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18/02/2014

Leitura espiritual para Fev 18

Não abandones a tua leitura espiritual.
A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemariaCaminho 116)


Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. 
O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.

Para ver, clicar SFF.
Evangelho: Mc 14, 1-16

1 Dali a dois dias era a Páscoa e os Ázimos; os príncipes dos sacerdotes e os escribas andavam buscando o modo de O prender à traição, para O matar. 2 Porém, diziam: «Não convém que isto se faça no dia da festa, para que não se levante nenhum motim entre o povo» 3 Estando Jesus em Betânia, em casa de Simão o leproso, enquanto estava à mesa, veio uma mulher trazendo um frasco de alabastro cheio de um perfume feito de verdadeiro nardo, de um grande valor e, quebrando o frasco, derramou-Lho sobre a cabeça. 4 Alguns dos que estavam presentes indignaram-se e diziam entre si: «Para que foi este desperdício de perfume? 5 Pois podia-se vender por mais de trezentos denários e dá-los aos pobres». E irritavam-se contra ela. 6 Mas Jesus disse: «Deixai-a. Porque a molestais? Ela fez-Me uma boa obra, 7 porque pobres sempre os tereis convosco, e quando quiserdes, podeis fazer-lhes bem; porém a Mim, não Me tereis sempre. 8 Ela fez o que podia: ungiu com antecipação o Meu corpo para a sepultura. 9 Em verdade vos digo: Onde quer que for pregado este Evangelho por todo o mundo, será também contado, para sua memória, o que ela fez». 10 Então, Judas Iscariotes, um dos doze, foi ter com os príncipes dos sacerdotes para lhes entregar Jesus. 11 Eles ouvindo-o, alegraram-se e prometeram dar-lhe dinheiro. E ele procurava ocasião oportuna para O entregar. 12 No primeiro dia dos Ázimos, quando imolavam a Páscoa, os discípulos perguntaram-Lhe: «Onde queres que vamos preparar-Te a refeição da Páscoa?». 13 Então, Ele enviou dois dos Seus discípulos e disse-lhes: «Ide à cidade e encontrareis um homem levando uma bilha de água; ide atrás dele, 14 e, onde entrar, dizei ao dono da casa: “O Mestre manda dizer: Onde está a Minha sala onde hei-de comer a Páscoa com os Meus discípulos?”. 15 E ele vos mostrará uma sala superior, grande, mobilada e já pronta. Preparai-nos lá o que é preciso». 16 Os discípulos partiram e chegaram à cidade; encontraram tudo como Ele lhes tinha dito, e prepararam a Páscoa.



JESUS CRISTO NOSSO SALVADOR

Iniciação à Cristologia

c) O Espírito Santo coopera na salvação unindo os homens a Cristo e tornando-os partícipes da sua obra redentora

    «Há uma só economia salvífica de Deus Uno e Trino, realizada no mistério da encarnação, morte e ressurreição do Filho de Deus, levada a cabo com a cooperação do Espírito Santo e abrangendo no seu alcance salvífico toda a humanidade e todo o universo»[1].
O plano de Deus Pai é que nós homens entremos em comunhão com Ele por meio do Verbo encarnado.
Portanto, a obra de Cristo deve alcançar cada m dos homens que assim recebem os frutos ada redenção; e isto realiza-se por acção do Espírito Santo.

    O Espírito Santo, que é Senhor e dador da vida, com o seu poder infinito alcança todos os homens de todos os tempos, e faz com que as acções e méritos de Cristo se possam aplicar e ter eficácia salvífica em cada um: torna possível que cada um posa entrar em comunhão com o Filho de Deus, se incorpore n’Ele e participe da redenção.

Neste ponto também temos de considerar que o Espírito Santo serve a Igreja, «sacramento universal da salvação», para que os homens encontrem Cristo e participem da salvação.
Segundo o sapientíssimo plano divino da nossa salvação, toda a graça «é doada sempre por meio de Cristo no Espírito Santo e tem uma misteriosa relação com a Igreja»[2].

    Como sinteticamente expusemos a salvação não outra coisa que entrar em comunhão com Deus pela nossa união com Cristo que o Espírito Santo realiza.
A redenção é, pois, uma profunda realidade ancorada no mistério da santíssima Trindade e no mistério da Encarnação do Verbo.

Compreende também os mistérios da nossa justificação e da Igreja, por meio da qual nos chega a obra redentora de Jesus Cristo. Por isso, a redenção é um mistério tão profundo que excede totalmente o nosso entendimento, e só em parte podemos entendê-lo.

    Nos próximos capítulos iremos explicando os diferentes elementos expostos aqui de modo resumido, para tentar alcançar algumas luzes deste mistério tão consolador, que é a fonte da nossa esperança.


Capítulo VII

JESUS CRISTO, MEDIADOR DA NOVA ALIANÇA E CABEÇA DO GÉNERO HUMANO

    Deus decidiu restabelecer a comunhão de vida com os homens, rompida pelo pecado, mediante a Encarnação do seu Filho.
Assim pois, a salvação realiza-se «por meio de» a obra de Cristo homem: a acção de Jesus Cristo é uma mediação e Ele é o Mediador. Por isso as orações litúrgicas, que habitualmente se dirigem ao Pai, se acabam com a fórmula «Per Dominum Nostrum Iesum Christum...» («Por Nosso Senhor Jesus Cristo...»).
    E Jesus, em toda a sua obra mediadora, actua como Cabeça do género humano: isto é o que explica que as suas acções sirvam para a nossa salvação. Vejamos estes pontos.

1. Jesus Cristo. Mediador da Nova Aliança entre Deus e os homens

a) Jesus Cristo é o Mediador da nova e eterna Aliança entre Deus e os homens.

    O nome de mediador.

Mediador é nome de ofício, e aplica-se a quem faz de meio entre os que estão separados para reconciliá-los, ou uni-los de alguma forma.

    A Sagrada Escritura dá o título de mediadores aos Patriarcas, a Moisés (cf. Dt 5,5) e a outros enviados por Deus para instituir a aliança entre Ele e o seu povo, ou para a manter viva, ou refazê-la quando tenha sido rompida.

Na economia divina, que é a da condescendência e da auto-comunicação de Deus aos homens, os mediadores não são primariamente representantes do povo ante o Senhor, mas sim representantes de Deus, que se serve de alguns homens os quais elegeu como instrumentos e lhes conferiu dons e autoridade especiais sobre os outros.

A aliança e a salvação vêm do alto, de cima; não é obra humana.

    Jesus Cristo, Mediador entre Deus e os homens.

O Novo Testamento aplica o título de Mediador a Cristo, enviado por seu Pai para reconciliar o mundo consigo e estabelecer uma Aliança entre Deus e a humanidade que estava separada da intimidade divina pelo pecado.

«Um só é Deus um só é também o mediador entre Deus e os homens: Jesus Cristo homem, que se entregou a sua mesmo em redenção de todos» (1 Tim 2,5-6)[3].

    A Sagrada Escritura também ensina esta mesma realidade empregando muitas outras expressões:

Cristo é o único salvador (cf. Act 4,12), o único caminho para ir ao Pai (cf. Jo 14,6-9), por quem temos acesso a Deus Pai (cf. Ef 2,18), por quem nos reconciliamos com Deus (cf. 2 Cor 5,18-21); etc.

    Cristo é Mediador da «Nova e eterna Aliança».

É mediador da «Nova Aliança» ou «de uma Aliança mais excelsa» (Heb 9,15; 8,6).
As alianças anteriores entre Deus e a humanidade eram parciais e imperfeitas, pois não faziam os homens partícipes da intimidade divina, nem tinham o poder de tirar o pecado.

Ao contrário, Jesus revela-nos plenamente o Pai, tira o pecado do mundo e estabelece a verdadeira comunhão de vida entre Deus e os homens (cf. Heb 1,1-3; 8,6ss): «A lei foi dada por meio de Moisés, mas a graça e a verdade vieram por Cristo Jesus» (Jo 1,17).

    A mediação de Cristo não consiste só na obra que levou a cabo na terra, mas também compreende a que realiza no céu: é o Mediador da Aliança eterna e definitiva, que começa neste mundo e continuará de modo perfeito na eternidade.

b) Cristo é o único Mediador entre Deus e os homens

    Cristo é o único Mediador.

Só Cristo une verdadeiramente os homens com Deus, enquanto pelo seu sacrifício nos reconciliou com Deus, remindo-nos do pecado que nos separava d’Ele.

«Um só é o Mediador entre Deus e os homens: Jesus Cristo homem» (1 Tim 2,5).

Ou como Ele dizia: «Ninguém vai ao pai senão por mim» (Jo 14,6).

    Por isso o Magistério da Igreja qualifica Jesus Cristo como «único» e «verdadeiro» Mediador entre Deus e os homens[4].

    Há outros mediadores entre Deus e os homens, mas subordinados a Cristo e partícipes da sua mediação.

É muito congruente com o plano da providência divina que as criaturas participem como causas segundas na economia da criação e da salvação.
Assim, é lógico que haja outros mediadores que desempenhem algum papel na obra salvífica.

    Todavia, esses outros mediadores não causam por si mesmos a reconciliação do homem com Deus, só cooperam dispositiva e instrumentalmente para essa união.
Unicamente Cristo por si mesmo repara o pecado e nos comunica a vida divina.

    Todas as outras mediações participam da mediação de Jesus Cristo e dependem dela: existem em virtude da graça e dos dons que provêem da sua obra redentora.
E, além disso, estão ordenadas a Cristo, pois o seu fim é levar os homens à união com o Salvador do género humano e assim participem da salvação que Ele nos dá[5].

    Neste sentido subordinado há outros mediadores em graus diferentes:
em primeiro lugar a Virgem Maria Mediadora de todas as graças, depois os anjos, os santos, os sacerdotes, os pais, etc.
Todos os cristãos devem ser mediadores em Cristo Jesus:
devem ser seus instrumentos para a salvação dos demais e conduzi-los à união com o salvador.

c) Jesus Cristo é Mediador enquanto homem

    Assim o ensina explicitamente a revelação:

«Um só é o Mediador entre Deus e os homens: Jesus Cristo homem, que se entregou a si mesmo em redenção de todos» (1 Tim 2,5-6).

    Ser mediador implica duas coisas:

Em primeiro lugar, que uma pessoa de algum modo tenha condição de meio entre os que há que reconciliar: para isso deve ser diferente deles e, ao mesmo tempo, deve ter alguma relação com cada uma das partes.

E em segundo lugar, que intervenha efectivamente com a sua acção para reconciliar os que estão separados.

    Evidentemente, Cristo enquanto Deus não tem condição de meio, pois não difere do Pai nem do Espírito Santo nem em natureza nem no poder salvador.
E tampouco é meio entre Deus e os homens simplesmente pelo facto de ser homem.

    Jesus Cristo tem condição de meio enquanto é homem cheio de graça e enquanto com a sua entrega – vivificada por essa plenitude de graça – reconcilia os homens com Deus.

Com efeito, em virtude da sua natureza humana é inferior ao Pai (cf. Jo 14,28), e por causa da plenitude de graça está acima de todos os homens e distingue-se de todos os outros: por isto tem razão de meio.
E com a sua actuação humana, vivificada por essa plenitude de graça e de caridade, merece para todo o género humano a reconciliação com Deus e satisfaz pelo pecado.
Daí que «da sua plenitude todos recebemos graça sobre graça» (Jo 1,16)[6].
    Ora bem, já sabemos que o fundamento dessa plenitude de graça e de caridade pelas quais está acima de todos e pelas quais se entregou por nós, é a união hipostática, a qual constitui o fundamento da sua mediação; de modo que se Cristo não fosse Deus feito homem, não teria a plenitude de graça e, portanto, não seria nosso Mediador.

2. Cristo medeia entre Deus e os homens exercendo os ofícios de sacerdote, Mestre e Pastor

    Como exerce Cristo a sua mediação entre Deus e os homens?

Para descrever o modo como exerce esta mediação costumam expor-se os diversos ofícios pelos quais leva a cabo a nossa salvação: como Sacerdote, como Mestre (ou Profeta) e como Pastor (Rei e Senhor). Esta enumeração é sobretudo descritiva e torna-se útil para conhecer distintamente os diversos aspectos da obra de Cristo.
Mas não é uma divisão rigorosa, pois não há uma distinção clara entre essas funções já que cada uma implica de algum modo as outras.

a) Jesus Cristo, Sacerdote da nova Aliança

    A noção de sacerdote.

«Todo o sumo-sacerdote, escolhido entre os homens, está constituído em favor dos homens no que se refere a Deus, para oferecer dons e sacrifícios pelos pecados; e pode sentir compaixão pelos ignorantes e extraviados, por estar ele também envolto em debilidade (…) E ninguém se arroga tal dignidade, senão o que é chamado por Deus, tal como Aarão» (Heb 5,1-4).

    As características próprias do sacerdote que este texto sagrado assinala são:

Em primeiro lugar, pertencer à linhagem humana e ter sido «escolhido e assumido» por Deus dentre os demais homens por uma certa consagração.

Em segundo lugar, estar destinado para mediar entre Deus e os outros.
Em terceiro lugar, o acto específico do sacerdote que é oferecer o sacrifício para reparar o pecado e assim reconciliar os homens com Deus (cf. Heb 8,3).

Em quarto lugar, assinalam-se ali também alguns quesitos: a vocação divina e algumas qualidades morais como a misericórdia, a humildade, etc.

    Assim pois, o sacerdote é um mediador entre Deus e os homens.

Todavia, o termo «mediador» é mais amplo que o de «sacerdote», pois nem toda a mediação é um sacerdócio.
Com efeito, pode haver outras mediações entre Deus e os homens (p. ex. a dos profetas na revelação, a dos reis no governo da sociedade, etc.), mas o sacerdócio é a principal, pois consiste em unir e reconciliar verdadeiramente os homens com Deus, tirando o pecado que é o que separa os homens de Deus.

    Como exerce o sacerdote a sua missão mediadora?

O que faz em primeiro lugar com a sua função principal e própria que é oferecer sacrifícios para nos reconciliamos com Deus, e assim alcançar as bênçãos do céu[7].
Mas o ofício sacerdotal também compreende outras funções, uma vez que assim também deve comunicar aos homens os dons de Deus.

(Cont.)





[1] CONGR. PARA A DOUTRINA DA FÉ, Decl. Dominus Iesus, n. 1.
[2] Ibídem, n. 21.
[3] Cf. Também: Gal 3,19-20; Heb 8,6; 9,15; 12,22-24.
[4] Cf. LG, 8, 62; CONC. VATICANO II, Ad gentes, 3; Decl. Dominus Iesus, 13-15; etc.
[5] Cf. LG, 62.
[6] Cf. S.Th. III,26,2; III,7,1.
[7] Etimologicamente «sacrifício» provem de sacrum facere, fazer de Deus algo que era do homem

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