os animais selvagens, as aves do céu, as criaturas que se movem rente ao chão e os peixes do mar; eles estão entregues nas vossas mãos.

3 Tudo o que vive e se move vos servirá de alimento. Assim como vos dei os vegetais, agora dou todas as coisas.

4 "Mas não comam carne com sangue, que é vida.

5 A todo aquele que derramar sangue, tanto homem como animal, pedirei contas; a cada um pedirei contas da vida do seu próximo.

6 "Quem derramar sangue do homem, pelo homem o seu sangue será derramado; porque à imagem de Deus foi o homem criado.

7 "Mas sejam férteis e multipliquem-se; espalhem-se pela terra e proliferem nela".

8 Então disse Deus a Noé e a seus filhos, que estavam com ele:

9 "Vou estabelecer a minha aliança convosco e com os vossos futuros descendentes, e com todo ser vivo que está convosco: as aves, os rebanhos domésticos e os animais selvagens, todos os que saíram da arca convosco, todos os seres vivos da terra.

10 Estabeleço uma aliança convosco: Nunca mais será ceifada nenhuma forma de vida pelas águas de um dilúvio; nunca mais haverá dilúvio para destruir a terra".

11 E Deus prosseguiu: "Este é o sinal da aliança que estou fazendo entre mim e vós e com todos os seres vivos que estão convosco, para todas as gerações futuras: o meu arco que coloquei nas nuvens. Será o sinal da minha aliança com a terra.

12 Quando eu trouxer nuvens sobre a terra e nelas aparecer o arco-íris, então me lembrarei da minha aliança convosco e com os seres vivos de todas as espécies. Nunca mais as águas se tornarão um dilúvio para destruir toda forma de vida.

13 Toda vez que o arco-íris estiver nas nuvens, olharei para ele e me lembrarei da aliança eterna entre Deus e todos os seres vivos de todas as espécies que vivem na terra".

14 Concluindo, disse Deus a Noé: "Esse é o sinal da aliança que estabeleci entre mim e toda forma de vida que há sobre a terra".

Os filhos de Noé

15 Os filhos de Noé que saíram da arca foram Sem, Cam e Jafé. Cam é o pai de Canaã.

16 Esses foram os três filhos de Noé; a partir deles toda a terra foi povoada.

17 Noé, que era agricultor, foi o primeiro a plantar uma vinha.

18 Bebeu do vinho, embriagou-se e ficou nu dentro da sua tenda.

19 Cam, pai de Canaã, viu a nudez do pai e foi contar aos dois irmãos que estavam do lado de fora.

20 Mas Sem e Jafé pegaram a capa, levantaram-na sobre os ­ombros e, andando de costas para não verem a nudez do pai, cobriram-no.

21 Quando Noé acordou do efeito do vinho e descobriu o que seu filho mais novo lhe tinha feito,  disse: "Maldito seja Canaã! Escravo de escravos será para os seus irmãos".

22 Disse ainda: "Bendito seja o Senhor, o Deus de Sem! E seja Canaã seu escravo.

23 Amplie Deus o território de Jafé; habite ele nas tendas de Sem, e seja Canaã seu escravo".

24 Depois do Dilúvio Noé viveu trezentos e cinquenta anos.

25 Viveu ao todo novecentos e cinquenta anos e morreu.


(Revisão da versão portuguesa por ama)










Tratado da vida de Cristo 93

Questão 45: Da transfiguração de Cristo

Em seguida devemos tratar da transfiguração de Cristo.


E nesta questão discutem-se quatro artigos:

Art. 1 — Se Cristo devia transfigurar-se.
Art. 2 — Se a referida luminosidade era gloriosa.
Art. 3 — Se foram escolhidas testemunhas convenientes da transfiguração.
Art. 4 — Se convenientemente se acrescentou o testemunho da voz paterna que dizia: Este é o meu filho dilecto.

Art. 1 — Se Cristo devia transfigurar-se.

O primeiro discute-se assim. — Parece que não devia Cristo transfigurar-se.

1. — Pois, um corpo verdadeiro não pode, mas só um corpo fantástico, transformar-se em figuras diversas. Ora, o corpo de Cristo não era fantástico, mas verdadeiro, como se disse. Logo, parece que não devia transfigurar-se.

2. Demais. — A figura é a quarta espécie de qualidade; e a glória, sendo uma qualidade sensível, é a terceira. Logo, o ter-se tornado Cristo glorioso não pode ler considerado transfiguração.

3. Demais. — Os corpos gloriosos têm os quatro dotes seguintes, como mais adiante se dará: a impassibilidade, a agilidade, a subtileza e a luminosidade. Logo, não devia transfigurar-se tornando-se, antes, glorioso, que revestindo-se dos outros dotes.

Mas, em contrário, o Evangelho: E transfigurou-se diante dos seus três discípulos.

SOLUÇÃO. — O Senhor, depois de haver anunciado a sua paixão aos discípulos, convidou-os a que lhe imitassem o exemplo. Ora, é necessário, para trilharmos bem um caminho, termos um conhecimento prévio do fim. Assim, o sagitário não lança com acerto a seta, senão mirando primeiro o alvo que deve alcançar. Por isso perguntou Tomé, no Evangelho: Senhor, não sabemos para onde vais; e como podemos nós saber o caminho? E isso, sobretudo é necessário quando o caminho é difícil e áspero, a jornada laboriosa, mas belo o fim. Ora, o fim de Cristo, na sua paixão, era alcançar não somente a glória da alma que, tinha desde o princípio da sua concepção; mas também a do corpo, segundo o Evangelho — Importava que o Cristo sofresse estas causas e assim entrar na sua glória. E a essa glória também conduz os que lhe imitam o exemplo da paixão, segundo a Escritura: Por muitas tribulações nos é necessário entrar no reino de Deus. Por isso era conveniente que manifestasse aos seus discípulos a sua claridade luminosa; e tal é a transfiguração, que também concederá aos seus, segundo o Apóstolo: Reformará o nosso corpo abatido para o fazer conforme ao seu corpo glorioso. Donde o dizer Beda: Foi consequência de uma pia providência que, tendo gozado por breve tempo da contemplação da felicidade eterna, tolerassem mais fortemente as adversidades.

DONDE A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJECÇÃO. — Diz Jerónimo, comentando o Evangelho: Ninguém pense que Cristo, por dizer o Evangelho que se transfigurou, tivesse perdido a sua forma e figura natural, ou que lhe fosse substituído o corpo verdadeiro por outro, espiritual e aéreo. Mas o próprio evangelista explica a sua transfiguração, quando diz: O seu rosto ficou refulgente como o sol e as suas vestiduras se fizeram brancas como a neve. Com o que lhe manifesta o esplendor das faces e os luminosos das vestes; assim a substância do seu corpo não desapareceu, mas somente se transformou pela glória.

RESPOSTA À SEGUNDA. — A figura depende da extremidade dos corpos; pois, está compreendida no termo ou nos termos. Donde, tudo o considerado em dependência das extremidades de um corpo de certo modo constituiu a figura. Ora, como a cor, também a luminosidade do corpo não transparente depende-lhe da superfície. Por isso, dizemos que está transfigurando o corpo revestido de luminosidade.

RESPOSTA À TERCEIRA. — Dentre os quatro dotes referidos, só a luminosidade é uma qualidade da pessoa em si mesma; quanto aos outros três dotes, eles não são percebidos senão mediante um acto, movimento ou paixão. Ora, Cristo manifestou na sua pessoa certos sinais de ter os três dotes referidos: o da agilidade, quando andou sobre as ondas; o da subtileza, quando nasceu do ventre virginal de Maria; o da impassibilidade, quando saiu ileso das mãos dos Judeus, que o queriam precipitar ou lapidar. Mas nem por isso diz o Evangelho que se transfigurasse, senão só quando se tornou luminoso, o que lhe respeita ao aspecto da pessoa.

Nota: Revisão da versão portuguesa por ama.



Evangelho, comentário, L. espiritual


Páscoa

Evangelho: Jo 6, 16-21

16 Quando chegou a tarde, os Seus discípulos desceram para junto do mar 17 e, tendo subido para uma barca, atravessaram o mar em direcção a Cafarnaum. Era já escuro, e Jesus ainda não tinha ido ter com eles. 18 Entretanto, o mar começava a encrespar-se, por causa do vento forte que soprava. 19 Tendo remado cerca de vinte e cinco ou trinta estádios, viram Jesus caminhando sobre o mar, em direcção à barca, e ficaram atemorizados. 20 Mas Ele disse-lhes: «Sou Eu, não temais». 21 Quiseram então recebê-l'O na barca e logo a barca chegou à terra para onde iam.

Comentário:

A tempestade aparece quando menos esperamos.

Não interessa nem a idade nem a experiência que possamos ter quando a tempestade ultrapassa as nossas forças e capacidade de resistência.

É então que devemos contar com Cristo que não se poupa nem a trabalhos nem obstáculos para vir em nosso auxílio.

Deixemos que entre na barca da nossa vida e tudo ficará tranquilo e a segura confiança voltará.

(ama, comentário sobre Jo 6 16-21 2015.04.18)


Leitura espiritual



SANTO AGOSTINHO – CONFISSÕES

LIVRO DÉCIMO

CAPÍTULO V

A ignorância do homem

És tu, Senhor, quem me julga, porque ninguém conhece o que se passa no homem, a não ser o seu espírito que nele está, todavia há no homem coisas que até o espírito que nele habita ignora. Mas tu, Senhor, que o criaste, conheces todas as coisas. E eu, embora diante de ti me despreze e me considere como terra e cinza, sei algo de ti que ignoro de mim mesmo. É certo que agora vemos por espelho, em enigmas, e não face a face. Por isso, enquanto peregrino longe de ti, estou mais presente a mim do que a ti. Sei que em nada podes ser prejudicado, mas ignoro a que tentações posso resistir e a quais não posso. Todavia há esperança, pois és fiel, e não permites que sejamos tentados além de nossas forças; com a tentação, dás também meios para suportar, para que possamos resistir.

Confessarei, portanto, o que sei de mim, e também o que de mim ignoro, porque o que sei de mim só o sei porque me iluminas, e o que de mim ignoro continuarei ignorando até que as minhas trevas se transformem em meio-dia, na tua presença.

CAPÍTULO VI

Quem é Deus?

O que sei, Senhor, sem sombra de dúvida, é que te amo. Feriste o meu coração com a tua palavra, e amei-te. O céu, a terra e tudo quanto neles existe, de todas as partes me dizem que te ame; nem cessam de repeti-lo a todos os homens, para que não tenham desculpas. Terás compaixão mais profunda de quem já te compadeceste; e usarás de misericórdia com quem já foste misericordioso. De outro modo, o céu e a terra cantariam os teus louvores a surdos.

Mas, que amo eu, quando te amo? Não amo a beleza do corpo, nem o esplendor fugaz, nem a claridade da luz, tão cara a estes meus olhos, nem as doces melodias das mais diversas canções, nem a fragrância de flores, de unguentos e de aromas, nem o maná, nem o mel, nem os membros tão afeitos aos amplexos da carne. Nada disto amo quando amo o meu Deus. E, contudo, amo uma luz, uma voz, um perfume, um alimento, um abraço do meu homem interior, onde brilha para a minha alma uma luz sem limites, onde ressoam melodias que o tempo não arrebata, onde exalam perfumes que o vento não dissipa, onde se provam iguarias que o apetite não diminui, onde se sentem abraços que a saciedade não desfaz. Eis o que amo quando amo o meu Deus!

Então, o que é Deus? Perguntei à terra, e ela disse-me: “Eu não sou Deus”. E tudo o que nela existe me respondeu o mesmo. Perguntei ao mar, aos abismos e aos répteis viventes, e eles responderam-me: “Não somos o teu Deus; busca-o acima de nós”. Perguntei aos ventos que sopram; e todo o ar, com os seus habitantes, disse-me: “Anaxímenes está enganado eu não sou Deus”. Perguntei ao céu, ao sol, à luz e às estrelas. “Tampouco somos o Deus a quem procuras” –responderam-me.

Disse então a todas as coisas que meu corpo percebe: “Dizei-me algo do meu Deus, já que não sois Deus; dizei-me alguma coisa dele” – e todas exclamaram em coro: “Ele nos criou”.

A minha pergunta era o meu olhar, e a sua resposta a sua beleza.

Dirigi-me, então, a mim mesmo, e perguntei: “E tu, quem és?” – e respondi: “Um homem”.

Para me servirem, tenho um corpo e uma alma: aquele exterior, esta interior. A qual deles deverei perguntar pelo meu Deus, a quem já havia procurado com o corpo desde a terra até ao céu, até onde pude enviar os raios do meu olhar como mensageiros? Melhor, sem dúvida, é a parte interior de mim mesmo. É a ela que dirigem as suas respostas todos os mensageiros do meu corpo, como a um presidente ou juiz, respostas do céu, da terra, e de tudo o que existe, e que proclamam: “Não somos Deus” – e ainda – “Ele nos criou”. O homem interior conhece essas coisas por meio do homem exterior; mas o homem interior, que é a alma, também conhece essas coisas por meio dos sentidos do corpo.

Interroguei a imensidão do universo acerca do meu Deus, e ele respondeu-me: “Não sou eu, mas foi ele quem me criou”.

Mas essa beleza não se manifesta a quantos têm sentidos perfeitos? E por que não fala a todos a mesma linguagem?

Os animais, pequenos ou grandes, veem-na; mas não podem interrogá-la, porque não receberam a razão que, como juiz, interprete as mensagens dos sentidos. Os homens, porém, podem interrogá-la, para que as perfeições invisíveis de Deus se manifestem pelas suas obras.

Mas o amor às coisas criadas escraviza-os, e assim os torna incapazes de julga-las. Ora, elas só respondem aos que podem julgar-lhes as respostas. Elas não mudam a sua linguagem, isto é, a sua beleza, quando um só as vê, e outro as interroga; elas não lhes aparecem diferentes mas, para uns ficam mudas, enquanto falam a outros. Ou melhor: eles falam a todos, mas apenas se entendem os que comparam a sua expressão exterior com a verdade interior. De facto a verdade diz-me: “O teu Deus não é nem o céu, nem a terra, nem corpo algum. A natureza das coisas o diz para quem sabe ver; a matéria é menor em seus elementos que em seu todo. Por isso, minha alma, digo-te que és superior ao corpo, pois vivificas a sua matéria, dando-lhe vida, como nenhum corpo pode dar a outro corpo. Mas o teu Deus é também para ti a vida de tua vida.

CAPÍTULO VII

Deus e os sentidos

Que amo, então, quando amo o meu Deus? Quem é aquele que está acima da minha alma? É por minha alma; portanto, que subirei até ele. Hei-de sobrepujar a força que me ata ao corpo, e que enche o meu organismo de vida, pois não encontro nela o meu Deus. Se assim fosse, o cavalo e a mula, que não têm inteligência, também o encontrariam, porque essa mesma força vivifica os seus corpos.

E existe outra força, que não só vivifica, mas que também torna sensível a minha carne que o Senhor me deu, ordenando ao olho que não ouça, e ao ouvido que não veja, mas àquele que sirva para ver, e a este para ouvir; e que determinou a cada um dos outros sentidos o respectivo lugar e ofício. É deles que se serve a minha alma para exercer as suas diversas funções, permanecendo, contudo, uma só.

Vencerei também essa força, que também o cavalo e a mula possuem, pois também eles sentem por meio do corpo.

(Revisão de versão portuguesa por ama)


Chama cada um à santidade

A oração não é prerrogativa de frades; é incumbência de cristãos, de homens e mulheres do mundo, que se sabem filhos de Deus. (Sulco, 451)

Sentimo-nos tocados, com o coração a bater com mais força, quando ouvimos com toda a atenção este brado de S. Paulo: esta é a vontade de Deus: a vossa santificação. Hoje, mais uma vez o repito a mim mesmo e também o recordo a cada um e à Humanidade inteira: esta é a vontade de Deus, que sejamos santos.

Para pacificar as almas com uma paz autêntica, para transformar a Terra, para procurar Deus Nosso Senhor no mundo e através das coisas do mundo, é indispensável a santidade pessoal. Nas minhas conversas com gente de tantos países e dos ambientes sociais mais diversos, perguntam-me com frequência: – Que diz aos casados? E aos que trabalhamos no campo? E às viúvas? E aos jovens?

Respondo sistematicamente que tenho uma só panela. E costumo fazer notar que Jesus Cristo Nosso Senhor pregou a Boa Nova para todos, sem qualquer distinção. Uma só panela e um único alimento: o meu alimento é fazer a vontade d'Aquele que me enviou e dar cumprimento à sua obra. Chama cada um à santidade, pede amor a cada um: jovens e velhos, solteiros e casados, sãos e doentes, cultos e ignorantes, trabalhem onde quer que trabalhem, estejam onde quer que estejam. Há um único modo de crescer na familiaridade e na confiança com Deus: a intimidade da oração, falar com Ele, manifestar-Lhe – de coração a coração – o nosso afecto.


Invocar-me-eis e Eu vos ouvirei. Invocamo-lo conversando, dirigindo-nos a Ele. Por isso temos de pôr em prática a exortação do Apóstolo: sine intermissione orate; rezai sempre, aconteça o que acontecer. Não apenas de coração, mas com todo o coração. (Amigos de Deus, nn. 294–295)