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12/07/2015

Defesa da vida

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Uma das coisas pelas quais mais me sinto mal é o facto do meu namorado ter aceite a notícia com alegria e, ao ver minha negativa, me propôs ter o bebé e dá-lo a ele, que o criaria.

Mas eu respondi: "Se eu tiver esse filho, você me perderá, porque eu não suportarei esta situação. Ou você me ajuda, ou eu faço isso sozinha".
E assim, após algumas horas, ele acabou aceitando.

Procurar alguém disposto a "ajudar-me " não foi fácil. Mostrava-me muito decidida, ainda que, no fundo, o medo me invadia e me dominava; mesmo não aceitando a gravidez, eu já estava amando o meu filhinho, quase imperceptível ainda.
Mas finalmente chegou o dia, fui até a clínica e, em questão de minutos, acabaram não somente com o meu filho, mas também com uma parte de mim.

Hoje posso dizer-lhes que a dor física não é nada comparada com a dor que eu sentia na alma.
No instante em que saí da clínica, um terrível arrependimento invadiu o meu coração, como se finalmente tivesse aberto os olhos: eu tinha morto o meu próprio filho!
Isso foi pior que se me tivessem arrancado uma perna ou um braço.

(cont)

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