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07/12/2013

Leitura espiritual para 07 Dez

Não abandones a tua leitura espiritual.
A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemariaCaminho 116)


Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.

Para ver, clicar SFF.

Evangelho: Mt 6, 5-24

5 «Quando orardes, não sejais como os hipócritas, que gostam de orar em pé nas sinagogas e nos cantos das praças, a fim de serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam a sua recompensa. 6 Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto, e, fechada a porta, ora a teu Pai; e teu Pai, que vê o que se passa em segredo, te dará a recompensa. 7 Nas vossas orações não useis muitas palavras como os gentios, os quais julgam que serão ouvidos à força de palavras. 8 Não os imiteis, porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes que vós Lho peçais. 9 «Vós, pois, orai assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o Teu nome. 10 «Venha o Teu reino. Seja feita a Tua vontade, assim na terra como no céu. 11 O pão nosso supersubstancial nos dá hoje. 12 Perdoa-nos as nossas dívidas assim como nós perdoamos aos nossos devedores. 13 E não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal. 14 «Porque, se vós perdoardes aos homens as suas ofensas, também o vosso Pai celeste vos perdoará. 15 Mas, se não perdoardes aos homens, também o vosso Pai não perdoará as vossas ofensas. 16 «Quando jejuais, não vos mostreis tristes como os hipócritas que desfiguram o rosto para mostrar aos homens que jejuam. Na verdade vos digo que já receberam a sua recompensa. 17 Mas tu, quando jejuares, unge a tua cabeça e lava o teu rosto, 18 a fim de que não pareça aos homens que jejuas, mas sim a teu Pai, que está presente no oculto, e teu Pai, que vê no oculto, te dará a recompensa. 19 «Não acumuleis para vós tesouros na terra, onde a ferrugem e a traça os consomem, e onde os ladrões arrombam as paredes e roubam. 20 Entesourai para vós tesouros no céu, onde nem a ferrugem nem a traça os consomem, e onde os ladrões não arrombam as paredes nem roubam. 21 Porque onde está o teu tesouro, aí está também o teu coração. 22 «O olho é a lâmpada do corpo. Se o teu olho for são, todo o teu corpo terá luz. 23 Mas, se teu olho for malicioso todo o teu corpo estará em trevas. Se, pois, a luz que há em ti é trevas, quão tenebrosas serão essas trevas! 24 «Ninguém pode servir a dois senhores: porque ou há-de odiar um e amar o outro, ou há-de afeiçoar-se a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas.




CAMINHO DE PERFEIÇÃO

CAPÍTULO 19. (Cont)

10. Digo que, quem chegar a ter esta sede tão impetuosa, que se acautele muito, pois creia que terá esta tentação; e, embora não morra de sede, acabará com a saúde e dará sinais exteriores, mesmo que não queira, os quais se hão-de evitar por todos os modos. Algumas vezes aproveitará pouco a nossa diligência, pois não poderemos encobrir tudo como quiséramos. Mas tenhamos cuidado quando vêm estes ímpetos tão grandes de crescimento deste desejo para não o aumentarmos, mas antes, com suavidade, cortemos o fio com outra consideração, pois poderá ser que a nossa natureza tenha, às vezes, tanta parte nisso como o amor, pois há pessoas que desejam qualquer coisa, ainda que seja má, com grande veemência. Não creio que serão estas muito mortificadas, que para tudo aproveita a mortificação.
Parece desatino que se atalhe coisa tão boa; mas não é, que eu não digo que se afaste o desejo, senão que se atalhe e, porventura, será com outro com o qual se mereça o mesmo.

11. Quero dizer algo para melhor me dar a entender. Vem um grande desejo de se ver já com Deus e liberto deste cárcere, como o tinha S. Paulo; pena que, por tal causa, deve ser em si muito saborosa; não será preciso pouca mortificação para atalhá-la, e de todo não poderá. Mas quando vir que aperta tanto, que quase lhe faz perder o juízo (como eu vi uma pessoa não há muito tempo e de natureza impetuosa, ainda que habituada a quebrar a sua vontade - e me parece tê-la já perdido, como se vê por outras coisas -, que a vi por instantes como que desatinada pela grande pena e esforço que fez para a dissimular), digo que, em caso tão excessivo, embora seja espírito de Deus, tenho por humildade temer, porque não devemos pensar que temos tanta caridade que nos ponha em tão grande risco.

12. Digo que não terei por mau - se puder, pois talvez nem todas as vezes poderá ser -, que troque o desejo, pensando que, se vive, servirá mais a Deus, e poderá ser que dê luz a alguma alma que se viria a perder e, servindo mais, por aí mereça poder gozar mais de Deus. Tema-se do pouco que O tem servido. E são boas consolações para tão grande trabalho, e aplacar-se-á a sua pena e ganhará muito, pois, para servir o mesmo Senhor, quer sofrer e viver com a sua pena. É como consolar alguém que tivesse um grande trabalho ou grave dor, dizendo-lhe que tenha paciência, se entregue nas mãos de Deus e que se cumpra nisso a Sua vontade, pois o entregarmo-nos a ela é o mais acertado de tudo.

13. E, se o demónio ajudou de algum modo a tão grande desejo, o que seria possível, como conta, creio, Cassiano, de um eremita de aspérrima vida a quem deu a entender que se deitasse a um poço para ver mais depressa a Deus; eu creio bem que este não devia ter servido a Deus com humildade, nem bem, porque fiel é o Senhor e Sua Majestade não consentiria que se cegasse em coisa tão manifesta. Mas está claro: se o desejo fora de Deus, não lhe fizera mal; traz consigo a luz, a discrição e a medida. Isto é claro; mas este nosso adversário, nosso inimigo, por onde quer que possa, procura causar-nos dano; e, pois ele não anda descuidado, não o andemos nós. Este ponto é importante para muitas coisas, tal como, para encurtar o tempo de oração, por saborosa que seja, quando vemos que se nos acabam as forças corporais ou se cansa a cabeça. Em tudo é muito necessária a discrição.

14. Para que pensais, filhas, que pretendi declarar o fim e mostrar o prémio antes da batalha, dizendo o bem que traz consigo o chegar a beber desta fonte celestial, desta água viva? Para que não vos entristeçais com o trabalho e contradição que se encontram pelo caminho e andeis com ânimo e não vos canseis. Porque - como já disse - poderá ser que, depois de terdes chegado, quando não vos falte senão abaixar-vos a beber na fonte, deixeis tudo e percais este bem, pensando que não tereis força para chegar a ele e que não sois para tanto.
15. Olhai que o Senhor convida a todos. Pois que Ele é a mesma Verdade, não há que duvidar. Se não fora geral este convite, o Senhor não nos chamara a todos e, ainda que nos chamasse, não diria: «Eu vos darei de beber». Poderia dizer: «Vinde todos que, enfim, não perdereis nada, e ao que Me parecer, Eu vos darei de beber». Mas como disse « a todos», sem esta condição, tenho por certo que a todos os que se não ficarem no caminho, não lhes faltará esta água viva.
O Senhor, que a promete, nos dê a Sua graça, por quem Sua Majestade é, para a buscarmos como se deve buscar.

CAPÍTULO 20.

Trata de como, por diferentes vias, nunca falta consolação no caminho da oração, e aconselha as irmãs a que disto sejam sempre as suas práticas e conversações.

1. Parece que me contradigo, neste último capítulo, daquilo que tinha dito; porque, quando consolava as que não chegavam aqui, disse que o Senhor tinha diferentes caminhos por onde levava as almas até Ele, assim como havia muitas moradas. Assim torno-o agora a dizer; porque Sua Majestade entendeu a nossa fraqueza, providenciou como quem é. Mas não disse: «por este caminho venham uns, e por este, outros»; antes foi tão grande a Sua misericórdia, que não impediu ninguém de procurar vir beber a esta fonte de vida. Bendito seja para sempre, e com quanta razão mo impediria a mim!

2. Pois não me mandou que deixasse este caminho quando o comecei, nem fez que me lançassem nas profundezas, certamente que não o tolhe a ninguém, mas antes nos chama publicamente em alta voz. Mas, como é tão bom, não nos força, antes dá de beber de muitas maneiras aos que O querem seguir para que nenhum se vá desconsolado nem morra de sede. Porque desta fonte caudalosa saem arroios, uns grandes, outros pequenos e, algumas vezes, charcozitos para crianças, que isso lhes basta, e mais seria amedrontá-los ver muita água; estes são os que estão ainda nos princípios.
Assim, pois, irmãs, não tenhais medo de morrer de sede neste caminho. Nunca a falta de água da consolação é tanta que não se possa sofrer. E posto que isto é assim, tomai o meu conselho e não vos fiqueis no caminho, mas pelejai como fortes até morrer na demanda, pois não estais aqui para outra coisa senão para pelejar. E indo sempre com esta determinação de antes morrer que deixar de chegar ao fim do caminho, se o Senhor vos levar com alguma sede nesta vida, na que é para sempre, Ele vos dará de beber com toda a abundância e sem temor de que vos venha a faltar. Praza ao Senhor não lhe faltemos nós, ámen.

3. Agora, para se começar este caminho que fica dito de modo a não errar nele desde o princípio, tratemos um pouco de como se há-de principiar esta jornada, porque é o que mais importa; digo que importa, de todo em todo. Não digo que quem não tiver a determinação que aqui direi o deixe de começar, porque o Senhor o irá aperfeiçoando; e mesmo que não fizesse mais do que dar um passo, tem em si tanta virtude, que não haja medo que o perca nem deixe de ser muito bem pago!
É - digamos assim - como quem tem umas contas de indulgências que, se as reza uma vez ganha, e quantas mais vezes, mais. Mas se nunca lhes pega e as tem na arca, melhor fora não as ter. Assim, ainda que não continue depois pelo mesmo caminho, o pouco que nele tiver andado, lhe dará luz para ir bem por outros e, se mais andar, melhor. Enfim, tenho por certo que não lhe fará dano em coisa nenhuma o tê-lo começado, embora o deixe, porque o bem nunca faz mal.
Por isso, a todas as pessoas que tratam convosco, filhas, havendo disposição e alguma amizade, procurai tirar-lhes o medo de começar tão grande bem. E, por amor de Deus vos peço, que o vosso trato seja sempre ordenado a fazer algum bem àqueles com quem falardes, pois a vossa oração há-de ser para proveito das almas. E, pois que isto haveis de pedir sempre ao Senhor, mal parecerá, irmãs, não o procurardes de todas as maneiras.

4. Se quereis ser boa parente, esta é a verdadeira amizade; se boa amiga, entendei que o não podeis ser senão por este caminho. Ande a verdade em vossos corações, como deve andar pela meditação, e vereis claramente o amor que somos obrigadas a ter ao próximo.
Já não é tempo, irmãs, de jogos de meninos, que outras coisas não são estas amizades do mundo, ainda que sejam boas; não haja entre vós tais ditos como «se me quereis», «não me quereis», nem com parentes nem com ninguém, a não ser que vá fundado num grande fim e proveito daquela alma. Pois pode acontecer, para que vos escute o vosso parente ou irmão ou pessoa semelhante e admita uma verdade, de terdes de o dispor com estes dizeres e mostras de amor, que sempre contentam a sensibilidade; e acontecerá terem em mais conta uma boa palavra - que assim a chamam -e dispô-los melhor, do que muitas sobre Deus, para que depois estas tenham entrada. E assim, usadas com advertência, com o fim de dar proveito, não as impeço. Mas, se não é para isto, nenhum proveito podem trazer e poderão causar dano sem o entenderdes. Já sabem que sois religiosas e que o vosso trato é de oração. Não se vos ponha diante: «não quero que me tenham por boa», porque é proveito ou dano comum aquilo que aqui virem em vós. E é grande mal, nas que tanta obrigação têm de não falar senão de Deus, como as freiras, que lhes pareça bem a dissimulação neste caso, a não ser alguma vez para maior bem.
Este é o vosso trato e linguagem; quem quiser tratar convosco, aprenda-o, e se não, guardai-vos vós de aprender o seu; será um inferno.

5. Se vos tiverem por grosseiras, pouco vos vai nisso; se por hipócritas, ainda menos. Ganhareis com isto que não vos vejam senão os que entenderem esta linguagem; porque não faz sentido que, quem não sabe algaravia, goste de falar largamente com quem não sabe outra língua. E, assim não vos cansarão nem vos farão dano, que não seria pouco dano começardes a falar uma nova língua, e todo o tempo se vos iria nisso. E não podeis saber, como eu, que o experimentei, o grande mal que é para a alma; porque, para saber uma, esquece a outra, e é um perpétuo desassossego de que por todos os modos haveis de fugir. O que mais convém para este caminho, do qual começamos a tratar, é paz e sossego na alma.

6. Se os que convosco tratam quiserem aprender a vossa linguagem, já que vos não cabe ensinar, podeis dizer as riquezas que se ganham com aprendê-la e disto não vos canseis, mas fazei-o com piedade e amor e oração a fim de que aproveitem, para-que, entendendo o grande ganho, vão buscar mestre que os ensine; que não seria pouca mercê que o Senhor vos fizesse despertar alguma alma para este bem.
Mas, quantas coisas se oferecem em começando a tratar deste caminho, ainda mesmo a quem tão mal por ele tem andado como eu! Praza ao Senhor vo-lo saiba dizer, irmãs, melhor do que tenho feito, amena


santa teresa de jesus

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