Publicações de hoje
Padroeiros do blog: SÃO PAULO; SÃO TOMÁS DE AQUINO; SÃO FILIPE DE NÉRI; SÃO JOSEMARIA ESCRIVÁ
Páginas
▼
29/03/2014
Evangelho diário e comentário
Tempo de Quaresma Semana III |
9 Disse também esta
parábola a uns que confiavam em si mesmos por se considerarem justos, e
desprezavam os outros: 10 «Subiram dois homens ao templo a fazer
oração: um era fariseu e o outro publicano. 11 O fariseu, de pé,
orava no seu interior desta forma: Graças Te dou, ó Deus, porque não sou como
os outros homens: ladrões, injustos, adúlteros, nem como este publicano. 12
Jejuo duas vezes por semana e pago o dízimo de tudo o que possuo. 13
O publicano, porém, conservando-se a distância, não ousava nem sequer levantar
os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Meu Deus, tem piedade de mim,
pecador. 14 Digo-vos que este voltou justificado para sua casa e o
outro não; porque quem se exalta será humilhado e quem se humilha será
exaltado».
Comentário:
Este trecho do Evangelho de São Lucas,
tão conhecido, é um excelente meio para fazer um exame pessoal bem profundo:
Como é a nossa oração?
Temos de ser leais e concretos e
considerar como nos comportamos nessa conversa com Deus que é – deve ser – a
oração.
Pedimos o que julgamos precisar, seja
o que for e está bem porque o Senhor espera que Lhe digamos das nossas
necessidades, mesmo aquelas que não sabemos bem se são, de facto, necessidades
ou meros desejos insatisfeitos. Ele fará o Seu juízo que é, sempre, justíssimo.
Mas, se depois desse exame chegarmos a
uma conclusão que defina que não estamos contentes com a forma como rezamos,
então, digamos-lhe com toda a franqueza
e simplicidade:
Senhor: ensina-me, ajuda-me a rezar!
(ama, comentário sobre Lc 18, 9-14, 2014.01.22)
Leitura espiritual para Mar 29
A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemaria, Caminho 116)
Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.
31 No mesmo dia alguns dos fariseus
foram dizer-Lhe: «Sai e vai-Te daqui porque Herodes quer matar-Te». 32
Ele respondeu-lhes: «Ide dizer a essa raposa: Eis que Eu expulso os demónios e
faço curas hoje e amanhã, e ao terceiro dia atinjo o Meu termo. 33
Importa, contudo, que Eu caminhe ainda hoje, amanhã e no dia seguinte; porque
não convém que um profeta morra fora de Jerusalém. 34 «Jerusalém,
Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te são enviados, quantas
vezes quis juntar os teus filhos como a galinha recolhe os seus pintainhos
debaixo das asas, e tu não quiseste! 35 Eis que a vossa casa vos
será deixada deserta. Digo-vos que não Me vereis, até que venha o dia em que
digais: “Bendito O que vem em nome do Senhor”».
14 1 Entrando Jesus, um
sábado, em casa de um dos principais fariseus, para comer, eles estavam a
observá-l'O. 2 Encontrava-se diante d'Ele um homem hidrópico.3
Jesus, dirigindo a palavra aos doutores da lei e aos fariseus, disse-lhes: «É
lícito ou não fazer curas ao sábado?».4 Eles ficaram calados. Então
Jesus, pegando no homem pela mão, curou-o e mandou-o embora. 5
Dirigindo-se depois a eles, disse: «Qual de vós, se o seu filho ou seu boi cair
num poço, não o tirará imediatamente ainda que seja em dia de sábado?». 6
Eles não sabiam que replicar a isto. 7 Disse também uma parábola,
observando como os convidados escolhiam os primeiros lugares à mesa: 8
«Quando fores convidado para um banquete nupcial, não te coloques no primeiro
lugar, porque pode ser que outra pessoa de mais consideração do que tu tenha
sido convidada pelo dono da casa,9 e que venha quem te convidou a ti
e a ele e te diga: Cede o lugar a este; e tu, envergonhado, vás ocupar o último
lugar. 10 Mas, quando fores convidado, vai tomar o último lugar,
para que, quando vier quem te convidou, te diga: Amigo, vem mais para cima. Então
terás com isto glória na presença de todos os convidados;11 porque
todo aquele que se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado». 12
Dizia mais àquele que O tinha convidado: «Quando deres um almoço ou um jantar,
não convides os teus amigos, nem os teus irmãos, nem os teus parentes, nem os
vizinhos ricos; para que não aconteça que também eles te convidem e te paguem
com isso. 13 Mas, quando deres algum banquete, convida os pobres, os
aleijados, os coxos, os cegos; 14 e serás bem-aventurado, porque
esses não têm com que retribuir-te; mas ser-te-á isso retribuído na
ressurreição dos justos».
CONSTITUIÇÃO DOGMÁTICA
LUMEN GENTIUM
SOBRE A IGREJA
CAPÍTULO
VI
A VOCAÇÃO DE TODOS À
SANTIDADE NA IGREJA
OS RELIGIOSOS
Os
conselhos evangélicos e o estado religioso
43.
Os conselhos evangélicos de castidade consagrada a Deus, de pobreza e de
obediência, visto que fundados sobre a palavra e o exemplo de Cristo e
recomendados pelos Apóstolos, pelos Padres, Doutores e Pastores da Igreja, são
um dom divino, que a mesma Igreja recebeu do seu Senhor e com a Sua graça
sempre conserva. A autoridade da Igreja, sob a direcção do Espírito Santo,
cuidou de regular a sua prática e também de constituir, à base deles, formas estáveis
de vida. E assim sucedeu que, como em árvore plantada por Deus e maravilhosa e
variamente ramificada no campo do Senhor, surgiram diversas formas de vida,
quer solitária quer comum, e várias famílias religiosas, que vêm aumentar as
riquezas espirituais, tanto em proveito dos seus próprios membros como no de
todo o Corpo de Cristo (136). Com efeito, essas famílias dão aos
seus membros os auxílios duma estabilidade mais firme no modo de vida, duma
doutrina segura em ordem a alcançar a perfeição, duma comunhão fraterna na
milícia de Cristo, duma liberdade robustecida pela obediência, para assim
poderem cumprir com segurança e guardar fielmente a profissão religiosa e
avançar jubilosos no caminho da caridade (137).
Tendo
em conta a constituição divina hierárquica da Igreja, este estado não é
intermédio entre o estado dos clérigos e o dos leigos, de ambos estes estados
são chamados por Deus alguns cristãos, a usufruirem um dom especial na vida da
Igreja e, cada um a seu modo, a ajudarem a sua missão salvadora (138).
Consagração
ao serviço divino, o testemunho de vida
44.
Pelos votos, ou outros compromissos sagrados a eles semelhantes, com os quais
se obriga aos três mencionados conselhos evangélicos, o cristão entrega-se
totalmente ao serviço de Deus sumamente amado, de maneira que por um título
novo e especial fica destinado ao serviço do Senhor. Já pelo Baptismo, morrera
ao pecado e fora consagrado a Deus, mas, para poder recolher frutos mais
abundantes dá graça baptismal, pretende libertar-se, pela profissão dos
conselhos evangélicos na Igreja, dos impedimentos que o poderiam afastar do
fervor da caridade e da perfeição do culto divino, é consagrado mais
intimamente ao serviço divino (139). E esta consagração será tanto
mais perfeita quanto mais a firmeza e a estabilidade dos vínculos representarem
a indissolúvel união de Cristo à Igreja, Sua esposa.
E
como os conselhos evangélicos, em razão da caridade a que conduzem (140),
de modo especial unem à Igreja e ao seu mistério aqueles que os seguem, deve também
a sua vida espiritual ser consagrada ao bem de toda ela. Daqui nasce o dever de
trabalhar na implantação e consolidação do reino de Cristo nas almas e de o
levar a todas as regiões com a oração ou também com a acção, segundo as
próprias forças e a índole da própria vocação. Por isso, a Igreja defende e
favorece a índole própria dos vários Institutos religiosos.
A
profissão dos conselhos evangélicos aparece assim como um sinal, que pode e
deve atrair eficazmente todos os membros da Igreja a corresponderem
animosamente às exigências da vocação cristã. E porque o Povo de Deus não tem
na terra a sua cidade permanente, mas vai em demanda da futura, o estado
religioso, tornando os seus seguidores mais livres das preocupações terrenas,
manifesta também mais claramente a todos os fiéis os bens celestes, já
presentes neste mundo, é assim testemunha da vida nova é eterna, adquirida com
a redenção de Cristo, e preanuncia a ressurreição futura e a glória do reino
celeste. O mesmo estado religioso imita mais de perto, e perpetuamente
representa na Igreja aquela forma de vida que o Filho de Deus assumiu ao entrar
no mundo para cumprir a vontade do Pai, e por Ele foi proposta aos discípulos
que O seguiam. Finalmente, o estado religioso patenteia de modo especial a elevação
do reino de Deus sobre tudo o que é terreno e as suas relações transcendentes,
e revela aos homens a grandeza do poder de Cristo Rei e a potência infinita com
que o Espírito Santo maravilhosamente actua na Igreja.
Portanto,
o estado constituído pela profissão dos conselhos evangélicos, embora não
pertença à estrutura hierárquica da Igreja, está contudo inabalavelmente ligado
à sua vida e santidade.
Regras
e constituições
A
relação com a Hierarquia
45.
Sendo dever da Hierarquia pastorear o Povo de Deus e conduzi-lo a abundante
pastio (cfr. Ez. 34,14), a ela pertence regular com sábias leis a prática dos
conselhos evangélicos, que tanto ajudam à perfeição da caridade para com Deus e
o próximo (141). Dócil à moção do Espírito Santo, ela acolhe as regras,
propostas por homens e mulheres eminentes é, depois de aperfeiçoadas, aprova-as
autenticamente, e assiste com vigilância e protecção de sua autoridade aos
Institutos, por toda a parte fundados para a edificação do Corpo de Cristo,
para que cresçam e floresçam segundo o espírito dos fundadores.
Para
que melhor se atenda às necessidades de todo o rebanho do Senhor, qualquer
Instituto de perfeição e cada um dos seus membros, podem ser isentos pelo Sumo
Pontífice, em razão do seu primado sobre toda a Igreja, da jurisdição do
Ordinário do lugar e ficar sujeitos só a ele, em vista do bem comum (142).
Podem igualmente ser deixados, ou confiados, à autoridade patriarcal própria. E
os membros dos Institutos de perfeição, ao cumprir o seu dever para com a
Igreja, segundo o modo peculiar da sua vida, devem, de acordo com as leis
canónicas, respeito e obediência aos Bispos, em atenção à sua autoridade de
pastores das igrejas particulares e à necessária unidade e harmonia no trabalho
apostólico (143).
Mas
a Igreja não se limita a elevar, com a sua aprovação, a profissão religiosa à
dignidade de estado canónico, senão que a manifesta também na sua liturgia como
estado consagrado a Deus. Com efeito, pela autoridade que Deus lhe concedeu,
ela recebe os votos dos que professam, implora para eles, com a sua oração
pública, os auxílios da graça, recomenda-os a Deus e concede-lhes a bênção
espiritual, unindo a sua oblação ao sacrifício eucarístico.
Pureza
de vida ao serviço do mundo
46.
Procurem os religiosos com empenho que, por seu intermédio, a Igreja revele
cada vez mais Cristo aos fiéis e infiéis, Cristo orando sobre o monte,
anunciando às multidões o reino de Deus, curando os doentes e feridos, trazendo
os pecadores à conversão, abençoando as criancinhas e fazendo bem a todos,
obediente em tudo à vontade do Pai que O enviou (144).
Finalmente,
todos tenham presente que a profissão dos conselhos evangélicos, ainda que
importa a renúncia a bens de grande valor, não se opõe, contudo, ao verdadeiro
desenvolvimento da pessoa humana, más antes a favorece grandemente. Na verdade,
os conselhos evangélicos, assumidos livremente segundo a vocação pessoal de
cada um, contribuem muito para a pureza de coração e liberdade de espírito,
alimentam continuamente o fervor da caridade e, sobretudo, como bem o demonstra
o exemplo de tantos santos fundadores, podem levar o cristão a conformar-se
mais plenamente com o género de vida virginal e pobre que Cristo Nosso Senhor
escolheu para Si e a Virgem Sua mãe abraçou. Nem se pense que os religiosos,
pela sua consagração, se tornam estranhos aos homens ou inúteis para a cidade
terrena. Pois, mesmo quando não prestam uma ajuda directa aos seus
contemporâneos, têm-nos sempre presentes dum modo mais profundo, no amor de
Cristo, e colaborara espiritualmente com eles, a fim de que a construção da
cidade terrena se funde sempre no Senhor e para Ele se oriente, não seja que
trabalhem em vão os que edificam a casa (145).
Por
isso, finalmente, o sagrado Concílio confirma e louva os homens e mulheres, Irmãos
e Irmãs, que, nos mosteiros, escolas, hospitais ou missões, embelezam a Igreja
com a sua perseverante e humilde fidelidade na mencionada consagração, e
prestam generosamente aos homens os mais variados serviços.
Conclusão:
perseverança e santidade
47.
Cada um dos que foram chamados à profissão dos conselhos, cuide com empenho de
perseverar na vocação a que o Senhor o chamou, e de nela se aperfeiçoar para
maior santidade da Igreja e maior glória da una e indivisa Trindade, a qual em
Cristo e por Cristo é a fonte e origem de toda a santidade.
CAPÍTULO
VII
A ÍNDOLE ESCATOLÓGICA DA
IGREJA PEREGRINA E A SUA UNIÃO COM A IGREJA CELESTE
Caráter
escatológico da nossa vocação à Igreja
48.
A Igreja, à qual todos somos chamados e na qual por graça de Deus alcançamos a
santidade, só na glória celeste alcançará a sua realização acabada, quando vier
o tempo da restauração de todas as coisas (cfr. Act. 3,21) e, quando,
juntamente com o género humano, também o universo inteiro, que ao homem está
intimamente ligado e por ele atinge o seu fim, for perfeitamente restaurado em
Cristo (cfr. Ef, 1,10, Col. 1,20, 2 Ped. 3, 10-13).
Na
verdade, Cristo, elevado sobre a terra, atraiu todos a Si (cfr. Jo. 12,32 gr.),
ressuscitado de entre os mortos (cfr. Rom. 6,9), infundiu nos discípulos o Seu
Espírito vivificador e por Ele constituiu a Igreja, Seu corpo, como universal
sacramento da salvação, sentado à direita do Pai, actua continuamente na terra,
a fim de levar os homens à Igreja e os unir mais estreitamente por meio dela,
e, alimentando-os com o Seu próprio corpo e sangue, os tornar participantes da
Sua vida gloriosa. A prometida restauração que esperamos, já começou, pois, em
Cristo, progride com a missão do Espírito Santo e, por Ele, continua na Igreja,
nesta, a fé ensina-nos o sentido da nossa vida temporal, enquanto, na esperança
dos bens futuros, levamos a cabo a missão que o Pai nos confiou no mundo e
trabalhamos na nossa salvação (cfr. Fil. 2,12).
Já
chegou, pois, a nós, a plenitude dos tempos (cfr. 1 Cor. 10,11), a restauração
do mundo foi já realizada irrevogavelmente e, de certo modo, encontra-se já
antecipada neste mundo: com efeito, ainda aqui na terra, a Igreja está
aureolada de verdadeira, embora imperfeita, santidade. Enquanto não se
estabelecem os novos céus e a nova terra em que habita a justiça (cfr. 2 Ped.
3,13), a Igreja peregrina, nos seus sacramentos e nas suas instituições, que
pertencem à presente ordem temporal, leva a imagem passageira deste mundo e
vive no meio das criaturas que gemem e sofrem as dores de parto, esperando a
manifestação dos filhos de Deus (cfr. Rom. 8, 19-22).
Unidos,
pois, a Cristo na Igreja, e marcados com o sinal do Espírito Santo «que é o
penhor da nossa herança» (Ef. 1,14), chamamo-nos filhos de Deus e em verdade o
somos (cfr. 1 Jo. 3,1), mas não aparecemos ainda com Cristo na glória (cfr.
Col. 3,4), na qual seremos semelhantes a Deus, porque O veremos como Ele é
(cfr. 1 Jo. 3,2). E assim, «enquanto estamos no corpo, vivemos exilados, longe
do Senhor» (2 Cor. 5,6) e, tendo recebido as primícias do Espírito, gememos no
nosso íntimo (cfr. Rom. 8,23) e anelamos por estar com Cristo (cfr. Fil. 1,23).
Por este mesmo amor somos incitados a viver mais para Ele, que por nós morreu e
ressuscitou (cfr. 2 Cor. 5,15). Esforçamo-nos, por isso, por agradar a Deus em
todas as coisas (cfr. 2 Cor. 5,9) e revestimo-nos da armadura de Deus, para
podermos fazer frente às maquinações do diabo e resistir no dia perverso (cfr.
Ef. 6, 11-13). Mas, como não sabemos o dia nem a hora, é preciso que, segundo a
recomendação do Senhor, vigiemos continuamente, a fim de que no termo da nossa
vida sobre a terra, que é só uma (cfr. Hebr. 9,27), mereçamos entrar com Ele
para o banquete de núpcias e ser contados entre os eleitos (cfr. Mt. 25,
51-46), e não sejamos lançados, como servos maus e preguiçosos (cfr. M t.
25,26), no fogo eterno (cfr. Mt. 25,41), nas trevas exteriores, onde «haverá
choro e ranger de dentes» (Mt. 22,13, 25,30). Com efeito, antes de reinarmos
com Cristo glorioso, cada um de nós será apresentado «perante o tribunal de
Cristo, a fim de ser remunerado pelas obras que realizou enquanto vivia no
corpo, boas ou más» (2 Cor. 5,10), e, no fim do mundo, «os que tiverem feito
boas obras, irão para a ressurreição da vida, os que tiverem praticado más
acções, para a ressurreição da condenação (Jo. 5,29, cfr. Mt. 25,46). Pensando,
pois, que «os sofrimentos desta vida não têm proporção com a glória que se
há-de revelar em nós» (Rom. 8,18, cfr. 2 Tim. 2, 11-12), fortalecidos pela fé,
aguardamos «a bem-aventurada esperança e a vinda gloriosa do grande Deus e
salvador nosso Jesus Cristo), (Tit. 2,13), «o qual transformará o nosso corpo
miserável, tornando-o conforme ao Seu corpo glorioso), (Fil. 3,21) e virá «ser
glorificado nos Seus santos e admirado em todos os que acreditaram), (2 Tess.
1,10).
União
da Igreja celeste com a Igreja peregrina
49.
Deste modo, enquanto o Senhor não vier na Sua majestade e todos os Seus anjos
com Ele (cfr. Mt. 25,31) e, vencida a morte, tudo Lhe for submetido (cfr. 1
Cor. 15, 26-27), dos Seus discípulos uns peregrinam sobre a terra, outros,
passada esta vida, são purificados, outros, finalmente, são glorificados e
contemplam «claramente Deus trino e uno, como Ele é» (146), todos,
porém, comungamos, embora em modo e grau diversos, no mesmo amor de Deus e do
próximo, e todos entoamos ao nosso Deus o mesmo hino de louvor. Com efeito,
todos os que são de Cristo e têm o Seu Espírito, estão unidos numa só Igreja e
ligados uns aos outros n'Ele (cfr. Ef. 4,16). E assim, de modo nenhum se
interrompe a união dos que ainda caminham sobre a terra com os irmãos que
adormeceram na paz de Cristo, mas antes, segundo a constante fé da Igreja, é
reforçada pela comunicação dos bens espirituais (147). Porque os
bem-aventurados, estando mais ìntimamente unidos com Cristo, consolidam mais
firmemente a Igreja na santidade, enobrecem o culto que ela presta a Deus na
terra, e contribuem de muitas maneiras para a sua mais ampla edificação em
Cristo (cfr. 1 Cor. 12, 12-27) (148). Recebidos na pátria celeste e
vivendo junto do Senhor (cfr. 2 Cor. 5,8), não cessam de interceder, por Ele,
com Ele e n'Ele, a nosso favor diante do Pai (149), apresentando os
méritos que na terra alcançaram, graças ao mediador único entre Deus e os
homens, Jesus Cristo (cfr. 1 Tim., 2,5), servindo ao Senhor em todas as coisas
e completando o que falta aos sofrimentos de Cristo, em favor do Seu corpo que
é a Igreja (cfr. Col. 1,24) (150). A nossa fraqueza é assim
grandemente ajudada pela sua solicitude de irmãos.
(cont)
Nota:
Revisão da versão portuguesa por ama.
_________________________________________
Notas:
136.
Cfr. Rosweydus, Vitae Patrum, Anvers, 1628, Apophtegmata Patrum: PG 65.
Paladius, Historia Lausiaca: PG 34, 995 ss.: ed. Butler, Cambridge 1898 (1904).
Pio XI, Const. Apost. Umbratilem, 8 jul. 1924: AAS 16 (1924) pp. 386-387. Pio
XII, Aloc. Nous sommes heureux, 11 abr. 1958:. AAS 50 (1958) p. 283.
137.
Cfr. Paulo VI, Aloc. Magno gaudio, 23 maio 1964: AAS 56 (1964), p. 566.
138.
Cfr. Cod. Iur. Can., e. 487 e 488, 4.°, Pio XII, Aloc. Annus sacer, 8 dez.
1950: AAS 43 (1951) p. 27 s., Pio XII, Const. Apost. Provida Mater, 2. fev.
1947: AAS 39 (1947) p. 120 ss.
139.
Cfr. Paulo VI, 1. c., p. 567.
140.
Cfr. S. Tomás, Summa Theol. II-II, q, 184, a. 3 e q. 188, a. 2. S. Boaventura,
Opusc. XI, Apologia Pauperum, e. 3, 3: ed. Opera, Quaracchi, 1898, t. 8, p. 245
a.
141.
Cfr. Cone. Vat. I, Esquema De Ecclesia Christi, cap. XV, e Adnot. 48: Mansi 51,
549 s. e 619 s. - Leão XIII, Carta Au milieu des consolations, 23 dez. 1900:
ASS 33 (1900-01) p. 361. Pio XII, Const. Apost. Provida Mater, l. c., p. 114 s.
142.
Cfr. Leão XIII, Const. Romanos Pontifices, 8 maio 1881: ASS 13 (1880-81) p.
483. Pio XII, Aloc. Annus sacer, 8 dez. 1950: AAS 43 (1951) p. 28 s.
143.
Cfr. Pio XII, Aloc. Annus sacer, 1. c., p, 28. Pio XII, Const. Apost. Sedes
Sapientiae, 31 maio 1956: AAS 48 (1956) p. 355. Paulo VI, Aloc. Magno gaudio,
23 maio 1964: AAS 56 (1964), p. 570-571.
144.
Cfr. Pio XII, Encícl. Mystici Corporis, 29 jun. 1943: AAS 35 (1943) p. 214 s.
145.
Cfr. Pio XII, Aloc. Annus sacer, 1. c., p. 30. Aloc. Sous Ia maternelle
protection, 9 dez. 1957: AAS 50 (1958) p. 39 s.
146.
Conc. Florentino, Decretum pro Graecis: Denz. 693 (1305).
147.
Além de documentos mais antigos contra qualquer forma de evocação dos espíritos
a partir de Alexandre IV (27 set. 1258), efr. Carta do Santo Oficio, De
magnetismi abusu, 4 ago. 1856: ASS (1865) pp. 177-178, Denz. 1653-1654
(2823-2825), resposta do Santo Ofício, 24 abr. 1917: AAS 9 (1917) p. 268, Denz.
2182 (3642).
148.
Veja-se a exposição sintética desta doutrina paulina em: Pio XII Encícl.
Mystici Corporis: AAS 35 (1943) p. 200, etc., etc.
149.
Cfr. S. Agostinho, Enar. in Ps. 85, 24: PL 37, 1099. S. Jerónimo, Liber contra
Vigilantium, 6: PL 23, 344. S.
Tomás, In 4m Sent., d. 45, q. 3, a. 2. S. Boaventura, In 4m Sent., d. 45, a. 3
q. 2, etc.
150.
Cfr. Pio XII, Encícl. Mystici Corporis: AAS 35 (1943) p. 245.
Tratado dos vícios e pecados 43
Art. 3 — Se quem peca por
malícia intencional peca por hábito.
(II Sent., dist. XLIII, a. 2;
In Matth., cap. XII).
O
terceiro discute-se assim. — Parece que quem peca por malícia intencional peca
por hábito.
1.
— Pois, diz o Filósofo, que nem todos podem praticar actos injustos, ao modo do
injusto, i. é, por eleição, mas, só o que tem o hábito para tal. Ora, pecar por
malícia intencional é fazê-lo, com eleição do mal, conforme já se disse. Logo,
só quem tem o hábito pode pecar por malícia intencional.
2.
Demais. — Orígenes diz que ninguém se anula ou falha subitamente, mas só
paulatinamente e aos poucos há-de resvalar. Ora, o máximo deslize é pecar por
malícia intencional. Logo, não é repentinamente e desde o princípio, mas por um
costume diuturno, capaz de gerar o hábito, que chegamos a pecar por essa
malícia.
3.
Demais. — Sempre que pecamos por malícia intencional, necessariamente a vontade
por si mesma inclinar-se-á ao mal que elegeu. Ora, pela própria natureza da
potência, o homem não se inclina para o mal, mas ao contrário, para o bem.
Logo, se escolhe o mal fá-lo necessariamente por alguma coisa sobreveniente, a
saber, a paixão ou o hábito. Ora, quem peca por paixão não peca por malícia
intencional, mas por fraqueza, como já se disse. Logo, quem peca por malícia
intencional há-de, sempre e necessariamente, pecar por hábito.
Mas,
em contrário. — O hábito bom está para a eleição do bem, como o mau, para a do
mal. Ora, podemos sem termos o hábito da virtude, escolher o que é
virtuosamente bom. Logo, também podemos eleger o mal, sem termos um hábito
vicioso, e isso é pecar por malícia intencional.
A vontade comporta-se, de um modo, em relação ao bem e, de outro, ao mal.
Pois, pela natureza da sua potência, inclina-se para o bem racional como para o
objecto próprio, e por isso todo pecado é considerado contrário à razão.
Portanto e necessariamente, só por alguma causa estranha a eleição da vontade
se inclina para o mal. E, isso às vezes dá-se por deficiência da razão, como
quando pecamos por ignorância, outras, por impulso do apetite sensitivo, como
quando pecamos por paixão. E em nenhum destes casos pecamos por malícia
intencional, mas só quando a vontade se move propriamente para o mal. O que pode
dar-se de dois modos. — Primeiro, por alguma disposição corrupta, inclinante
para o mal, de modo a, em vista dessa disposição, algum mal nos ser conveniente
e semelhante, para o qual, em razão da semelhança, a vontade tende como se
fosse bem. Pois, cada ser tende, em si mesmo, ao que lhe é conveniente. E essa
disposição corrupta é ou um hábito adquirido pelo costume, que se converteu em
natureza, ou algum hábito corpóreo doentio, como quando temos certas
inclinações naturais para certos pecados, por causa da corrupção da nossa
natureza.
De
outro modo, a vontade pode tender, por si mesma, para o mal, pela remoção de um
obstáculo proibitivo. Assim, se nos abstivermos de pecar, não propriamente por
nos desagradar o pecado, mas pela esperança da vida eterna, ou pelo temor da
Geena, uma vez perdida a esperança, pelo desespero, ou o temor, pela presunção,
resultará o pecarmos por malícia intencional e quase sem freios.
Donde
fica claro, que o pecado, cometido por malícia intencional, sempre pressupõe alguma
desordem no homem, que contudo nem sempre é habitual. Portanto, quem peca por
malícia intencional nem por isso peca por hábito, necessariamente.
DONDE
A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJECÇÃO. — Proceder como o injusto é, não somente
praticar actos injustos por malícia intencional, mas ainda com prazer, e sem
grave oposição da razão. Ora, isso só o faz quem assim age habitualmente.
RESPOSTA
À SEGUNDA. — Não é repentinamente que resvalamos, pecando por malícia
intencional, mas isso pressupõe uma causa que nem sempre é um hábito, como já
se disse.
RESPOSTA
À TERCEIRA. — O que inclina a vontade para o mal nem sempre é um hábito ou
paixão, mas podem ser algumas outras coisas, como já se disse.
RESPOSTA
À QUARTA. — A eleição do bem e a do mal não têm o mesmo fundamento. Pois, ao
passo que o mal nunca existe sem o bem natural, o bem pode existir sem o mal da
culpa perfeita.
Revisão da tradução portuguesa por ama
Reflectindo 12
Ocorre-me que
se o Senhor não veio chamar pois justos mas, sim, os pecadores, então posso
considerar-me afortunado pois, pecador como dou, Ele não me deixará sem o Seu
auxílio e protecção, de me assistir e socorrer nos momentos em que a minhas fraquezas
mais se fazem sentir e as minhas forças mais se debilitam.
Tenho pena de ser pecador ofender meu Senhor e o Meu Deus que não merece que O maltrate, mas, ao mesmo tempo apetece-me exclamar:
Ó “félix
culpa” que me merece o perdão.
ama, 2013
Temas para meditar 57
Serenidade
Temos de fazer um trato com o coração: não actuar, não decidir, não dizer nada enquanto ele estiver agitado, quer pela ira, quer pela paixão ou por qualquer onda de emotividade.
Temos de fazer um trato com o coração: não actuar, não decidir, não dizer nada enquanto ele estiver agitado, quer pela ira, quer pela paixão ou por qualquer onda de emotividade.
(rafael llano cifuentes, Fortaleza, Quadrante, 1991, pg. 66)
Pequena agenda do cristão
Sábado
(Coisas
muito simples, curtas, objectivas)
Propósito: Honrar a
Santíssima Virgem.
A
minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus meu
Salvador, porque pôs os olhos na humildade da Sua serva, de hoje em diante me
chamarão bem-aventurada todas as gerações. O Todo-Poderoso fez em mim
maravilhas, santo é o Seu nome. O Seu Amor se estende de geração em geração
sobre os que O temem. Manifestou o poder do Seu braço, derrubou os poderosos
do seu trono e exaltou os humildes, aos famintos encheu de bens e aos ricos
despediu de mãos vazias. Acolheu a Israel Seu servo, lembrado da Sua
misericórdia, como tinha prometido a Abraão e à sua descendência para sempre.
Lembrar-me: Santíssima
Virgem Mãe de Deus e minha Mãe.
Minha
querida Mãe: Hoje queria oferecer-te um presente que te fosse agradável e
que, de algum modo, significasse o amor e o carinho que sinto pela tua
excelsa pessoa.
Não
encontro, pobre de mim, nada mais que isto: O desejo profundo e sincero de me
entregar nas tuas mãos de Mãe para que me leves a Teu Divino Filho Jesus.
Sim, protegido pelo teu manto protector, guiado pela tua mão providencial,
não me desviarei no caminho da salvação.
Pequeno exame: Cumpri o propósito que me propus
ontem?
|
Senhor, não sei rezar!
Se desejas deveras ser alma penitente –
penitente e alegre –, deves defender, acima de tudo, os teus tempos diários de
oração, de oração íntima, generosa, prolongada, e hás-de procurar que esses
tempos não sejam ao acaso, mas a hora fixa, sempre que te for possível. Sê
escravo deste culto quotidiano a Deus, e garanto-te que te sentirás
constantemente alegre. (Sulco,
994)
Quando vejo como algumas pessoas entendem a
vida de piedade, o convívio de um cristão com o seu Senhor, e dela me
apresentam uma imagem desagradável, teórica, feita de fórmulas, repleta de lengalengas
sem alma, que mais favorecem o anonimato do que a conversa pessoal, de tu a tu,
com o nosso Pai Deus – a autêntica oração vocal nunca admite o anonimato –
recordo aquele conselho do Senhor: nas vossas orações, não useis muitas
palavras, como os gentios, os quais julgam que serão ouvidos à força de
palavras. Não os imiteis, porque o Vosso Pai sabe o que vos é necessário antes
de que vós lho peçais. E comenta um Padre da Igreja: penso que Cristo manda que
evitemos as orações longas; longas, porém, não quanto ao tempo, mas quanto à
multiplicidade interminável de palavras... O próprio Senhor nos deu o exemplo
da viúva que, à força de súplicas, venceu a renitência do juiz iníquo; e o
daquele importuno que chegou a desoras, à noite, e pela sua teimosia, mais do
que pela amizade, conseguiu que o amigo se levantasse da cama (cfr. Lc XI, 5–8;
XVIII, 1–8). Com esses dois exemplos manda-nos que peçamos constantemente, não
compondo orações intermináveis, mas antes contando-lhe com simplicidade as
nossas necessidades.
De qualquer modo, se ao iniciar a vossa
meditação não conseguis concentrar a atenção para conversar com Deus, se vos
sentis secos e a cabeça parece que não é capaz de ter sequer uma ideia ou se os
vossos afectos permanecem insensíveis, aconselho-vos o que tenho procurado
praticar sempre nessas circunstâncias: ponde-vos na presença do vosso Pai e
dizei-Lhe pelo menos: "Senhor, não sei rezar, não me lembro de nada para
Te contar!"... e estai certos de que nesse mesmo instante começastes a
fazer oração. (Amigos de Deus, 145)