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02/02/2016

NUNC COEPI – Índice de publicações em Fev 02

nunc coepi – Índice de publicações em Fev 02

São Josemaria – Texto

Celibato eclesiástico, Jesus Cristo e a Igreja

São Tomás de Aquino – Suma Teológica, Suma Teológica - Tratado da Vida de Cristo - Do género de vida que Cristo levou - Quest 40 Art. 2

AMA - Comentários ao Evangelho Lc 2 22-40, Leitura Espiritual - Juan Carlos Sack – Eucaristia

JMA - Reflexões, Perdão

AT - Salmos - 92


Agenda Terça-Feira

Evangelho, comentário, L. espiritual


Tempo Comum
Semana IV

Apresentação do Senhor

Evangelho: Lc 2, 22-32 ou 40

22 Depois que se completaram os dias da purificação de Maria, segundo a Lei de Moisés, levaram-n'O a Jerusalém para O apresentar ao Senhor 23 segundo o que está escrito na Lei do Senhor: “Todo o varão primogénito será consagrado ao Senhor”, 24 e para oferecerem em sacrifício, conforme o que também está escrito na Lei do Senhor: “Um par de rolas ou dois pombinhos”. 25 Havia então em Jerusalém um homem chamado Simeão. Este homem era justo e piedoso; esperava a consolação de Israel, e o Espírito Santo estava nele. 26 Tinha-lhe sido revelado pelo Espírito Santo que não veria a morte sem ver primeiro o Cristo do Senhor. 27 Foi ao templo conduzido pelo Espírito. E, levando os pais o Menino Jesus, para cumprirem as prescrições usuais da Lei a Seu respeito, 28 ele tomou-O nos braços e louvou a Deus, dizendo: 29 «Agora, Senhor, podes deixar o teu servo partir em paz segundo a Tua palavra; 30 porque os meus olhos viram a Tua salvação, 31 que preparaste em favor de todos os povos; 32 luz para iluminar as nações, e glória de Israel, Teu povo». 33 O Seu pai e a Sua mãe estavam admirados das coisas que d'Ele se diziam. 34 Simeão abençoou-os e disse a Maria, Sua mãe: «Eis que este Menino está posto para ruína e ressurreição de muitos em Israel e para ser sinal de contradição. 35 E uma espada trespassará a tua alma. Assim se descobrirão os pensamentos escondidos nos corações de muitos». 36 Havia também uma profetisa, chamada Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Era de idade muito avançada. Tinha vivido sete anos com o seu marido, após o seu tempo de donzela, 37 e tinha permanecido viúva até aos oitenta e quatro anos, e não se afastava do templo, servindo a Deus noite e dia com jejuns e orações. 38 Ela também, vindo nesta mesma ocasião, louvava a Deus e falava de Jesus a todos os de Jerusalém que esperavam a redenção. 39 Depois que cumpriram tudo, segundo o que mandava a Lei do Senhor, voltaram para a Galileia, para a sua cidade de Nazaré. 40 O Menino crescia e fortificava-Se, cheio de sabedoria, e a graça de Deus estava com Ele.

Comentário:

Não podemos sequer ter uma pálida ideia do que se passaria no coração de Maria ao ouvir as palavras de Simeão.

Um coração de Mãe não se confrange nem angustia por ela própria mas pelo filho que trouxe ao mundo.
Sabe que a «espada que trespassará a sua alma» será a dor provocada pelo mal que farão ao seu amado Filho.

Estas angústia e dor são no entanto como que submetidas à superior decisão já tomada: «Fiat mihi secundum verbum tuum

(ama, comentário sobre Lc 2, 22-40, Malta, 2015.02.02)


Leitura espiritual


Eucaristia

A Presença Real de Cristo na Eucaristia - Parte V

- "[Jesus] estava realmente ensinando que devemos comer a Sua carne (fibras, músculos, pele) e beber o Seu sangue (plaquetas, plasma, glóbulos)?" [i].

- "A tua opinião é que pelo consumo espiritual exclui-se o corporal. Os judeus (realmente) imaginaram que tinham que comer Cristo, do mesmo modo que o pão e a carne são colocados no prato, ou como um leitãozinho assado" [ii].

 FIRMILIANO DE CESAREIA


Era também discípulo de Orígenes. Bispo de Cesareia, na Capadócia. Grande amigo de São Cipriano. Morreu por volta de 268.
Numa carta a São Cipriano, tratando da reiteração do baptismo nos hereges, escreveu também:

- "Grande delito é o mesmo daqueles que são admitidos e o daqueles que permitem que o corpo e o sangue do Senhor sejam tocados, temerariamente usurpando a comunhão sem terem sido lavadas suas manchas pelo baptismo da Igreja, nem terem sido expostos os seus pecados, uma vez que está escrito:
“Quem come do pão ou bebe do cálice do Senhor indignamente será réu do corpo e do sangue do Senhor" [iii], [iv].

CIPRIANO DE CARTAGO

Figura de grande importância na Igreja africana da primeira metade do século III. Nasceu entre os anos 200 e 210. Converteu-se à fé cristã por volta de 246. Foi sacerdote e, a seguir, Bispo de Cartago. Escreveu abundantemente, em particular aos seus sacerdotes. Foi martirizado no ano 258.
O P. d'Ales [v] extraiu das obras de São Cipriano as seguintes expressões acerca do pão e do vinho eucarísticos:

- O corpo do Senhor
- O santo corpo do Senhor
- O corpo de Cristo
- A carne de Cristo
- O santo do Senhor
- O alimento de Cristo
- O alimento celeste
- O pão do Senhor
- A graça saudável
- A comida celeste
 - O sangue do Senhor
- O sangue de Cristo
- O mistério do cálice
- O cálice do Senhor
- A bebida do Senhor
- A bebida saudável

Comentando a Oração do Senhor (o Pai Nosso), ensina:

 - "Porque Cristo é o pão daqueles que tocam o seu corpo; e esse pão é aquele que pedimos que nos seja dado todos os dias, a não ser que nós, os que estamos em Cristo e recebemos todos os dias a Sua Eucaristia como alimento de salvação, nos abstenhamos - por apresentarmos algum pecado mais grave - e não comunguemos, de modo que deixamos de receber o pão celeste e nos separamos do corpo de Cristo, segundo a Sua palavra: 'Eu sou o pão da vida' (...) Quando Ele diz que aquele que come o Seu pão vive eternamente, do mesmo modo que é claro que vivem os que tocam o Seu corpo e recebem a Eucaristia por direito de comunhão, ao contrário, devem temer e pedir para que, separando-se do corpo de Cristo e não comungando, não sejam separados da salvação (...). É por isso que pedimos que todos os dias nos dê Ele o pão nosso, isto é, Cristo, para que permaneçamos e vivamos em Cristo, e não nos afastemos da Sua santificação e do Seu corpo" [vi].

Diante das práticas de alguns, que usavam água na Eucaristia ao invés de vinho, contesta:

- "Que no cálice que se oferece em Sua memória seja oferecida uma mistura de vinho (com um pouco de água), porque tendo dito Cristo: “Eu sou a verdadeira vinha”, o sangue de Cristo não é, indubitavelmente, água, mas vinho. Também não pode parecer que no cálice se encontra o Seu sangue - com o qual fomos redimidos e vivificados - se nesse cálice não há vinho, o qual é o sangue de Cristo, predito pelo mistério e testemunhado por todas as Escrituras" [vii].

Nos tempos de perseguição - ensina Cipriano - deve-se dar a Eucaristia para os cristãos não irem desarmados para o combate, mas...
- "...armados com a proteção do sangue e do corpo de Cristo"...
...já que a Eucaristia é feita para isto: para ser defesa dos que a recebem:
- "Se negamos o sangue de Cristo aos que partem para a luta, como podemos ensinar-lhes ou incitar-lhes a derramar seu sangue para confessar o nome [de Cristo]?" [viii], [ix].

E no mesmo sentido:

 - "Aproxima-se agora uma luta mais difícil e feroz, para a qual os soldados de Cristo devem preparar-se com uma fé incorrupta e uma robusta virtude, considerando que por isso bebem diariamente do cálice do Senhor, para que possam também eles derramar seu sangue por Cristo" [x].

Falando acerca daqueles cristãos que tinham apostatado, pelo menos materialmente, da sua fé e que agora tornavam a se aproximar para receber a Eucaristia sem antes fazer penitência e sem haver se reconciliado, diz:
- "Violenta-se assim o corpo e o sangue [do Senhor] e agora com suas mãos e sua boca pecam ainda mais contra o Senhor do que antes, quando O negaram" [xi].

AFRAATES

Testemunha a fé eucarística da Igreja da Síria. Nascido por volta de 280, morreu pouco depois de 345.

Estes dois textos servem-nos:

- "Quando alguém, abstendo-se de todo pecado, recebe o corpo e o sangue de Cristo, deve cuidar da sua boca com cuidado, eis que por ela entra o Filho do Rei" [xii].

- "O Senhor, por suas próprias mãos, deu o Seu corpo para ser comido; e antes da sua crucificação, deu o Seu sangue para que fosse bebido" [xiii].

EFRÉM

Eminente membro da Igreja da Síria. Nasceu em Nísibis por volta do ano 306. Foi ordenado diácono e assim permaneceu por toda a sua vida. Discípulo do Bispo de Nísibis, Tiago. Grande poeta, compôs um grande número de obras espirituais e artísticas, todas de conteúdo cristão. Conservam-se poemas e homilias.

Alguns textos:

- "Os sacerdotes dos tempos antigos desejaram ver a tua beleza e não a viram. / Os sacerdotes dos tempos médios odiaram a tua beleza e a rejeitaram / Os sacerdotes da Igreja Te tomaram em suas mãos, / Pão da Vida que desceu [à terra] e se uniu aos nossos sentidos" [xiv].

- "Que nos santifiquemos pelo Teu corpo e pelo Teu sangue; e estejam entre os redimidos, nós, que comemos o Teu corpo e bebemos o Teu precioso sangue" [xv].

- "O corpo que Ele tomara de Maria esta tornou a tomá-lo no pão e na oferenda" [xvi].

- "De um modo novo o Seu corpo se uniu ao nosso e o Seu sangue puro foi derramado em nossas veias; Sua voz no ouvido, Sua luz nos olhos. Por sua piedade, uniu-Se totalmente a nós" [xvii].

 juan carlos sack

(Revisão da versão portuguesa por ama)




[i] Daniel Sapia, evangélico
[ii] Martinho Lutero
[iii] Firmiliano cita as severas palavras do Apóstolo em 1Coríntios 11,27. Alguém poderia ser considerado "réu do corpo e do sangue do Senhor" se o pão que é consumido nas celebrações fosse um simples simbolismo?
[iv] Epistolário de São Cipriano, Epístola 75,21
[v] "La Théologie de Saint Cyprien" (Paris 1922), pp. 263-264. Aí se encontram as referências para cada expressão.
[vi] Da Oração do Senhor 18
[vii] Epístola 63,2
[viii] Epístola 57,2
[ix] Observe-se a força da expressão: a Eucaristia como presença real do sangue de Cristo é o fundamento para a fortaleza daqueles que irão derramar seu próprio sangue em testemunho da sua Fé.
[x] Epístola 58,1
[xi] Dos Lapsos 16
[xii] Demonstração 3,2
[xiii] Demonstração 12,6
[xiv] Da Virgindade 35,12
[xv] Sermão 1,655-657
[xvi] Da Epifania 8,23
[xvii] Da Virgindade 37,2

Antigo testamento / Salmos

Salmo 92





1 Como é bom render graças ao Senhor e cantar louvores ao teu nome, ó Altíssimo; anunciar de manhã o teu amor leal e de noite a tua fidelidade, ao som da lira de dez cordas e da cítara, e da melodia da harpa.
2 Tu me alegras, Senhor, com os teus feitos; as obras das tuas mãos levam-me a cantar de alegria.
3 Como são grandes as tuas obras, Senhor, como são profundos os teus propósitos!
4 O insensato não entende, o tolo não vê que, embora os ímpios brotem como a erva e floresçam todos os malfeitores, eles serão destruídos para sempre.
5 Pois tu, Senhor, és exaltado para sempre.
6 Mas os teus inimigos, Senhor, os teus inimigos perecerão; serão dispersos todos os malfeitores!
7 Tu aumentaste a minha força como a do boi selvagem; derramaste sobre mim óleo novo.
8 Os meus olhos contemplaram a derrota dos meus inimigos; os meus ouvidos escutaram a debandada dos meus maldosos agressores.
9 Os justos florescerão como a palmeira, crescerão como o cedro do Líbano; plantados na casa do Senhor, florescerão nos átrios do nosso Deus.
10 Mesmo na velhice darão fruto, permanecerão viçosos e verdejantes, para proclamar que o Senhor é justo. Ele é a minha Rocha; nele não há injustiça.





Tratado da vida de Cristo 73

Questão 40: Do género de vida que Cristo levou

Art. 2 — Se Cristo devia viver neste mundo uma vida austera.

 O segundo discute-se assim - Parece que Cristo devia levar uma vida austera neste mundo.


1. — Pois, Cristo muito mais que João pregou a perfeição da vida. Ora. João levou uma vida austera, para com o seu exemplo despertar nos homens o desejo de uma vida perfeita. Assim, diz Mateus: O mesmo João tinha um vestido de peles de camelo e uma cinta de couro em roda dos seus rins; e a sua comida eram gafanhotos e mel silvestre. Expondo o que diz Crisóstomo: Era admirável ver tão grande mortificação num corpo humano, o que mais lhe atraía os judeus. Logo, parece, com muito maior razão, que a Cristo convinha a austeridade de vida.

2. Demais. — A abstinência ordena-se à continência; assim, diz a Escritura - Comerão e não ficarão fartos; eles deram-se à fornicação e não cuidaram de se retirar dela. Ora, Cristo guardava continência e propunha a ser observada pelos outros, como lemos no Evangelho: Há uns eunucos que a si mesmos se fizeram eunucos por amor do reino dos céus. O que é capaz de compreender isto compreenda-o. Logo, parece que tanto Cristo como os seus discípulos deviam levar uma vida de austeridades.

3. Demais. — É risível alguém começar uma vida austera para depois passar a vivê-la às soltas; contra esse poderíamos aplicar o lugar do Evangelho, este homem começou a praticar e não pode acabar. Ora, Cristo viveu uma vida rigorosíssima, depois do baptismo, permanecendo no deserto e jejuando quarenta dias e quarenta noites. Logo, não era admissível que depois de tão grandes austeridades passasse a viver uma vida comum.

Mas, em contrário, o Evangelho: Veio o Filho do homem, que come e bebe.

Como dissemos, convinha aos fins da Encarnação que Cristo não vivesse uma vida solitária, mas participasse da sociedade humana. Ora, quem convive com outros é convenientíssimo que se conforme com o género de vida deles, segundo o Apóstolo: Fiz-me tudo para todos. Por isso, foi convenientíssimo que Cristo tomasse comida e bebida como os homens comummente o fazem. Donde o dizer Agostinho: O Evangelho refere que João não comia nem bebia, porque não tomava aquela alimentação de que os judeus se serviam. E se o Senhor não usasse de alimentos, o Evangelho não diria que, comparado com João, ele comia e bebia.

DONDE A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJECÇÃO. — O Senhor, no género de vida que abraçou, deu exemplo de perfeição em tudo o que respeita à salvação de maneira essencial. Ora, a abstinência da comida e da bebida não é de necessidade essencial para a salvação, segundo aquilo o Apóstolo: O reino de Deus não é comida nem bebida. E expondo o lugar do Evangelho - a sabedoria foi justificada por seus filhos - diz Agostinho: Porque os santos Apóstolos entendem que o reino de Deus não consiste em comida nem bebida, mas em sofrer com equanimidade, de modo que nem a abundância os ensoberbeça nem os deprima a pobreza. E acrescenta, que não é o uso de tais causas, mas a sensualidade com que é feito, que constitui culpa. Pois, tanto uma como outra vida são lícitas e louváveis: guardarmos a abstinência, separados da convivência habitual com os homens; e vivermos a vida comum na sociedade dos outros. Por isso o Senhor quis nos dar o exemplo de ambos esses géneros de vida. Ao passo que João, como diz Crisóstomo, não tinha por si mais que a sua vida e a sua santidade, Cristo tinha o testemunho dos seus milagres. Deixando, pois, a João os rigores do jejum escolheu um caminho contrário, sentando-se à mesa dos publicanos, a comer e beber com eles.

RESPOSTA À SEGUNDA. — Assim como os outros homens alcançam, pela abstinência, a virtude da continência, assim Cristo, em si e nos seus discípulos, continha a carne pela virtude da sua divindade. Donde o dizer o Evangelho: Os fariseus e os discípulos de João jejuavam, mas não os discípulos de Cristo. Explicando o que Beda diz, que João não bebia vinho nem outra alguma bebida que pudesse embriagar; assim, não dispondo de nenhum poder superior à natureza, ganha um aumento de mérito na abstinência. Ao passo que o Senhor, tendo por natureza o poder de perdoar os pecados, porque havia de afastar-se dos homens que podia tornar mais puros do que os entregues à abstinência?

RESPOSTA À TERCEIRA. — Como diz Crisóstomo, para aprenderes quão grande é o bem do jejum, e que escudo é contra o diabo e o quanto, depois do batismo, devemos nos dar ao jejum e fugir a sensualidade, Cristo jejuou, não por precisar, mas para nos instruir. Mas não ultrapassou os limites do jejum marcados pelos exemplos de Moisés e de Elias, para não inspirar nenhuma dúvida sobre a realidade da carne que assumiu. - No sentido místico, porém, Gregório explica, que o número quarenta é observado, no jejum, ao exemplo de Cristo, porque a virtude do decálogo se exerce nos quatro livros do santo Evangelho; e o número dez, quatro vezes repetidos, produz o de quarenta. Ou porque o nosso corpo mortal consta de quatro elementos, e pelos prazeres sensíveis resistimos aos preceitos do Senhor, que nos foram transmitidos pelo Decálogo. - Ou, segundo Agostinho: Todas as regras da sabedoria se reduzem a conhecer o Criador e a Criatura. O Criador é a Trindade, o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Quanto à criatura, uma parte dela, a alma, é invisível, a qual é atribuído o número ternário; pois, o mandamento nos ordena amar a Deus de três modos - de todo o coração, de todo a alma e de todo o entendimento; a outra parte - o corpo, é visível, e se lhe atribui o número quaternário, por causa do calor, da humildade, da frigidez e da secura. Donde, o número dez, que resume toda a disciplina, multiplicado por quatro, isto é, pelo número atribuído ao corpo - pois, por meio do corpo é que a alma governa - forma o número quarenta. Por isso, o tempo durante o qual gememos e sofremos é designado pelo número quarenta. - Nem por isso houve inconveniente em Cristo, depois do jejum no deserto, voltar à vida comum. Pois esse é o género de vida conveniente àquele que deve transmitir aos outros o fruto da contemplação; e tal foi a vida que Cristo assumiu: primeiro, vacar à contemplação, para depois descer a agir em público, convivendo com os outros. Por isso diz Beda: Cristo jejuou, para não transgredir o preceito: comeu com os pecadores a fim de sentindo os efeitos da sua graça, tu lhe reconheças o poder.

Nota: Revisão da versão portuguesa por ama.



Estás triste, meu filho?

Nunca desanimes, se és apóstolo. – Não há contradição que não possas superar. – Porque estás triste? (Caminho, 660)

A verdadeira virtude não é triste nem antipática, mas amavelmente alegre. (Caminho, 657)

Se as coisas correm bem, alegremo-nos, bendizendo a Deus que dá o incremento. – Correm mal? – Alegremo-nos, bendizendo a Deus que nos fez participar da sua doce Cruz. (Caminho, 658)

Para dar remédio à tua tristeza, pedes-me um conselho. – Vou dar-te uma receita que vem de boa mão – do apóstolo Tiago: – "Tristatur aliquis vestrum?" estás triste, meu filho? – "Oret!" Faz oração! – Experimenta e verás. (Caminho, 663)

Não estejas triste. – Tem uma visão mais... "nossa" – mais cristã – das coisas. (Caminho, 664)


"Laetetur cor quaerentium Dominum"– Alegre-se o coração dos que procuram o Senhor. – Luz, para investigares o motivo da tua tristeza. (Caminho, 666)

Jesus Cristo e a Igreja – 100

Celibato eclesiástico: História e fundamentos teológicos [i]
III. Desenvolvimento do tema da continência na Igreja latina

Entre as normas que tomadas do património tradicional da Igreja Africana foram em seguida relidas ou novamente decididas, se encontram no vigésimo quinto posto um texto do presidente Aurélio: “nós, queridos irmãos, acrescentamos também que em relação ao que foi dito da incontinência de alguns clérigos, que eram somente leitores, com suas próprias esposas, se decidiu o que também noutros Concílios foi confirmado: que os subdiáconos, que tocam os santos mistérios, e os diáconos, sacerdotes e bispos devem, segundo as normas vigentes para eles, abster-se da própria esposa e se comportar como se não a tivesse; e se não se ativerem a isso, devem ser afastados do serviço eclesiástico. Os demais clérigos não estão obrigados até uma idade mais madura. Depois disso todo o Concílio respondeu: nós confirmamos tudo o que Vossa Santidade disse de maneira justa e é santo e agradável a Deus”.
Recolhemos aqui com tanto detalhe esse testemunho da Igreja Africana do final do século IV e do começo do século V por causa de sua fundamental importância. Desses textos se deduzem a clara consciência de uma tradição baseada não somente numa persuasão geral, que ninguém suspeitava, mas também em documentos bem conservados. Naqueles anos foram encontradas ainda no arquivo da Igreja Africana, as atas originais que os Padres tinham trazido do Concílio de Nicéia. Se houvesse disposições contrárias ao celibato eclesiástico tal e como o vemos afirmado, tinham sido mencionadas da mesma forma que sucedeu com o erro ou o descuido da Igreja Romana a respeito dos cânones de Sárdica atribuídos a Nicéia.
Tudo isso mostra também a consciência de uma tradição comum da Igreja Universal, cujas diversas partes guardam uma comunhão viva entre si. O que na Igreja Africana foi afirmado muito explícita e repetidamente sobre a origem apostólica e a observância transmitida desde a Antiguidade da continência dos eclesiásticos junto com as sanções aos que a desobedecessem, não teria sido certamente aceito de modo tão geral e pacífico, se não houvesse tido o aval de ser um facto comummente conhecido. Sobre isso temos ainda testemunhos explícitos da Igreja Oriental, que teremos oportunidade de analisar.

(cont)

(Revisão da versão portuguesa por ama)



[i] Card. alfons m. stickler, Cardeal Diácono de São Giorgio in Velabro

SOBRE O PERDÃO – 21

5 – Em jeito de conclusão: O PERDÂO, graça de Deus para a vida

…/2

Alexandre Dumas (filho) tem uma frase muito explícita que diz o seguinte: «O perdão é o que há de maior, de divino no homem.»

Ficamos sempre extasiados com o amor de Deus, com a sua infinitude e alcance, muito especialmente quando recordamos, ou melhor, quando vivemos Jesus Cristo em agonia na Cruz, e que, depois de humilhado, torturado, espezinhado, de todas as formas e feitios, eleva a sua voz ao Céu e diz: «Perdoa-lhes, Pai, porque não sabem o que fazem.» Lc 23, 34

Realmente como vimos o perdão aproxima-nos de Deus, conforma-nos com Deus, torna-nos sem dúvida criaturas à imagem e semelhança de Deus, e para assim ser, só é possível pela graça de Deus.

Por isso, o perdão, é sem dúvida uma graça de Deus para a nossa vida.

Permitam-me ainda mais uma nota para citar uma frase de Mahatma Ghandi:
«O fraco jamais perdoa: o perdão é uma das características do forte.»

Realmente o fraco é que esconde ou disfarça um problema que sabe ter de resolver, e que ao arrastar-se provoca sofrimento e mal estar.

O forte enfrenta-o de modo a resolver o problema e alcançar para os outros e para si a paz e a harmonia.

Obrigado!

(cont)

(joaquim mexia alves, Conferência sobre o perdão na Vigararia da Marinha Grande)

Pequena agenda do cistão


TeRÇa-Feira


(Coisas muito simples, curtas, objectivas)


Propósito:
Aplicação no trabalho.

Senhor, ajuda-me a fazer o que devo, quando devo, empenhando-me em fazê-lo bem feito para to poder oferecer.

Lembrar-me:
Os que estão sem trabalho.

Senhor, lembra-te de tantos e tantas que procuram trabalho e não o encontram, provê às suas necessidades, dá-lhes esperança e confiança.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?