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Tendes de difundir por toda a parte
uma verdadeira mentalidade laical, que há-de levar os cristãos a três
consequências:
– a serem suficientemente honrados
para arcarem com a sua responsabilidade pessoal;
– a serem suficientemente cristãos
para respeitarem os seus irmãos na fé que proponham – em matérias discutíveis –
soluções diversas das suas
– e a serem suficientemente católicos
para não se servirem da Igreja, nossa Mãe, misturando-a com partidarismos
humanos.
Vê-se claramente que, neste terreno
como em todos, não poderíeis realizar o programa de viver santamente a vida
diária se não gozásseis de toda a liberdade que vos é reconhecida – simultaneamente
– pela Igreja e pela vossa dignidade de homens e de mulheres criados à imagem
de Deus. A liberdade pessoal é essencial para a vida cristã. Mas não vos
esqueçais, meus filhos, de que falo sempre de uma liberdade responsável.
Interpretai, portanto, as minhas
palavras como o que são: um chamamento a exercerdes – diariamente!, não apenas
em situações de emergência – os vossos direitos; e a cumprirdes nobremente as
vossas obrigações como cidadãos – na vida política, na vida económica, na vida
universitária, na vida profissional –, assumindo com coragem todas as
consequências das vossas decisões, arcando com a independência pessoal que vos
corresponde. E essa mentalidade laical cristã permitir-vos-á fugir de toda a
intolerância, de todo o fanatismo. Di-lo-ei de um modo positivo: far-vos-á
conviver em paz com todos os vossos concidadãos e fomentar também a convivência
nos diversos sectores da vida social. (Temas Actuais do
Cristianismo, n. 117)
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