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21/02/2016

NUNC COEPI – Índice de publicações em Fev 21

nunc coepi – Índice de publicações em Fev 21

São Josemaria – Textos

Georges Chevrot, Imagem de Deus, Jesus e a Samaritana (Georges Chevrot)

JMA – Quaresma

AMA - Comentários ao Evangelho Lc 9 28-36, Leit Espiritual - Ano da Misericórdia – CIC

Doutrina – Céu

AT - Salmos – 111

Cultivar a interioridade na era digital, J C Vásconez, Notícias e outros temas - 19, R Valdés

Notícias e outros temas - 11, Pornografia


Agenda Domingo

Reflexões quaresmais

Quaresma de 2016 – 10ª Reflexão


Penso na Igreja e nas vezes que A critiquei, por vezes com pessoas que nada tinham a ver com Ela.

Com os olhos entristecidos, Senhor, dizes-me cheio de amor:
É verdade, meu filho, que por vezes criticas a Igreja, não cuidando de perceber em que lugar estás e com quem estás a falar.
E Eu pergunto-te se também criticarias a tua mãe, em espaços públicos, com pessoas que não fossem da tua família?
Porque criticas então a Igreja, Mãe e Mestra, com pessoas que nada têm a ver com Ela, apenas porque não querem? É que assim não constróis e antes pelo contrário afastas ainda mais quem já anda afastado.
Lembra-te que a critica deve ser sempre para ajudar a construir, unir e melhorar, como tal deve ser feita no espaço próprio, que é a própria Igreja.

Reconheço, envergonhado, a minha culpa.

E peço-Te:
Ajuda-me, Senhor, a não fazer critica fácil, que é mais má língua, do que critica construtiva, ou desejo de ganhar melhor conhecimento da Igreja.
Ensina-me, Senhor, a discernir os tempos, os espaços e as pessoas com quem posso falar sobre a Igreja, para obter respostas ou para ajudar a construir e a unir a Tua Igreja.
Enfim, Senhor, ensina-me a ser Igreja.

Para Tua glória, Senhor, sempre para a Tua maior glória.



Joaquim Mexia Alves, Marinha Grande, 20 de Fevereiro de 2016 

Pequena agenda do cristão


DOMINGO



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Viver a família.

Senhor, que a minha família seja um espelho da Tua Família em Nazareth, que cada um, absolutamente, contribua para a união de todos pondo de lado diferenças, azedumes, queixas que afastam e escurecem o ambiente. Que os lares de cada um sejam luminosos e alegres.

Lembrar-me:
Cultivar a Fé.

São Tomé, prostrado a Teus pés, disse-te: Meu Senhor e meu Deus!
Não tenho pena nem inveja de não ter estado presente. Tu mesmo disseste: Bem-aventurados os que crêem sem terem visto.
E eu creio, Senhor.
Creio firmemente que Tu és o Cristo Redentor que me salvou para a vida eterna, o meu Deus e Senhor a quem quero amar com todas as minhas forças e, a quem ofereço a minha vida. Sou bem pouca coisa, não sei sequer para que me queres mas, se me crias-te é porque tens planos para mim. Quero cumpri-los com todo o meu coração.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?



Cultivar a interioridade na era digital

Cultivar a interioridade na era digital - 2 

A virtude da temperança, uma aliada

S. Josemaria indica uma experiência com a qual é fácil identificar-se: "Os assuntos fervilham-me na cabeça nos momentos mais inoportunos...", dizes. Por isso te recomendei que procurasses conseguir uns tempos de silêncio interior... e a guarda dos sentidos externos e internos. [i]. Para conseguir um recolhimento que leve a envolver as potências na tarefa que realizamos, e assim poder santificá-la, é preciso exercitar-se na guarda dos sentidos. E isto aplica-se de modo especial ao uso dos recursos informáticos, que ‒ como todos os bens materiais ‒ se devem empregar com moderação.

A virtude da temperança é uma aliada para conservar a liberdade interior ao movimentar-se pelos ambientes digitais. Temperança é senhorio [ii], porque ordena as nossas inclinações para o bem no uso dos instrumentos com que contamos. Leva a agir de maneira que se empreguem retamente as coisas, porque se lhes dá o seu justo valor, de acordo com a dignidade de filhos de Deus.

Se quisermos acertar na escolha de aparelhos electrónicos, na contratação de serviços, ou, mesmo, ao utilizar um recurso informático gratuito, é lógico que consideremos o seu atractivo ou utilidade, mas também verificar se corresponde a um estilo temperado de viver: isto leva-me a aproveitar mais o tempo, ou vai-me causar distracções inoportunas? As funcionalidades adicionais justificam uma nova compra, ou é possível continuar a utilizar o aparelho que já possuo?

O ideal da santidade implica ir mais além do que é meramente lícito ‒ se se pode… ‒ para perguntar-se: isto, aproximar-me-á mais de Deus? Dá muita luz aquela resposta de São Paulo aos de Corinto: «Tudo me é lícito». Mas nem tudo me convém. «Tudo me é lícito». Mas não me deixarei dominar por nada [iii]. Esta afirmação de autodomínio do Apóstolo tem nova actualidade, quando consideramos alguns produtos ou serviços informáticos que, ao procurar uma recompensa imediata ou relativamente rápida, estimulam a repetição. Saber pôr um limite ao seu uso evitará fenómenos como a ansiedade ou, em casos extremos, uma espécie de dependência. Pode servir-nos neste campo aquele breve conselho: Acostuma-te a dizer que não [iv], atrás do qual se encontra uma chamada a lutar com sentido positivo, como o próprio S. Josemaria explicava: Porque desta vitória interna sai a paz para o nosso coração, e a paz que levamos para os nossos lares – cada um, ao seu – e a paz que levamos à sociedade e ao mundo inteiro [v].

O uso das novas tecnologias dependerá das circunstâncias e necessidades próprias. Por isso, neste âmbito cada um ‒ ajudado pelo conselho dos outros ‒ deve encontrar a sua medida. Deve-se sempre perguntar se o uso é moderado. As mensagens, por exemplo, podem ser úteis para manifestar proximidade a um amigo, mas se fossem tão numerosas que implicassem interrupções contínuas no trabalho ou no estudo, é porque, provavelmente, estaríamos a cair na banalidade e na perda de tempo. Neste caso, o autodomínio ajudar-nos-á a vencer a impaciência e a deixar a resposta para mais tarde, de modo que possamos ocupar-nos de uma actividade que exigia concentração, ou, simplesmente, prestar atenção a uma pessoa com quem estávamos a conversar.

Certas atitudes ajudam a viver a temperança neste âmbito. Por exemplo, conectar o acesso às redes a partir de uma hora determinada, fixar um número de vezes por dia para olhar para a conta de uma rede social ou para ver o correio eletrónico, desligar os dispositivos à noite, evitar o seu uso durante as refeições e nos momentos de maior recolhimento, como são os dias dedicados a um retiro espiritual. A Internet pode consultar-se em momentos e locais apropriados, de modo a não se colocar numa situação de navegar pela internet sem um objectivo concreto, com o risco de deparar com conteúdos que contradizem uma postura cristã da vida ou, pelo menos, perder o tempo com trivialidades.

O convencimento de que as nossas aspirações mais elevadas estão para além das satisfações rápidas que nos poderia dar um click, dá sentido ao esforço por viver a temperança. Através desta virtude, forja-se uma personalidade sólida e a vida ganha então as perspectivas que a intemperança esbate; ficamos em condições de nos preocuparmos com os outros, de compartilhar com todos o que nos pertence, de nos dedicarmos a tarefas grandes [vi].

j.c. vásconez ‒ r. valdés





[i] Sulco, n. 670.
[ii] Amigos de Deus, n. 84.
[iii] 1 Cor 6, 12.
[iv] Caminho, n. 5.
[v] S. Josemaria, Apontamentos tomados numa tertúlia, 28-X-1972.
[vi] Amigos de Deus, n. 84.

Evangelho, comentário, L. espiritual


Quaresma
Semana II

São Pedro Damião – Doutor da Igreja

Evangelho: Lc 9, 28-36

28 Cerca de oito dias depois destas palavras, tomou consigo Pedro, Tiago e João, e subiu a um monte para orar. 29 Enquanto orava modificou-Se o aspecto do Seu rosto, e as Suas vestes tornaram-se brancas e resplandecentes. 30 E eis que dois homens falavam com Ele: Moisés e Elias, 31 os quais apareceram cheios de majestade, e falavam da morte que Ele devia sofrer em Jerusalém. 32 Entretanto, Pedro e os que estavam com ele tinham-se deixado vencer pelo sono. Mas despertando, viram a majestade de Jesus e os dois varões que estavam com Ele .33 Enquanto estes se separavam d'Ele, Pedro que não sabia o que dizia, disse a Jesus: «Mestre, que bom é nós estarmos aqui; façamos três tendas, uma para Ti, uma para Moisés, e uma para Elias». 34 Estando ele ainda a falar, formou-se uma nuvem, que os envolveu; e tiveram medo quando entraram na nuvem. 35 Então saiu uma voz da nuvem que dizia: «Este é o Meu Filho dilecto, escutai-O». 36 Ao soar aquela voz, Jesus ficou só. Eles calaram-se, e naqueles dias a ninguém disseram nada do que tinham visto.

Comentário:

Quando se está na presença do Senhor e nos deixamos absorver pela Sua Imagem inconfundível, tudo o resto à nossa volta parece não existir porque, na verdade, Deus preenche todo o nosso ser e não há lugar para mais nada.

Talvez, muitas vezes, não nos ocorra o que dizer e, de facto, não são precisas palavras porque, Ele, “ouve” o nosso coração a latejar de amor e de desejos de estar cada vez mais próximo e de não O abandonar jamais.

Bendito seja o Senhor que permite estes sentimentos que nos elevam e purificam e nos colocam numa dimensão e nos conferem uma estatura que não queremos deixar jamais.

(ama, comentário sobre Lc 9, 28-36, 2012.02.24)


Leitura espiritual


Catecismo da Igreja Católica

MISERICÓRDIA

M.35.1      Aceitação da misericórdia de Deus

§1847 "Deus nos criou sem nós, mas não quis salvar-nos sem nós." Acolher sua misericórdia exige de nossa parte a confissão de nossas faltas. "Se dissermos: 'Não temos pecado', enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós. Se confessarmos nossos pecados, Ele, que é fiel e justo, perdoará nossos pecados e nos purificará de toda injustiça" (1Jo 1,8-9).

§2840 Ora, e isso é tremendo, este mar de misericórdia não pode penetrar em nosso coração enquanto não tivermos perdoado aos que nos ofenderam. O amor, como o Corpo de Cristo, é indivisível: não podemos amar o Deus que não vemos, se não amamos o irmão, a irmã, que vemos. Recusando-nos a perdoar nossos irmãos e irmãs, nosso coração se fecha, sua dureza o torna impermeável ao amor misericordioso do Pai confessando nosso pecado, nosso coração se abre à sua graça.

M.35.2      Cristo quer misericórdia

§2100 Para ser verídico, o sacrifício exterior deve ser a expressão do sacrifício espiritual: "Meu sacrifício é um espírito compungido..." (Sl 51,19). Os profetas da Antiga Aliança denunciaram com frequência os sacrifícios feitos sem participação interior ou sem ligação com o amor do próximo. Jesus recorda a palavra do profeta Oséias: "E misericórdia que eu quero, e não sacrifício" (Mt 9,13; 12,7). O único sacrifício perfeito é o que Cristo ofereceu na cruz, em total oblacção ao amor do Pai e para nossa salvação. Unindo-nos a seu sacrifício, podemos fazer de nossa vida um sacrifício a Deus.

M.35.3      Igreja concede a misericórdia de Deus ao homem

§2040 Assim se pode desenvolver entre os fiéis cristãos um verdadeiro espírito filial para com a Igreja. Ele é o resultado normal do crescimento da graça batismal, que nos gerou no seio Igreja e nos fez membros do Corpo de Cristo. Em sua solicitude materna, a Igreja nos concede a misericórdia de Deus, que triunfa sobre todos os nossos pecados e age de modo especial no sacramento da Reconciliação. Como mãe solícita, ela nos prodigaliza também em sua Liturgia, dia após dia, o alimento da Palavra e da Eucaristia do Senhor.

M.35.4      Igreja implora a misericórdia de Deus

§1037 Deus não predestina ninguém para o Inferno; para isso é preciso uma aversão voluntária a Deus (um pecado mortal) e persistir nela até o fim. Na Liturgia Eucarística e nas orações quotidianas de seus fiéis, a Igreja implora a misericórdia de Deus, que quer "que ninguém se perca, mas que todos venham a converter-se" (2Pd 3,9): Recebei, ó Pai, com bondade, a oferenda de vossos servos e de toda a vossa família; dai-nos sempre a vossa paz, livrai-nos da condenação e acolhei-nos entre os vossos eleitos.

M.35.5      Jesus manifesta a misericórdia do Pai

§545 Jesus convida os pecadores à mesa do Reino: "Não vim chamar justos, mas pecadores" (Mc 2,17). Convida-os à conversão, sem a qual não se pode entrar no Reino, mas mostrando-lhes, com palavras e atos, a misericórdia sem limites do Pai por eles e a imensa "alegria no céu por um único pecador que se arrepende" (Lc 15,7). A prova suprema deste amor ser o sacrifício de sua própria vida "em remissão dos pecados" (Mt 26.28).

§589 Jesus escandalizou sobretudo porque identificou sua conduta misericordiosa para com os pecadores com a atitude do próprio Deus para com eles. Chegou ao ponto de dar a entender que, partilhando a mesa dos pecadores, os estava admitindo ao banquete messiânico. Mas foi particularmente ao perdoar os pecados que Jesus deixou as autoridades religiosas de Israel diante de um dilema. Foi isto que disseram com razão, cheios de espanto: Só Deus pode perdoar os pecados" (Mc 2,7). Ao perdoar os pecados, ou Jesus blasfema - pois é um homem que se iguala a Deus -, ou diz a verdade, e sua pessoa torna presente e revela o Nome de Deus.

§1439 O dinamismo da conversão e da penitência foi maravilhosamente descrito por Jesus na parábola do "filho pródigo", cujo centro é "O pai misericordioso": o fascínio de uma liberdade ilusória, o abandono da casa paterna; a extrema miséria em que se encontra o filho depois de esbanjar sua fortuna; a profunda humilhação de ver-se obrigado a cuidar dos porcos e, pior ainda, de querer matar a fome com a sua ração; a reflexão sobre os bens perdidos; o arrependimento e a decisão de declarar-se culpado diante do pai; o caminho de volta; o generoso acolhimento da parte do pai; a alegria do pai: tudo isso são traços específicos do processo de conversão. A bela túnica, o anel e o banquete da festa são símbolos desta nova vida, pura, digna, cheia de alegria, que é a vida do homem que volta a Deus e ao seio de sua família, que é a Igreja. Só o coração de Cristo que conhece as profundezas do amor do Pai pôde revelar-nos o abismo de sua misericórdia de uma maneira tão simples e tão bela.

§1846       O PECADO

A misericórdia e o pecado

O Evangelho é a revelação, em Jesus Cristo, da misericórdia de Deus para com os pecadores. O anjo anuncia a José: "Tu chamarás com o nome de Jesus, pois ele salvará seu povo de seus pecados" (Mt 1,21). O mesmo se dá com a Eucaristia, sacramento da redenção: "Isto é o meu sangue, o sangue da aliança, que é derramado por muitos, para remissão dos pecados" (Mt 26,28).

M.35.6      Justificação sinal maior da misericórdia de Deus

§1994 A justificação é a obra mais excelente do amor de Deus, manifestado em Cristo Jesus e concedido pelo Espírito Santo. Sto. Agostinho pensa que "a justificação do ímpio é uma obra maior que a criação dos céus e da terra", pois "os céus e a terra passarão, ao passo que a salvação e a justificação dos eleitos permanecerão para sempre". Pensa até que a justificação dos pecadores é uma obra maior que a criação dos anjos na justiça, pelo fato de testemunhar uma misericórdia maior.

M.35.7      Maria "Mãe de misericórdia"

§2667 Esta invocação de fé muito simples foi desenvolvida na tradição da oração em várias formas no Oriente e no Ocidente. A formulação mais comum, transmitida pelos monges do Sinai, da Síria e do monte Athos é a invocação: "Jesus Cristo, Filho de Deus, Senhor, tem piedade de nós, pecadores!" Esta associa o hino cristológico de (Fl 2,6-11 com o pedido do publicano e dos mendigos da luz. Por ela, o coração se põe em consonância com a miséria dos homens e com a Misericórdia de seu Salvador.

M.35.8      Misericórdia de Deus

§210 "DEUS DE TERNURA E DE COMPAIXÃO"

Depois do pecado de Israel, que se desviou de Deus para adorar o bezerro de ouro, Deus ouve a intercessão de Moisés e aceita caminhar no meio de um povo infiel, manifestando, assim o seu amor. A Moisés, que pede para ver sua glória, Deus responde: "Farei passar diante de ti toda a minha beleza e diante de ti pronunciarei o nome de Iahweh" (Ex 33,18-19). E o Senhor passa diante de Moisés e proclama: "Iahweh, Iahweh, Deus de ternura e de compaixão, lento para a cólera e rico em amor e fidelidade" (Ex 34,6). Moisés confessa então que o Senhor é um Deus que perdoa.

§211 O Nome divino "Eu sou" ou "Ele é" exprime a fidelidade de Deus, que, apesar da infidelidade do pecado dos homens e do castigo que ele merece, "guarda seu amor a milhares" (Ex 34,7). Deus revela que é "rico em misericórdia" (Ef 2,4), indo até o ponto de dar seu próprio Filho. Ao dar sua vida para libertar-nos do pecado, Jesus revelará que ele mesmo traz o Nome divino: "Quando tiverdes elevado o Filho do Homem, então sabereis que "EU SOU" (Jo 8,28).

§270 "TU TE COMPADECES DE TODOS, PORQUE TUDO PODES" (SB 11,23)

Deus é o Pai Todo-Poderoso. Sua paternidade e seu poder iluminam-se mutuamente. Com efeito, ele mostra sua omnipotência paternal pela maneira como cuida de nossas necessidades, pela adopção filial que nos outorga ("Serei para vós um pai, e sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-Poderoso": 2Cor 6,18), e finalmente por sua misericórdia infinita, pois mostra seu poder no mais alto grau, perdoando livremente os pecados.

M.35.9      Misericórdia fruto da caridade

§1829 A caridade tem como frutos a alegria, a paz e a misericórdia exige a beneficência e a correção fraterna; é benevolência; suscita a reciprocidade; é desinteressada e liberal; é amizade e comunhão:

A finalidade de todas as nossas obras é o amor. Este é o fim, é para alcançá-lo que corremos, é para ele que corremos; uma vez chegados, é nele que repousaremos.

M.35.10    Obras de misericórdia

§1473 O perdão do pecado e a restauração da comunhão com Deus implicam a remissão das penas eternas do pecado. Mas permanecem as penas temporais do pecado. Suportando pacientemente os sofrimentos e as provas de todo tipo e, chegada a hora, enfrentando serenamente a morte, o cristão deve esforçar-se para aceitar, como urna graça, essas penas temporais do pecado; deve aplicar-se, por inicio de obras de misericórdia e de caridade, como também pela oração e por diversas práticas de penitência, a despojar-se completamente do "velho homem" para revestir-se do "homem novo".

M.35.11    Pecadores recusam a misericórdia de Deus

§1864 "Todo pecado, toda blasfémia será perdoada aos homens, mas a blasfémia contra o Espírito não será perdoada" (Mt 12,31). Pelo contrário, quem a profere é culpado de um pecado eterno. A misericórdia de Deus não tem limites, mas quem se recusa deliberadamente a acolher a misericórdia de Deus pelo arrependimento rejeita o perdão de seus pecados e a salvação oferecida pelo Espírito Santo. Semelhante endurecimento pode levar à impenitência final e à perdição eterna.

§2091 O primeiro mandamento visa também aos pecados contra a esperança, que são o desespero e a presunção.

Pelo desespero, o homem deixa de esperar de Deus sua salvação pessoal, os auxílios para alcançá-la ou o perdão de seus pecados. O desespero opõe-se à bondade de Deus, à sua justiça porque o Senhor é fiel a suas promessas e à sua misericórdia.

M.35.12    Significação e géneros das obras de misericórdia

§2447 As obras de misericórdia são as acções caritativas pelas quais socorremos o próximo em suas necessidades corporais e espirituais. Instruir, aconselhar, consolar, confortar são obras de misericórdia espiritual, como também perdoar e suportar com paciência. As obras de misericórdia corporal consistem sobretudo em dar de comer a quem tem fome, dar de beber a quem tem sede, dar moradia aos desabrigados, vestir os andrajosos, visitar os doentes e prisioneiros, sepultar os mortos. Dentre esses gestos de misericórdia, a esmola dada aos pobres é um dos principais testemunhos da caridade fraterna. E também uma prática de justiça que agrada a Deus.

Quem tiver duas túnicas, reparta-as com aquele que não tem, quem tiver o que comer, faça o mesmo (Lc 3,11). Dai o que tendes em esmola, e tudo ficará puro para vós (Lc 11,41). Se um irmão ou uma irmã não tiverem o que vestir e lhes faltar o necessário para a subsistência de cada dia, e alguém dentre vós lhes disser "Ide paz, aquecei-vos e saciai-vos, e não lhes der o necessário para manutenção, que proveito haverá nisso? (Tg 2, 15-16).


Pornografia

Pornografia: qual é o dano?

Uma indústria de 13 biliões de dólares que destrói a vida de homens, mulheres e crianças
Se pensa que nunca viu os efeitos negativos da pornografia – muitos a consideram um hábito pessoal que não afecta outras pessoas –, basta abrir um site de notícias ou observar à sua volta para constatar a destruição deixada por essa onda.
Seja no tráfico sexual de 100.000 crianças anualmente só nos EUA, a altíssima taxa de divórcio ou a surpreendente popularidade do filme erótico “Cinquenta tons de cinza”, o uso da pornografia tem destruído indivíduos e casamentos, bem como explorado os mais vulneráveis.

Danos individuais

Os Dez Mandamentos não são arbitrários.
Há uma razão por detrás da advertência de não cobiçar a mulher do próximo.
O uso da pornografia é danoso porque é contrária a um sadio entendimento da sexualidade e da felicidade.
O Catecismo da Igreja diz que a pornografia “ofende a castidade, porque desnaturaliza o acto conjugal, doação íntima dos esposos um ao outro.
É um grave atentado contra a dignidade das pessoas intervenientes (actores, comerciantes, público), uma vez que cada um se torna para o outro objecto de um prazer vulgar e de um lucro ilícito”.



(Revisão da versão portuguesa por ama)

Antigo testamento / Salmos

Salmo 111








1 Aleluia! Darei graças ao Senhor de todo o coração na reunião da congregação dos justos.
2 Grandes são as obras do Senhor; nelas meditam todos os que as apreciam.
3 Os seus feitos manifestam majestade e esplendor, e a sua justiça dura para sempre.
4 Ele fez proclamar as suas maravilhas; o Senhor é misericordioso e compassivo.
5 Deu alimento aos que o temiam, pois sempre se lembra de sua aliança.
6 Mostrou ao seu povo os seus feitos poderosos, dando-lhe as terras das nações.
7 As obras das suas mãos são fiéis e justas; todos os seus preceitos merecem confiança.
8 Estão firmes para sempre, estabelecidos com fidelidade e rectidão.
9 Ele trouxe redenção ao seu povo e firmou a sua aliança para sempre. Santo e temível é o seu nome!

10 O temor do Senhor é o princípio da sabedoria; todos os que cumprem os seus preceitos revelam bom senso. Ele será louvado para sempre!

Estai alegres, sempre alegres

Ninguém é feliz na Terra enquanto não se decidir a não o ser. Este é o caminho: dor, que em cristão se diz Cruz, Vontade de Deus, Amor; felicidade agora e depois – eternamente! (Sulco, 52)

«Servite Domino in laetitia!» Hei-de servir a Deus com alegria! Uma alegria que há-de ser consequência da minha Fé, da minha Esperança e do meu Amor...; que há-de durar sempre, porque, como nos assegura o Apóstolo, "Dominus prope est!", o Senhor segue-me de perto. Hei-de caminhar com Ele, portanto, bem seguro, já que o Senhor é meu Pai...; e com a sua ajuda hei-de cumprir a sua amável Vontade, ainda que me custe. (Sulco, 53)


Um conselho, que vos tenho repetido teimosamente: estai alegres, sempre alegres! Que estejam tristes os que não se consideram filhos de Deus! (Sulco, 54)

Doutrina - 62

O que acontece no céu?

Será que no céu eu poderei abraçar meu filho não nascido?

Quando estivermos na comunhão eterna dos céus, onde não haverá vínculos terrenos (mulher, marido, filhos etc.) e desfrutaremos só da presença de Deus, como uma mãe poderá não ser mais mãe, não sentir a necessidade de voltar a abraçar seus filhos (talvez um filho perdido, não nascido), o marido? Será possível?


“O céu é a comunidade daqueles a quem Deus ama e que amam a Deus. Nós conservamos nossa peculiar personalidade, mas, unidos em uma caridade perfeita, pois, no abraço misericordioso de Deus, todos amam todos. (...). No céu, veremos todo o nosso amor; a graça e a paz se transmitirão a todos e por meio de todos, e tudo isso se realizará em cada um, de maneira que o amor de cada um seja completo e se estenda perfeitamente a todos. A mútua união dos homens em Cristo não é só no céu: é o céu.” [i]

(cont)

j. b. russell

(Revisão da versão portuguesa por ama)




[i] J. B. Russell

Temas para meditar - 585

O homem imagem de Deus


Entre tudo o criado, o homem é semelhante pela sua inteligência à sabedoria criadora – e se outras criaturas possuem qualquer reflexo da inteligência divina, unicamente o homem possui a noção do Bem, e por isso pertence a uma ordem da criação diferente de todas as outras, a ordem moral, onde pode encontrar Deus.


(ceorges chevrot, Jesus e a Samaritana, ÉFESO, Editorial Áster, Lada, Lisboa, 1956, pg. 22)