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12/10/2015

Evangelho, comentário, L. espiritual


Tempo comum XXVIII Semana


Evangelho: Lc 11, 29-32

29 Concorrendo as multidões, começou a dizer: «Esta geração é uma geração perversa; pede um sinal, mas não lhe será dado outro sinal, senão o sinal do profeta Jonas. 30 Porque, assim como Jonas foi sinal para os ninivitas, assim o Filho do Homem será um sinal para esta geração. 31 A rainha do meio-dia levantar-se-á no dia do juízo contra os homens desta geração, e condená-los-á, porque veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão; e aqui está Quem é mais do que Salomão. 32 Os ninivitas levantar-se-ão no dia do juízo contra esta geração, e condená-la-ão, porque fizeram penitência com a pregação de Jonas; e aqui está Quem é mais do que Jonas!

Comentário:

As palavras de Jesus Cristo são fortes e não deixam qualquer margem para dúvidas sobre o que acontecerá no Juízo Universal.

Atenção! As palavras do Senhor cumprem-se sempre!

(ama, comentário sobre Lc, 11, 29 - 32 2013.10.14, 2015.02.25)


Leitura espiritual


São Josemaria Escrivá




Temas actuais do cristianismo

25
                  
pergunta:

Permita-me, Monsenhor, que insista na questão dos Institutos Seculares.
Num estudo dum conhecido canonista, o Dr. Julián Herranz, li eu que alguns desses Institutos são secretos e que muitos outros, na prática, se identificam com as Ordens Religiosas (usando hábito, abandonando o trabalho profissional para se dedicarem aos mesmos fins a que se dedicam os religiosos, etc.), a ponto de os seus membros não terem inconveniente em considerar-se eles próprios como religiosos. Que pensa V. Rev.º deste assunto?

resposta:

O estudo acerca dos Institutos Seculares, a que se refere, teve, efectivamente, ampla difusão entre os especialistas.
O Dr. Herranz exprime, sob responsabilidade inteiramente pessoal, uma tese bem documentada.
Sobre as conclusões desse trabalho, prefiro não falar.

Quero apenas dizer-lhe que todo esse modo de proceder nada tem que ver com o Opus Dei, que não é secreto, nem é de modo algum comparável, pela sua actuação ou pela vida dos seus membros, às Ordens Religiosas.
Os sócios do Opus Dei, como acabo de dizer, são cidadãos iguais aos outros, que exercem livremente todas as profissões e todas as tarefas humanas que sejam honestas. [i]

26
                  
pergunta:

Poderia descrever o desenvolvimento e a evolução do Opus Dei, tanto na sua natureza como nos seus objectivos, desde a fundação, durante um período que assistiu a tamanhas modificações dentro da própria Igreja?

resposta:

Desde o primeiro momento, o único objectivo do Opus Dei foi o que acabo de lhe indicar: contribuir para que, no meio do mundo, haja homens e mulheres de todas as raças e condições sociais que procurem amar e servir a Deus e aos outros homens no seu trabalho habitual e através dele.
No início da Obra, em 1928, o que eu defendi foi que a santidade não é coisa para privilegiados, pois podem ser divinos todos os caminhos da Terra, todos os estados de vida, todas as profissões, todas as tarefas honestas.
As implicações dessa mensagem são muitas e a experiência da vida da Obra tem-me ajudado a conhecê-las cada vez mais profundamente e com mais riqueza de cambiantes.

A Obra nasceu pequena e foi crescendo normalmente, de maneira gradual e progressiva, como cresce um organismo vivo e como tudo o que se desenvolve na História.
Mas o objectivo e razão de ser da Obra não mudou, nem mudará, por muito que possa mudar a sociedade, porque a mensagem do Opus Dei consiste em proclamar que qualquer trabalho honesto pode ser santificado, sejam quais forem as circunstâncias em que se processa.

Hoje, fazem parte da Obra pessoas de todas as profissões: não só médicos, advogados, engenheiros e artistas, mas também pedreiros, mineiros, camponeses; qualquer profissão - desde realizadores de cinema e pilotos de aviões de reacção, até cabeleireiros de alta moda.

Para os membros do Opus Dei, estar actualizado, compreender o mundo moderno, é uma coisa natural e instintiva, porque são eles - juntamente com os outros cidadãos, e tal como eles - quem faz nascer esse mundo e lhe dá a sua modernidade.

Se é este o espírito da nossa Obra, já vê como terá sido grande alegria para nós ouvir o Concílio declarar solenemente que a Igreja não repele o mundo em que vive, nem o seu progresso e desenvolvimento, antes o compreende e o ama.
De resto, uma das características essenciais da espiritualidade que os membros da Obra se esforçam, desde há quase 40 anos, por viver, é justamente a consciência de que são, ao mesmo tempo, parte integrante da Igreja e do Estado, assumindo, portanto, cada um, plenamente e com toda a liberdade, a sua responsabilidade individual como cristão e como cidadão.

27
                  
pergunta:

Poderia descrever as diferenças que existem entre o modo como a Opus Dei, enquanto associação, cumpre a sua missão, e o modo como os membros da Obra, enquanto indivíduos, cumprem as suas? Por exemplo, que critérios levam a considerar que determinado projecto - um colégio, uma casa de retiros - deva ser de preferência realizado pela Associação, e outro - uma empresa editora ou comercial, por exemplo - caiba a pessoas individuais?

resposta:

A actividade principal do Opus Dei consiste em dar aos seus sócios e a quem o deseje os meios espirituais necessários para viverem como bons cristãos no meio do mundo.
Dá-lhes a conhecer a doutrina de Cristo, os ensinamentos da Igreja; proporciona-lhes um espírito que os leva a trabalhar bem, por amor de Deus e ao serviço de todos os homens.
Numa palavra, trata-se de viver como cristão: convivendo com toda a gente, respeitando a legítima liberdade de todos e fazendo com que este nosso mundo seja mais justo.

Cada um dos sócios do Opus Dei ganha a vida e serve a sociedade com a profissão que tinha antes de entrar na Obra.
Assim, uns são mineiros, outros ensinam em escolas ou Universidades, outros ainda são comerciantes, donas de casa, secretárias, lavradores.
Entre as actividades honestas do homem, nenhuma há que não possa ser exercida por um sócio do Opus Dei.
Quem, por exemplo, antes de pertencer à Obra, trabalhava numa actividade editorial ou comercial, continua nessa actividade.
E, se, por causa desse trabalho ou de qualquer outro, procura novo emprego, ou decide, com os seus companheiros de profissão, fundar uma empresa qualquer, isso é matéria em que lhe cabe decidir livremente, aceitando ele pessoalmente os resultados do seu trabalho e assumindo também pessoalmente a respectiva responsabilidade.

Toda a actuação dos Directores do Opus Dei se baseia num rigorosíssimo respeito pela liberdade profissional dos sócios.
É este um ponto de importância capital, do qual depende a própria existência da Obra, e que, por conseguinte, é posto em prática com fidelidade absoluta.
Cada sócio pode trabalhar profissionalmente nos mesmos campos de actividade que lhe estariam abertos se não pertencesse ao Opus Dei. Assim, nem a Obra como tal, nem nenhum dos outros sócios, têm nada a ver com o trabalho profissional que esse sócio exerce.
O compromisso que os sócios tomam ao vincularem-se à Obra é o de que se esforçarão por procurar a perfeição cristã no seu trabalho e por meio dele, e por ter uma consciência mais viva do carácter de serviço à humanidade que toda a vida cristã deve ter.

A principal missão da Obra - já atrás o afirmei - é, portanto, formar cristãmente os seus membros e outras pessoas que desejem receber essa formação.
O desejo de contribuir para a solução dos problemas que afectam a sociedade e para os quais o ideal cristão representa tanto, leva além disso a que a Obra como tal, como instituição, ou corpo, desenvolva algumas actividades e iniciativas.
O critério, neste campo, é que o Opus Dei, cujos fins são puramente espirituais, só pode realizar, corporativamente, aquelas actividades que constituam, de modo claro e imediato, um serviço cristão, um apostolado.
Seria absurdo pensar que o Opus Dei como tal se pudesse dedicar a extrair carvão das minas ou a promover qualquer género de empresas de tipo económico.
As suas obras próprias são, todas elas, actividades directamente apostólicas: uma escola para a formação de agricultores, um dispensário médico numa zona ou país subdesenvolvida, um colégio para a promoção social da mulher, etc.
Portanto, obras assistenciais, educativas ou de beneficência, como as que costumam realizar, em toda a parte, instituições de qualquer credo religioso.

Para efectuar estas tarefas, conta-se, em primeiro lugar, com o trabalho pessoal dos membros, que, por vezes, a eles se consagram plenamente. Mas conta-se também com a ajuda generosa de muitas pessoas, cristãs ou não cristãs. Alguns sentem-se impulsionados a colaborar por motivos espirituais; outros, ainda que não compartilhem dos fins apostólicos, vêem que se trata de iniciativas em benefício da sociedade, abertas a todos, sem discriminação de raça, religião ou ideologia [ii].

28             

pergunta:

Tendo em consideração que há sócios do Opus Dei nos mais diversos estratos da sociedade e que alguns desses sócios dirigem ou trabalham em empresas ou sociedades de certa importância, poderá pensar-se que o Opus Dei pretenda coordenar essas actividades segundo as directrizes de alguma linha política, económica, etc?

resposta:

De maneira nenhuma.
O Opus Dei não intervém para nada em política; é absolutamente alheio a qualquer tendência, grupo, ou regime político, económico, cultural ou ideológico.
Os seus fins - repito - são exclusivamente espirituais e apostólicos. Apenas exige dos seus membros que vivam como cristãos, que se esforcem por ajustar as suas vidas ao ideal evangélico.
Não se intromete, portanto, de nenhuma maneira nas questões temporais.

Se alguém não entender isto, talvez seja porque não entende a liberdade pessoal, ou por não ser capaz de distinguir entre os fins exclusivamente espirituais para que os sócios da Obra se associam, e o campo vastíssimo das actividades humanas - a economia, a política, a cultura, a arte, a filosofia, etc. - nas quais os sócios do Opus Dei gozam de plena liberdade e trabalham sob a sua própria responsabilidade.

Desde os primeiros contactos com a Obra, todos os sócios conhecem bem a realidade da sua liberdade individual, de modo que, se em qualquer momento algum deles pretendesse fazer pressão sobre os outros impondo as suas opiniões pessoais em matéria política, ou se servisse deles para interesses meramente humanos, os outros rebelar-se-iam e expulsá-lo-iam imediatamente.

O respeito da liberdade dos seus sócios é condição essencial para a própria existência do Opus Dei. Sem isso, a Obra não teria ninguém. Mais ainda: se alguma vez se desse - não sucedeu, não sucede e, com a ajuda de Deus, nunca sucederá - uma intromissão do Opus Dei na política ou em algum outro campo das actividades humanas, o inimigo número um da Obra seria eu próprio.

Entrevista realizada por Peter Forbarth, correspondente de Time (New York), em 15 de Abril de 1967.

(cont)






[i] Mons. Escrivá de Balaguer afirmou repetidamente que o Opus Dei, de facto, não era um Instituto Secular, como também não era uma comum associação de fiéis. Ainda que tenha sido aprovado, em 1947, como Instituto Secular, por ser a solução jurídica menos inadequada para o Opus Dei dentro das normas jurídicas então vigentes na Igreja, Mons. Escrivá de Balaguer pensara, já há muitos anos, que a situação jurídica definitiva do Opus Dei estava entre as estruturas seculares de jurisdição pessoal, como é o caso das Prelaturas pessoais.
[ii] Estas obras corporativas, de carácter claramente apostólico, são promovidas, como acaba de assinalar Mons. Escrivá de Balaguer, pelos membros do Opus Dei juntamente com outras pessoas. A Prelatura do Opus Dei assume exclusivamente a responsabilidade pela orientação doutrinal e espiritual; e nem as empresas proprietárias dessas iniciativas, nem os correspondentes bens móveis ou imóveis pertencem à Prelatura. Os fiéis do Opus Dei que trabalham nessas obras fazem-no com liberdade e responsabilidade pessoais, em plena conformidade com as leis do país, e obtendo das autoridades o mesmo reconhecimento legal que se concede a outras actividades similares dos demais cidadãos.

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