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13/10/2015

Evangelho, comentário, L. espiritual


Tempo comum XXVIII Semana


Evangelho: Lc 11, 37-41

37 Enquanto Jesus falava, um fariseu convidou-O para comer com ele. Tendo entrado, pôs-Se à mesa. 38 Ora o fariseu estranhou que Ele não Se tivesse lavado antes de comer. 39 Mas o Senhor disse-lhe: «Vós os fariseus limpais o que está por fora do copo e do prato; mas o vosso interior está cheio de rapina e de maldade. 40 Néscios, quem fez o que está fora não fez também o que está por dentro? 41 Dai antes o que tendes em esmola, e tudo será puro para vós

Comentário:

Viver em sociedade obriga a proceder de forma a não chocar os outros com o nosso comportamento.
É verdade!

Mas muito mais importante é que esse comportamento não tenha apenas essa preocupação mas e  principalmente agradar a Deus fazendo o que Ele desejar em cada momento

(ama, comentário sobre Lc 11 37-41 2014.10.14)


Leitura espiritual


São Josemaria Escrivá



Temas actuais do cristianismo

29    
        
pergunta:

A Associação insiste na liberdade dos seus sócios para exprimir as convicções que nobremente defendem.
Se encararmos, no entanto, o tema numa outra perspectiva, até que ponto pensa V. Rev.ª que estará o Opus Dei, como associação, moralmente obrigado a exprimir, em público ou em privado, opiniões sobre problemas nevrálgicos, quer seculares quer espirituais?
Haverá situações em que o Opus Dei exerça a sua influência e a dos seus sócios, em defesa de princípios que considere sagrados, como, num exemplo recente, para apoiar a legislação sobre liberdade religiosa em Espanha?

resposta:

No Opus Dei, procuramos, sempre e em tudo, sentir com a Igreja de Cristo: não temos outra doutrina senão a que a Igreja ensina a todos os fiéis.
A única coisa que nos é peculiar é que temos um espírito próprio, característico do Opus Dei; a saber, um modo concreto de viver o Evangelho, santificando-nos no mundo e fazendo apostolado com a profissão.

Daí resulta directamente que todos os sócios do Opus Dei têm a mesma liberdade que os outros católicos para formarem as suas opiniões e para actuarem em coerência com elas.
Por isso o Opus Dei como tal não deve nem pode exprimir uma opinião própria, nem a pode ter.
Se se trata de uma questão sobre a qual há doutrina definida pela Igreja, a opinião de cada um dos membros da Obra será essa.
Se, pelo contrário, se trata de uma questão sobre a qual o Magistério - o Papa e os Bispos - não se pronunciou, cada um dos sócios do Opus Dei terá e defenderá livremente a opinião que lhe pareça melhor, e actuará de acordo com isso.

Por outras palavras, o princípio que regula a atitude dos directores do Opus Dei neste campo é o do respeito da liberdade de opção no temporal.
O que é muito diferente do abstencionismo, pois cada membro da Obra é colocado diante das suas próprias responsabilidades e convidado a assumi-las de acordo com a sua consciência, agindo em liberdade.
Por isso mesmo é incongruente falar do Opus Dei quando se trata de partidos, grupos ou tendências políticas, ou, em geral, de tarefas e empreendimentos humanos.
Mais ainda: é injusto e quase calunioso, visto poder induzir ao erro de deduzir falsamente que os membros da Obra têm, em comum, alguma ideologia, mentalidade ou interesse temporal.

Certamente que os sócios da Obra são católicos, e católicos que procuram ser consequentes com a sua fé.
Podem ser classificados como católicos, se se quiser.
Mas tendo em conta que o facto de ser católico não significa formar grupo, nem mesmo no terreno cultural ou ideológico, e, com razão maior, no político.
Desde o princípio da Obra - não só depois do Concílio - se tem procurado viver um catolicismo aberto, que defende a legítima liberdade das consciências, que leva a tratar com caridade fraterna todos os homens, católicos ou não, e a colaborar com todos, participando dos diversos ideais nobres que movem a humanidade.

Consideremos um exemplo.
Em face do problema racial nos Estados Unidos, cada um dos sócios do Opus Dei terá em conta os claros ensinamentos da doutrina cristã sobre a igualdade de todos os homens e sobre a injustiça de qualquer discriminação.
Também há-de conhecer as indicações concretas dos Bispos norte-americanos sobre este problema e sentir-se-á instado por elas. Defenderá, pois, os legítimos direitos de todos os cidadãos e opor-se-á a qualquer situação ou projecto discriminatório.
Terá também em conta que, para um cristão, não basta respeitar os direitos dos outros, mas em qualquer homem se deve ver um irmão, a quem é devido um amor sincero e um serviço desinteressado.

Na formação que o Opus Dei dá aos seus sócios, insistir-se-á mais nestas ideias no vosso País do que em outros onde esse problema concreto não se apresenta ou se apresenta com menor urgência.
O que o Opus Dei nunca fará é ditar, ou sugerir sequer, uma solução concreta para o problema.
A decisão de apoiar, este ou aquele projecto de lei, de inscrever-se numa associação ou noutra associação, ou em nenhuma, de participar ou não participar em determinada manifestação, é coisa que fica à decisão de cada um dos sócios.
E, de facto, em toda a parte se vê que os sócios do Opus Dei não actuam em bloco, mas com um natural pluralismo.

Estes mesmos critérios explicam o facto de tantos espanhóis que pertencem ao Opus Dei serem favoráveis ao projecto de lei sobre a liberdade religiosa no seu país, tal como foi recentemente redigido. Trata-se, como é óbvio, de uma opção pessoal, como pessoal é também a opinião de quem critique esse projecto.
Todos, porém, aprenderam com o espírito da Obra a amar a liberdade e a compreender os homens de todas as crenças.
O Opus Dei é a primeira associação católica que, desde 1950, com autorização da Santa Sé, admite como cooperadores os não-católicos e os não-cristãos, sem discriminação alguma, com amor por todos.

30             

pergunta:

É claro que V. Rev.ª não ignora que, em certos sectores da opinião pública, o Opus Dei tem fama de ser de certo modo discutido. Poderia dar-me a sua opinião sobre a origem deste facto, e, em especial, dizer-me como se pode responder à acusação sobre “o segredo de conspiração” e “a secreta conspiração”, que frequentemente se faz ao Opus Dei?

resposta:

lncomoda-me profundamente tudo o que possa ter um tom de auto-elogio.
Mas, já que V. me propõe este tema, não posso deixar de lhe dizer que me parece que o Opus Dei é uma das organizações católicas que mais amigos conta no mundo inteiro.
Milhões de pessoas, incluindo muitos não-católicos e não-cristãos, a estimam e ajudam.

Por outro lado, o Opus Dei é urna organização espiritual e apostólica. Quem esquecer este facto fundamental, ou se negar a acreditar na boa-fé dos sócios da Obra que assim o afirmam, não poderá entender o que estes fazem.
Ora, na impossibilidade de compreender, inventam-se versões complicadas e segredos que nunca existiram.

Refere-se à acusação de segredo.
É história já antiga.
Poderia dizer-lhe, ponto por ponto, qual a origem histórica dessa acusação caluniosa.
Durante muitos anos, uma poderosa organização, da qual prefiro não falar (amamo-la e sempre a amámos), entreteve-se a falsear o que não conhecia.
Insistiam em considerar-nos como religiosos e interrogavam-se: por que não pensam todos da mesma maneira?
Por que não usam hábito ou distintivo?
E, ilogicamente, concluíam que constituíamos uma sociedade secreta.

Hoje, isso passou, e qualquer pessoa medianamente informada sabe que não há segredo nenhum.
Sabe que não usamos distintivo porque não somos religiosos, mas cristãos como quaisquer outros.
Que não pensamos da mesma maneira, porque admitimos o máximo pluralismo em tudo quanto é temporal e nas questões teológicas opináveis.
O melhor conhecimento da realidade e a superação de infundados ciúmes permitiram que se encerrasse essa triste e caluniosa situação.

No entanto, não se estranhe que, de vez em quando, alguém renove os velhos mitos: porque procuramos trabalhar por Deus, defendendo a liberdade pessoal de todos os homens, sempre havemos de ter contra nós os sectários, inimigos dessa liberdade pessoal, sejam de que campo forem, e tanto mais agressivos quanto mais se tratar de pessoas incapazes de suportar a simples ideia de religião, ou, pior ainda, se se apoiarem num pensamento religioso de tipo fanático.

Apesar de tudo, são, felizmente, em maior número as publicações que não se contentam com repetir coisas velhas e falsas, e que têm clara consciência de que ser imparcial não é difundir uma coisa que fique a meio caminho entre a realidade objectiva e a calúnia, sem um esforço por reflectir a verdade objectiva.
Por mim, penso que também é notícia dizer a verdade, especialmente quando se trata de informar sobre a actividade de tantas pessoas que, pertencendo ao Opus Dei ou colaborando com ele, se esforçam, apesar dos erros pessoais (assim como eu erro, não me espanto de que os outros errem), por realizar uma tarefa de serviço a todos os homens.
Desfazer um falso mito é sempre interessante.
Considero que é um grave dever do jornalista documentar-se bem e manter actualizada a sua informação, embora, algumas vezes, isso implique modificar os juízos anteriormente feitos.
Será assim tão difícil admitir que alguma coisa seja límpida, nobre e boa, sem misturar absurdas, velhas e desacreditadas falsidades?

Informar-se sobre o Opus Dei é bem simples. Em todos os países a Obra trabalha à luz do dia, juridicamente reconhecida pelas autoridades civis e eclesiásticas.
São perfeitamente conhecidos os nomes dos seus directores e das suas obras apostólicas.
Quem quer que deseje informações sobre a nossa Obra pode obtê-las sem dificuldade, pondo-se em contacto com os seus directores ou visitando alguma das nossas obras próprias.
O meu amigo, se quiser, pode ser testemunha de que nunca nenhum dos dirigentes do Opus Dei, ou os que recebem os jornalistas, deixaram de lhes facilitar a tarefa informativa, respondendo às suas perguntas ou dando a documentação adequada.

Nem eu nem nenhum dos membros do Opus Dei pretendemos que toda a gente nos compreenda ou compartilhe connosco os mesmos ideais espirituais.
Sou muito amigo da liberdade e gosto muito de que cada um siga o seu próprio caminho.
Mas é evidente que temos o direito elementar de ser respeitados.

Entrevista realizada por Peter Forbarth, correspondente de Time (New York), em 15 de Abril de 1967.

(cont)



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