Talvez o porta voz da Santa Sé devesse pensar em, por vezes, tomar esta atitude:
Falar de mais e, sobretudo, sobre detalhes que não interessam senão a quem quer explorar notícias como lhe possa convir aos objectivos, pode não ser o mais adequado, sobretudo neste momento.
Padroeiros do blog: SÃO PAULO; SÃO TOMÁS DE AQUINO; SÃO FILIPE DE NÉRI; SÃO JOSEMARIA ESCRIVÁ
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15/03/2013
Evangelho do dia e comentário
Quaresma Semana IV
Evangelho: Jo 7, 1-2, 10. 25-30
25 Diziam então
alguns de Jerusalém: «Não é Este Aquele que procuram matar? 26 Eis que fala com
toda a liberdade e não Lhe dizem nada. Terão os chefes do povo verdadeiramente
reconhecido que Este é o Messias? 27 Nós, porém, sabemos donde Este é; e o
Messias, quando vier, ninguém saberá donde Ele seja». 28 Jesus, que ensinava no
templo, exclamou: «Vós Me conheceis, e sabeis donde Eu sou. Eu não vim de Mim
mesmo, mas é verdadeiro Aquele que Me enviou, a Quem vós não conheceis. 29 Mas
Eu conheço-O, porque procedo d'Ele, e Ele Me enviou». 30 Procuraram então
prendê-l'O; mas ninguém Lhe lançou as mãos, porque não tinha ainda chegado a
Sua hora.
Comentário:
Não vale muito a pena tergiversar
sobre a atitude dos chefes do povo de Israel em relação a Cristo. Nos últimos
dois mil anos tal foi abundantemente examinado e 'avaliado' por 'gigantes'
pensadores e outros. O que interessa é reter esta verdade eminente: ninguém
pode julgar ninguém e, muito menos fazer acepção de pessoas.
Se não concordamos com o que fazem
ou dizem devemos, por estrita justiça, informar-nos fidedignamente antes de
decidirmos acreditar ou não.
Ao contrário poderemos proceder
muito mal pensando que fazemos bem.
(ama, comentário sobre Jo 7, 1-2; 25-30,
2012.03.23)
Tratado dos actos humanos 61
Questão 17: Dos actos
ordenados pela vontade.
Art. 6 ― Se um acto da razão pode ser ordenado.
(De
Vertut., q. 1, a . 7).
O
sexto discute-se assim. ― Parece que um acto da razão não pode ser ordenado.
Leitura espiritual para 15 Mar
A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemaria, Caminho 116)
Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.
Para ver, clicar SFF.
Para ver, clicar SFF.
Eleição do Papa
A eleição do Papa é bem um sinal de viragem, ou antes, de adaptação aos tempos correntes.
Penso que só este Papa, sendo quem é e vindo de onde vem, com uma experiência pastoral extraordinária e a vivência no meio de um país e uma região em conflitos e turbulência quase permanentes, além da cultura e sabedoria pessoais, o poderia fazer.
Ao mesmo tempo, que se desenganem os que pensam ver este Papa a andar de autocarro em Roma ou a ir tomar um café à esquina, isso não é modernidade, mas um manifesto alheamento da figura, responsabilidade e estatura de um Papa.
Veremos alguém humilde mas digníssimo, discreto mas não apagado, contemporizador no opinável mas inflexível no fundamental.
Hão-de, afanosamente, descobrir-lhe defeitos, 'podres', vaidades, talvez... um filho ilegítimo... mas ele, resistirá a tudo.
Deus o conserve, o proteja e o assista com a Sua Graça!
AMA
Minha filha, o Senhor conta com a tua ajuda
–
Minha filha, que formaste um lar, agrada-me recordar-te que vós, as mulheres, –
bem o sabes! – tendes muita fortaleza, que sabeis envolver numa doçura
especial, para que não se note. E, com essa fortaleza, podeis fazer do marido e
dos filhos instrumentos de Deus ou diabos. Tu fá-los-ás sempre instrumentos de
Deus: Nosso Senhor conta com a tua ajuda. (Forja, 690)
A
mulher é chamada a levar à família, à sociedade civil, à Igreja, alguma coisa
de característico, que lhe é próprio e que só ela pode dar: a sua delicada
ternura, a sua generosidade incansável, o seu amor ao concreto, a sua agudeza
de engenho, a sua capacidade de intuição, a sua piedade profunda e simples, a
sua tenacidade... A feminilidade não é autêntica se não reconhece a formosura
dessa contribuição insubstituível e não a incorpora na própria vida.
Para
cumprir essa missão, a mulher tem de desenvolver a sua própria personalidade,
sem se deixar levar por um ingénuo espírito de imitação, que – em geral – a
colocaria facilmente num plano de inferioridade e deixaria irrealizadas as suas
possibilidades mais originais. Se se formar bem, com autonomia pessoal, com
autenticidade, realizará eficazmente o seu trabalho, a missão para que se sente
chamada, seja ela qual for. A sua vida e o seu trabalho serão realmente construtivos
e fecundos, cheios de sentido, tanto se passa o dia dedicada ao marido e aos
filhos, como se, tendo renunciado ao matrimónio por alguma razão nobre, se
entregou plenamente a outras tarefas. Cada uma no seu próprio caminho, sendo
fiel à sua vocação humana e divina, pode realizar e realiza de facto a
plenitude da personalidade feminina. Não esqueçamos que Santa Maria, Mãe de
Deus e Mãe dos homens, é não só modelo, mas também prova do valor transcendente
que pode alcançar uma vida aparentemente sem relevo. (Temas
Actuais do Cristianismo, 87)
Uma
mulher com preparação adequada deve ter a possibilidade de encontrar aberto o
caminho da vida pública, em todos os níveis. Neste sentido, não se podem
apontar tarefas específicas da mulher. Como disse antes, o específico neste
terreno não é dado tanto pela tarefa ou pelo posto, como pelo modo de realizar
esta função, pelos matizes que a sua condição de mulher encontrará para a
solução dos problemas com que se enfrente, e inclusivamente pela descoberta e
pela formulação destes problemas. (Temas Actuais do
Cristianismo, 90)
Resumos sobre a Fé Cristã
A Criação 6
1. O acto criador 6
1.3. Conservação e
providência. O mal
A
criação não se reduz aos começos. «Depois da criação, Deus não abandona a
criatura a si mesma. Não só lhe dá o ser e o existir, mas a cada instante a
mantém no ser, lhe dá o agir e a conduz ao seu termo» (Catecismo, 301). A
Sagrada Escritura compara esta actuação de Deus na história com a acção
criadora (cf. Is 44,24; 45,8; 51,13). A literatura sapiencial explicita a acção
de Deus que mantém na existência as suas criaturas. «E como poderia subsistir
algo se não o quisésseis ou conservar-se aquilo que Vós não tivésseis chamado?»
(Sb 11,25). São Paulo vai mais longe e atribui esta acção conservadora a
Cristo: «Ele é antes de todas as coisas e todas as coisas subsistem por Ele»
(Cl 1,17).
O
Deus cristão não é um relojoeiro ou um arquitecto que, após ter realizado a sua
obra, se desinteressasse dela. Estas imagens são próprias duma concepção
deísta, segundo a qual Deus não se imiscui nos assuntos deste mundo. Mas isto
supõe uma distorção do autêntico Deus criador, pois separam drasticamente a
criação da conservação e do governo divino do mundo 9.
A
noção de conservação “faz de ponte” entre a acção criadora e o governo divino
do mundo (providência). Deus não só cria o mundo e o mantém na existência, mas
além disso «conduz as suas criaturas para a perfeição última, à qual Ele as
chamou» (Compêndio, 55). A Sagrada Escritura apresenta a soberania absoluta de
Deus e testemunha constantemente o seu cuidado paterno, tanto nas coisas mais
pequenas como nos grandes acontecimentos da história (cf. Catecismo, 303).
Neste contexto, Jesus revela-Se como a providência “encarnada” de Deus, que
atende, como Bom Pastor, as necessidades materiais e espirituais dos homens (Jo
10,11.14-15; Mt 14,13-14, etc.) e ensina-nos a abandonarmo-nos ao seu cuidado
(Mt 6,31-33).
Se
Deus cria, mantém e dirige tudo com bondade, donde provém o mal? «A esta
questão, tão premente quanto inevitável, tão dolorosa como misteriosa, não é
possível dar uma resposta rápida e satisfatória. É o conjunto da fé cristã que
constitui a resposta a esta questão .... Não há nenhum pormenor da mensagem
cristã que não seja, em parte, resposta ao problema do mal» (Catecismo, 309).
A
criação não ficou acabada no princípio, mas Deus fê-la in statu viae, ou seja,
dirigida a uma perfeição última ainda por alcançar. Para a realização dos Seus
desígnios, Deus serve-se do concurso das criaturas e concede aos homens uma
participação na sua providência, respeitando a sua liberdade mesmo que façam o
mal (cf. Catecismo, 302, 307, 311). O realmente surpreendente é que Deus «na
sua omnipotente providência pode tirar um bem das consequências de um mal»
(Catecismo, 312). É misteriosa, mas é uma enorme verdade que «todas as coisas
concorrem para o bem daqueles que amam a Deus» (Rm 8, 28) 10.
A
experiência do mal parece manifestar uma tensão entre a omnipotência e a
bondade divinas na sua actuação na história. Aquela recebe resposta, certamente
misteriosa, no evento da Cruz de Cristo, que revela o “modo de ser” de Deus e
é, portanto, fonte de sabedoria para o homem (sapientia crucis).
santiago sanz
Bibliografia básica
Catecismo da Igreja Católica, 279-374.
Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, 51-72.
DS, n. 125, 150, 800, 806, 1333, 3000-3007, 3021-3026,
4319, 4336, 4341.
Concílio Vaticano II, Gaudium et Spes, 10-18, 19-21,
36-39.
João Paulo II, Creo en Dios Padre. Catequesis sobre el
Credo (I), Palabra, Madrid 1996, 181-218.
Leituras recomendadas:
Santo Agostinho, Confissões, livro XII.
São Tomás de Aquino, Summa Theologiae, I, qq. 44-46.
São Josemaria, Homilia «Amar o mundo apaixonadamente»
em Temas Actuais do Cristianismo, 113-123.
Joseph Ratzinger, Creación y pecado, Eunsa, Pamplona
1992.
João Paulo II, Memória e Identidade, Bertrand Editora,
Lisboa 2005.
(Resumos
da Fé cristã: © 2013, Gabinete de Informação do Opus Dei na Internet)
_______________________
Notas:
9
O deísmo implica um erro na noção metafísica de criação, pois esta, enquanto
doação de ser, leva consigo uma dependência ontológica por parte da criatura,
que não é separável da sua continuação no tempo. Ambas constituem um mesmo
acto, mesmo quando possamos distingui-las conceptualmente: «a conservação das
coisas por Deus não se dá por alguma acção nova, mas pela continuação da acção
que dá o ser, que é certamente uma acção sem movimento e sem tempo» (São Tomás,
Summa Theologiae, I, q. 104, a. 1, ad 3).
10 Em continuidade com a experiência de tantos
santos da história da Igreja, esta expressão paulina encontrava-se
frequentemente nos lábios de São Josemaria, que vivia e animava assim a viver
numa gozosa aceitação da vontade divina (cf. São Josemaria, Sulco, 127; Via
Sacra, IX, 4; Amigos de Deus, 119). Por outro lado, o último livro de João
Paulo II, Memória e Identidade, constitui uma profunda reflexão sobre a
actuação da providência divina na história dos homens, segundo aquela outra
asserção de São Paulo: «Não te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o
bem» (Rm 12, 21).