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26/05/2015

O que pode ver em NUN COEPI em 30 de Maio

S. Josemaria - vídeo - Ter o amor de Deus

AMA - Meditações de Maio – 2015

A beleza de ser cristão (Ernesto Juliá), AMA - Comentários ao Evangelho Mc 11 27-33, Ernesto Juliá Diaz

Suma Teológica - Tratado da Vida de Cristo - Quest 27- Art 5,São Tomás de Aquino


Agenda Sábado

O que pode ver em NUN COEPI em 26 de Maio

São Josemaria – Textos

AMA - Meditações de Maio – 2015


A beleza de ser cristão (Ernesto Juliá), AMA - Comentários ao Evangelho Mc 10 28-31, Ernesto Juliá Diaz

Bento XVI - Pensamentos espirituais

Suma Teológica - Tratado da Vida de Cristo - Quest 27- Art 4,São Tomás de Aquino


Agenda Terça-Feira

Ressurreição

Ressuscitou! – Jesus ressuscitou. Não está no sepulcro. A Vida pôde mais do que a morte. Apareceu a Sua Mãe Santíssima. – Apareceu a Maria de Magdala, que está louca de amor. – E a Pedro e aos demais Apóstolos. – E a ti e a mim, que somos Seus discípulos e mais loucos do que Madalena! Que coisas Lhe dissemos!

Que nunca morramos pelo pecado; que seja eterna a nossa ressurreição espiritual. – E, antes de terminar a dezena, beijaste as chagas dos Seus pés... e eu, mais atrevido, – por ser mais criança – pus os meus lábios no Seu lado aberto. (Santo Rosário, 1º mistério de glória)

O dia do triunfo de Nosso Senhor, da sua Ressurreição, é definitivo. Onde estão os soldados que a autoridade tinha posto? Onde estão os selos que tinham colocado sobre a pedra de sepulcro? Onde estão os que condenaram o Mestre? Onde estão os que crucificaram Jesus?... Ante a sua vitória, produz-se a grande fuga dos pobres miseráveis. Enche-te de esperança: Jesus Cristo vence sempre. (Forja, 660)

Instaurare omnia in Christo, é o lema que S. Paulo dá aos cristãos de Éfeso: dar forma a tudo segundo o espírito de Jesus; colocar Cristo na entranha de todas as coisas: Si exaltatus fuero a terra, omnia traham ad meipsum: quando Eu for levantado sobre a terra, tudo atrairei a mim. Cristo, com a sua Encarnação, com a sua vida de trabalho em Nazaré, com a sua pregação e os seus milagres por terras da Judeia e da Galileia, com a sua morte na Cruz, com a sua Ressurreição, é o centro da Criação, Primogénito e Senhor de toda a criatura.

A nossa missão de cristãos é proclamar essa Realeza de Cristo; anunciá-la com a nossa palavra e com as nossas obras. O Senhor quer os seus em todas as encruzilhadas da Terra. A alguns, chama-os ao deserto, desentendidos das inquietações da sociedade humana, para recordarem aos outros homens, com o seu testemunho, que Deus existe. Encomenda a outros o ministério sacerdotal. À grande maioria, o Senhor quere-a no mundo, no meio das ocupações terrenas. Estes cristãos, portanto, devem levar Cristo a todos os ambientes em que se desenvolve o trabalho humano: à fábrica, ao laboratório, ao trabalho do campo, à oficina do artesão, às ruas das grandes cidades e às veredas da montanha.


Gosto de recordar a este propósito o episódio da conversa de Cristo com os discípulos de Emaús. Jesus caminha junto daqueles dois homens que perderam quase toda a esperança, de modo que a vida começa a parecer-lhes sem sentido. Compreende a sua dor, penetra nos seus corações, comunica-lhes algo da vida que Nele habita. Quando, ao chegar àquela aldeia, Jesus faz menção de seguir para diante, os dois discípulos retêm-No e quase O forçam a ficar com eles. Reconhecem-No depois ao partir o pão: – O Senhor, exclamam, esteve connosco! Então disseram um para o outro: Não é verdade que sentíamos abrasar-se-nos o coração dentro de nós enquanto nos falava no caminho e nos explicava as Escrituras? Cada cristão deve tornar Cristo presente entre os homens; deve viver de tal maneira que todos com quem contacte sintam o bonus odor Christi, o bom odor de Cristo, deve actuar de forma que, através das acções do discípulo, se possa descobrir o rosto do Mestre. (Cristo que passa, 105)

Meditações de Maio 26



Quero falar-te como um filho pequeno, tão pequenino que tenhas de me levar ao colo.

E como não sei ainda falar muito bem balbucio apenas:

‘Mãe… minha querida Mãe’!





(ama, meditações de Maio, 2015)

Evangelho, comentário, L. Espiritual (A beleza de ser cristão)



Tempo comum VIII Semana

São Filipe de Néri

Evangelho: Mc 10 28-31

28 Pedro começou a dizer-lhe: «Eis que deixámos tudo e Te seguimos». 29 Jesus respondeu: «Em verdade vos digo: Ninguém há que tenha deixado a casa, os irmãos, as irmãs, o pai, a mãe, os filhos, ou as terras, por causa de Mim e do Evangelho, 30 que não receba o cêntuplo, mesmo nesta vida, em casas, irmãos, irmãs, mães, filhos, e terras, juntamente com as perseguições, e no tempo futuro a vida eterna. 31 Porém, muitos dos primeiros serão os últimos, e os últimos serão os primeiros».

Comentário:

O que neste trecho de São Marcos se fala é de prioridades na vida de cada um. Ter bem definido o que é de realmente importante e o que sendo-o aparentemente, é de facto acessório.

O que verdadeiramente deve interessar a cada ser humano é atingir o objectivo para o qual foi criado: a visão eterna da Face de Deus.

E não há outro caminho: seguir Jesus e fazê-lo com as condições que Ele próprio declara como necessárias e indispensáveis.

(ama, comentário sobre Mc 10, 28-31, 2014.03.04)


Leitura espiritual



a beleza de ser cristão

SEGUNDA PARTE

COMO SER CRISTÃOS

II A ORAÇÃO




características gerais da oração

…/2
       
2 - No contexto da resposta está implícita a consciência do homem da sua dependência de Deus.
Sendo criatura o homem sabe-se dependente de Deus, humana e sobrenaturalmente.
É uma dependência plenamente assumida e aceite e mais… agradecida.
A aceitação dessa dependência manifesta as raízes profundas da Esperança.

        «O Espírito Santo ensina-nos a celebrar a Liturgia esperando o regresso de Cristo, educa-nos para orar na esperança.
Inversamente, a oração da Igreja e a oração pessoal alimentam em nós a esperança.
Muito particularmente os salmos (…) ensinam-nos a fixar a nossa esperança em Deus» [1].

Nessa dependência de Deus e no viver a esperança o homem descobre a realidade da redenção e abre o seu espírito para receber a Graça.

        Nesta perspectiva o homem ora como criatura e como cristão filho de Deus em Cristo.

3 - A oração a aceitação do diálogo com Deus é impossível sem a caridade.
Ninguém confia nem se confia nem espera em alguém a quem não ama.
A oração é em si mesma um profundo acto de Caridade.

        Um acto de Caridade no qual reconhecemos Deus como Pai e o viver essa dependência converte a oração numa resposta filial à chamada paterna que Deus nos dirige sempre.

        «A esperança não falha porque o amor de Deus foi derramado nos nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado» [2].

5 - A oração formada na vida litúrgica retira tudo do amor com que somos amados em Cristo e que nos permite responder amando como Ele nos amou.
O amor é a fonte da oração: quem bebe dela alcança o cume da oração» [3].

        Engendrada na Fé, aberta à Esperança e vivida na Caridade a oração do cristão é possível e a sua necessidade cresce na medida em que tomamos consciência actual da «participação da natureza divina» pela qual fomos enxertados em Cristo.

        Além disso, elevar o coração a Deus, filial, humilde e confiadamente, o simples facto de orar é também o caminho para descobrir com mais e mais profundidade a realidade de nos sabermos e sermos filhos de Deus.
Também porque ao orar pomos em prática o mandamento novo que Jesus Cristo nos deu de amar-nos uns aos outros como Ele nos amou.

        «’Se conhecesses o dom de Deus’ [4].
A maravilha da oração revela-se precisamente ali, junto do poço onde vamos buscar a nossa água: ali Cristo vai ao encontro de todo o ser humano, é o primeiro a procurar-nos e o que nos pede de beber: Jesus tem sede, a sua petição chega das profundidades de Deus que nos procura.
Saibamo-lo ou não, a oração é o encontro da sede de Deus e da sede do homem.
Deus tem sede que o homem tenha sede dele [5].[6]

        A sede de Deus e a sede do homem encontram-se numa conversação indefinível que resiste a qualquer tentativa de estruturação de forma definitiva e de uma vez por todas, não obstante as classificações e divisões que se podem fazer e que veremos brevemente mais adiante.
Uma conversação que pode versar sobre qualquer assunto humano e divino: o homem anseia conhecer Deus e Deus goza-se recebendo do homem a confidência sobre tudo o que o preocupa e interessa.

        Para alimentar esta sede e descobrir mais profundamente a sede de Deus, a leitura da Sagrada Escritura – palavra de Deus na história dos homens - é e sempre foi um alimento necessário para o espírito do cristão.

        Como de exemplo da variedade e amplitude dos modos de que a oração se pode revestir recolhemos estes parágrafos:

        «Escreveste-me: ‘orar é falar com Deus’. Mas de quê? – De quê?     Dele, de ti, alegrias, tristezas, êxitos e fracassos, ambições nobres, preocupações diárias… fraquezas!: e acções de graças e petições: e Amor e desagravo. Em duas palavras: conhecê-lo e conhecer-te: relacionar-se [7] com Ele!» [8].

        São João Paulo II recorda: «A oração pode definir-se de muitas maneiras. Mas o mais frequente é chamá-la um colóquio, uma conversa, um entreter-se com Deus. Ao conversar com alguém não falamos somente mas também escutamos. Portanto a oração é também um escutar. Consiste em pôr-se a escutar a voz interior da graça. A escutar a chamada» [9].

        E São Josemaria Escrivá escreve: «Quando se quer de verdade desafogar o coração, se somos francos e simples, procuraremos o conselho de pessoas que nos amam, que nos entendem (…). Comecemos a conduzir-nos com Deus assim seguros de que Ele nos escuta e nos responde, e atendê-lo-emos e abriremos a nossa consciência a uma conversação humilde para Lhe referir confiadamente tudo quanto palpita na nossa cabeça e no nosso coração: alegrias, tristezas, esperanças, dissabores, êxitos, fracassos e até os mais pequenos detalhes do nosso dia. Porque comprovaremos que tudo o que é nosso interessa ao nosso Pai Celestial» [10].

        A oração vivida assim torna possível que o cristão descubra Cristo, Deus, no seu coração, em tudo o que o rodeia, em qualquer acontecimento que suceda à sua volta ou na história do mundo a chegará a viver «contemplando» Deus como fruto de se saber e se descobrir «filho de Deus».

        «A nossa condição de filhos de Deus levar-nos-á a ter espírito contemplativo no meio de todas as actividades humanas – luz, sal e levedura, pela oração, pela mortificação, pela cultura religiosa e profissional – tornando realidade este programa: quanto mais dentro do mundo estejamos tanto mais temos de ser de Deus» [11].


o pai nosso

        Ao ser solicitado pelos Apóstolos para que os ensinasse a orar, Jesus Cristo, depois de lhes recomendar que não falassem muito, porque «o vosso Pai sabe o que necessitais antes de lho pedirdes», disse-lhes:
«Vós, pois, orai assim: Pai Nosso que estás nos céus, santificado seja o teu Nome, venha o teu Reino; faça-se a tua Vontade assim na terra como no céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje e perdoai-nos as nossas dívidas assim como nós perdoamos aos nossos devedores e não nos deixeis cair em tentação mas livrai-nos do mal» [12].

        Nunca sublinharemos bastante a importância do Pai-nosso sendo um ensinamento tão directo do Filho de Deus feito homem.

        São Tomás escreve:
«A oração dominical é a mais perfeita das orações (…). Nela não só pedimos tudo quanto podemos desejar com rectidão, como além disso, segundo a ordem que convém desejar. De modo que esta oração não só nos ensina a pedir como também forma toda a nossa afectividade» [13].

        Séculos antes Santo Agostinho tinha escrito:
Todas as outras palavras que digamos e as que o fervor precedente formula até adquirir clara consciência já que logo as considera para crescer, não dizem outra coisa mas sim o que se contém na oração dominical se  a rezamos bem e apropriadamente».
«Percorrei todas as orações que há nas Escrituras e não creio que possais encontrar algo que não esteja incluído na oração dominical» [14].

        Toda a oração que o homem dirige a Deus vem a ser, na realidade, como um Pai-nosso e ao mesmo tempo, o Pai-nosso encerra tudo quanto o homem pode pedir, considerar, adorar na oração a Deus.

        No Pai-nosso contêm-se os dois grandes sentidos da oração: primeiro, a chamada que Deus nos dirige e segundo, a procura de Deus que o homem prossegue em resposta à chamada.

        No Pai-nosso, na realidade, o homem pede a Deus que toda a nova vida que Cristo nos dá com a Graça se enxerte nele e assim comece a ser uma verdadeira «nova criatura».

        O Catecismo recorda:
«O Sermão da Montanha é doutrina de vida, a Oração dominical é oração mas em ambas o Espírito do Senhor dá nova forma aos nossos desejos, esses movimentos interiores que animam a nossa vida.
Jesus ensina-nos esta vida nova por meio das suas palavras e ensina-nos a pedi-la por meio da oração. Da rectidão da nossa oração dependerá a da nossa vida nele» [15].


(cont)

ernesto juliá, La belleza de ser cristiano, trad. ama)






[1] Catecismo, n. 2657
[2] Ro 5, 5
[3] Catecismo, n. 2658
[4] Jo 4, 10
[5] Santo Agostinho, quaest. 64, 4
[6] Catecismo, n. 2560
[7] Nota do autor do Blogue: Parece-me ser a tradução mais adequada do castelhano: tratarle.
[8] São Josemaria Escrivá, Caminho, 91
[9] São João Paulo II, audiencia, 8-XI-2005
[10] São Josemaria Escrivá, Amigos de Deus, 245
[11] São Josemaria Escrivá, Forja, 740
[12] Mt 6, 9-13
[13] São Tomás de Aquino, Suma de Teologia, 2-2. 83. 9
[14] Santo Agostinho, Carta 130, a Proba, 12, 22
[15] Catecismo, n. 2764

Pequena agenda do cristão


TeRÇa-Feira


(Coisas muito simples, curtas, objectivas)


Propósito:
Aplicação no trabalho.

Senhor, ajuda-me a fazer o que devo, quando devo, empenhando-me em fazê-lo bem feito para to poder oferecer.

Lembrar-me:
Os que estão sem trabalho.

Senhor, lembra-te de tantos e tantas que procuram trabalho e não o encontram, provê às suas necessidades, dá-lhes esperança e confiança.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?

Tratado da vida de Cristo 4

Questão 27: Da santificação da Virgem Maria

Art. 4 — Se pela santificação no ventre materno a Santa Virgem foi preservada de todo pecado actual.

O quarto discute-se assim. — Parece que, pela santificação no ventre materno, a Santa Virgem não foi preservada de todo pecado actual.

1. — Pois, como se disse, depois da primeira purificação, permaneceu na Virgem a inclinação para o pecado. Ora, o movimento da concupiscência, mesmo se prevenir a razão, é pecado venial, embora levíssimo, como diz Agostinho. Logo, na Santa Virgem houve algum pecado venial.

2. Demais. — No Evangelho — Uma espada transpassará a tua própria alma — diz Agostinho, que a Santa Virgem, na morte do Senhor, duvidou por causa da sua dor imensa. Ora, duvidar da fé é pecado. Logo, não foi preservada imune de todo pecado.

3. Demais. — Crisóstomo, expondo o Evangelho — Olha que tua mãe e teus irmãos estão ali fora e te buscam — diz: É manifesto que só por vanglória o faziam. E aquele outro lugar do Evangelho — não têm vinho — diz o mesmo Crisóstomo, que ela queria assim fazer-lhes uma graça e tornar-se mais ilustre, pelo seu Filho; e talvez resolvia algo de humano em seu coração, como os seus irmãos que diziam — manifesta-te a ti mesmo ao mundo. E logo depois acrescenta: Ainda não tinha dele a opinião que devia ter. O que tudo constitui pecado. Logo, a Santa Virgem não foi preservada imune de todo pecado.

Mas, em contrário, Agostinho: Quando se trata da Santa Virgem, de nenhum modo admito que se fale em pecado, por causa da honra de Cristo. Não podemos duvidar que ela tivesse recebido uma graça excepcional para vencer inteiramente o pecado, pois mereceu conceber e dar a luz àquele que sabemos foi absolutamente isento de pecado.

Aqueles que Deus escolhe para algum fim, prepara-os e dispõe, para serem idóneos ao fim para que foram escolhidos, segundo o Apóstolo: O qual nos fez idóneos ministros do Novo Testamento. Ora, a Santa Virgem foi divinamente escolhida para ser a Mãe de Deus. E por isso não devemos duvidar que Deus não a tenha tornado idónea para tal, pela sua graça, segundo o anjo lhe anunciou: Achaste graça diante de Deus – eis conceberás, etc. Ora, não teria sido idónea para Mãe de Deus, se tivesse cometido algum pecado. — Quer porque a honra dos pais redunda para os filhos, segundo a Escritura: A glória dos filhos são os pais deles; e, por oposição, a ignomínia da mãe redundaria para o Filho. — Quer também porque tinha uma singular afinidade com Cristo, que dela recebeu a carne. Donde o dizer o Apóstolo: Que concórdia entre Cristo e Belial? - Quer ainda porque de um modo singular o Filho de Deus, que é a sabedoria de Deus, nela habitou; não só na alma, mas também no ventre. Assim, diz a Escritura: na alma maligna não entrará a sabedoria, nem habitará no corpo sujeito a pecados. - E por isso devemos pura e simplesmente confessar que a Santa Virgem não cometeu nenhum pecado actual, nem mortal e nem venial, de modo que nela se cumpriu o lugar da Escritura: Toda tu és formosa, amiga minha, e em ti não há mácula, etc.

DONDE A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJECÇÃO. — Na Santa Virgem, depois de santificada no ventre, permaneceu certamente a inclinação para o pecado, mas sem produzir efeitos, não podendo por isso prorromper em nenhum movimento desordenado, que prevenisse a razão. E embora para isso contribuísse a graça da santificação, contudo para tal não bastava; de contrário, em virtude dessa graça, lhe teria sido concedido não existir nenhum movimento nos seus sentidos que não fosse prevenido pela razão; e então, nenhuma concupiscência teria, o que vai contra o já estabelecido. Donde devemos concluir, que o complemento a essa paralisação da concupiscência proveio da divina providência, que não permitia brotar nenhum movimento desordenado, da concupiscência.

RESPOSTA À SEGUNDA. — Às referidas palavras de Simeão Orígenes, alguns outros doutores aplicam-nas à dor sofrida por Cristo na paixão. - Quanto a Ambrósio, pela espada entende significar a prudência de Maria, não ignorante do mistério celeste. Pois, o verbo de Deus é vivo, válido e mais agudo que toda espada de dois gumes. - Outros, porém, entendem por isso a espada da dúvida não devendo, porém, entender-se se por esta a dúvida da infidelidade, mas a da admiração e da discussão. Assim, diz Basílio, que a Santa Virgem, aos pés da cruz e presenciando tudo o que se passou, depois mesmo do testemunho de Gabriel, depois do inefável conhecimento da divina concepção, depois da ingente realização dos milagres, flutuava na sua alma, vendo, de um lado, as humilhações que sofria o seu Filho e, de outro, as maravilhas que realizava.

RESPOSTA À TERCEIRA. — As palavras citadas de Crisóstomo são exageradas. Podem, porém, ser interpretadas de modo a significar que o Senhor coibiu, não o movimento desordenado da vanglória, em si mesma, mas em relação à opinião que podiam ter os outros.

Nota: Revisão da versão portuguesa por ama.



Bento VXI – Pensamentos espirituais 52

Hipocrisia



A tolerância que, por assim dizer, admite Deus como opinião privada mas nega a sua presença no domínio público, na realidade do mundo e da nossa vida, não é tolerância - é hipocrisia.


Homilia na abertura do sínodo dos bispos,(2.Out.05)

(in “Bento XVI, Pensamentos Espirituais”, Lucerna 2006)