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18/07/2015

Defesa da vida

Questões sobre o aborto

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Por que razão há leis frequentemente violadas que não são suprimidas?
O Estado tem-se mostrado até cada vez mais interventivo em matérias como a fuga ao fisco ou os excessos na condução. Por que razão, em matérias, como o aborto ou o consumo de drogas, se pretende seguir o processo inverso?
Quem decide que uns actos não devem ter fiscalização social e outros sim? Com que fundamento toma essa decisão?

No caso do aborto, ao admitir a consciência como único juiz do acto, poder-se-iam adivinhar um rol de consequências de transcendência social:

1) Morre um inocente, que não é quem emite o juízo de consciência;

2) Actua sob cobertura legal alguém que mata inocentes;

3) No caso de se querer opor ao aborto, a mulher fica sem protecção legal que contrabalance as pressões familiares e sociais;

4) A mulher que venha a sofrer o trauma pós-aborto encontrar-se-á numa situação em que alguém a terá de tratar: a equipa que procedeu ao aborto, ocupar-se-á da situação?;

5) Em caso de legalização, o Estado recrutará pessoas (pagando os contribuintes) para realizar o aborto a pedido;

6) Corre-se o risco de haver profissionais da saúde e estudantes de medicina impelidos a cooperar, mais ou menos “diplomaticamente”, com actos que violam as suas consciências;

7) Mais difícil de demonstrar em poucas linhas, é a diminuição da sensibilidade perante a vida humana.

Refiramos apenas um exemplo. Em Portugal, está legalizado o aborto eugenésico em determinadas condições.
Quando o Estado permite matar embriões pelo facto de terem uma deficiência, como olhará a sociedade para as pessoas com algum “handicap”?
Em rigor, uma sociedade humanista desdobrar-se-ia em medidas que visassem proteger aqueles que são portadores de alguma dificuldade adicional. Quando se permite a sua morte intra-útero o Estado dá um sinal de que esses cidadãos interessam menos do que os outros.
Não é, pois, estranho que várias associações que protegem as pessoas com deficiências protestem pela crescente falta de sensibilidade para com eles. 

Perante estas e outras questões, por que razão há-de ser o aborto uma questão de “mera consciência” da mulher?


(cont)

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