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09/02/2015

Onde está o Rei dos judeus que acaba de nascer?

A humildade é outro bom caminho para chegar à paz interior. – Foi Ele que o disse: "Aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração... e encontrareis paz para as vossas almas". (Caminho, 607)


Onde está o rei dos judeus que acaba de nascer? Também eu, instado por esta pergunta, contemplo agora Jesus, deitado numa manjedoura, num lugar que só é próprio para os animais. Onde está, Senhor, a tua realeza: o diadema, a espada, o ceptro? Pertencem-lhe e não os quer; reina envolto em panos. É um rei inerme, que se nos apresenta indefeso; é uma criança. Como não havemos de recordar aquelas palavras do Apóstolo: aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo.

Nosso Senhor encarnou para nos manifestar a vontade do Pai. E começa a instruir-nos estando ainda no berço. Jesus Cristo procura-nos – com uma vocação, que é vocação para a santidade –, a fim de consumarmos com Ele a Redenção. Considerai o seu primeiro ensinamento: temos de co-redimir à custa de triunfar, não sobre o próximo, mas sobre nós mesmos. Tal como Cristo, precisamos de nos aniquilar, de sentir-nos servidores dos outros para os conduzir a Deus.

Onde está o nosso Rei? Não será que Jesus quer reinar, antes de mais, no coração, no teu coração? Por isso se fez menino: quem é capaz de ter o coração fechado para uma criança? Onde está o nosso Rei? Onde está o Cristo que o Espírito Santo procura formar na nossa alma? Cristo não pode estar na soberba, que nos separa de Deus, nem na falta de caridade, que nos isola dos homens. Aí não podemos encontrar Cristo, mas apenas a solidão.

No dia da Epifania, prostrados aos pés de Jesus Menino, diante de um Rei que não ostenta sinais externos de realeza, podeis dizer-lhe: Senhor, expulsa a soberba da minha vida, subjuga o meu amor-próprio, esta minha vontade de afirmação pessoal e de imposição da minha vontade aos outros. Faz com que o fundamento da minha personalidade seja a identificação contigo. (Cristo que passa, 31)


Estamos todos ao serviço do único e mesmo Evangelho

O papa Francisco pediu a representantes de Igrejas e Comunidades Eclesiais cristãs presentes em Roma para que evitem «fechar-se em particularismos e exclusivismos», abstendo-se igualmente de «impor uniformidade segundo planos meramente humanos».

«O compromisso comum de anunciar o Evangelho permite superar qualquer forma de proselitismo e a tentação da competição. Estamos todos ao serviço do único e mesmo Evangelho», afirmou o papa este domingo, em Roma, na celebração litúrgica que encerrou a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos.

O tema da iniciativa, «Dá-me de beber», foi extraído das palavras que Jesus, à beira de um poço, dirigiu a uma mulher samaritana que para lá se dirigia para tirar água.

O episódio, narrado no Evangelho segundo S. João, ganha especial significado no âmbito ecuménico porque judeus, como era o caso de Jesus, e samaritanos não se davam bem.

«Jesus, cansado da viagem, não hesita em pedir de beber à mulher samaritana. Mas a sua sede estende-se muito para além da água física: é também sede de encontro, desejo de abrir diálogo com aquela mulher, oferecendo-lhe assim a possibilidade de um caminho de conversão interior», apontou.

Francisco realçou que «as pessoas, para se compreenderem e crescerem na caridade e na verdade, precisam de se deter, acolher e escutar», sendo desta forma que se começa «já a experimentar a unidade»

«Hoje, há uma multidão de homens e mulheres, cansados e sedentos, que nos pedem, a nós cristãos, para lhes dar de beber. É um pedido a que não nos podemos subtrair», vincou Francisco na basílica de S. Paulo Fora dos Muros.

Na intervenção que proferiu na oração litúrgica de Vésperas, no dia em que se evocou a conversão do apóstolo S. Paulo, o papa salientou que Jesus elimina o acessório e privilegia o que é mais importante.

«A mulher de Sicar interpela Jesus sobre o verdadeiro lugar da adoração a Deus. Jesus não toma partido em favor do monte nem do templo, mas vai ao essencial derrubando todo o muro de separação. Remete para a verdade da adoração: “Deus é espírito; por isso, os que o adoram devem adorá-lo em espírito e verdade”», apontou.

Este episódio, prosseguiu Francisco, é um apelo à convergência: «É possível superar muitas controvérsias entre cristãos, herdadas do passado, pondo de lado qualquer atitude polémica ou apologética e procurando, juntos, individuar em profundidade aquilo que nos une».

«A unidade dos cristãos não será o fruto de sofisticadas discussões teóricas, onde cada um tenta convencer o outro da justeza das suas opiniões. Temos de reconhecer que, para se chegar à profundeza do mistério de Deus, precisamos uns dos outros, encontrando-nos e confrontando-nos sob a guia do Espírito Santo, que harmoniza as diversidades e supera os conflitos», assinalou.

O «amor» divino, declarou Francisco, «é a razão mais profunda da unidade que liga todos os cristãos e que é muito maior do que as divisões ocorridas no decurso da história.

Para o papa, «a busca da unidade dos cristãos não pode ser prerrogativa apenas de qualquer indivíduo ou comunidade religiosa particularmente sensível a tal problemática».

Fonte: Pastoral da cultura
Rui Jorge Martins

Publicado em 25.01.2015

Temas para meditar - 360



Soberba



Muitas vezes se disse que a soberba é o maior inimigo da santidade, por ser origem de grande número de pecados e porque priva de inumeráveis graças e méritos diante do Senhor.


(R. Garrigou-Lagrange, Las tres edades de la vida interior, vol. I, nr. 445-446, trad  ama

Tratado do verbo encarnado 116

Questão 17: Do que pertence à unidade de Cristo quanto ao seu próprio ser.

Em seguida devemos tratar do pertinente à unidade de Cristo em geral. Pois, o pertinente à unidade ou à pluralidade, em especial, devemos determiná-lo no lugar oportuno, assim, como já determinamos que em Cristo não há uma só ciência, assim, mais adiante será determinado que em Cristo não há uma só natividade.

Por onde, devemos considerar, primeiro, a unidade de Cristo, quanto ao seu próprio ser. Segundo, quanto ao querer. Terceiro, quanto ao obrar.

Na primeira questão discutem-se dois artigos:

Art. 1 — Se em Cristo há unidade ou dualidade.
Art. 2 — Se em Cristo há um só ser ou dois.

Art. 1 — Se em Cristo há unidade ou dualidade.

O primeiro discute-se assim. — Parece que em Cristo não há unidade, mas dualidade.

1 — Pois, diz Agostinho: A forma de Deus assumiu a forma de servo, ambos Deus, por causa do Deus assumente, ambos homem, por causa do homem assumido. Ora, ambas essas afirmações não se podem fazer senão por serem dois. Logo, em Cristo há dualidade.

2. Demais. — Onde quer que haja uma coisa e outra coisa, aí há duas coisas. Ora, Cristo é uma coisa e outra coisa, conforme o diz Agostinho: Sendo a forma de Deus, tomou a forma de servo, essas duas coisas reduzidas à unidade, mas é uma coisa por causa do Verbo e outra, por causa do homem. Logo, em Cristo há duas coisas.

3. Demais. — Cristo não é só homem, porque se fosse um puro homem não seria Deus. Logo, é ainda algo mais, além de homem. E assim há em Cristo uma coisa e outra coisa. Logo, em Cristo há dualidade.

4. Demais. — Cristo é algo, que é o Pai, e algo, que não é o Pai. Logo, Cristo é uma e outra coisa. Logo, em Cristo há dualidade.

5. Demais. — Assim como no mistério da Trindade há três pessoas numa só natureza, assim no mistério da Encarnação há duas naturezas numa só pessoa. Ora, por causa da unidade da natureza, não obstante a distinção da pessoa, o Pai e o Filho são um só, segundo aquilo do Evangelho: Eu e o pai somos uma mesma coisa. Logo, não obstante a unidade de pessoa, por causa da dualidade das naturezas, em Cristo há dualidade,

6. Demais. — O Filósofo diz, que unidade e dualidade são predicações denominativas. Ora, Cristo tem dualidade de naturezas. Logo, em Cristo há dualidade.

7. Demais. — Assim como a forma acidental é causa da alteridade, assim a forma substancial, da aliedade, como diz Porfírio. Ora, em Cristo há duas naturezas substanciais — a humana e a divina. Logo, Cristo é uma coisa e outra coisa e portanto nele há dualidade.

Mas, em contrário, Boécio diz: Tudo o que é, enquanto é, é um. Ora, nós confessamos ser Cristo uno. Logo, é Cristo uno.


A natureza, em si mesma considerada, em significação abstrata, não pode ser verdadeiramente predicada do suposto ou pessoa, a não ser de Deus em quem não difere a existência (quod est) e a essência (quo est), como demonstramos na Primeira Parte. Mas, havendo em Cristo duas naturezas, a divina e a humana, uma delas, a divina, pode ser predicada de Deus em abstracto e em concreto. Assim, dizemos que o Filho de Deus, suposto em o nome de Cristo, é a natureza divina e é Deus. A natureza humana, porém, não pode ser, em si mesma, predicada de Cristo, em abstracto, mas só em concreto, isto é, enquanto significada no suposto. Pois, não podemos verdadeiramente dizer que Cristo é a natureza humana, por não ser próprio da natureza humana predicar-se do seu suposto. Mas dizemos que Cristo é homem, assim como — Cristo é Deus. Ora, Deus significa quem tem a divindade e homem, quem tem a humanidade. Mas, uma coisa é ter a humanidade, expressa pela palavra homem, e outra, tê-la, significada pelos vocábulos Jesus ou Pedro. Pois, a palavra homem significa ter a humanidade indistintamente, assim como o nome de Deus implica em ter indistintamente a divindade. Ao passo que o nome de Pedro ou o de Jesus implica ter a humanidade distintamente, isto é, com certas propriedades individuais, assim como o nome de Filho de Deus importa ter a divindade com uma determinada propriedade pessoal.

Ora, a dualidade numérica existe em Cristo em relação às próprias naturezas. Donde, se ambas as naturezas fossem predicadas de Cristo em abstracto, resultaria a existência de dois Cristos. Mas, como as duas naturezas não se predicam de Cristo, senão enquanto significa das no suposto, é forçoso dizer- se, em razão do suposto, que em Cristo há unidade ou dualidade. — Ora, certos atribuíram a Cristo dois supostos, mas uma só peso soa, a qual, na opinião deles, desempenha o papel de suposto completo, perfeitamente completo. Donde, os que introduziram em Cristo dois supostos atribuíam- lhe a dualidade, em sentido neutro, mas como lhe atribuíam uma só pessoa, admitiam nele a unidade em sentido masculino. Porque o género neutro designa uma realidade informe e imperfeita, ao passo que o género masculino designa um ser formado e perfeito. - Os Nestorianos, por seu lado, atribuindo a Cristo duas pessoas, diziam que Cristo encerra uma dualidade, não só em sentido neutro, mas ainda masculino. — Nós, porém, que admitimos em Cristo uma só pessoa e um suposto, como do sobredito se colige, temos também que admitir a unidade de Cristo, não só em sentido masculino, mas ainda em sentido neutro.

DONDE A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJECÇÃO. — Nas palavras citadas de Agostinho a expressão – ambos -  não deve ser entendida como aplicada ao predicado e quase significando que Cristo é ambos, mas, como aplicada ao sujeito. E então o vocábulo – ambos -  é tomado, não quase significando os dois supostos, mas sim, os dois nomes expressivos das duas naturezas em concreto. E também podemos dizer que ambos, isto é, Deus e homem, são Deus, por causa do Deus assumente, e ambos, isto é, Deus e homem, são homem, por causa do homem assumido.

RESPOSTA À SEGUNDA. — Quando se diz — Cristo é uma e outra causa — devemos tomar essa expressão como significando que tem uma e outra natureza. Tal é a exposição de Agostinho quando, depois de ter dito — no mediador entre Deus e os homens, uma causa é o Filho de Deus e outra, o Filho do homem — acrescenta: Digo uma coisa — para distinguir as substâncias, não digo outro – por causa da unidade de pessoa. Donde o dizer Gregório Nazianzeno: Se devemos nos exprimir compendiosamente, o Salvador é uma coisa e outra coisa quanto às duas substâncias de que é composto, entendendo-se que não quero identificar o invisível com o visível, e o intemporal com o temporal. Mas longe de mim o querer ver nele um ser e outro ser, pois, ambos não fazer mais que um.

RESPOSTA À TERCEIRA. — É falsa a proposição — Cristo é somente homem — porque não exclui outro suposto, mas, a outra natureza, pois, os termos postos no predicado são tomados formalmente. Mas, um acréscimo, que os fizesse aplicar ao suposto, tornaria verdadeira a proposição — Cristo é somente aquilo que é o homem. Donde porém não se segue seja algo outro que o homem, porque sendo – outro – um relativo, que exprime a diversidade de substância, refere-se propriamente ao suposto, como todos os relativos expressivos de uma relação pessoal. Mas a consequência é: Logo, tem outra natureza.

RESPOSTA À QUARTA. — Quando dizemos — Cristo é algo, que é o Pai — algo é aí tomado pela natureza divina, que mesmo em abstracto se predica do Pai e do Filho. Mas, quando dizemos — Cristo é algo que não o Pai — algo é tomado, não pela natureza humana mesmo enquanto significada em abstracto, mas enquanto significada em concreto. Não, certo, segundo um suposto distinto, mas segundo um suposto indistinto, isto é, segundo sobestá à natureza e não, às propriedades individuantes. E por isso, daí não se segue que Cristo seja uma e outra coisa, ou que seja dois, pois, o suposto da natureza humana em Cristo, que é a pessoa do Filho de Deus, não faz número com a natureza divina, predicada do Pai e do Filho.

RESPOSTA À QUINTA. — No mistério da divina Trindade, a natureza divina é predicada, mesmo em abstracto, das três Pessoas, e por isso podemos dizer, absolutamente falando, que as três Pessoas são uma só realidade. Mas, no mistério da Encarnação, ambas as naturezas não são predicadas, em abstracto, de Cristo, e por isso não podemos dizer, em sentido absoluto, que Cristo seja dois.

RESPOSTA À SEXTA. — Dois, significa dualidade, não num outro ser, mas no próprio ser de que é predicado. Ora, a predicação é feita, do suposto, implicado em o nome de Cristo. Embora, pois, Cristo tenha dualidade de naturezas, como porém não tem dualidade de supostos, não podemos dizer que seja dois.

RESPOSTA À SÉTIMA. — A alteridade implica diversidade acidental. Donde, a diversidade acidental basta para que o vocábulo outro se aplique em sentido absoluto, a um ser. Ao passo que a alidade implica diversidade substancial. Ora, a substância designa não só a natureza, mas também o suposto, como diz Aristóteles. Donde, a diversidade de natureza não basta para se atribuir a alidade a um ser, em sentido absoluto, salvo se houver diversidade quanto ao suposto. A diversidade de natureza porém é causa da alidade relativa, isto é, segundo a natureza, se não houver diversidade do suposto.

Nota: Revisão da versão portuguesa por ama.


Pequena agenda do cristão

SeGUNDa-Feira


(Coisas muito simples, curtas, objectivas)


Propósito:
Sorrir; ser amável; prestar serviço.

Senhor que eu faça ‘boa cara’, que seja alegre e transmita aos outros, principalmente em minha casa, boa disposição.

Senhor que eu sirva sem reserva de intenção de ser recompensado; servir com naturalidade; prestar pequenos ou grandes serviços a todos mesmo àqueles que nada me são. Servir fazendo o que devo sem olhar à minha pretensa “dignidade” ou “importância” “feridas” em serviço discreto ou desprovido de relevo, dando graças pela oportunidade de ser útil.

Lembrar-me:
Papa, Bispos, Sacerdotes.

Que o Senhor assista e vivifique o Papa, santificando-o na terra e não consinta que seja vencido pelos seus inimigos.

Que os Bispos se mantenham firmes na Fé, apascentando a Igreja na fortaleza do Senhor.

Que os Sacerdotes sejam fiéis à sua vocação e guias seguros do Povo de Deus.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?

Ev. comentário, L esp. (Caminhar para Cristo)

Tempo Comum V Semana

Evangelho: Mc 6 53-56

53 Tendo passado à outra margem, foram à região de Genesaré, e lá atracaram. 54 Tendo desembarcado, logo O conheceram 55 e, percorrendo toda aquela região, começaram a trazer-Lhe todos os doentes em macas, para onde sabiam que Ele estava. 56 Em qualquer lugar a que chegava, nas aldeias, nas cidades ou nas herdades, punham os enfermos no meio das praças, e pediam-Lhe que, ao menos, os deixasse tocar a orla do Seu vestido. E todos os que O tocavam ficavam curados.

Comentário:

Quantas vezes senti – sim… senti verdadeiramente – que o Senhor passava entre as camas do hospital onde me encontrava!

De facto, eu não O via, mas a Sua presença era tão real e evidente que não precisava de O ver com os olhos do meu corpo já que, a visão da minha alma, era mais que suficiente.

Aquele homem na cama ao lado da minha que não parava de gemer e contorcer-se com dores excruciantes e que, de repente, se ficava numa calma e tranquilidade absolutas enquanto um sorriso substituía o esgar de dor.

Aquele outro que ensimesmado, não articulava palavra, não se esboçava sequer o mais leve movimento e que, inopidamente, encetava uma conversa com o vizinho do lado.

Sim… tenho a certeza, o Senhor que passava entre as nossas camas era o autor, discreto, anónimo, de tão extraordinárias mudanças!

(ama, comentário sobre Mc 6, 53-56, 2014.02.10)


Leitura espiritual

Caminar hacia Jesucristo

En este artículo contemplamos el pasaje del Evangelio en que Jesús camina sobre las aguas. Metiéndonos en la escena –como si fuéramos un personaje más– comprenderemos que junto a Él se superan las dificultades, inseguridades y temores.

Varios miles de personas habían escuchado la predicación de Jesucristo y se habían saciado de los panes y los peces que Él les había proporcionado, con tal abundancia que incluso había sobrado una buena cantidad[1]. Es de suponer que el asombro se había apoderado de los apóstoles.

Con el asombro, les embargaba también la alegría. Una vez más habían experimentado la cercanía del Señor. Puede parecer que esta nueva experiencia no debería tener mayor importancia para quienes estaban ya habituados a convivir con Jesucristo. Pero qué pronto olvidamos los momentos en los que hemos palpado la presencia de Dios a nuestro lado; y por eso, cómo nos volvemos a sorprender y alegrar cuando la percibimos de nuevo.

Cuántas veces notamos con claridad que Dios está junto a nosotros, que no nos ha abandonado en un momento importante, y nos llenamos de una alegría y de una seguridad que no se deben sólo al buen resultado de lo que nos interesaba, sino también -y principalmente- a la conciencia de que vivimos con el Señor.

Y cuántas veces, sin embargo, lo perdemos de vista y dejamos que nos atenace el miedo de que otro asunto importante no tenga tan buen fin; como si Dios se pudiese olvidar de nosotros, o como si la cruz fuese señal de que Él se ha alejado.

Dificultades

Después de despedir a la muchedumbre, Jesús pidió a los Apóstoles que pasaran a la otra orilla del lago mientras Él dedicaba un tiempo a la oración [2]. Para ellos, expertos como eran, la travesía no presentaba una particular dificultad. Y aunque así fuera, después de lo que acababan de vivir, ¿qué obstáculo podría parecerles insuperable?

Poco a poco la barca se fue apartando de tierra, y llegó un momento en que su progreso se hizo muy lento. Cuando cayó la noche, la barca ya se había alejado de tierra muchos estadios, sacudida por las olas, porque el viento le era contrario [3]: no podían volver atrás, pero tampoco parecía que avanzasen; tenían la impresión de que las olas y el viento -las dificultades- habían tomado el mando y ellos podían sólo tratar de mantenerse a flote.

Se asustaron. ¡Qué lejano resultaba ahora el milagro que habían contemplado pocas horas antes! Si al menos estuviese el Señor con ellos..., pero se había quedado en tierra. Se había quedado, sí, pero no les había dejado solos, no les había olvidado: aunque ellos no lo supiesen, desde el monte contemplaba su dificultad, su esfuerzo y su fatiga [4].

Es fácil que en los inicios de la vida interior se experimente con cierta claridad el propio progreso: a los ojos de quien comienza a adentrarse en el mar, la orilla se aleja rápidamente. Pasa el tiempo y, aunque se siga luchando y avanzando, no se advierte de modo tan patente. Se sienten más las olas y el viento, la orilla parece haberse quedado fija en un mismo punto. Es el momento de la fe. Es el momento de fomentar la conciencia de que el Señor no se ha desentendido de nosotros. Es el momento de recordar que las dificultades -el viento y las olas- forman inevitablemente parte de la vida, de esa existencia que hemos de santificar y a la que nos enfrentamos sabiéndonos muy acompañados de Jesucristo.

La experiencia de la cercanía de Dios y del poder de su gracia, no nos ahorra la tarea de enfrentar las dificultades. No podemos pretender que lo sensible de esa experiencia sea permanente; no podemos pretender que, puesto que estamos cerca de Dios, los problemas no nos pesen. Ni tampoco hemos de caer en el error de verlos como una manifestación de que el Señor se ha apartado de nosotros, aunque sea sólo un poco y por un tiempo breve.

Las dificultades son precisamente la ocasión de mostrar hasta qué punto amamos a Dios, hasta qué punto somos buenos, con la aceptación serena de los inconvenientes que no hemos podido o no hemos sabido superar.

Inquietudes

Pedro y los demás llevaban tiempo peleando con el viento y las aguas, y con su propia angustia interior, cuando el Señor acudió en su ayuda[5]. Podía haberlo hecho de muchas maneras: podía haber cancelado enseguida la dificultad o presentarse en la barca sin que le vieran llegar; pero tenía otras enseñanzas que transmitirles. Se les acercó caminando sobre el mar.

Era de noche y no resultaba fácil reconocerle. El hecho era de por sí sobrecogedor, pero además ellos estaban ya asustados, y el miedo roba a quien lo sufre la serenidad y claridad de juicio sobre los acontecimientos que de algún modo le afectan. En estas circunstancias, es comprensible su reacción: comenzaron a gritar.

El Señor les tranquilizó: tened confianza, soy yo, no tengáis miedo [6]. No calmó en ese momento el viento y las olas, pero les dio una luz para que su corazón no naufragase: sé que estáis atravesando dificultades, pero no temáis, seguid peleando, confiad en que Yo no os he olvidado y sigo estando cerca.

Pedro tuvo una reacción impulsiva: Señor, si eres tú, manda que yo vaya a ti sobre las aguas [7]. Entre los Apóstoles es casi siempre Pedro quien se lanza, para bien o para mal: es él quien recibe las reprimendas más fuertes del Señor [8] y es también él quien le confiesa con una audacia que acaba arrastrando a los demás en momentos difíciles [9]. Pero su iniciativa de ahora resulta sorprendente incluso en un carácter impulsivo: Simón se encontraría en el apuro de tener que bajar de la barca y apoyarse en una superficie agitada, incontrolada, imposible de dominar y de prever.

A la voz de su Maestro, sacó un pie por la borda, luego el otro y se puso a caminar hacia el Señor: quería acercarse a Cristo y estaba dispuesto a cualquier cosa para lograrlo.

Ojalá los propósitos de mayor generosidad que formulamos ante el Señor en momentos de inquietud, no se queden en palabras. Ojalá nuestra confianza en Dios sea más fuerte que la indecisión o el temor a ponerlos en práctica. Ojalá seamos capaces de sacar nuestros pies por la borda, aunque suponga apoyarlos en una base aparentemente nada apta para sostenernos, y caminemos hacia Cristo. Porque para ir hacia Dios hay que arriesgar, hay que perder el miedo a las inquietudes, hay que estar dispuesto a jugarse la vida.

Caminando sobre las aguas, Pedro sentía las olas y el viento más que los demás; su vida dependía de la fe más que la vida de los otros, precisamente porque había bajado de la barca y marchaba hacia Jesucristo. ¿No es ésta la arriesgada situación del cristiano? ¿No estamos también nosotros tratando de caminar hacia el Señor en unas circunstancias -externas, pero también interiores- que en buena parte escapan a nuestro control?

Estamos más expuestos a las olas que quienes, temiendo enfrentarse con la inmensidad de lo sobrenatural, prefieren la pobre y aparente seguridad que les ofrece el ámbito pequeño de su barca. ¿Es, entonces, extraño que a veces notemos que el suelo se mueve, que tengamos alguna inquietud? Son precisamente esos, momentos para tomar conciencia una vez más de que vivimos de fe; no de una fe que calma las olas, que elimina la inquietud de caminar sobre ellas; sino más bien, de una fe que en esa inquietud nos da una luz, y que da un sentido a esas olas.

Por la fe, [los israelitas] cruzaron el Mar Rojo como si fuera tierra seca, mientras que los egipcios que lo intentaron fueron tragados por las aguas [10]. Sin fe, las dificultades de la vida nos tragan, nos abruman, nos hundimos en ellas. Con la fe no las evitamos, pero tenemos más recursos, sabemos que Dios las puede volver a nuestro favor: al pueblo elegido le resultaría pesado y aterrador caminar por el fondo del mar, con el peligro, además, de que sus enemigos los alcanzasen; pero a través de esa dificultad y esa inquietud lograron su salvación. Al final se comprueba que la inquietud de caminar hacia Dios proporciona una base más firme para edificar la propia vida, que la aparente seguridad que ofrece la barca.

Inseguridades

Pedro había dado ya unos cuantos pasos cuando, al ver que el viento era muy fuerte se atemorizó. Comenzó a hundirse y pidió ayuda al Señor. Jesús alargó la mano, lo sujetó y le dijo: Hombre de poca fe, ¿por qué has dudado? [11].

Hombre de poca fe. Quien lee el Evangelio se queda sorprendido ante estas palabras. Incluso es posible que se sienta abrumado y se pregunte: si el Señor recrimina por su falta de fe a quien venciendo su miedo ha bajado de la barca y ha comenzado a caminar hacia Él, ¿qué podría decir de mí?; me queda alguna esperanza de que un día Cristo vea en mí un hombre o una mujer de fe? Pero si sigue meditando le surgirán también otros interrogantes: ¿es que Jesús esperaba que Pedro caminase sobre el mar con toda tranquilidad, como lo hubiera hecho sobre tierra firme en un día apacible y soleado? ¿Significan acaso las palabras del Señor que hemos de ser impasibles o indiferentes ante los problemas? No, porque el mismo Jesucristo se angustió en el huerto ante algo objetivamente temible.

La lucha por vivir de fe no tiene como meta sentirse seguro ante las dificultades; no es el intento de que no nos afecten las cosas, que no nos importe lo importante, que no nos duela lo doloroso, o que no nos preocupe lo preocupante. Es más bien el empeño por no olvidar que Dios nunca nos deja y aprovechar esas circunstancias difíciles para acercarnos aún más a Él. Verdaderamente, la vida, de por sí estrecha e insegura, a veces se vuelve difícil. Pero eso contribuirá a hacerte más sobrenatural, a que veas la mano de Dios: y así serás más humano y comprensivo con los que te rodean [12].

Es lógico que Pedro sintiera inquietud, y es lógico que la sintiera desde sus primeros pasos, porque lo que estaba haciendo superaba sus capacidades humanas, tanto si había viento y olas como si no los había: no es más fácil caminar sobre el agua sin viento y olas que con ellos. Dónde estuvo, entonces, la falta de fe de Pedro? Quizá no tanto en la inseguridad que sintió, como en dudar de Cristo. Hasta ese instante su mirada estaba en Él; se sentía inseguro, por supuesto, pero no reparaba demasiado en ello porque lo crucial, lo que requería su atención, eran sus pasos hacia el Maestro. De repente fue consciente de su inseguridad y no se fió de Jesús. La inseguridad natural, razonable, degeneró en miedo.

Temores

El miedo atenaza y hace reales problemas que inicialmente estaban sólo en la imaginación. Algunas cosas nos suceden porque tenemos miedo de que nos sucedan: miedo a tener una tentación, miedo a ponernos nerviosos, miedo a quedar mal, miedo a no conseguir explicar algo con la suficiente firmeza, miedo a no saber enfocar un problema...

Cómo luchar?

Procuremos aceptar esa inseguridad, porque sólo así evitaremos que se convierta en objeto de nuestra atención. No nos debe importar cómo nos sentimos mientras lo hacemos. Podremos así caminar hacia Jesucristo entre las olas y el viento, sin angustiarnos por la dificultad que eso supone.

San Juan escribe en una de sus epístolas que en el amor no hay temor, sino que el amor perfecto echa fuera el temor, (...) y el que teme no es perfecto en el amor [13]. A san Josemaría le gustaba resumirlo así: el que tiene miedo, no sabe querer [14]. El amor y el miedo pertenecen a órdenes diversos, que se excluyen. Sólo pueden convivir cuando el amor no es perfecto.

El miedo es un sentimiento de inquietud ante la posibilidad de perder algo que se tiene o se anhela poseer en el futuro. Ahora bien, la inseguridad forma parte de la condición humana, del hecho de que no tenemos un dominio perfecto ni siquiera sobre nosotros mismos. Por eso no podemos excluir del todo la inseguridad en esta vida. De otro modo, la esperanza no existiría como virtud, porque donde hay certeza absoluta no cabe la esperanza [15].

El orden del amor ha de excluir, por tanto, el temor, pero no forzosamente la inseguridad. Vivir en el orden del amor supone, pues, que la inseguridad no degenere en miedo, supone aceptarla, asumirla integrándola dentro de una visión más amplia, dentro de la confianza en Dios, sin pretender ilusoriamente excluirla del todo. No podemos aspirar a una seguridad total. La inseguridad que podemos sentir ante nuestras pocas fuerzas es ocasión de fomentar el abandono en Dios.

De este modo, la fe no se ve como un peso, sino como una luz, como algo que señala un camino, que enseña a aprovechar la propia miseria para abrir el alma a Dios. El cristiano no espera de Dios que le haga sentirse seguro en sí mismo; espera que la confianza en Él le ayude a ver más allá de su inseguridad. Si nuestra mirada no se detiene en la propia limitación sino que, sin rechazarla, la transciende, podemos realmente excluir el temor y vivir en el orden del amor.

Un hombre o mujer de fe experimenta la inquietud, la duda, se pone nervioso, siente vergüenza, teme quedar mal, se ve incapaz... Pero acepta esos sentimientos sin atribuirles más importancia de la que tienen, sin permitir que absorban su mirada y le paralicen; no se rebela contra ellos, no los ve como una prueba de su falta de fe, ni deja que le desanime el hecho de sentirlos; y sigue adelante aunque descubra puntos de doctrina que ha de entender mejor, o aunque se sienta superado o fuera de sitio... o aunque le tiemble la voz. Ha aprendido a no dar especial atención a esas inquietudes. Ha aprendido a caminar hacia Cristo entre las olas. Y si la fuerza del viento o del mar le impidiese verle, se sabe niño. ¿Has visto a las madres de la tierra, con los brazos extendidos, seguir a sus pequeños, cuando se aventuran, temblorosos, a dar sin ayuda de nadie los primeros pasos -No estás solo: María está junto a ti [16].

Con Ella, el alma ha aprendido a fiarse de Dios.

j. diéguez

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[1] Cfr. Mt 14, 20-21.
[2] Cfr. Mt 14, 22-23.
[3] Mt 14, 24.
[4] Cfr. Mc 6, 48.
[5] Cfr. Mt 14, 25.
[6] Mt 14, 27.
[7] Mt 14, 28.
[8] Cfr. Mt 16, 23; Mc 8, 33.
[9] Cfr. Mt 16, 15-16; Jn 6, 67-68.
[10] Hb 11, 29.
[11] Mt 14, 29-31.
[12] San Josemaría, Surco, n. 762
[13] 1 Jn 4, 18.
[14] San Josemaría, Forja, n. 260.
[15] Cfr. Rm 8, 24.
[16] San Josemaría, Camino, n. 900.