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20/06/2015

O que pode ver em NUNC COEPI em Jun 20

O que pode ver em NUNC COEPI em Jun 20


São Josemaria – Textos

Fidelidade (Javier Abad Gómez), Javier Abad Gómez

AMA - Comentários ao Evangelho Mt 6 24-34, Francisco 

Adão, Descendência de Adão e Eva, Eva

Suma Teológica - Tratado da Vida de Cristo - Quest 29- Art 2,São Tomás de Aquino


Agenda Sábado

Tratado da vida de Cristo 12

Questão 29: Dos esponsórios da Mãe de Deus

Art. 2 — Se entre Maria e José houve verdadeiro matrimónio.

 O segundo discute-se assim. — Parece que entre Maria e José não houve verdadeiro matrimónio.


1. — Pois, diz Jerónimo, que José foi guarda de Maria, antes que seu marido. Ora, se entre eles tivesse havido verdadeiro matrimónio, José teria sido verdadeiramente seu marido. Logo, parece que não houve verdadeiro matrimónio entre Maria e José.

2. Demais. — segundo o Evangelho – Jacó gerou a José, esposo de Maria – diz Jerónimo: Quando ouvires o nome de esposo, não vás logo pensar que se trate de núpcias; mas lembra-te que as Escrituras costumam chamar aos noivos, esposos e as noivas, esposas. Ora, o verdadeiro matrimónio não são os esponsais, mas as núpcias. Logo, não houve verdadeiro matrimónio entre a Santa Virgem e José.

3. Demais. — O Evangelho diz: José seu esposo, como era justo, não queria infamá-la, isto é, levá-la para sua casa para com ela coabitar habitualmente; mas resolveu deixá-la secretamente, isto é, transferir o tempo das núpcias, como expõe Remígio. Logo, parece que, antes de celebradas as núpcias, ainda não havia verdadeiro casamento; sobretudo porque, depois de contraído o matrimónio, a ninguém é lícito abandonar a mulher.

Mas, em contrário, diz Agostinho: Não devemos crer que, segundo o Evangelista, José tivesse recusado receber Maria em casamento, a pretexto que ela teria, como virgem, dado à luz Cristo, sem o seu concurso. Mas esse exemplo prova claramente aos fiéis casados, que podem ser verdadeiros esposos e merecer tal nome, ao mesmo tempo que guardam a promessa de recíproca continência, sem ter comércio conjugal.

Chama-se verdadeiro matrimónio ou casamento o que realiza a sua perfeição. Ora, a perfeição de uma coisa pode ser dupla: primária e secundária. A perfeição primária de uma coisa consiste na sua forma, donde tira a sua espécie. A perfeição secundária consiste na sua operação, pela qual de certo modo atinge o seu fim. Ora, a forma do matrimónio consiste numa certa e indivisível conjunção das almas, pela qual cada cônjuge está obrigado a conservar uma fé íntegra para com o outro. Quanto ao fim do matrimónio, é a geração e a educação da prole; e esse é atingido, primeiramente, pelo concúbito conjugal; e, secundariamente, pela cooperação do homem e da mulher, que mutuamente se ajudam, para a manutenção dos filhos.

Assim, pois, devemos dizer, quanto à primeira perfeição, que houve matrimónio absolutamente verdadeiro entre a Virgem Mãe de Deus e José. Pois, ambos consentiram na convivência conjugal; mas não expressamente, na cópula carnal, senão sob a condição, se isso aprouvesse a Deus, por isso, o Anjo chama a Maria esposa de José, quando lhe disse a este: Não temas receber a Maria, tua mulher. Expondo o que, diz Agostinho: Chama-lhe esposa, pela fé primeira dos desposórios, aquela que jamais conhecera nem nunca haveria de conhecer pelo concúbito. — Quanto porém à segunda perfeição, pelo acto do matrimónio, se a referirmos ao concúbito carnal, gerador dos filhos, então não se consumou o matrimónio entre José e Maria. Donde o dizer de Ambrósio: Não te perturbes com o chamar frequentemente a Escritura a Maria de esposa; pois, a celebração do casamento não implica em perda da virgindade, sendo apenas a testificação das núpcias. - Contudo, o matrimónio em questão foi também perfeito quanto à educação da prole. Por isso diz Agostinho: Os pais de Cristo tiveram o bem completo das núpcias – a prole, a fé e o sacramento. Pela prole, significamos o próprio Senhor Jesus; pela fé, a ausência de todo adultério; pelo sacramento, a não existência do divórcio. Só não houve o concúbito nupcial.

DONDE A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJECÇÃO. — Jerónimo, no lugar citado, se refere ao marido, quanto ao acto da consumação do matrimónio.

RESPOSTA À SEGUNDA. — Jerónimo chama às núpcias concúbito nupcial.

RESPOSTA À TERCEIRA. — Como diz Crisóstomo, a Santa Virgem quando desposou a José já habitava a sua casa. Pois, se a concepção de uma mulher, na casa de seu marido, é considerada regular, é suspeita a da que concebeu fora de casa. Por isso, não teria sido suficientemente acautelada a reputação da Santa Virgem só pelo facto de ter casado, sem que estivesse habitando no domicílio conjugal. Donde, a expressão — não queria levá-la para casa — entende-se melhor como significando que não queria difamá-la em público, do que como significativa do acto de levá-la para a casa. Por isso o Evangelista acrescenta, que resolveu deixá-la secretamente. Embora porém estivesse habitando a casa de José, pela fé primeira dos desposórios, antes ainda de celebradas solenemente as núpcias; por causa do que, também ainda não tinha tido comércio carnal. Por isso, como ensina Crisóstomo, o Evangelista não disse – Antes de ter sido levada para a casa do esposo — pois já lhe habitava a casa. Porque era costume entre os antigos que a noiva habitasse a casa do noivo. Donde o ter também dito o Anjo: Não temas receber a Maria tua mulher, isto é, não temas celebrar núpcias solenes com ela. - Embora outros digam, que ainda não habitava a casa de José, mas era somente noiva. Mas, a anterior explicação concorda melhor com o Evangelho.

Nota: Revisão da versão portuguesa por ama.



Evangelho, comentário, L. Espiritual




Tempo comum XI Semana

Beatas Sancha, Mafalda e Teresa

Evangelho: Mt 6, 24-34

24 «Ninguém pode servir a dois senhores: porque ou há-de odiar um e amar o outro, ou há-de afeiçoar-se a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas. 25 «Portanto vos digo: Não vos preocupeis, nem com a vossa vida, acerca do que haveis de comer, nem com o vosso corpo, acerca do que haveis de vestir. Porventura não vale mais a vida que o alimento, e o corpo mais que o vestido? 26 Olhai para as aves do céu que não semeiam, nem ceifam, nem fazem provisões nos celeiros, e, contudo, vosso Pai celeste as sustenta. Porventura não valeis vós muito mais do que elas? 27 Qual de vós, por mais que se afadigue, pode acrescentar um só côvado à duração da sua vida? 28 «E porque vos inquietais com o vestido? Considerai como crescem os lírios do campo: não trabalham nem fiam. 29 Digo-vos, todavia, que nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como um deles. 30 Se, pois, Deus veste assim uma erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós, homens de pouca fé? 31 Não vos aflijais, pois, dizendo: Que comeremos? Que beberemos? Com que nos vestiremos? 32 Os gentios é que procuram com excessivo cuidado todas estas coisas. Vosso Pai sabe que tendes necessidade delas. 33 Buscai, pois, em primeiro lugar, o reino de Deus e a Sua justiça, e todas estas coisas vos serão dadas por acréscimo. 34 Não vos preocupeis, pois, pelo dia de amanhã; o dia de amanhã terá as suas preocupações próprias. A cada dia bastam os seus trabalhos.

Comentário:

A nossa humanidade resiste, de certa forma, a estas recomendações de Jesus. No fim e ao cabo são recomendações de abandono e confiança na providência de Deus.

Esta nossa tendência para julgarmos saber o que melhor nos convém é obstáculo a esse abandono e a essa confiança e, no entanto, temos provas abundantes que, Ele, nunca nos “falha” nem nos deixa sem o que realmente precisamos.

(ama, comentário sobre Mt 6, 24-34, 2014.06.21)

Leitura espiritual



Misericordiae Vultus

BULA DE PROCLAMAÇÃO 
DO JUBILEU EXTRAORDINÁRIO DA MISERICÓRDIA
FRANCISCO
BISPO DE ROMA
SERVO DOS SERVOS DE DEUS
A QUANTOS LEREM ESTA CARTA
GRAÇA, MISERICÓRDIA E PAZ


1.   Jesus Cristo é o rosto da misericórdia do Pai.

21. A misericórdia não é contrária à justiça, mas exprime o comportamento de Deus para com o pecador, oferecendo-lhe uma nova possibilidade de se arrepender, converter e acreditar.

A experiência do profeta Oseias ajuda-nos, mostrando-nos a superação da justiça na linha da misericórdia.
A época em que viveu este profeta conta-se entre as mais dramáticas da história do povo judeu.
O Reino está próximo da destruição; o povo não permaneceu fiel à aliança, afastou-se de Deus e perdeu a fé dos pais.
Segundo uma lógica humana, é justo que Deus pense em rejeitar o povo infiel: não observou o pacto estipulado e, consequentemente, merece a devida pena, ou seja, o exílio.
Assim o atestam as palavras do profeta: «Não voltará para o Egipto, mas a Assíria será o seu rei, porque recusaram converter-se» [1].
E todavia, depois desta reacção que faz apelo à justiça, o profeta muda radicalmente a sua linguagem e revela o verdadeiro rosto de Deus:
«O meu coração dá voltas dentro de mim, comovem-se as minhas entranhas. Não desafogarei o furor da minha cólera, não voltarei a destruir Efraim; porque sou Deus e não um homem, sou o Santo no meio de ti e não me deixo levar pela ira» [2].
Santo Agostinho, de certo modo comentando as palavras do profeta, diz:

«É mais fácil que Deus contenha a ira do que a misericórdia» [3]. 

É mesmo assim!
A ira de Deus dura um instante, ao passo que a sua misericórdia é eterna.
Se Deus Se detivesse na justiça, deixaria de ser Deus; seria como todos os homens que clamam pelo respeito da lei.

A justiça por si só não é suficiente, e a experiência mostra que, limitando-se a apelar para ela, corre-se o risco de a destruir.

Por isso Deus, com a misericórdia e o perdão, passa além da justiça. Isto não significa desvalorizar a justiça ou torná-la supérflua. Antes pelo contrário!
Quem erra, deve descontar a pena; só que isto não é o fim, mas o início da conversão, porque se experimenta a ternura do perdão.

Deus não rejeita a justiça.
Ele engloba-a e supera-a num evento superior onde se experimenta o amor, que está na base duma verdadeira justiça.
Devemos prestar muita atenção àquilo que escreve Paulo, para não cair no mesmo erro que o apóstolo censurava nos judeus seus contemporâneos:

«Por não terem reconhecido a justiça que vem de Deus e terem procurado estabelecer a sua própria justiça, não se submeteram à justiça de Deus.
É que o fim da Lei é Cristo, para que, deste modo, a justiça seja concedida a todo o que tem fé» [4].

Esta justiça de Deus é a misericórdia concedida a todos como graça, em virtude da morte e ressurreição de Jesus Cristo. Portanto a Cruz de Cristo é o juízo de Deus sobre todos nós e sobre o mundo, porque nos oferece a certeza do amor e da vida nova.

22. O Jubileu inclui também o referimento à indulgência.

Esta, no Ano Santo da Misericórdia, adquire uma relevância particular.
O perdão de Deus para os nossos pecados não conhece limites.
Na morte e ressurreição de Jesus Cristo, Deus torna evidente este seu amor que chega ao ponto de destruir o pecado dos homens.
É possível deixar-se reconciliar com Deus através do mistério pascal e da mediação da Igreja.
Por isso, Deus está sempre disponível para o perdão, não Se cansando de o oferecer de maneira sempre nova e inesperada.
No entanto todos nós fazemos experiência do pecado.
Sabemos que somos chamados à perfeição [5], mas sentimos fortemente o peso do pecado.
Ao mesmo tempo que notamos o poder da graça que nos transforma, experimentamos também a força do pecado que nos condiciona. Apesar do perdão, carregamos na nossa vida as contradições que são consequência dos nossos pecados.

No sacramento da Reconciliação, Deus perdoa os pecados, que são verdadeiramente apagados; mas o cunho negativo que os pecados deixaram nos nossos comportamentos e pensamentos permanece.
A misericórdia de Deus, porém, é mais forte também do que isso.
Ela torna-se indulgência do Pai que, através da Esposa de Cristo, alcança o pecador perdoado e liberta-o de qualquer resíduo das consequências do pecado, habilitando-o a agir com caridade, a crescer no amor em vez de recair no pecado.

A Igreja vive a comunhão dos Santos.

Na Eucaristia, esta comunhão, que é dom de Deus, realiza-se como união espiritual que nos une, a nós crentes, com os Santos e Beatos cujo número é incalculável [6].

A sua santidade vem em ajuda da nossa fragilidade, e assim a Mãe-Igreja, com a sua oração e a sua vida, é capaz de acudir à fraqueza de uns com a santidade de outros.
Portanto viver a indulgência no Ano Santo significa aproximar-se da misericórdia do Pai, com a certeza de que o seu perdão cobre toda a vida do crente.
A indulgência é experimentar a santidade da Igreja que participa em todos os benefícios da redenção de Cristo, para que o perdão se estenda até às últimas consequências aonde chega o amor de Deus. Vivamos intensamente o Jubileu, pedindo ao Pai o perdão dos pecados e a indulgência misericordiosa em toda a sua extensão.

23. A misericórdia possui uma valência que ultrapassa as fronteiras da Igreja.

Ela relaciona-nos com o judaísmo e o islamismo, que a consideram um dos atributos mais marcantes de Deus.

Israel foi o primeiro que recebeu esta revelação, permanecendo esta na história como o início duma riqueza incomensurável para oferecer à humanidade inteira.
Como vimos, as páginas do Antigo Testamento estão permeadas de misericórdia, porque narram as obras que o Senhor realizou em favor do seu povo, nos momentos mais difíceis da sua história.

O islamismo, por sua vez, coloca entre os nomes dados ao Criador o de Misericordioso e Clemente.
Esta invocação aparece com frequência nos lábios dos fiéis muçulmanos, que se sentem acompanhados e sustentados pela misericórdia na sua fraqueza diária.
Também eles acreditam que ninguém pode pôr limites à misericórdia divina, porque as suas portas estão sempre abertas.

Possa este Ano Jubilar, vivido na misericórdia, favorecer o encontro com estas religiões e com as outras nobres tradições religiosas; que ele nos torne mais abertos ao diálogo, para melhor nos conhecermos e compreendermos; elimine todas as formas de fechamento e desprezo e expulse todas as formas de violência e discriminação.

24. O pensamento volta-se agora para a Mãe da Misericórdia.

A doçura do seu olhar nos acompanhe neste Ano Santo, para podermos todos nós redescobrir a alegria da ternura de Deus.
Ninguém, como Maria, conheceu a profundidade do mistério de Deus feito homem.
Na sua vida, tudo foi plasmado pela presença da misericórdia feita carne.
A Mãe do Crucificado Ressuscitado entrou no santuário da misericórdia divina, porque participou intimamente no mistério do seu amor.

Escolhida para ser a Mãe do Filho de Deus, Maria foi preparada desde sempre, pelo amor do Pai, para ser Arca da Aliança entre Deus e os homens. Guardou, no seu coração, a misericórdia divina em perfeita sintonia com o seu Filho Jesus.
O seu cântico de louvor, no limiar da casa de Isabel, foi dedicado à misericórdia que se estende «de geração em geração» [7].

Também nós estávamos presentes naquelas palavras proféticas da Virgem Maria.
Isto servir-nos-á de conforto e apoio no momento de atravessarmos a Porta Santa para experimentar os frutos da misericórdia divina.

Ao pé da cruz, Maria, juntamente com João, o discípulo do amor, é testemunha das palavras de perdão que saem dos lábios de Jesus.

O perdão supremo oferecido a quem O crucificou, mostra-nos até onde pode chegar a misericórdia de Deus.
Maria atesta que a misericórdia do Filho de Deus não conhece limites e alcança a todos, sem excluir ninguém.

Dirijamos-Lhe a oração, antiga e sempre nova, da Salve Rainha, pedindo-Lhe que nunca se canse de volver para nós os seus olhos misericordiosos e nos faça dignos de contemplar o rosto da misericórdia, seu Filho Jesus.
E a nossa oração estenda-se também a tantos Santos e Beatos que fizeram da misericórdia a sua missão vital. Em particular, o pensamento volta-se para a grande apóstola da Misericórdia, Santa Faustina Kowalska.
Ela, que foi chamada a entrar nas profundezas da misericórdia divina, interceda por nós e nos obtenha a graça de viver e caminhar sempre no perdão de Deus e na confiança inabalável do seu amor.

25. Será, portanto, um Ano Santo extraordinário para viver, na existência de cada dia, a misericórdia que o Pai, desde sempre, estende sobre nós.

Neste Jubileu, deixemo-nos surpreender por Deus.
Ele nunca Se cansa de escancarar a porta do seu coração, para repetir que nos ama e deseja partilhar connosco a sua vida.
A Igreja sente, fortemente, a urgência de anunciar a misericórdia de Deus.
A sua vida é autêntica e credível, quando faz da misericórdia seu convicto anúncio.
Sabe que a sua missão primeira, sobretudo numa época como a nossa cheia de grandes esperanças e fortes contradições, é a de introduzir a todos no grande mistério da misericórdia de Deus, contemplando o rosto de Cristo.
A Igreja é chamada, em primeiro lugar, a ser verdadeira testemunha da misericórdia, professando-a e vivendo-a como o centro da Revelação de Jesus Cristo.
Do coração da Trindade, do íntimo mais profundo do mistério de Deus, brota e flui incessantemente a grande torrente da misericórdia.

Esta fonte nunca poderá esgotar-se, por maior que seja o número daqueles que dela se abeirem.
Sempre que alguém tiver necessidade poderá aceder a ela, porque a misericórdia de Deus não tem fim.
Quanto insondável é a profundidade do mistério que encerra, tanto é inesgotável a riqueza que dela provém.

Neste Ano Jubilar, que a Igreja se faça eco da Palavra de Deus que ressoa, forte e convincente, como uma palavra e um gesto de perdão, apoio, ajuda, amor.
Que ela nunca se canse de oferecer misericórdia e seja sempre paciente a confortar e perdoar.
Que a Igreja se faça voz de cada homem e mulher e repita com confiança e sem cessar:

«Lembra-te, Senhor, da tua misericórdia e do teu amor, pois eles existem desde sempre» [8].

Dado em Roma, junto de São Pedro, no dia 11 de Abril – véspera do II Domingo de Páscoa ou da Divina Misericórdia – do Ano do Senhor de 2015, o terceiro de pontificado.

Francisco






[1] Os 11, 5
[2] 11, 8-9
[3] Enarratio in Psalmos, 76, 11.
[4] Rm 10, 3-4
[5] cf.Mt 5, 48
[6] Ap 7, 4
[7] Lc 1, 50
[8] Sl 25/24, 6

Adão e Eva - Descêndencia

Como Adão e Eva tiveram descendentes?

…/3

Mas, ao mesmo tempo, é preciso ter claro que tampouco se trata de mitologia, ainda que o texto utilize uma linguagem mítica.

João Paulo II explicou isso:

“O termo ‘mito’ não designa um conteúdo fabuloso, mas simplesmente um modo arcaico de expressar um conteúdo mais profundo” [1].

Para compreender isso, podemos comparar o texto com as parábolas de Jesus.
Está claro que tais parábolas têm uma linguagem de “conto” e que não são relatos históricos.
No entanto, expressam, muito melhor que uma crónica, qual é a verdade das coisas, e assim “contam” a “verdadeira” história da humanidade (por exemplo, o filho pródigo).

Acontece o mesmo com os primeiros capítulos do Génesis:

“Estes textos não devem ser interpretados como história nem como mito (...), senão que o texto proclama a relação particular que Deus mantém com sua criação” [2].

A segunda reflexão é mais simples e deriva da primeira: quando a Bíblia não especifica e não dá detalhes, isso não é necessariamente um erro, também porque não dizer tudo faz parte do estilo narrativo que estes relatos utilizam.

Quem não gostaria de saber a que idade Maria teve Jesus ou o que Ele fez nos primeiros 30 anos da sua vida?
Quantas curiosidades temos sobre a Bíblia!
Mas as Escrituras não foram redigidas sob a inspiração de Deus para satisfazer nossa curiosidade, mas para fazer-nos crescer e agir segundo a vontade de Deus.

Ainda que soubéssemos como Caim e Set tiveram filhos, isso não seria de muita utilidade.
Os textos [3] contêm a verdade sobre o projecto de Deus em relação à criação do homem, sobre a Queda e suas consequências, e esta é a verdade que precisamos buscar.

Fonte: TOSCANA OGGI

(Revisão da versão portuguesa por ama)




[1] Catequese de 7/11/1979
[2] w. brueggemann, Genesi, Claudiana, Turim 2002, p. 34
[3] como Gn 1-11

Temas para meditar - 456

Fidelidade




Diz-se que é fiel quem chega ao pormenor delicado na sua dedicação a alguma coisa ou a alguém.




(JAVIER ABAD GÓMEZ, Fidelidade, Quadrante 1989, pg. 118)

Servir, meus filhos, é o que é próprio de nós.

No meio do júbilo da festa, em Caná, só Maria nota a falta de vinho... Até aos mais pequenos pormenores de serviço chega a alma quando vive, como Ela, apaixonadamente atenta ao próximo, por Deus. (Sulco, 631)

Servir, servir, filhos meus, é o que é próprio de nós. Sermos criados de todos, para que nos nossos dias o povo fiel aumente em mérito e número.


Olhai para Maria. Nunca criatura alguma se entregou com mais humildade aos desígnios de Deus. A humildade da ancilla Domini, da escrava do Senhor, é a razão que nos leva a invocá-la como causa nostrae laetitiae, causa da nossa alegria. Eva, depois de pecar por querer, na sua loucura, igualar-se a Deus, escondia-se do Senhor e envergonhava-se: estava triste. Maria, ao confessar-se escrava do Senhor, é feita Mãe do Verbo divino e enche-se de alegria. Que este seu júbilo de boa Mãe se nos pegue a todos nós; que saiamos nisto a Ela – a Santa Maria – e assim nos pareceremos mais com Cristo. (Amigos de Deus, 108–109)