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19/05/2014

As sete palavras de Cristo na Cruz 19

Capítulo 4: Explicação textual da segunda palavra: “Amém, Eu te digo: Hoje estarás comigo no paraíso. 1

A segunda palavra, ou a segunda frase, pronunciada por Cristo na Cruz foi, segundo o testemunho de São Lucas, a magnífica promessa feita ao ladrão, que pendia em uma cruz a seu lado. A promessa foi feita nas seguintes circunstâncias: dois ladrões foram crucificados juntos ao Senhor, um a sua mão direita, outro a sua esquerda; um desses acrescentou a seus crimes do passado o pecado de blasfemar de Cristo, zombando de sua falta de poder para salvá-los, dizendo: “se és o Cristo, salva-te a ti mesmo e salva-nos a nós!” 1. De fato, São Mateus e São Marcos acusam ambos os ladrões desse pecado, mas é mais provável que os dois evangelistas usem o plural para se referirem ao número singular, como frequentemente se faz nas Sagradas Escrituras, conforme observa Santo Agostinho no trabalho “Sobre a Harmonia dos Evangelhos”. Assim São Paulo, em sua Epístola aos Hebreus, diz dos profetas: “taparam bocas de leões... apedrejados ..., serrados ao meio ...; andaram errantes, vestidos de pele de ovelha e de cabra” 2. Sem embargo, um só profeta houve — Daniel — que fechou a boca dos leões; um só profeta — Jeremias — que foi apedrejado; um só profeta — Isaías — que foi serrado. Mais ainda, nem São Mateus nem São Marcos são tão explícitos a respeito desse ponto como São Lucas, que disse de maneira mui clara: “um dos malfeitores, ali crucificados, blasfemava contra Ele” 3. Pois bem, mesmo se considerarmos que ambos vituperavam o Senhor, não existe razão para que um mesmo homem não haja amaldiçoado em um momento e, já em outro, proclamado seus louvores.

são roberto belarmino

(Tradução: Permanência, revisão ama).

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Notas:
1. Lc 23,39.
2. Hb 11,33-37.

3. Lc 23,39

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