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03/01/2016

Doutrina - 13

O que significa falar em línguas? 


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Observação feita por um dos autores da Veritatis:

O que a RCC chama habitualmente de dom de línguas, de orar em línguas e de falar em línguas, é, de fato, o dom de línguas? Noutros termos: o dom de línguas (tanto faz se rezar ou falar) descrito por São Paulo e explicado no Tanquerey (maior autoridade em teologia ascética e mística) é aquilo que a RCC diz que é?

A RCC diz que sim. Outros, entre os quais me incluo, digo que não, ou, no mínimo, que nem sempre. Pode haver, na RCC (e fora dela) um autêntico rezar em línguas e um autêntico falar em línguas. Acredito, entretanto, que nem sempre as línguas praticadas na RCC sejam reais manifestações desse dom, e sim sugestão psicológica.

É lícito ao católico acreditar que nem sempre o que a RCC chama de dom de línguas é verdadeiro dom? É, porque o Magistério ainda não se pronunciou.

É lícito acreditar que as línguas da RCC são sempre o dom? É, pelo mesmo motivo.

O modo como a RCC entende a oração em línguas é, sim, algo novo na teologia mística. Não há um só caso, que eu saiba, sobre tal fenómeno. Os maiores especialistas do assunto (Tanquerey, por exemplo) não o citam.

Isso não quer dizer que a oração em línguas não exista nem que a RCC esteja errada. Apenas que nos dá o direito de, como católicos, em um ponto controverso, ter uma posição distinta da RCC. A oração em línguas e mesmo a contemporaneidade dos dons extraordinários NÃO são verdades de fé. Pode-se acreditar ou não. Ninguém é menos ou mais católico por crer na oração em línguas tal qual praticada na RCC.

O fato de ser nova essa manifestação da oração em línguas (ou, pelo menos, se ter dúvidas a respeito da prática da RCC quanto a ela) é exactamente o motivo pelo qual a Santa Sé ainda não se pronunciou. Prudente como é, está estudando, meditando, vendo os frutos.

VERITATIS SPLENDOR

Fonte: ALETEIA


(Revisão da versão portuguesa por ama)

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