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12/08/2016

Reflectindo - 188

Morte

Dou por mim a pensar na morte e fico um pouco apreensivo, confesso.
Talvez seja "normal" na minha idade e com todas as coisas que têm acontecido na minha vida.

Lembro-me, quando isto me acontece, das palavras de São Josemaria referindo que "seria uma comodidade", e, de facto, ele tem toda a razão.
Faço então um esforço para pôr de lado patetices como: "para que hei-de comprar umas calças novas se já não as vou usar "!

Tenho de convencer-me a sério que vou viver - não me interessa quanto tempo - mas viver porque é o que Deus quer de mim.

Está a "dar-me tempo" para corrigir, endireitar tantas coisas enviesadas, recuperar tanto tempo perdido, quer que seja activo, participe, me "meta" na vida de outros a quem posso fazer algum bem, que escreva - o que for - porque poderá ser útil a alguém, que me deixe de andar com rodeios inventando razões ou motivos para não seguir em frente de cabeça levantada e um sorriso rasgado na cara.

Sorriso?

Sim… porque se tenho motivos para chorar eles não me impedem de sorrir. Talvez pareça - e talvez seja - pateta chorar e rir ao mesmo tempo mas não é verdade que se chora de alegria?

Tenho de viver todos dias
(E as noites também)
Com uma força que não tenho
Com ânimo que não vem
Do simples desejo de querer
Outras coisas que não sei
Não conheço nem adivinho.

Não... não estou sozinho
Nesta luta diária, constante
Ando para trás e para diante
Parar não posso nem quero
Sei que morro a cada instante
E que me levanto outra vez
Mais vivo se possível,
Desperto e preparado
Para o que passa acontecer.

Viver?
Sim, viver!...


(ama, Malta, 08.05.2016

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