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20/05/2016

Os demónios do apostolado 13

A instalação

O demónio da instalação, às vezes com boas desculpas, corrói no apóstolo o espírito de superação em todos os aspectos. É uma tentação que costuma chegar, ainda que nem sempre, com o passar dos anos e a chegada da maturidade. Ela expressa-se no facto do apóstolo ter encontrado o seu cantinho, o seu ritmo e o seu modo de trabalhar, e de se ter arraigado nos seus critérios e ideias. Ele é consciente de que o apostolado da Igreja avançou, que ele apresenta novos desafios e exigências, mas não tem disposição para mudar e renovar-se. Aos mais jovens que trabalham junto dele, deixa-os fazer, mas não se deixa questionar. Pode até participar em reuniões e cursos de renovação, mas estes não têm influência sobre ele. Tudo o que ele espera é que o deixem em paz, instalado na sua pastoral que, além do mais, costuma realizar de forma irrepreensível. Apesar disso, é possível até que ocupe altos cargos na Igreja.

Esta tentação, que vai tomando conta lentamente e se torna inevitável quando o apóstolo perde a espiritualidade do trabalho, costuma ir combinada com a instalação nos seus próprios defeitos. Provavelmente nem se trata de algo realmente grave, mas o dinamismo espiritual está estancado. Sob uma aparência exterior honesta, há uma mediocridade interior. Desanimado, já não tem suficiente esperança e nem confiança em Deus para melhorar e, tacitamente, já fez um pacto com os seus defeitos e mediocridade que ele pensa, falsamente, que não pode ou não vale a pena superar. “Eu sou assim mesmo…”.

Este demónio induz a pensar, sobretudo depois de certa idade, que se tem o direito de procurar compensações e de aburguesar-se. E, então, o apóstolo termina contentando-se com as exigências mínimas.

Fonte: presbíteros

(revisão da versão portuguesa por ama)

Este texto é um extracto do livro do teólogo chileno segundo galilea, Tentación y Discernimiento, Narcea, Madrid 1991, p. 29-67.

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