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20/02/2016

Gerir os recursos informáticos

Cultivar a interioridade na era digital - 1

Chamadas, mensagens, tweets, alertas... telefones e computadores alteraram o nosso acesso à realidade. Como conseguir que sejam uma ajuda para a nossa vida normal ao serviço de Deus e dos outros?
As novas tecnologias aumentaram o volume de informação que recebemos em cada instante e talvez hoje já não nos surpreenda que nos cheguem em tempo real notícias de sítios longínquos. Estar informado e ter dados do que acontece é cada vez mais fácil. Surgem, no entanto, novos reptos, e em particular este: como gerir os recursos informáticos?

O aumento da informação disponível impõe a cada um de nós a necessidade de cultivar uma atitude reflexiva, o que quer dizer, ter a capacidade de discernir os dados que são valiosos, daqueles que o não são. Por vezes é complicado, pois «a velocidade da informação supera a nossa capacidade de reflexão e discernimento, e não permite uma expressão equilibrada e correcta de si mesmo» [i]. Se ao que se referiu se juntar que as tecnologias de informação nos oferecem uma grande quantidade de estímulos que reclamam a nossa atenção (mensagens de texto, imagens, música), é evidente o risco de nos acostumarmos a responder-lhes imediatamente, sem ter em conta a atividade que estávamos a realizar nesse momento.

O silêncio faz parte do processo comunicativo, porque facilita momentos de reflexão que permitirão assimilar aquilo que se capta e dar uma resposta adequada ao interlocutor: «Escutamos e conhecemo-nos melhor a nós mesmos; nasce e aprofunda-se o pensamento, compreendemos com maior clareza o que queremos dizer ou o que esperamos do outro; escolhemos como expressar-nos» [ii].

Na vida cristã, o silêncio tem um papel importantíssimo, pois é condição para cultivar uma interioridade que permite ouvir a voz do Espírito Santo e secundar as suas moções. São Josemaria relacionava o silêncio, a fecundidade e a eficácia [iii], e o Papa Francisco pediu orações «para que os homens e mulheres do nosso tempo, tantas vezes mergulhados num ritmo frenético de vida, redescubram o valor do silêncio e saibam escutar Deus e os irmãos» [iv]. Como conseguir esta interioridade, num ambiente marcado pelas novas tecnologias?

j.c. vásconez ‒ r. valdés





[i] Francisco, Mensagem para a Jornada Mundial das comunicações sociais, 24-I-2014.
[ii] Bento XVI, Mensagem para Jornada Mundial das comunicações sociais, 24-I-2012.
[iii] Cfr. Sulco, nn. 300 e 530.
[iv] Francisco, Intenção geral para o apostolado da oração para Setembro de 2013.

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