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16/01/2016

Notícias e outros temas - 8



Imposição das mãos - 1 


Para que serve?

Eu também posso fazer isso?

Estender as mãos sobre a cabeça de uma pessoa ou sobre um objecto, na medida do possível com contacto físico, é o gesto litúrgico mais comum na administração dos sacramentos, um dos mais ricos em significado.

Este gesto foi valorizado por Jesus e o seu desejo era de que se mantivesse no tempo: «Estes sinais acompanharão os que crêem: (...) imporão as mãos sobre os doentes e serão curados» [i]. Portanto, esta possibilidade está ao alcance de todo aquele que crer.

O texto não diz que estes sinais acompanhariam somente os apóstolos. De facto, nos Actos dos Apóstolos [ii], vemos Ananias, um simples fiel, impondo as suas mãos sobre Saulo para que recuperasse da cegueira e ficasse cheio do Espírito Santo.

Hoje uma das funções deste gesto é servir de ponte para que Jesus transfira o seu amor e a sua compaixão.

Os apóstolos utilizaram-no sobretudo para comunicar o dom do Espírito Santo, e a Igreja também o usa na administração de todos os sacramentos.

Do ponto de vista sacramental, quem tem o poder de impor as mãos é somente o ministro ordenado (sacerdote, bispo), que tem a potestade de Cristo.

Mas fora dos sacramentos, todos os fiéis podem impor suas mãos, para abençoar, pedir a intercessão de Deus, pedir a cura de um doente ou a presença do Espírito Santo em alguma pessoa.

Impor as mãos é permitir que o Senhor que use as nossas mãos como um meio especial de contacto para a bênção. É o poder de Deus que se reflecte fisicamente [iii].

Este gesto não se limita apenas à acção de um superior sobre um inferior, como de pai para filho, por exemplo. Os "iguais" também podem usar este dom, por exemplo, os esposos entre si. E também de inferior a superior, como quando o Papa Francisco, em sua visita à Croácia, quis que um padre que foi torturado lhe impusesse as mãos.

Infelizmente, esta acção é pouco usada por sacerdotes e fiéis. Digo "infelizmente" porque onde a Igreja deixa um vazio, tal vazio é logo preenchido por outras ofertas "pseudo-espirituais".

A imposição das mãos pode ser considerada como um sacramental e pode ser administrada por leigos [iv]. É lícito que um fiel reze por outro com este gesto de intercessão. Não há razão alguma para proibi-lo, nem perigo algum em fazê-lo. Mas a fé de quem impõe as mãos é importante para a sua eficácia.

(Cont)

(Revisão da versão portuguesa por ama)




[i] cf. Mc 16, 17-18
[ii] 9, 17
[iii] cf. Romanos 1, 20
[iv] cân 1168, SC 79

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