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28/11/2015

Evangelho, comentário, L. espiritual



Tempo comum XXXIV Semana


Evangelho: Lc 21, 34-36

34 «Velai, pois, sobre vós, para que não suceda que os vossos corações se tornem pesados com o excesso do comer e do beber e com os cuidados desta vida, e para que aquele dia não vos apanhe de improviso; 35 porque ele virá como uma armadilha sobre todos os que habitam a superfície de toda a terra. 36 Vigiai, pois, orando sem cessar, a fim de que vos torneis dignos de evitar todos estes males que devem suceder, e de aparecer com confiança diante do Filho do Homem».

Comentário:

Eis o “remédio” a solução para manter uma vida digna séria: a oração!

A pessoa que reza com assiduidade mantém um contacto estreito e contínuo com Deus e, naturalmente, este contacto ajuda-o a manter-se como costume dizer-se “na linha” evitando os excessos que Jesus Cristo menciona neste trecho do Evangelho e que condicionam fortemente o nosso comportamento.

(ama, comentário sobre Lc 21 34-36 2014.11.29)


Leitura espiritual


Catequeses sobre a família 3

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Hoje continuamos com as catequeses sobre a Igreja e faremos uma reflexão sobre a Igreja mãe.

A Igreja é mãe.

A nossa Santa mãe Igreja.

Nestes dias a liturgia da Igreja colocou diante dos nossos olhos o ícone da Virgem Maria Mãe de Deus.
O primeiro dia do ano é a festa da Mãe de Deus, à qual se segue a Epifania, com a recordação da visita dos Magos.
Escreve o evangelista Mateus:
«Entrando na casa, acharam o menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se diante dele, adoraram-no» [i].
É a Mãe que, depois de o ter gerado, apresenta o Filho ao mundo.
Ela dá-nos Jesus, ela mostra-nos Jesus, ela faz-nos ver Jesus.
Continuamos com as catequeses sobre a família e na família há a mãe.
Cada pessoa humana deve a vida a uma mãe, e quase sempre lhe deve muito da própria existência sucessiva, da formação humana e espiritual.
Contudo, a mãe, embora seja muito exaltada sob o ponto de vista simbólico — muitas poesias, muitas coisas bonitas se dizem poeticamente sobre a mãe — é pouco escutada e pouco ajudada no dia-a-dia, pouco considerada no seu papel central na sociedade.
Aliás, muitas vezes aproveita-se da disponibilidade das mães a sacrificar-se pelos filhos para «economizar» nas despesas sociais.
Acontece também que na comunidade cristã a mãe nem sempre é valorizada, é pouco ouvida.
Todavia, no centro da vida da Igreja está a Mãe de Jesus.
Talvez as mães, prontas para muitos sacrifícios pelos filhos, e frequentemente também pelos dos outros, deveriam ser escutadas. Seria necessário compreender melhor a sua luta quotidiana para serem eficientes no trabalho e diligentes e afectuosas em família; seria necessário compreender melhor quais são as suas aspirações a fim de expressar os frutos melhores e autênticos da sua emancipação. Uma mãe com os filhos tem sempre problemas, trabalhos.
Lembro-me que em casa, éramos cinco filhos e enquanto um fazia uma travessura, o outro fazia outra, e a minha pobre mãe corria de um lado para o outro, mas era feliz.
Deu-nos tanto.
As mães são o antídoto mais forte contra o propagar-se do individualismo egoísta.
«Indivíduo» quer dizer «que não se pode dividir».
As mães, ao contrário, «dividem-se», a partir do momento que hospedam um filho para o dar à luz e fazer crescer.
São elas, as mães, que mais odeiam a guerra, que mata os seus filhos.
Muitas vezes pensei naquelas mães quando receberam uma carta: «Digo-lhe que o seu filho morreu em defesa da pátria...».
Pobres mulheres!
Como sofre uma mãe!
São elas que testemunham a beleza da vida.
O arcebispo Oscar Arnulfo Romero dizia que as mães vivem um «martírio materno».
Na homilia para o funeral de um sacerdote assassinado pelos esquadrões da morte, ele disse, fazendo eco ao Concílio Vaticano II: «Todos devemos estar dispostos a morrer pela nossa fé, ainda que o Senhor não nos conceda esta honra…
Dar a vida não significa somente ser assassinado;
Dar a vida, ter espírito de martírio, é dar no dever, no silêncio, na oração, no cumprimento honesto do dever;
Naquele silêncio da vida quotidiana;
Dar a vida pouco a pouco?
Sim, como a dá uma mãe que, sem temor, com a simplicidade do martírio materno, concebe no seu seio um filho, dando-o à luz, amamentando-o, fazendo-o crescer e cuidando dele com carinho.
É dar a vida.
É martírio».

Termino aqui a citação.

Sim, ser mãe não significa somente colocar um filho no mundo, mas é também uma escolha de vida.
O que escolhe uma mãe, qual é a escolha de vida de uma mãe?
A escolha de vida de uma mãe é a escolha de dar a vida.
E isto é grande, é bonito.

Uma sociedade sem mães seria uma sociedade desumana, porque as mães sabem testemunhar sempre, mesmo nos piores momentos, a ternura, a dedicação, a força moral.
As mães transmitem, muitas vezes, também o sentido mais profundo da prática religiosa: nas primeiras orações, nos primeiros gestos de devoção que uma criança aprende, está inscrito o valor da fé na vida de um ser humano.
É uma mensagem que as mães que acreditam sabem transmitir sem tantas explicações: estas chegarão depois, mas a semente da fé está naqueles primeiros, preciosíssimos momentos.
Sem as mães, não somente não haveria novos fiéis, mas a fé perderia boa parte do seu calor simples e profundo.
E a Igreja é mãe, com tudo isso, é nossa mãe! Nós não somos órfãos, temos uma mãe!

Nossa Senhora, a mãe Igreja e a nossa mãe.
Não somos órfãos, somos filhos da Igreja, somos filhos de Nossa Senhora e somos filhos das nossas mães.

Queridas mães, obrigado, obrigado por aquilo que sois na família e por que o dais à Igreja e ao mundo.

E a ti, amada Igreja, obrigado por ser mãe.

E a ti, Maria, mãe de Deus, obrigado por nos fazer ver Jesus.

E obrigado a todas as mães aqui presentes: saudemo-las com um aplauso!

papa francisco, Audiência geral 7 de Janeiro de 2015






[i] Mt 2, 11

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