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31/05/2016

A preocupação pode ser um pecado?

Resultado de imagem para preocupaçãoO mundo está doente, mas a maior de todas as doenças não é causada por infecções, vírus ou epidemias, muito embora também possa ser contagiosa. As doenças psicossomáticas — pressão alta, hipertensão, etc, são a marca de uma sociedade emocionalmente frustrada e mentalmente enferma. Milhões de pessoas estão sobrecarregadas com problemas de ansiedade, a preocupação é a causa de problema doméstico, fracasso comercial, injustiças sociais, e mortes prematuras.
Não vos inquieteis com nada! Em todas as circunstâncias apresentai a Deus as vossas preocupações, mediante a oração, as súplicas e a ação de graças. [1]

Uma das características da preocupação é sua natureza contagiosa. Vários psiquiatras creem que a preocupação é muito mais contagiosa que doenças infecciosas como a poliomielite e a difteria. A preocupação causa efeitos devastadores não apenas naqueles que a sofrem, mas em todos à sua volta.

A palavra preocupação vem da palavra grega merimnao que é uma combinação de duas palavras: – merizo que significa “dividir” e nous que significa “mente” (incluindo as faculdades perceptivas, de compreensão, sentimento, de julgamento e determinação).

A preocupação, portanto, significa “dividir a mente”. A preocupação divide a mente entre interesses dignos e pensamentos prejudiciais.

Uma pessoa com a mente dividida entre o sucesso e o fracasso, certamente vai fracassar. Uma mente dividida não atinge metas, pois a dúvida sempre dá o tom. A mente dividida é a desconfiança em si mesmo, é sentir-se incapaz, mesmo quando este alguém está plenamente qualificado para executar a tarefa.

São Tiago fala do estado infeliz da pessoa que tem a mente dividida:
O homem de ânimo fraco é inconstante em todos os seus caminhos[2].

O homem irresoluto, é inconstante nas suas emoções. É inconstante nos seus processos de pensamento. É instável nas suas decisões e nos seus julgamentos.

De certo modo, ao preocupar-se, a pessoa acusa Deus de falsidade.

Sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são os eleitos, segundo os seus desígnios.” [3].
 “Tudo ele tem feito esplendidamente[4].
 “Tudo posso naquele que me fortalece[5].
“… não vos preocupeis com a vossa vida, o que comereis, nem com o vosso corpo, pelo que vestireis... o vosso Pai celeste sabe que necessitais de tudo isso[6].

A preocupação não tem em conta esta afirmações logo é hipocrisia, porque professa fé em Deus e ao mesmo tempo ataca a sua fidelidade.

Como vencer a preocupação

O objectivo deste artigo não é desenvolver um sistema de auto-ajuda, mas uma relação de mútua confiança entre nós e Deus. Somos seres com enorme carência afectiva, precisamos nos relacionar, viver em comunidade, ser parte da sociedade. Muitas vezes Deus é apenas o agente máximo da religião que praticamos, não o autor da nossa vida e o provedor de todo o meio ambiente que desfrutamos.

Deus é a pessoa mais acessível com a qual podemos contar, em todo o tempo e em qualquer momento, basta uma palavra de oração, nem que seja um gemido desesperançado, inexprimível, é suficiente para chamar à atenção do Pai em favor dos filhos.

Devemos estabelecer um equilíbrio no nosso relacionamento com Deus, fazer com que se torne uma estrada de via dupla, onde ambos possam ter livre acesso um ao outro. A confiança é a base de qualquer relacionamento, devemos confiar que nossas orações alcançam os seus objectivos e que Deus, a Seu tempo, cumprirá os desígnios e propósitos da nossa fé.

(Revisão da versão portuguesa por ama)

Fonte: Haggai, John – Como vencer a preocupação Copyright © 1981 by EDITORA VIDA




[1] (Filipenses 4,6)
[2] Tiago 1, 8
[3] Rom 8, 28
[4] Mc 7, 37
[5] Flp 4, 13
[6] Mt 6,25a, 32b

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