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14/12/2015

Advento



Aconteceu que, ontem, passei a noite sozinho. A minha casa é muito grande, 3 pisos e com cerca de duzentos anos.
Dei comigo a "ouvir" a casa: os pequenos ruídos que normalmente passam despercebidos, as madeiras que estalam, uma janela que bate com a força do vento ou da chuva, os soalhos que estremecem quando os autocarros passam na rua.
Fiquei, assim, um bocado, vigilante e atento e, quanto mais apurava os sentidos, mais ruídos, sons, barulhos me parecia ouvir com fantástica nitidez. Conseguia identificá-los: agora foi na sala; este foi na escada...

Agora ocorre-me que é assim que desejo estar durante o Advento: 

Desperto, vigilante, atento.

Quero distinguir tudo aquilo - e muito será - que normalmente não me dou conta e que anda à minha volta numa zoada tremenda; identificar bem as "armadilhas" que se me deparam ao longo do dia; estar consciente do mundo que me rodeia.
Desprendido mas interessado;
Confiante mas atento;
Sereno mas vigilante.

(ama, reflexões, 03.12.2006)



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