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19/02/2016

Explicação do brasão do Ano Jubilar da Misericórdia

“Que as palavras e os gestos  digam a mesma coisa”

O DESENHO símbolo do Jubileu da Misericórdia parte do Evangelho de Lucas (6,36) em que Jesus nos convida a sermos “misericordiosos como o Pai“.

O padre jesuíta Marko Rupnik preparou esta imagem trazendo uma das primeiras representações de Jesus, o Bom Pastor. Ao invés de uma ovelha nos ombros, Jesus traz uma pessoa. O Bom Pastor da humanidade carrega sobre os Seus ombros o ser humano e, assim, conhecemos o mistério de Sua Encarnação e de nossa Redenção.

O olhar de Cristo

O Papa Francisco conclamou o Ano Jubilar afirmando, na bula intitulada “Rosto da Misericórdia”, que Jesus é o rosto vivo da misericórdia do Pai. Por isso, o centro da imagem é o olhar. A figura que representa Jesus carrega aos ombros uma figura alusiva a Adão e a toda humanidade. O olho esquerdo de Cristo e o direito de Adão são um só, mostrando que Deus é capaz de ver como que com os nossos olhos as situações em que vivemos. E também que o homem pode ver o caminho da vida iluminado pelo olhar de Deus.

As cores

Os tons utilizados referem-se ao significado milenar dado pelos artistas cristãos. O vermelho é a cor de Deus e simboliza a vida; o azul, a cor do homem, daquele que é capaz de olhar para o céu; o branco é a cor do Espírito Santo e representa a Ressurreição de Jesus; o dourado, de Adão, lembra que o homem caminha para a perfeição.

O estilo medieval foi escolhido pelo Padre Rupnik por dar ênfase à cultura simbólica, poética e metafórica. É algo que contrasta com o modelo pós-moderno que é crítico e racional.

As palavras

O lema do Ano Jubilar faz parte do desenho da mesma forma que na arte medieval as palavras e as imagens não se separam. Esta também é a proposta do Papa Francisco: que as palavras e os gestos digam a mesma coisa, que os discursos sobre a misericórdia sejam acompanhados por atitudes.

No Jubileu da Misericórdia, a principal linguagem será a simbólica. Os gestos vão transmitir a mensagem da Igreja. A figura de Jesus com o rosto encostado ao de Adão, por exemplo, expressa o desejo do Papa Francisco de uma Igreja mais próxima das pessoas.


A Fé explicada, 16.02.2016

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