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Se procuras meditar, o Senhor não te negará a sua assistência. Fé
e obras de fé! Obras, porque o Senhor – tu já reparaste nisso desde o princípio
e eu já to fiz notar a seu tempo – cada dia é mais exigente. Isto já é
contemplação e união; e assim há-de ser a vida de muitos cristãos, avançando
cada um pela sua própria via espiritual – são infinitas – no meio dos afazeres
deste mundo, mesmo sem se darem conta disso.
Uma oração e uma conduta que não nos afastam das nossas actividades
correntes, que nos conduzem a Nosso Senhor no meio dos nossos nobres empenhos
terrenos. Ao elevar a Deus todas essas ocupações, a criatura diviniza o mundo.
Tenho falado tantas vezes do mito do rei Midas que convertia em ouro tudo
aquilo em que tocava! Podemos converter em ouro de méritos sobrenaturais tudo o
que tocamos, apesar dos nossos erros pessoais.
Assim actua o Nosso Deus. Quando aquele filho regressa, depois de
ter gasto o seu dinheiro, vivendo mal, depois – sobretudo – de se ter esquecido
do pai, o pai diz: depressa, trazei aqui o vestido mais rico e vesti-lho e
colocai-lhe um anel no dedo; calçai-lhe as sandálias. Tomai um vitelo gordo,
matai-o e comamos e celebremos um banquete. O Nosso Pai, Deus, quando
recorremos a Ele com arrependimento, tira riqueza da nossa miséria e força da
nossa debilidade. Que preparará para nós, se não O abandonarmos, se O procurarmos
todos os dias, se Lhe dirigirmos palavras carinhosas confirmadas pelas nossas
acções, se Lhe pedirmos tudo, confiados na Sua omnipotência e na Sua
misericórdia? (Amigos de Deus, nn. 308–309)
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