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14/03/2015

2015.03.14








O que pode ver hoje em NUNC COEPI







A Santa Missa é acção divina - São Josemaria – Textos

Evangelho com. L. espirit. (Evangelli Gaudium) - AMA - Comentários ao Evangelho Lc 18 9-14,Exort. Apost. Evangelii gaudium (Papa Francisco)

Temas para meditar - 393 - Hom - (S. João Crisóstomo), Oração, São João Crisóstomo

Tratado do verbo encarnado 137 - Suma Teológica - Tratado do Verbo Encarnado - Quest 22 - Art 5, São Tomás de Aquino

O que há de humano no tempo pós-humano que se está a forjar? 2 - Joaquim Azevedo, Que se está a forjar? (Joaquim Azevedo)



Pequena agenda do cristão - Agenda Sábado

A Santa Missa é acção divina

Não é estranho que muitos cristãos – pausados e até solenes na vida social (não têm pressa), nas suas pouco activas actuações profissionais, na mesa e no descanso (também não têm pressa) – se sintam apressados e apressem o Sacerdote na sua ânsia de encurtar, de abreviar o tempo dedicado ao Santíssimo Sacrifício do Altar? (Caminho, 530)

Toda a Trindade está presente no sacrifício do Altar. Por vontade do Pai, com a cooperação do Espírito Santo, o Filho oferece-Se em oblação redentora. Aprendamos a conhecer e a relacionar-nos com a Santíssima Trindade, Deus Uno e Trino, três pessoas divinas na unidade da sua substância, do seu amor e da sua acção eficaz e santificadora.

Logo a seguir ao lavabo, o sacerdote invoca: Recebei, ó Santíssima Trindade, esta oblação que Vos oferecemos em memória da Paixão, Ressurreição e Ascensão de Nosso Senhor Jesus Cristo. E, no final da Santa Missa, há outra oração de inflamada reverência ao Deus Uno e Trino: Placeat tibi, Sancta Trinitas, obsequium servitutis meae... agradável Vos, seja, ó Trindade Santíssima, o obséquio da minha vassalagem: fazei que por misericórdia este Sacrifício oferecido por mim, posto que indigno aos olhos da vossa Majestade, Vos seja aceitável, e que para mim e para todos aqueles por quem o ofereci, seja um sacrifício de perdão.

A Santa Missa – insisto – é acção divina, trinitária, não humana. O sacerdote que celebra serve o desígnio divino do Senhor pondo à sua disposição o seu corpo e a sua voz. Não age, porém, em nome próprio, mas in persona et in nomine Christi, na Pessoa de Cristo e em nome de Cristo.


O amor da Trindade pelos homens faz com que, da presença de Cristo na Eucaristia, nasçam para a Igreja e para a humanidade todas as graças. Este é o sacrifício que profetizou Malaquias: desde o nascer do sol até ao poente, o meu nome é grande entre as nações, e em todo o lugar se sacrifica e se oferece ao meu nome uma oblação pura. É o Sacrifício de Cristo, oferecido ao Pai com a cooperação do Espírito Santo, oblação de valor infinito, que eterniza em nós a Redenção, que os sacrifícios da Antiga Lei não conseguiam alcançar. (Cristo que passa, 86)

Evangelho com. L. espirit. (Evangelli Gaudium)

Tempo de Quaresma III Semana

Evangelho: Lc 18 9-14

9 Disse também esta parábola a uns que confiavam em si mesmos por se considerarem justos, e desprezavam os outros: 10 «Subiram dois homens ao templo a fazer oração: um era fariseu e o outro publicano. 11 O fariseu, de pé, orava no seu interior desta forma: Graças Te dou, ó Deus, porque não sou como os outros homens: ladrões, injustos, adúlteros, nem como este publicano. 12 Jejuo duas vezes por semana e pago o dízimo de tudo o que possuo. 13 O publicano, porém, conservando-se a distância, não ousava nem sequer levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Meu Deus, tem piedade de mim, pecador. 14 Digo-vos que este voltou justificado para sua casa e o outro não; porque quem se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado».

Comentário:

Este trecho do Evangelho termina com uma sentença de Jesus Cristo que não admite interpretações.

Não se trata de outra coisa senão a simplicidade que as crianças possuem, a ausência de preconceitos e escrúpulos e, sobretudo, a sinceridade das suas escolhas.

Assim vemos que a dificuldade realmente reside em ser-mos como as crianças, com um coração inteiro e não corrompido totalmente entregue ao amor por aqueles em quem confiam.

Este é o desafio e a verdadeira luta que temos de travar para conseguir vencer. O prémio excederá em tudo as expectativas que possamos ter.

(ama, comentário sobre Lc 18, 9-14, 2014.03.29)

Leitura espiritual

EXORTAÇÃO APOSTÓLICA EVANGELII GAUDIUM
DO SANTO PADRE FRANCISCO AO EPISCOPADO, AO CLERO ÀS PESSOAS CONSAGRADAS E AOS FIÉIS LEIGOS SOBRE O ANÚNCIO DO EVANGELHO NO MUNDO ACTUAL

À escuta do povo

154. O pregador deve também pôr-se à escuta do povo, para descobrir aquilo que os fiéis precisam de ouvir.
Um pregador é um contemplativo da Palavra e também um contemplativo do povo.
Desta forma, descobre «as aspirações, as riquezas e as limitações, as maneiras de orar, de amar, de encarar a vida e o mundo, que caracterizam este ou aquele aglomerado humano», prestando atenção «ao povo concreto com os seus sinais e símbolos e respondendo aos problemas que apresenta».[i]
Trata-se de relacionar a mensagem do texto bíblico com uma situação humana, com algo que as pessoas vivem, com uma experiência que precisa da luz da Palavra.
Esta preocupação não é ditada por uma atitude oportunista ou diplomática, mas é profundamente religiosa e pastoral.
No fundo, é uma «sensibilidade espiritual para saber ler nos acontecimentos a mensagem de Deus», e isto é muito mais do que encontrar algo interessante para dizer.
Procura-se descobrir «o que o Senhor tem a dizer nessas circunstâncias».[ii]
Então a preparação da pregação transforma-se num exercício de discernimento evangélico, no qual se procura reconhecer – à luz do Espírito – «um “apelo” que Deus faz ressoar na própria situação histórica: também nele e através dele, Deus chama o crente».[iii]

155. Nesta busca, é possível recorrer apenas a alguma experiência humana frequente, como, por exemplo, a alegria dum reencontro, as desilusões, o medo da solidão, a compaixão pela dor alheia, a incerteza perante o futuro, a preocupação com um ser querido, etc.; mas faz falta intensificar a sensibilidade para se reconhecer o que isso realmente tem a ver com a vida das pessoas.
Recordemos que nunca se deve responder a perguntas que ninguém se põe, nem convém fazer a crónica da actualidade para despertar interesse; para isso, já existem os programas televisivos.
Em todo o caso, é possível partir de algum facto para que a Palavra possa repercutir fortemente no seu apelo à conversão, à adoração, a atitudes concretas de fraternidade e serviço, etc., porque acontece, às vezes, que algumas pessoas gostam de ouvir comentários sobre a realidade na pregação, mas nem por isso se deixam interpelar pessoalmente.

Recursos pedagógicos

156. Alguns acreditam que podem ser bons pregadores por saber o que devem dizer, mas descuidam o como, a forma concreta de desenvolver uma pregação.
Zangam-se quando os outros não os ouvem ou não os apreciam, mas talvez não se tenham empenhado por encontrar a forma adequada de apresentar a mensagem. Lembremo-nos de que «a evidente importância do conteúdo da evangelização não deve esconder a importância dos métodos e dos meios da mesma evangelização».[iv]
A preocupação com a forma de pregar também é uma atitude profundamente espiritual.

É responder ao amor de Deus, entregando-nos com todas as nossas capacidades e criatividade à missão que Ele nos confia; mas também é um exímio exercício de amor ao próximo, porque não queremos oferecer aos outros algo de má qualidade.
Na Bíblia, por exemplo, aparece a recomendação para se preparar a pregação de modo a garantir uma apropriada extensão: «Sê conciso no teu falar: muitas coisas em poucas palavras»[v].

157. Apenas, para exemplificar, recordemos alguns recursos práticos que podem enriquecer uma pregação e torná-la mais atraente.
Um dos esforços mais necessários é aprender a usar imagens na pregação, isto é, a falar por imagens.
Às vezes usam-se exemplos para tornar mais compreensível algo que se quer explicar, mas estes exemplos frequentemente dirigem-se apenas ao entendimento, enquanto as imagens ajudam a apreciar e acolher a mensagem que se quer transmitir.
Uma imagem fascinante faz com que se sinta a mensagem como algo familiar, próximo, possível, relacionado com a própria vida.
Uma imagem apropriada pode levar a saborear a mensagem que se quer transmitir, desperta um desejo e motiva a vontade na direcção do Evangelho.
Uma boa homilia, como me dizia um antigo professor, deve conter «uma ideia, um sentimento, uma imagem».

158. Já dizia Paulo VI que os fiéis «esperam muito desta pregação e dela poderão tirar fruto, contanto que ela seja simples, clara, directa, adaptada».[vi]
A simplicidade tem a ver com a linguagem utilizada.
Deve ser linguagem que os destinatários compreendam, para não correr o risco de falar ao vento.
Acontece frequentemente que os pregadores usam palavras que aprenderam nos seus estudos e em certos ambientes, mas que não fazem parte da linguagem comum das pessoas que os ouvem.
Há palavras próprias da teologia ou da catequese, cujo significado não é compreensível para a maioria dos cristãos.

O maior risco de um pregador é habituar-se à sua própria linguagem e pensar que todos os outros a usam e compreendem espontaneamente.

Se se quer adaptar à linguagem dos outros, para poder chegar até eles com a Palavra, deve-se escutar muito, é preciso partilhar a vida das pessoas e prestar-lhes benévola atenção.
A simplicidade e a clareza são duas coisas diferentes.
A linguagem pode ser muito simples, mas pouco clara a pregação.
Pode-se tornar incompreensível pela desordem, pela sua falta de lógica, ou porque trata vários temas ao mesmo tempo.
Por isso, outro cuidado necessário é procurar que a pregação tenha unidade temática, uma ordem clara e ligação entre as frases, de modo que as pessoas possam facilmente seguir o pregador e captar a lógica do que lhes diz.

159. Outra característica é a linguagem positiva.
Não diz tanto o que não se deve fazer, como sobretudo propõe o que podemos fazer melhor.
E, se aponta algo negativo, sempre procura mostrar também um valor positivo que atraia, para não se ficar pela queixa, o lamento, a crítica ou o remorso.
Além disso, uma pregação positiva oferece sempre esperança, orienta para o futuro, não nos deixa prisioneiros da negatividade.

Como é bom que sacerdotes, diáconos e leigos se reúnam periodicamente para encontrarem, juntos, os recursos que tornem mais atraente a pregação!

IV
Uma evangelização para o aprofundamento do querigma

160. O mandato missionário do Senhor inclui o apelo ao crescimento da fé, quando diz: «ensinando-os a cumprir tudo quanto vos tenho mandado»[vii].
Daqui se vê claramente que o primeiro anúncio deve desencadear também um caminho de formação e de amadurecimento.
A evangelização procura também o crescimento, o que implica tomar muito a sério em cada pessoa o projecto que Deus tem para ela.
 Cada ser humano precisa sempre mais de Cristo, e a evangelização não deveria deixar que alguém se contente com pouco, mas possa dizer com plena verdade: «Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim»[viii].

161. Não seria correcto que este apelo ao crescimento fosse interpretado, exclusiva ou prioritariamente, como formação doutrinal.
Trata-se de «cumprir» aquilo que o Senhor nos indicou como resposta ao seu amor, sobressaindo, junto com todas as virtudes, aquele mandamento novo que é o primeiro, o maior, o que melhor nos identifica como discípulos: «É este o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros como Eu vos amei»[ix].

É evidente que, quando os autores do Novo Testamento querem reduzir a mensagem moral cristã a uma última síntese, ao mais essencial, apresentam-nos a exigência irrenunciável do amor ao próximo: «Quem ama o próximo cumpre plenamente a lei. (…)

É no amor que está o pleno cumprimento da lei»[x].

De igual modo, para São Paulo, o mandamento do amor não só resume a lei mas constitui o centro e a razão de ser da mesma: «Toda a lei se cumpre plenamente nesta única palavra: Ama o teu próximo como a ti mesmo»[xi].
E, às suas comunidades, apresenta a vida cristã como um caminho de crescimento no amor: «O Senhor vos faça crescer e superabundar de caridade uns para com os outros e para com todos»[xii].
Também São Tiago exorta os cristãos a cumprir «a lei do Reino, de acordo com a Escritura: Amarás o teu próximo como a ti mesmo»[xiii], acabando por não citar nenhum preceito.

162. Entretanto, este caminho de resposta e crescimento aparece sempre precedido pelo dom, porque o antecede aquele outro pedido do Senhor: «baptizando-os em nome...»[xiv].
A adopção como filhos que o Pai oferece gratuitamente e a iniciativa do dom da sua graça [xv] são a condição que torna possível esta santificação constante, que agrada a Deus e Lhe dá glória.
É deixar-se transformar em Cristo, vivendo progressivamente «de acordo com o Espírito»[xvi].

Uma catequese querigmática e mistagógica

163. A educação e a catequese estão ao serviço deste crescimento.
 Já temos à disposição vários textos do Magistério e subsídios sobre a catequese, preparados pela Santa Sé e por diversos episcopados. Lembro a Exortação Apostólica Catechesi tradendae (1979), o Directório Geral para a Catequese (1997) e outros documentos cujo conteúdo, sempre actual, não é necessário repetir aqui.
Queria deter-me apenas nalgumas considerações que me parece oportuno evidenciar.

164. Voltámos a descobrir que também na catequese tem um papel fundamental o primeiro anúncio ou querigma, que deve ocupar o centro da actividade evangelizadora e de toda a tentativa de renovação eclesial.

O querigma é trinitário.

É o fogo do Espírito que se dá sob a forma de línguas e nos faz crer em Jesus Cristo, que, com a sua morte e ressurreição, nos revela e comunica a misericórdia infinita do Pai.
Na boca do catequista, volta a ressoar sempre o primeiro anúncio: «Jesus Cristo ama-te, deu a sua vida para te salvar, e agora vive contigo todos os dias para te iluminar, fortalecer, libertar».
Ao designar-se como «primeiro» este anúncio, não significa que o mesmo se situa no início e que, em seguida, se esquece ou substitui por outros conteúdos que o superam; é o primeiro em sentido qualitativo, porque é o anúncio principal, aquele que sempre se tem de voltar a ouvir de diferentes maneiras e aquele que sempre se tem de voltar a anunciar, duma forma ou doutra, durante a catequese, em todas as suas etapas e momentos.[xvii]
Por isso, também «o sacerdote, como a Igreja, deve crescer na consciência da sua permanente necessidade de ser evangelizado».[xviii]

(cont)

(Revisão da versão portuguesa por ama)





[i] Ibid., 63: o .c., 53.
[ii] Ibid., 43: o. c., 33.
[iii] João Paulo II, Exort. ap. pós-sinodal Pastores dabo vobis (25 de Março de 1992), 10: AAS 84 (1992), 672.
[iv] Paulo VI, Exort. ap. Evangelii nuntiandi (8 de Dezembro de 1975), 40: AAS 68 (1976), 31
[v] Sir 32, 8
[vi] Ibid., 43: o. c., 33.
[vii] Mt 28, 20
[viii] Gal 2, 20
[ix] Jo 15, 12
[x] Rm 13, 8.10
[xi] Gal 5, 14
[xii] 1 Ts 3, 12
[xiii] Ib. 2, 8
[xiv] Mt 28, 19
[xv] cf. Ef 2, 8-9; 1 Cor 4, 7
[xvi] Rm 8, 5
[xvii] Cf. Propositio 9.
[xviii] João Paulo II, Exort. ap. pós-sinodal Pastores dabo vobis (25 de Março de 1992), 26: AAS 84 (1992), 698.

O que há de humano no tempo pós-humano que se está a forjar? 2

Perspectiva
Sabemos que este investimento industrial permitirá atingir um objetivo imediato, o de substituir o ser humano no trabalho. Os robôs não comem, não dormem, não se queixam, não apresentam problemas, não adoecem e a sua gigantesca inteligência artificial será capaz de resolver, em segundos de programação, problemas de produção, estratégias de consumo, questões que atormentam tantos, em termos de eficácia e de produtividade. Que empresário, destes gigantes económicos (e dos menos gigantes), não quererá este tipo de “trabalhador” com que há tanto tempo sonha, sem o conseguir alcançar pois tem de recorrer aos pobres, defeituosos e inquietos e perecíveis seres humanos?
Por outro lado, estes projetos empresariais inserem-se em e aceleram o movimento cultural internacional que visa criar o “trans-humanismo” ou o tempo “pós-humano”, como o qualificam outros autores, em que os humanos incorporarão artefactos técnicos, num processo de enriquecimento artificial, o que fará evoluir muito aceleradamente a capacidade humana de resistir às doenças e à morte. A sequenciação do ADN de sobredotados ou a triagem seletiva de embriões humanos, já em curso, conduzem-nos a um mundo em que todos seremos manipulados e onde os mais frágeis serão muito mais facilmente não só descartados mas destruídos. Todos os seres humanos, desde que fora deste horizonte do enriquecimento artificial do seu corpo, serão considerados demasiado pobres, demasiado incapazes e ainda mais incompetentes.

Creio que, se tivemos e temos consciência de que é preciso lutar contra o que é anti-humano na economia de mercado e na sociedade, é preciso hoje colocarmos na agenda uma posição clara contra esta outra deriva, o pós-humano, pois ambos são e serão sempre inumanos.

(cont)

joaquim azevedo, Universidade Católica Portuguesa, Secretariado Diocesano da Pastoral da Cultura (Porto)

Tratado do verbo encarnado 137

Questão 22: Do sacerdócio de Cristo

Art. 5 — Se o sacerdócio de Cristo permanece eternamente.

O quinto discute-se assim. — Parece que o sacerdócio de Cristo não permanece eternamente.

1. — Pois, como se disse, só precisam do efeito do sacerdócio os contaminados pela enfermidade do pecado, que pode ser expiada pelo sacrifício do sacerdote. Ora, isso não se dará nunca, porque os santos não tem nenhum pecado, segundo a Escritura: O teu povo serão todos os justos; e quanto ao pecado dos pecadores será inexpiável, porque não há para o inferno nenhuma redenção. Logo, o sacerdócio de Cristo não é eterno.

2. Demais. — O sacerdócio de Cristo manifestou-se sobretudo pela sua paixão e morte, quando pelo seu próprio sangue entrou no santuário, como diz o Apóstolo. Ora, Cristo não sofrerá paixão nem morrerá eternamente, segundo o Apóstolo: Tendo Cristo ressurgido dos mortos, já não morre. Logo, o sacerdócio de Cristo não é eterno.

3. Demais. — Cristo é sacerdote, não enquanto Deus, mas enquanto homem. Ora, Cristo algum tempo não foi homem, isto é, no tríduo da sua morte. Logo, o sacerdócio de Cristo não é eterno.

Mas, em contrário, a Escritura: Tu és sacerdote eternamente.

No ofício do sacerdote podemos considerar duas coisas: primeiro, a própria oblacção; do sacrifício; segundo, a consumação do sacrifício, consistente em lhe alcançarem o fim aqueles por quem é oferecido. Ora, o fim do sacrifício que Cristo ofereceu não foram os bens temporais, mas os eternos, que pela sua morte alcançamos. Por isso diz o Apóstolo, que Cristo é o Pontífice presente dos bens vindouros; em razão do que se diz ser eterno o sacerdócio de Cristo. E essa consumação do sacrifício de Cristo foi prefigurada no próprio facto de que o pontífice da lei entrava uma vez por ano no santo dos santos com o sangue de um bode e de um novilho, como lemos na Escritura; embora o bode e o novilho não os imolasse no santo dos santos, mas fora. Semelhantemente, Cristo entrou no santo dos santos, isto é, no céu, e preparou-nos o caminho para nele entrarmos por virtude do seu sangue, que por nós derramou na terra.

DONDE A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJECÇÃO. — Os santos que estiverem na pátria, não precisam mais de expiar, pelo sacerdócio de Cristo; mas, tendo já expiado, precisarão de consumar, mediante o mesmo Cristo, de quem lhes depende a glória. Donde o dizer a Escritura: A claridade de Deus a alumia, isto é, a cidade dos santos, e a lâmpada dela é o Cordeiro.

RESPOSTA À SEGUNDA· — Embora a paixão e a morte de Cristo não devam renovar-se no futuro, contudo a virtude de uma tal vítima, já oferecida, permanece eternamente; pois, como diz o Apóstolo, com uma só oferenda fez perfeitos para sempre os que tem santificado.

Donde se deduz clara A RESPOSTA À TERCEIRA OBJECÇÃO. — Mas a unidade dessa oblacção era figurada na lei pelo facto de uma vez no ano o pontífice da lei entrar no santo dos santos com a solene oblação, como se lê na Escritura. Mas a verdade da figuração não era completa por essa vítima não ter uma virtude sempiterna, e por isso haver necessidade de ser renovada anualmente.

Nota: Revisão da versão portuguesa por ama.


Temas para meditar - 393


O poder da oração pessoal

Uma cananeia aproximou-se de Jesus e pôs-se a suplicar-Lhe em grandes brados pela filha, que estava possuída pelo demónio. [...] Esta mulher, uma estrangeira, uma bárbara sem nenhuma relação com a comunidade judaica, o que era se não uma cadela indigna de obter que pedia?
«Não está bem tomar o pão dos filhos para o lançar aos cachorrinhos
No entanto, a sua perseverança fez com que merecesse ser atendida. À que era apenas uma cadela, Jesus elevou-a à nobreza dos filhos pequenos; mais ainda, cobriu-a de elogios; ao despedi-la, disse-lhe: «Ó mulher, grande é a tua fé! Faça-se como desejas»[i].
Quando ouvimos Cristo dizer: «Grande é a tua fé», não precisamos de procurar outra prova da grandeza de alma desta mulher.
Vede como ela apagou a sua indignidade pela sua perseverança.
E reparai igualmente que obtemos mais do Senhor pela nossa oração que pela oração dos outros.




(s. joão crisóstomo, Homília «Que Cristo seja anunciado, 12-13; PG 51, 319-320)

O que é o pecado? 5

Pecado original, pessoal, venial, mortal, capital... O que é que tudo isso quer dizer?


Há algum pecado que não pode ser perdoado?

Sim: o pecado contra o Espírito Santo[i].

Em que consiste?
Na atitude permanente de desafiar a graça divina; em fechar-se a Deus, em recusar a sua mensagem.
Essa atitude impossibilita o arrependimento.
E, como Deus respeita a nossa liberdade e o nosso livre arbítrio, Ele próprio se deixa obrigar por nós a não dar-nos o seu perdão, que depende da nossa aceitação voluntária.
O pecado contra o Espírito Santo pode se manifestar, por exemplo, no desespero da salvação, na presunção de se salvar sem mérito, na luta contra a verdade conhecida, na obstinação em permanecer no pecado, na impenitência final na hora da morte.


(cont)

Fonte: ALETEIA

(Revisão da versão portuguesa por ama)


[i] cf. Mt 12, 30-32

Pequena agenda do cristão

SÁBADO
  

(Coisas muito simples, curtas, objectivas)


Propósito:
Honrar a Santíssima Virgem.

A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador, porque pôs os olhos na humildade da Sua serva, de hoje em diante me chamarão bem-aventurada todas as gerações. O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas, santo é o Seu nome. O Seu Amor se estende de geração em geração sobre os que O temem. Manifestou o poder do Seu braço, derrubou os poderosos do seu trono e exaltou os humildes, aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias. Acolheu a Israel Seu servo, lembrado da Sua misericórdia, como tinha prometido a Abraão e à sua descendência para sempre.

Lembrar-me:

Santíssima Virgem Mãe de Deus e minha Mãe.

Minha querida Mãe: Hoje queria oferecer-te um presente que te fosse agradável e que, de algum modo, significasse o amor e o carinho que sinto pela tua excelsa pessoa.
Não encontro, pobre de mim, nada mais que isto: O desejo profundo e sincero de me entregar nas tuas mãos de Mãe para que me leves a Teu Divino Filho Jesus. Sim, protegido pelo teu manto protector, guiado pela tua mão providencial, não me desviarei no caminho da salvação.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?