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27/11/2013

Leitura espiritual para 27 Nov 2013

Não abandones a tua leitura espiritual.
A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemariaCaminho 116)


Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.

Para ver, clicar SFF.
Evangelho: Jo 19, 1-24

1 Pilatos tomou então Jesus e mandou-O flagelar. 2 Depois, os soldados, tecendo uma coroa de espinhos, puseram-Lha sobre a cabeça e revestiram-n'O com um manto de púrpura. 3 Aproximavam-se d'Ele e diziam-Lhe: «Salve, rei dos judeus!», e davam-Lhe bofetadas. 4 Saiu Pilatos ainda outra vez fora e disse-lhes: «Eis que vo-l'O trago fora, para que conheçais que não encontro n'Ele crime algum».5 Saiu, pois, Jesus, trazendo a coroa de espinhos e o manto de púrpura. Pilatos disse-lhes: «Eis aqui o Homem!». 6 Então os príncipes dos sacerdotes e os guardas, quando O viram, gritaram: «Crucifica-O, crucifica-O!». Pilatos disse-lhes: «Tomai-O e crucificai-O, porque eu não encontro n'Ele motivo algum de condenação». 7 Os judeus responderam-lhe: «Nós temos uma Lei e, segundo essa Lei, deve morrer, porque Se fez Filho de Deus». 8 Pilatos, tendo ouvido estas palavras, temeu ainda mais. 9 Entrou novamente no Pretório e disse a Jesus: «Donde és Tu?». Mas Jesus não lhe deu resposta.10 Então Pilatos disse-Lhe: «Não me falas? Não sabes que tenho poder para Te soltar e também para Te crucificar?». 11 Jesus respondeu: «Tu não terias poder algum sobre Mim, se não te fosse dado do alto. Por isso, quem Me entregou a ti tem maior pecado». 12 Desde este momento, Pilatos procurava soltá-l'O. Porém, os judeus gritavam: «Se soltas Este, não és amigo de César!, porque todo aquele que se faz rei, declara-se contra César». 13 Pilatos, tendo ouvido estas palavras, conduziu Jesus para fora e sentou-se no seu tribunal, no lugar chamado Litóstrotos, em hebraico Gábata. 14 Era o dia da Preparação da Páscoa, cerca da hora sexta. Pilatos disse aos judeus: «Eis o vosso rei!».15 Mas eles gritaram: «Tira-O, tira-O, crucifica-O!». Pilatos disse-lhes: «Hei-de crucificar o vosso rei?». Os pontífices responderam: «Não temos outro rei senão César». 16 Então entregou-Lho para que fosse crucificado. 17 Tomaram, pois, Jesus que, carregando com a Sua cruz, saiu para o lugar chamado Calvário, em hebraico Gólgota, 18 onde O crucificaram, e com Ele outros dois, um de cada lado, e Jesus no meio. 19 Pilatos redigiu um título, que mandou colocar sobre a cruz. Nele estava escrito: «Jesus Nazareno, Rei dos Judeus». 20 Muitos judeus leram este título, porque o lugar onde foi crucificado ficava perto da cidade. Estava redigido em hebraico, em latim e em grego. 21 Os pontífices dos judeus diziam, porém, a Pilatos: «Não escrevas: Rei dos Judeus, mas: Este homem disse: Eu sou o Rei dos Judeus». 22 Pilatos respondeu: «O que escrevi, está escrito!». 23 Os soldados, depois de terem crucificado Jesus, tomaram as Suas vestes e fizeram delas quatro partes, uma para cada soldado. Tomaram também a túnica. A túnica não tinha costura, era toda tecida de alto a baixo. 24 Disseram entre si: Não a rasguemos, mas lancemos sortes sobre ela, para ver a quem tocará; para que se cumprisse deste modo a Escritura, que diz: “Repartiram entre si as Minhas vestes e lançaram sortes sobre a Minha túnica”. “Os soldados assim fizeram.



VIDA
CAPÍTULO 39.

20. Estava uma vez muito inquieta e alvoroçada  sem me poder recolher, numa batalha e contenda e fugindo-me o pensamento para coisas que não eram perfeitas; até me parece que não estava com o desapego que costumo ter. Ao ver-me assim tão ruim, tive medo que as mercês que o Senhor me tinha feito fossem ilusões. Enfim, numa grande escuridão de alma. Estando eu com esta pena, começou-me a falar o Senhor, e disse-me que não me afligisse; em ver-me assim, compreenderia a miséria que eu seria, se Ele se apartasse de mim e que não há segurança enquanto vivemos nesta carne. Deu-se-me a entender quão bem empregada é esta guerra e contenda em vista de tal prémio, e pareceu-me que o Senhor tinha lástima dos que vivemos no mundo. Que não pensasse eu que Ele me trazia esquecida; jamais, me deixaria, mas que era preciso fazer eu o que estivesse na minha mão. Isto me disse o Senhor com uma compaixão e ternura, e com outras palavras em que me fez grande mercê, que não há para que dizê-las.
21. Sua Majestade tem-me dito muitas vezes estas palavras, mostrais-, dá-me grande amor: Já és minha e Eu sou teu.
As que eu sempre Lhe costumo dizer, e segundo me parece as digo com verdade, são estas: Que se me dá a mim, Senhor, de mim, senão de Vós? São para mim estas palavras e regalos de tão grandíssima confusão quando me lembro a que sou, que, como creio já ter dito outras vezes e agora o digo algumas a meu confessor, é preciso mais ânimo, me parece, para receber estas mercês, do que para passar grandíssimos trabalhos. Quando isto se dá, estou quase esquecida das minhas obras, mas é um representar-se-me que sou ruiin, sem discurso do entendimento, que também por vezes me parece sobrenatural.
22. Vêm-me algumas vezes umas ânsias tão grandes de comungar, que não sei se se poderiam encarecer. Aconteceu-me uma manhã que chovia tanto, que parecia não estar o tempo de modo a se poder sair de casa. Estando eu fora dela, já estava tão fora de mim com aquele desejo, que, ainda que me pusessem lanças ao peito, me parece romperia por entre elas, quanto mais por água. Quando cheguei à Igreja, deu-me um grande arroubamento. Pareceu-me que vi abrirem-se os céus, e não apenas uma entrada como de outras vezes tenho visto. Representou-se-me o trono que tenho visto outras vezes, como já disse a V. Mercê e outro acima dele, no qual, por um conhecimento que não sei dizer, entendi estar ali a Divindade, embora nada visse. Parecia-me o sustentavam uns animais; creio ter já ouvido a significação destes animais. Pensei se seriam os Evangelistas. Mas, como era o trono e quem estava nele, isto não vi, senão uma muito grande multidão de anjos. Pareceram-me, sem comparação, de muito maior formosura que os que tenho visto no Céu. Tenho pensado se serão serafins ou querubins, porque são muito diferentes na glória. Pareciam estar inflamados. É grande a diferença entre eles, como tenho dito. A glória que então em mim senti não se pode descrever nem ainda dizer, nem a poderá imaginar quem não houver passado por isto.
Entendi estar ali, por junto, tudo quanto se pode desejar, e não vi nada. Disseram-me, e não sei quem, que o que eu ali podia fazer era entender que não podia entender nada, é ver o nada que era tudo em comparação daquilo. E assim, a minha alma envergonhava-se depois só de pensar que se poderia deter em alguma coisa criada, quanto mais de se afeiçoar a clã, porque tudo me parecia um formigueiro.
23. Comunguei e estive na missa, que não sei como pude estar. Pareceu-me ter decorrido apenas uns breves instantes. Espantei-me quando o relógio deu horas e vi que eram duas as que eu tinha passado naquele arroubamento e glória. Espantava-me depois, como, em vindo este fogo de verdadeiro amor de Deus, que dir-se-ia vir do alto - pois por mais que eu queira e procure e me desfaça por ele, a não ser quando Sua Majestade o quer dar, como de outras vezes já tenho dito, nada sou nem posso para conseguir sequer uma centelha -, parece que consome o homem velho nas suas faltas, tibiezas e miséria. E, à maneira do que sucede à ave fénix, que - segundo tenho lido -, depois que se queima renasce das próprias cinzas, assim a alma fica depois outra, com desejos diferentes e grande fortaleza. Não parece ser a mesma de antes; mas começa, com pureza nova, o caminho do Senhor.
Suplicando eu a Sua Majestade que assim fosse e de novo começasse eu a servi-Lo, disse-me: Boa comparação fizeste; olha a que te não esqueça para procurares ir sempre melhorando.
24. Estando uma vez com a mesma dúvida de que há pouco falei, se estas visões eram de. Deus, apareceu-me o Senhor e me disse com rigor: Oh! filhos dos homens, até quando sereis duros de coração? Que examinasse bem em mim uma coisa: se eu, de todo me tinha entregado a Ele ou não; se assim tinha feito e de todo era Sua, acreditasse que Ele não me deixaria perder.
Eu afligi-me muito com aquela exclamação. Com grande ternura e carinho tornou-me a dizer que não me afligisse, pois já sabia que eu, por mim, não deixaria de me entregar a tudo quanto fosse em serviço Seu; que se havia de fazer tudo o que eu queria (e assim foi que se fez o que então Lhe suplicava); visse o amor que, de dia para dia, se ia aumentando em, mim para O amar, que nisto conheceria não ser obra do demónio. Nem pensasse que Ele consentia que o demónio tivesse tanta entrada nas almas de Seus servos e pudesse dar a claridade de entendimento e quietude que tu tens. E deu-me ainda a entender que, tendo-me dito tantas e tais pessoas, que era Deus, que faria mal em não o acreditar. .
25. Estando uma vez rezando o salmo «Quicumque vult», deu-se-me a entender a maneira pela qual Deus é um só em três Pessoas tão claramente,. que eu me espantei e consolei-me muito. Fez-me grandíssimo proveito para conhecer mais a grandeza de Deus e as Suas maravilhas e, quando penso ou oiço tratar da Santíssima Trindade, parece-me que entendo como pode, ser, e é para mim de muito contentamento.
26. Em dia da Assunção da Rainha dos Anjos e Senhora nossa, quis o Senhor fazer-me esta mercê: num arroubamento representou-se-me a Sua subida ao Céu e a alegria e solenidade com que foi recebida e o lugar onde está. Dizer como foi isto, eu não saberia. Foi grandíssimo o deleite que o meu espírito teve de ver tanta glória. Causou isto em mim grandes efeitos e tirei de proveito ficar com mais e maiores desejos de passar grandes trabalhos e de servir a esta Senhora, pois tanto mereceu.
27. Estando num colégio da Companhia de Jesus, e estando a comungar os irmãos daquela casa, vi um pálio muito rico sobre suas cabeças; isto vi por duas vezes. Quando outras pessoas comungavam não o via.

CAPÍTULO 40.
Prossegue na mesma matéria dizendo as grandes mercês que o Senhor lhe fez. Dalgumas delas se pode tirar muito boa doutrina. Conforme tem dito, o seu principal intento, depois de obedecer, tem sido de escrever as mercês que são para proveito das almas. Com este capítulo acaba a narração que escreveu da sua vida. Seja para glória do Senhor.

1. Estando uma vez em oração, era tanto o deleite que em mim senti que, como indigna de tal bem, comecei a pensar que muito mais merecia estar naquele lugar que eu tinha visto preparado no inferno para mim, pois, como tenho dito, nunca esqueço o modo como ali me vi.
Com esta consideração, começou a inflamar-se mais a minha alma e veio-me um arrebatamento. de espírito, de modo que o não sei dizer. Pareceu-me que o meu espírito estava metido e cheio daquela Majestade que tenho entendido de outras vezes. Nesta Majestade deu-se-me a entender uma verdade que é complemento de todas as verdades; mas não sei dizer como, porque nada vi?
Disseram-me, sem ver quem tinha sido, mas bem entendi ser a mesma Verdade: Não é pouco isto que faço por ti; é uma das coisas em que muito me deves; porque todo o dano que vem ao mundo é de não se conhecerem as verdades da Escritura com clara verdade, da qual não ficará um til por cumprir.
Pareceu-me, a mim, que nisto sempre eu tinha acreditado e que todos os fiéis o crêem. Disse-me porém: Ai, filha, quão poucos me amam com verdade. Se Me amassem, não lhes encobriria eu meus segredos. Sabes o que é amar-Me com verdade? É compreender que. tudo quanto Me não é agradável a Mim é mentira, Com clareza verás isto que agora não entendes, pelo fruto que sentires em tua alma.
2. E assim o tenho visto, seja o Senhor louvado, que então para cá, parece-me tanta vaidade e mentira tudo o que eu vejo que não vai dirigido ao serviço de Deus, que eu não saberia dizer até que ponto o entendo, e a lástima que me fazem os que vejo em trevas a respeito desta verdade. Com isto vieram-me outros lucros que agora direi, ainda que muitos não saberei dizer. Disse-me aqui o Senhor uma particular palavra de grandíssimo favor.' Eu não sei como isto foi, porque nada vi; mas fiquei de sorte que tão pouco sei dizer, com uma grandíssima fortaleza, e isto muito deveras, para cumprir com todas as minhas forças a mais pequena parcela da Escritura divina. Parece-me que nenhuma coisa se me poria diante que eu não padecesse por isto.
3. Desta divina Verdade .que se me representou, sem saber como nem quê, ficou-me impressa uma verdade que me faz ter um novo acatamento a Deus, porque dá um conhecimento de Sua Majestade e do Seu poder e isto de uma maneira que não se pode dizer. Sei somente entender que é grande coisa um tal dom.
Ficou-me uma grandíssima vontade de não falar senão em coisas muito verdadeiras que estejam acima do trato que se usa aqui no mundo; e assim comecei a ter pena de viver nele. Deixou-me esta mercê com grande ternura, deleite e humildade. Parece-me, sem entender como, que o Senhor me deu aqui muito. Não me ficou suspeita alguma de que fosse ilusão.
Nada vi, mas compreendi o grande bem que há em não fazer caso de coisa que não seja para nos achegarmos mais a Deus, e assim entendi o que é andar uma alma na verdade diante da mesma Verdade. Isto, que entendi, é dar-me o Senhor a entender que Ele é a mesma Verdade.
4. Compreendi tudo isto que tenho dito, falando-me Ele algumas vezes, e outras sem me falar, deram-se-me a entender algumas com mais claridade do que as que se me diziam por palavras. Aprendi grandíssimas verdades sobre esta Verdade, até mais do que se muitos letrados mo tivessem ensinado. Parece-me que de nenhum modo eles mo poderiam imprimir assim no espírito, nem tão claramente se me daria a entender a vaidade deste mundo.
Esta Verdade, que digo se me deu a entender, é em si mesma verdade e não tem princípio nem fim, e todas as demais verdades dependem desta Verdade, como todos os demais amores deste Amor e todas as demais grandezas desta Grandeza. Isto vai, no entanto, obscuro em comparação da claridade com que o Senhor quis que se me desse a entender. E como resplandece o poder desta Majestade, pois em tão breve tempo deixa tão grande lucro e tais coisas impressas na alma!
Oh! Grandeza e Majestade minha! Que fazeis, Senhor meu Todo-poderoso? Vede a quem fazeis tão soberanas mercês! Não Vos recordais que esta alma foi um abismo de mentiras e um pélago de vaidades, e tudo por minha culpa; e apesar de me terdes dado por natureza de aborrecer o mentir, eu mesma me forcei a tratar em muitas coisas com mentira? Como se sofre, Deus meu, como se compadece tão grande favor e mercê com quem tão mal vo-Lo tem merecido?

santa teresa de jesus


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