Questão 70: Dos frutos do
Espírito Santo.
Art. 2 — Se os frutos
diferem das bem-aventuranças.
(Ad Galat., cap. V, lect. VI;
In Isaiam, cap. XI).
O
segundo discute-se assim. — Parece que os frutos não diferem das
bem-aventuranças.
2.
Demais. — O fruto da vida eterna está para a bem-aventurança futura, que é a da
posse, assim como o da vida presente para as bem-aventuranças da vida actual,
que são esperadas. Ora, o fruto da vida eterna é a mesma bem-aventurança
futura. Logo, os da vida presente são as próprias bem-aventuranças.
3.
Demais. — É da essência do fruto ser algo de último e deleitável. Ora, isto é
também da essência da bem-aventurança, como já se disse 2. Logo,
fruto e bem-aventurança têm a mesma essência, e portanto não devem ser
distintos entre si.
Mas,
em contrário. — Onde há espécies diversas há sujeitos diversos. Ora, os frutos
e as bem-aventuranças dividem-se em partes diversas, como a enumeração daqueles
e destes claramente o mostra. Logo, os frutos diferem das bem-aventuranças.
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DONDE
A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJECÇÃO. — A objecção prova que as bem-aventuranças são
frutos, não porém que todos os frutos sejam bem-aventuranças.
RESPOSTA
À SEGUNDA. — O fruto da vida eterna é último e perfeito, absolutamente, e
portanto em nada se distingue da futura bem-aventurança. Os frutos da vida
presente, porém, não são últimos e perfeitos, absolutamente, e portanto, nem
todos os frutos são bem-aventuranças.
RESPOSTA
À TERCEIRA. — A bem-aventurança tem, por essência, algo mais que a essência do
fruto, como se disse.
Revisão da tradução portuguesa por ama
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Notas:
1. Q. 69, a. 3, ad 1.
2. Q. 3, a. 1; q. 4, a. 1.
3. Q. 69, a. 1 ad 1.
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