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21/11/2013

Leitura espiritual para 21 Nov 2013

Não abandones a tua leitura espiritual.
A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemariaCaminho 116)


Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.

Para ver, clicar SFF.
Evangelho: Jo 15, 1-17

1 «Eu sou a videira verdadeira, e Meu Pai é o agricultor. 2 Todo o ramo que não dá fruto em Mim, Ele o cortará; e todo o que der fruto, podá-lo-á, para que dê mais fruto. 3 Vós já estais limpos em virtude da palavra que vos anunciei. 4 Permanecei em Mim e Eu permanecerei em vós. Como o ramo não pode por si mesmo dar fruto se não permanecer na videira, assim também vós, se não permanecerdes em Mim. 5 Eu sou a videira, vós os ramos. Aquele que permanece em Mim e Eu nele, esse dá muito fruto, porque sem Mim nada podeis fazer. 6 Se alguém não permanecer em Mim, será lançado fora como o ramo, e secará; depois recolhê-lo-ão, lançá-lo-ão no fogo e arderá. 7 Se permanecerdes em Mim, e as Minhas palavras permanecerem em vós, pedireis tudo o que quiserdes e ser-vos-á concedido. 8 Nisto é glorificado Meu Pai: Em que vós deis muito fruto e sejais Meus discípulos. 9 Como o Pai Me amou, assim Eu vos amei. Permanecei no Meu amor. 10 Se observardes os Meus preceitos, permanecereis no Meu amor, como Eu observei os preceitos de Meu Pai e permaneço no Seu amor. 11 Disse-vos estas coisas, para que a Minha alegria esteja em vós e para que a vossa alegria seja completa. 12 «O Meu preceito é este: Amai-vos uns aos outros, como Eu vos amei. 13 Não há maior amor do que dar a própria vida pelos seus amigos. 14 Vós sois Meus amigos se fizerdes o que vos mando. 15 Não mais vos chamarei servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas chamo-vos amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi de Meu Pai. 16 Não fostes vós que Me escolhestes, mas fui Eu que vos escolhi, e vos destinei para que vades e deis fruto, e para que o vosso fruto permaneça, a fim de que tudo o que pedirdes a Meu Pai em Meu nome, Ele vo-lo conceda. 17 Isto vos mando: Amai-vos uns aos outros.


VIDA
CAPÍTULO 36.

13. Em algumas coisas bem via eu me condenavam sem culpa, porque diziam que o tinha feito para ser tida por alguém e ter nomeada e outras coisas semelhantes. Mas reconhecia claramente ser verdade o dizerem que eu era pior do que outras e que, não tendo guardado a muita religião que se praticava naquela casa, pensava guardá-la noutra com mais rigor, que escandalizava o povo e pretendia coisas novas... Tudo isto não me causava perturbação alguma nem pena, embora eu mostrasse tê-la para que não parecesse que tinha em pouca conta o que me diziam. Enfim, mandou-me o Provincial que diante das freiras desse minhas razões e tive que fazê-lo.
14. Como eu estava tranquila cá dentro de mim e o Senhor me ajudava, dei minhas razões de maneira que o Provincial não encontrou motivo para me condenar, nem as que ali estavam. Depois, a sós, falei-lhe mais claro e ele ficou muito satisfeito e prometeu-me, se fosse por diante a fundação em sossegando a cidade, dar licença para voltar para lá. É que o alvoroço de toda a cidade era, de facto, tão grande, como agora direi.
15. Daí a dois ou três dias, juntaram-se alguns dos regedores, o corregedor e alguns do cabido, e todos juntos disseram, que de nenhum modo, se podia consentir, pois que daí vinha evidente dano ao bem público, e que haviam de tirar o Santíssimo Sacramento, e de nenhum modo consentiriam que fosse por diante. Convocaram todas as Ordens para que, de cada uma delas, dessem o seu parecer dois letrados. Uns calavam, outros condenavam. Por fim, concluíram que se desfizesse desde logo. Só um Presentado da Ordem de São Domingos, embora fosse contrário - não do mosteiro, senão de que fosse pobre -, disse que não era coisa que, sem mais, assim se desfizesse, que se visse bem, que havia tempo para isso, que este caso era com o Bispo, ou coisas deste teor, que foram de grande proveito. É que, segundo a fúria com que estavam, sorte foi não o porem logo por obra. Enfim, foi o que tinha de ser; pois o Senhor era com isso servido e pouco podiam todos contra a Sua vontade. Eles alegavam suas razões e eram movidos por bom zelo, e assim, sem ofender a Deus, faziam-me padecer a mim e a todas as pessoas que favoreciam a fundação. Estas, que eram algumas, passaram muita perseguição.
16. Era tanto o alvoroço do povo, que não se falava doutra coisa, e todos a condenar-me e a ir fazer queixa ao Provincial e ao meu mosteiro. Eu nenhuma pena tinha de quanto diziam de mim, pois disso não se me dava mais, que se não o dissessem; mas sim temia que se desfizesse a fundação. Isto é que me dava grande pena e ver que perdiam crédito e passavam muito trabalho as pessoas que me ajudavam, pois, do que diziam de mim, antes me parece que me alegrava. E se eu tivera tido bastante fé, nenhuma alteração sentia, mas o faltar alguma coisa numa virtude, basta para as fazer adormecer a todas; e assim passeiem muita angústia os dois dias em que houve na cidade estas juntas de que falei, no povo. Estando eu bem aflita, me disse o Senhor: Não sabes que sou poderoso? que temes? E assegurou-me que não se desfaria. Com isto fiquei muito consolada.
Eles enviaram ao Conselho Real com a sua informação; de lá veio provisão para que se desse relação de como se havia feito.
17. Eis aqui começado um grande pleito; porque os da cidade foram à Corte e houve que ir da parte do mosteiro e não havia dinheiro nem eu sabia que fazer. Remediou-o o Senhor, pois nunca o meu Padre Provincial ordenou que eu deixasse de tratar disto, porque é tão amigo de toda a virtude que, embora não ajudasse, não queria ser contra. Não me concedeu, no entanto, licença de vir para cá, até ver em que paravam as coisas. Estas servas de Deus estavam sós e faziam mais com suas orações do que eu com quanto andava negociando, ainda que fossem precisas muitas diligências.
Algumas vezes parecia que tudo falhava, em especial um dia, antes que o Provincial chegasse, em que a Prioresa me mandou que não tratasse de nada, o que era deixar-se tudo ao desamparo. Voltei-me para Deus e disse-Lhe: - Senhor, esta casa não é minha, para Vós se fez; agora que não há ninguém que cuide disto, faça-o Vossa Majestade. Fiquei assim tão descansada e tão sem pena, como se tivera o mundo todo a trabalhar por mim, e logo dei o negócio por assegurado.
18. Um sacerdote muito servo de Deus e amigo de toda a perfeição, que sempre me tinha ajudado, foi à Corte a cuidar do negócio e trabalhava muito; o cavalheiro santo - de quem tenho feito menção -, também, neste caso, fazia muito e por todos os modos o favorecia. Passou não poucos trabalhos e perseguição e sempre e em tudo, eu achei nele um pai e como tal ainda agora o tenho. E o Senhor incutia tanto fervor naqueles que nos ajudavam, que cada um tomava o caso tão como coisa própria, que parecia lhes ia nisso a vida e a honra, e não lhes tocava senão o julgarem ser coisa em que se servia o Senhor. Um dos que também muito me auxiliava era o Mestre clérigo, de quem tenho falado. E viu-se claramente que nisto o ajudava Sua Majestade. Pois, tendo-o o Bispo enviado em seu nome a uma junta grande que então se realizou, ele, só contra todos, os aplacou por fim, dando-lhes certas razões. Isto foi muito, porquanto os entreteve, embora não bastasse para que não voltassem logo a dar a vida, como se costuma dizer, em desfazer o convento. Este servo de Deus, foi quem deu hábito às noviças e colocou o Santíssimo Sacramento e, por isto, viu-se alvo de forte perseguição. Durou esta bateria quase meio ano, e dizer por miúdo os grandes trabalhos que se passaram, seria longo.
19. Espantava-me eu do que o demónio se empenhava contra umas mulherzitas e de como parecia a todos - digo, aos que contradiziam - que pudessem .causar grande dano ao lugar só doze mulheres e a prioresa, que não hão-de ser mais, e de vida tão austera. Pois ainda mesmo que fora dano e erro, seria para elas próprias; mas dano para o lugar não parece levava caminho, e eles achavam tantos que, em boa consciência, o contradiziam. Vieram, por fim a dizer, que, se o convento tivesse renda, passariam por isso e consentiriam que fosse por diante. Eu estava já tão cansada de ver o trabalho de todos os que me ajudavam, mais de que do meu, que já me parecia não ser mau o admitir ter renda, enquanto não se sossegassem os ânimos, e deixá-la depois. E outras vezes, como ruim e imperfeita, parecia-me que, porventura, assim o quereria o Senhor, pois, sem ela, não podíamos sair com nosso intento e já eu estava em aceder a este acordo.
20. Estando eu em oração, na noite anterior ao dia em que se ia tratar disto e tendo já começado o acordo, disse-me o Senhor - entre outras coisas - que não fizesse tal, porque, se começássemos a ter renda, não consentiriam depois que a deixássemos. Na mesma .noite apareceu-me, o santo Frei Pedro de Alcântara, que já tinha morrido. Antes de morrer, ao saber da grande contradição e perseguição que tínhamos, escreveu-me a dizer que se alegrava de que a fundação fosse com tão grande contradição. Era sinal de que se havia de servir muito o Senhor neste mosteiro, pois que o demónio tanto se empenhava em que não se fizesse, e que de nenhum modo viéssemos a ter renda. Mais duas ou três vezes me persuadia ainda disto na carta, dizendo que, se isto se fizesse, tudo se viria a fazer como eu queria. Já eu o tinha visto outras duas vezes depois de morto e a grande glória que usufruía, e assim não me fez temor, antes me alegrei muito. E sempre me aparecia como corpo glorificado, cheio de muita glória e dava-me também grandíssima ao vê-lo. Recordo-me que, da primeira vez que o vi, falando-me do muito que gozava, me disse, entre outras coisas: ditosa penitência tinha sido a que fizera, pois tão grande prémio lhe alcançara.
21. E, porque julgo já ter dito alguma coisa sobre isto, não digo aqui mais, senão que desta vez me mostrou rigor, e só me disse que, de nenhum modo, aceitasse renda. Por que não queria eu tomar seu conselho? E logo desapareceu.
Eu fiquei espantada e logo, no outro dia, disse ao cavalheiro - a quem eu em tudo acudia como sendo o que mais trabalhava para isto -, o que se passava, e que não se combinasse de nenhum modo ter renda, senão que fosse por diante o pleito. Ele, que estava neste ponto muito mais firme do que eu, folgou muito; depois disse-me de quão má vontade tratara do acordo.
22. Depois voltou a levantar-se outra pessoa, grande serva de Deus e com bom zelo; já que o caso estava em bons termos, dizia, que se pusesse em mãos de letrados. Aqui tive fartos desassossegos, porque, alguns dos que me ajudavam, eram do mesmo parecer. E de quantas maranhas o demónio fez, foi esta a de pior digestão. Mas em tudo me ajudou o Senhor. Dito, assim em suma, não se pode dar bem a entender o que se passou nesses dois anos, desde que se começou esta casa, até se terminar. Este último passo e o primeiro foram, no entanto, os mais trabalhosos.
23. Aplacada, pois; já algum tanto a cidade, usou de grande destreza o Padre Dominicano que nos ajudava, ainda mesmo não estando presente. Trouxera-o o Senhor em tempo que nos fez grande bem e parece só o ter trazido Sua Majestade para este fim, pois, segundo ele me disse, não tinha tido motivo para vir; só por acaso soubera o que se passava. Esteve aqui o tempo que foi preciso. Tornando-se a ir, procurou por várias vias alcançar licença do Nosso Padre Provincial para eu voltar a esta casa e trouxesse mais algumas comigo. Parecia quase impossível obter dele isto tão depressa, a fim de fazer o ofício e ensinar às que estavam. Foi grandíssimo consolo para mim o dia em que viemos.
24. Estando eu, antes de entrar no Mosteiro, a fazer oração na Igreja e quase em arroubamento, vi Cristo; pareceu-me que me recebia com grande amor e me punha uma coroa, agradecendo-me o que fizera por Sua Mãe.
Outra vez, estando todas no coro em oração depois de Completas, vi Nossa Senhora, com grandíssima glória, revestida dum manto branco e, debaixo dele, parecia amparar-nos a todas. Entendi quão alto grau de glória daria o Senhor às desta casa.
25. Principiando-se a rezar o Ofício, era muita a devoção que o povo começou a ter para com esta casa. Receberam-se mais freiras e começou o Senhor a mover os que mais nos tinham perseguido, para que muito nos favorecessem e dessem esmola. Aprovavam assim o que tanto tinham reprovado e, pouco a pouco, deixaram-se do pleito e diziam que já viam ser obra de Deus, pois, apesar de tanta contradição, tinha Sua Majestade querido que fosse por diante. E não há presentemente ninguém, a quem lhe pareça ter sido acertado deixar de se fazer, e assim têm tanto cuidado em nos prover de esmolas que, sem esmolar, nem pedir nada a ninguém, o Senhor os desperta para que no-la enviem e passamos sem que nos falte o necessário. E espero no Senhor que será sempre assim; pois, como são poucas, se fazem o que devem, como agora Sua Majestade lhes dá graça para o fazer, segura estou que não lhes faltará, nem terão necessidade de se tornar pesadas, nem de importunar ninguém, porquanto o Senhor terá cuidado delas como até aqui.
26. É para mim grandíssimo consolo ver-me aqui metida com almas tão desprendidas. O seu cuidado é procurar saber como adiantar no serviço de Deus. A solidãoade é sua consolação e pensar em ver alguém que não seja para ajudá-las a encender-se mais no amor a seu Esposo, é para elas trabalho, ainda que sejam muito parentes. E assim ninguém vem a esta casa, senão quem trata disto. É que nem as contenta, nem se contenta. A sua linguagem não é outra senão falar de Deus e assim não entendem nem as entende senão quem fala o mesmo.
Guardamos a Regra de Nossa Senhora do Carmo e vivida esta sem mitigação, senão como a ordenou Frei Hugo, Cardeal de Santa Sabina, é que foi dada em 1248, no ano V de Pontificado do Papa Inocêncio IV.

santa teresa de jesus


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