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05/01/2014

Leitura espiritual para 05 Jan

Não abandones a tua leitura espiritual.
A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemariaCaminho 116)


Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.


Para ver, clicar SFF.
Evangelho: Mt 21, 18-32

18 Pela manhã, quando voltava para a cidade, teve fome. 19 Vendo uma figueira junto do caminho, aproximou-Se dela, e não encontrou nela senão folhas, e disse-lhe: «Nunca mais nasça fruto de ti». E, imediatamente, a figueira secou. 20 Vendo isto, os discípulos admiraram-se e disseram: «Como secou a figueira imediatamente?». 21 Jesus respondeu: «Na verdade vos digo que, se tiverdes fé e não duvidardes, não só fareis o que foi feito a esta figueira, mas ainda se disserdes a este monte: “Sai daí e lança-te no mar”, assim se fará. 22 E tudo o que pedirdes com fé na oração alcançá-lo-eis». 23 Tendo ido ao templo, os príncipes dos sacerdotes e os anciãos do povo aproximaram-se d'Ele, quando estava a ensinar, e disseram-Lhe: «Com que autoridade fazes estas coisas? E quem Te deu tal direito?». 24 Jesus respondeu-lhes: «Também Eu vos farei uma pergunta; se Me responderdes, Eu vos direi com que direito faço estas coisas. 25 Donde era o baptismo de João? Do céu ou dos homens?». Mas eles reflectiam consigo: 26 «Se Lhe dissermos que é do céu, Ele dirá: “Então porque não crestes nele?”. Se Lhe dissermos que é dos homens, tememos o povo» ; porque todos tinham João como um profeta. 27 Portanto, responderam a Jesus: «Não sabemos». Ele disse-lhes também: «Pois então nem Eu vos digo com que autoridade faço estas coisas». 28 «Mas que vos parece? Um homem tinha dois filhos. Aproximando-se do primeiro, disse-lhe: “Filho, vai trabalhar hoje na minha vinha”. 29 Ele respondeu: “Não quero”. Mas, depois, arrependeu-se e foi. 30 Dirigindo-se em seguida ao outro, falou-lhe do mesmo modo. E ele respondeu: “Eu vou, senhor”, mas não foi. 31 Qual dos dois fez a vontade do pai?». Eles responderam: «O primeiro». Disse-lhes Jesus: «Na verdade vos digo que os publicanos e as meretrizes vos precederão no reino de Deus. 32 Porque veio a vós João pelo caminho da justiça, e não crestes nele; e os publicanos e as meretrizes creram nele. E vós, vendo isto, nem assim fizestes penitência depois, crendo nele.



CARTA ENCÍCLICA
INSCRUTABILI DEI CONSILIO
DE SUA SANTIDADE O PAPA LEÃO XIII
A TODOS OS NOSSOS VENERÁVEIS
IRMÃOS, OS PATRIARCAS, PRIMAZES, ARCEBISPOS
E BISPOS DO ORBE CATÓLICO, EM GRAÇA E COMUNHÃO COM A SÉ APOSTÓLICA
SOBRE OS MALES DA SOCIEDADE MODERNA,
SUAS CAUSAS E SEUS REMÉDIOS

Veneráveis Irmãos,

Saudação e Bênção Apostólica.


INTRODUÇÃO

1. Apenas elevado, por um impenetrável desígnio de Deus, e sem o merecer, ao fastígio da Dignidade Apostólica, sentimo-Nos impelido por um vivo desejo e por uma espécie de necessidade a dirigir-Nos a Vós por carta, não somente para vos manifestar os sentimentos da Nossa profunda afeição, mas ainda para cumprir junto a Vós, chamados que fostes a compartilhar a Nossa solicitude, os deveres do cargo que Deus nos confiou, animando-vos a sustentar connosco os combates dos tempos atuais pela Igreja de Deus e pela salvação das almas.

I. OS MALES DA SOCIEDADE

2. Efectivamente, desde os primeiros instantes do Nosso Pontificado, o que se oferece aos Nossos olhares é o triste espetáculo dos males que de todas as partes acabrunham o gênero humano: é essa subversão geral das verdades supremas que são como que os fundamentos em que se apoia o estado da sociedade humana; é essa audácia dos espíritos que não podem suportar nenhuma autoridade legítima; é essa causa perpétua de dissensões de onde nascem as querelas intestinas e as guerras cruéis e sangrentas; é o desprezo das leis que regulam os costumes e protegem a justiça; é a insaciável cupidez das coisas que passam e o esquecimento das coisas eternas, levados ambos até esse furor insensato que por toda parte induz tantos infelizes a levarem sobre si mesmos, sem tremerem, mãos violentas; é a administração inconsiderada da fortuna pública, o esbanjamento, a malversação, como também a impudência dos que, cometendo as maiores espertezas, se esforçam por dar-se a aparência de defensores da pátria, da liberdade e de todos os direitos; é, enfim, essa espécie de peste mortal que, insinuando-se nos membros da sociedade humana, não deixa a esta repouso e lhe prepara novas revoluções e funestas catástrofes.

II. A CAUSA DESSES MALES

3. Ora, havemo-Nos convencido de que esses males têm a sua principal causa no desprezo e na rejeição dessa santa e augustíssima Autoridade da Igreja que governa o gênero humano em nome de Deus, e que é a salvaguarda e o apoio de toda autoridade legítima. Os inimigos da ordem pública, que perfeitamente o têm compreendido, pensaram que nada era mais próprio para subverter os fundamentos da sociedade do que atacar sem trégua a Igreja de Deus, do que torná-la odiosa e odiável por meio de vergonhosas calúnias, representando-a como inimiga da verdadeira civilização, do que enfraquecer-lhe a autoridade e a força por meio de feridas incessantemente renovadas, e do que derrubar o poder supremo do Pontífice romano, que é neste mundo o guarda e o defensor das regras eternas e imutáveis do bem e do justo. Daí, pois, saíram essas leis subversivas da divina constituição da Igreja Católica, leis cuja promulgação na maioria dos países temos de deplorar; daí promanaram o desprezo do poder espiritual, e os entraves opostos ao exercício do ministério eclesiástico, e a dispersão das Ordens religiosas, e o confisco dos bens que serviam para sustentar os ministros da Igreja e os pobres; daí, ainda, o resultado de haverem sido subtraídas à salutar direção da Igreja as instituições públicas consagradas à caridade e à beneficência; daí essa liberdade desenfreada de ensinar e de publicar tudo o que é mal, ao passo que, contrariamente, de toda maneira se viola e se oprime o direito da Igreja à instrução e à educação da juventude. E outro não foi o fim que os homens se propuseram apoderando-se do Principado temporal que a Divina Providência havia longos séculos concedera ao Pontífice romano para que este livremente e sem peias pudesse, para a salvação eterna dos povos, usar do poder que Jesus Cristo lhe conferiu.

III. REMÉDIOS PARA OS MALES

4. Se relembramos, Veneráveis Irmãos, esses funestos e inúmeros males, não é para aumentar a tristeza que por si mesmo faz nascer em Vós tão deplorável estado de coisas; mas é por compreendermos que, à vista disso, reconhecereis qual é a gravidade da situação que reclama o Nosso ministério e o Nosso zelo, e com que solicitude devemos, nestes tempos inditosos, trabalhar para defender e garantir com todas as Nossas forças a Igreja de Cristo e a dignidade da Sé Apostólica atacada por tantas calúnias.

Caridade fraterna

5. Bem claro e evidente é, Veneráveis Irmãos, que à causa da civilização faltam fundamentos sólidos se ela não se apóia nos princípios eternos da verdade e nas leis imutáveis do direito e da justiça, se um amor sincero não une entre si as vontades dos homens e não regula felizmente a distinção e os motivos dos seus deveres mútuos. Ora, quem ousaria negá-lo? Não foi a Igreja quem, pregando o Evangelho entre as nações, fez brilhar a luz da verdade no meio dos povos selvagens e imbuídos de superstições vergonhosas, e quem os reconduziu ao conhecimento do divino Autor de todas as coisas e ao respeito de si mesmos? Não foi a Igreja quem, fazendo desaparecer a calamidade da escravidão, revocou os homens à dignidade da sua nobilíssima natureza? Não foi ela quem, desfraldando sobre todas as plagas da terra o estandarte da Redenção, atraindo a si as ciências e as artes ou cobrindo-as com a sua proteção, por suas excelentes instituições de caridade, onde todas as misérias acham alívio, por suas fundações e pelos depósitos cuja guarda aceitou, em toda parte civilizou nos seus costumes privados e públicos o gênero humano, reergueu-o da sua miséria e formou-o, com toda sorte de desvelos, para um gênero de vida conforme à dignidade e à esperança humanas? E agora, se um homem de espírito são comparar a época em que vivemos, tão hostil à Religião e à Igreja de Jesus Cristo, com aqueles tempos tão felizes em que a Igreja era honrada pelos povos como uma Mãe, convencer-se-á inteiramente de que a nossa época cheia de perturbações e destruições se precipita direitinho e rapidamente para a sua perda, e que aqueles tempos foram tanto mais florescentes em excelentes instituições, em tranquilidade da vida, em riqueza e em prosperidade, quanto mais submissos ao governo da Igreja e quanto mais observantes das suas leis se mostraram os povos. E, se os bens numerosos que acabamos de relembrar e que deveram o seu nascimento ao ministério da Igreja e à sua influência salutar, são verdadeiramente obras e glórias da civilização humana, muitíssimo longe está, pois, que a Igreja de Jesus Cristo abomine a civilização e a repila, visto ser a si, pelo contrário, que ela crê caber inteiramente a honra de lhe haver sido a nutriz, a mestra e a mãe.

6. Bem mais: essa espécie de civilização que, ao contrário, repugna às santas doutrinas e às leis da Igreja, não passa de uma falsa civilização, e deve ser considerada como um vão nome sem realidade. É esta uma verdade de que nos fornecem prova manifesta esses povos que não viram brilhar a luz do Evangelho; na vida deles podem-se ter vislumbrado algumas falsas aparências de educação mais cultivada, porém os verdadeiros e sólidos bens da civilização não prosperariam neles.

Respeito à autoridade da Igreja

7. Com efeito, não se deve considerar como civilização perfeita a que consiste em desprezar audaciosamente todo poder legítimo; e não se deve saudar com o nome de liberdade a que tem por cortejo vergonhoso e miserável a propagação desenfreada dos erros, o livre saciamento das cupidezes perversas, a impunidade dos crimes e dos malfeitores e a opressão dos melhores cidadãos de toda classe. Esses são princípios errôneos, perversos e falsos; não poderiam, pois, certamente ter força para aperfeiçoar a natureza humana e fazê-la prosperar, pois o pecado torna os homens miseráveis (Prov 14, 34); pelo contrário, absolutamente inevitável se torna que, após haverem corrompido as mentes e os corações, pelo seu próprio peso esses princípios lançam os povos em toda sorte de desgraças, que subvertem toda ordem legítima e conduzem assim, mais cedo ou mais tarde, a situação e a tranquilidade pública à sua última perda.

8. Ao contrário, se contemplarmos as obras do Pontificado Romano, que pode haver de mais iníquo do que negar quanto os Pontífices Romanos têm nobremente e bem merecido de toda a sociedade civil? Nossos predecessores, com efeito, querendo prover à felicidade dos povos, empreenderam lutas de todo género, suportaram rudes fadigas e nunca hesitaram em se expor a ásperas dificuldades; de olhos fitos no céu, não abaixaram a fronte ante as ameaças dos maus, nem cometeram a baixeza de se deixarem desviar do seu dever, fosse pelas lisonjas, fosse pelas promessas. Foi esta Sé Apostólica quem apanhou os restos da antiga sociedade destruída e os reuniu juntos. Ela foi também o facho amigo que iluminou a civilização dos tempos cristãos; a âncora de salvação no meio das mais terríveis tempestades que tenham agitado a raça humana; o vínculo sagrado da concórdia que une entre si nações afastadas e costumes diversos; ela foi enfim o centro comum onde se vinha buscar tanto a doutrina da fé e da religião quanto os auspícios de paz e os conselhos dos atos a cumprir. Que mais? É uma glória dos Pontífices Romanos a de se haverem sempre e sem trégua oposto como uma muralha e um baluarte a que a sociedade humana tornasse a cair na superstição e na antiga barbárie.

9. Mas, oxalá que essa autoridade salutar nunca tivesse sido desprezada ou repudiada! Não teria então o poder civil perdido essa auréola augusta e sagrada que o distinguia, que a religião lhe dera, e que é só o que torna o estado de obediência nobre e digno do homem; não se teriam visto atear-se tantas sedições e guerras que foram a causa funesta de calamidades e morticínios; e tantos reinos, outrora tão florescentes, tombados hoje do fastígio da prosperidade, não estariam esmagados sob o peso de toda sorte de miséria. Temos ainda um exemplo das desgraças acarretadas pelo repúdio da autoridade da Igreja nos povos orientais que, quebrando os laços dulcíssimos que os uniam a esta Sé Apostólica, perderam o esplendor da sua antiga reputação, a glória das ciências e das letras e a dignidade do seu império.

10. Ora, esses admiráveis benefícios que a Sé Apostólica derramou sobre todas as plagas da terra, e de que fazem fé os mais ilustres monumentos de todos os tempos, foram especialmente sentidos por esta terra da Itália que tirou do Pontificado Romano frutos tanto mais abundantes quanto, em razão da sua situação, se achava ela mais próxima dele. É com efeito, aos Pontífices Romanos que a Itália deve reconhecer-se devedora da glória sólida e da grandeza com que brilhou no meio das outras nações. A autoridade e os desvelos paternais deles várias vezes a protegeram contra os vivos ataques dos inimigos, e foi deles que ela recebeu o alivio e o socorro necessário para que a fé católica fosse sempre integralmente conservada no coração dos Italianos.

11. Estes méritos dos Nossos predecessores, para não citar outros, são-Nos atestados sobretudo pela história dos tempos de S. Leão Magno, de Alexandre III, de Inocêncio III, de S. Pio V, de outros Pontífices, pelos cuidados e sob os auspícios dos quais a Itália escapou à última destruição de que estava ameaçada pelos bárbaros, conservou intacta a antiga fé, e, no meio das trevas e das barbarias de uma época mais grosseira, desenvolveu a luz das ciências e o esplendor das artes, e as conservou florescentes. São-Nos eles atestados ainda por esta santa cidade, sede dos Pontífices, a qual deles tirou esta grande vantagem não somente de ser a mais forte cidadela da fé, mas ainda de haver granjeado a admiração e o respeito do mundo inteiro, tornando-se o asilo das belas artes e a mansão da sabedoria. E, como a grandeza destas coisas foi transmitida à lembrança eterna da posteridade pelos monumentos da história, fácil é compreender que só por uma vontade hostil e por uma indigna calúnia, empregadas ambas em enganar os homens, é que se tem feito acreditar, pela palavra e pelos escritos, ter sido esta Sé Apostólica um obstáculo à civilização dos povos e à prosperidade da Itália.

(cont.)



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