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13/03/2015

O que há de humano no tempo pós-humano que se está a forjar? 1

Perspectiva
Há uma guerra de gigantes de que não se fala, porque não dá espectáculo, não faz mortos em campos de guerra, não tem câmaras de televisão por diante. É a guerra pelo controlo do desenvolvimento da inteligência artificial. No entanto, o seu controlo absoluto por parte de algumas poderosas multinacionais, deixa-nos profundas inquietações sobre o nosso presente e sobre o nosso futuro imediato.
É preciso reabrir em permanência, com determinação e persistência, a questão do rumo que a sociedade de hoje está a seguir.

Vivemos mergulhados numa economia em que 1% da humanidade detém mais de metade da riqueza mundial, segundo o Global Wealth Report 2014. Há cerca de 200 milhões de desempregados no mundo, sendo 75 milhões deles menores de 25 anos, além de 839 milhões de trabalhadores que vive com menos de 2 dólares por dia, segundo a Organização Internacional do trabalho.

Os Estados nacionais, enfrentando várias dificuldades, com sérios problemas de dívidas públicas e de défices e a braços com quedas demográficas enormes e com um crescente envelhecimento da população, parecem estar desfocados de algumas questões fulcrais sobre o presente e o futuro da humanidade.

Gigantes como a Google, a Apple, a ALIBABA, o Facebook e a Amazon que investem cada vez mais em empresas de robótica, estão a fabricar diariamente robôs que saberão tudo sobre nós e nos encontrarão em qualquer lugar da Terra, como afirma E. Tétreau (2014). A crescente digitalização da economia faz com que detenham mais capacidade financeira e mais poder de investigação de ponta do que a maioria dos Estados nacionais.

(cont)


joaquim azevedo, Universidade Católica Portuguesa, Secretariado Diocesano da Pastoral da Cultura (Porto) 

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