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16/11/2013

Leitura espiritual para 16 Nov 2013

Não abandones a tua leitura espiritual.
A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemariaCaminho 116)


Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.

Para ver, clicar SFF.
Evangelho: Jo 12, 1-26

1 Seis dias antes da Páscoa, Jesus foi a Betânia, onde se encontrava Lázaro, que Jesus tinha ressuscitado. 2 Ofereceram-Lhe lá uma ceia. Marta servia, e Lázaro era um dos que estavam à mesa com Ele. 3 Então, Maria tomou uma libra de perfume feito de nardo puro de grande preço, ungiu os pés de Jesus e Os enxugou com os seus cabelos; e a casa encheu-se com o cheiro do perfume. 4 Judas Iscariotes, um dos Seus discípulos, aquele que O havia de entregar, disse: 5 «Porque não se vendeu este perfume por trezentos denários para se dar aos pobres?». 6 Disse isto, não porque se importasse com os pobres, mas porque era ladrão e, tendo a bolsa, roubava o que nela se deitava. 7 Mas Jesus respondeu: «Deixa-a; ela reservou este perfume para o dia da Minha sepultura; 8 porque pobres sempre os tereis convosco, mas a Mim nem sempre Me tereis». 9 Uma grande multidão de judeus soube que Jesus estava ali e foi lá, não somente por causa de Jesus, mas também para ver Lázaro, a quem Ele tinha ressuscitado dos mortos. 10 Os príncipes dos sacerdotes deliberaram então matar também Lázaro, 11 porque muitos judeus, por causa dele, se afastavam e acreditavam em Jesus. 12 No dia seguinte, uma grande multidão de povo, que tinha ido à festa, ouvindo dizer que Jesus ia a Jerusalém, 13 tomou ramos de palmeiras, saiu ao Seu encontro e clamava: «Hossana! Bendito O que vem em nome do Senhor, o Rei de Israel».14 Jesus encontrou um jumentinho, e montou em cima dele, segundo está escrito: 15 “Não temas, filha de Sião, eis que o teu Rei vem montado sobre um jumentinho”. 16 A princípio, os Seus discípulos não compreenderam estas coisas, mas quando Jesus foi glorificado, então lembraram-se de que estas coisas tinham sido escritas d'Ele e que eles mesmos tinham contribuído para o seu cumprimento. 17 A multidão que estava com Ele, quando chamou Lázaro do sepulcro e o ressuscitou dos mortos, dava testemunho d'Ele. 18 Por isso, Lhe saiu ao encontro a multidão, porque ouviram dizer que tinha feito este milagre. 19 Então os fariseus disseram entre si: «Vedes que nada adiantais? Eis que todos correm atrás d'Ele!». 20 Ora havia lá alguns gregos, entre aqueles que tinham ido adorar a Deus durante a festa. 21 Estes aproximaram-se de Filipe, que era de Betsaida da Galileia, e fizeram-lhe este pedido: «Senhor, desejamos ver Jesus». 22 Filipe foi dizê-lo a André; André e Filipe disseram-no a Jesus. 23 Jesus respondeu-lhes: «Chegou a hora em que o Filho do Homem será glorificado. 24 Em verdade, em verdade vos digo que, se o grão de trigo que cai na terra não morrer, 25 fica infecundo; mas, se morrer, produz muito fruto. Quem ama a sua vida, perdê-la-á e quem aborrece a sua vida neste mundo, conservá-la-á para a vida eterna. 26 Se alguém Me quer servir, siga-Me e, onde Eu estou, estará ali também o que Me serve. Se alguém Me servir, Meu Pai o honrará.


VIDA
CAPÍTULO 33.

7. Estive, pois, neste silêncio, não me metendo nem falando neste negócio, cinco ou seis meses, e nunca o Senhor mo mandou. Eu não entendi qual era a causa, mas não se me podia tirar do pensamento que se havia de fazer.
Ao fim deste tempo, tendo-se ido daqui o Reitor da Companhia de Jesus, trouxe Sua Majestade outro muito espiritual e de grande ânimo, entendimento e boas letras, ao tempo em que eu estava com grande necessidade; porque, como o que me confessava tinha Superior e eles têm em extremo esta virtude de não se moverem senão conforme à vontade de seu Maior, embora ele entendesse bem o meu espírito e tivesse desejo de que eu fosse muito adiante, não ousava determinar-se em algumas coisas, por várias causas que para isso tinha. E já o meu espírito ia com ímpetos tão grandes, que eu sentia muito tê-lo atado e, contudo, não saía do que ele me mandava.
8. Estando um dia com grande aflição por me parecer que o confessor não me acreditava, disse-me o Senhor que não me afligisse, que depressa se acabaria aquela pena. Alegrei-me muito pensando que havia de morrer em breve e sentia muito contentamento quando disso me lembrava. Depois vi claramente que era a vinda deste Reitor que digo; porque nunca mais se me ofereceu motivo para aquela pena. É que o Reitor que veio não ia à mão ao Ministro que era meu confessor, antes lhe dizia que me consolasse e que não havia de que temer. Que não me levasse por caminho tão apertado e deixasse obrar o Espírito do Senhor. Às vezes dir-se-ia que, com estes grandes ímpetos de espírito, ficava a alma como sem poder respirar.
9. Foi-me ver este Reitor e mandou-me o confessor que falasse com ele com toda a liberdade e clareza. Costumava eu sentir grandíssima contradição em dizer estas coisas. E é assim que, entrando no confessionário, senti em meu espírito um não sei quê que nem antes nem depois me recordo tê-lo sentido com mais ninguém, nem eu saberei dizer como foi, nem por comparação o poderia. Porque foi um gozo espiritual e um entender a minha alma que aquela alma a havia de entender e que se afazia com ela, embora - como digo - não entendo como foi. Porque, se eu the tivesse falado ou dele me tivessem dado muitas informações, não era muito dar-me gozo o perceber que me havia de entender; mas nenhuma palavra, nem ele a mim nem eu a ele, havíamos dito, nem era pessoa de quem eu antes tivesse tido alguma notícia.
Depois vi bem que não se enganara meu espírito, pois de todos os modos e maneiras tem sido de grande proveito para mim e para minha alma tratar com ele. O seu trato é muito para pessoas que o Senhor parece ter já muito adiante, porquanto ele as faz correr e não ir passo a passo; o seu modo de as levar é desapegá-las de tudo e mortificá-las. Para isto lhe deu o Senhor grandíssimo talento, como também em outras muitas coisas.
10. Quando comecei a tratar com ele, logo entendi seu estilo e vi ser uma alma pura, santa e com dom particular do Senhor para conhecer espíritos. Consolei-me muito. Havia ainda pouco que o tratava quando o Senhor voltou a apertar comigo para que tornasse a cuidar do negócio do mosteiro e que dissesse a meu confessor e a este Reitor muitas razões e coisas para que não mo estorvassem. Algumas os faziam temer, ainda que este padre Reitor nunca duvidasse de que fosse espírito de Deus; porque com muito estudo a cuidado olhava a todos os efeitos. Enfim, por muitos motivos, não ousaram atrever-se a impedir-me-lo.
11. Tornou meu confessor a dar-me licença para eu me pôr a isso, tanto quanto pudesse. Eu bem via o trabalho em que me metia, por estar muito só e ter pouquíssimas possibilidades. Assentámos em que se tratasse de tudo com todo o segredo, e assim procurei que uma irmã minha que vivia fora daqui, comprasse e arranjasse a casa como se fosse para si, com dinhei- ros que o Senhor deu, por diversas vias, para a comprar. Seria longo contar como o Senhor foi provendo a tudo. Andava eu com grande cuidado de não fazer coisa alguma contra a obediência; mas bem sabia que, se o dissesse a meus prelados, estava tudo perdido, como da vez passada , e ainda seria pior.
Em conseguir o dinheiro, em procurar as coisas, em consertá-las e fazê-las aviar, passei grandes trabalhos e alguns bem a sós. A minha companheira fazia o que podia, mas podia bem pouco e tão pouco que era quase nada, a não ser o fazer-se tudo em seu nome e com seu favor. Todo o mais trabalho era meu e de tantas maneiras, que agora me espanto como o pude aguentar. Algumas vezes, aflita, dizia: "Senhor meu, como mandais coisas que parecem impossíveis? Embora fora mulher, se tivesse liberdade!... Mas atada por tantos lados, sem dinheiro nem ter donde vir, nem para o Breve, nem para nada, que posso eu fazer, Senhor?".
12. Uma vez, estando numa necessidade, sem mesmo saber que fazer de mim nem com que pagar aos oficiais, apareceu-me S. José, meu verdadeiro pai e senhor, e deu-me a entender que os ajustasse, pois não me faltaria, e assim o fiz sem ter um real e o Senhor me proveu de tudo, por modos que espantavam os que o souberam.
Fazia-se-me a casa muito pequena, e era-o tanto, que não parecia levar caminho de ir a ser mosteiro. Queria, pois, comprar outra, a qual estava junto dela, também muito pequena, para fazer a igreja. Mas nem tinha com quê, nem havia modo de se poder comprar, nem sabia que fazer. Acabando um dia de comungar, disse-me o Senhor: já te disse que entres como puderes. E a modo de exclamação, acrescentou: Oh! cobiça do género humano, que até terra pensas que te há-de faltar! Quantas vezes dormi Eu ao relento por não ter onde me recolher!
Eu fiquei muito espantada e vi que o Senhor tinha razão. Vou à casita, tracei-a e achei-a embora bem pequeno, um mosteiro perfeito. Não curei de comprar mais espaço, senão procurei que nela se dispusesse tudo de maneira que se pudesse viver; tudo tosco e sem arte, tão semente para que não fosse nocivo à saúde, e assim se há-de fazer sempre.
13. No dia de Santa Clara, indo eu a comungar, ela apareceu-me com muita formosura. Disse-me que me esforçasse e fosse avante no começado, que me ajudaria. Fiquei-lhe com grande devoção e tem saído tão verdadeira a sua promessa que um mosteiro de freiras da sua Ordem, que está perto deste, nos ajuda a sustentar. E o que é mais ainda: pouco a pouco, ela trouxe este meu desejo a tanta perfeição, que a pobreza que a bem-aventurada Santa tinha em sua casa, se observa nesta e vivemos de esmola. O que não metem custado pouco trabalho, a fim de que isto fique assente com toda a firmeza e autoridade do Santo Padre, para que se não. possa fazer outra coisa, nem jamais haja renda. E mais faz ainda o Senhor, e deve porventura ser pelos rogos desta bendita Santa, que, sem diligências nossas, nos provê Sua Majestade muito perfeitamente do necessário. Seja bendito por tudo. Amen.
14. Estando eu por estes mesmos dias, o de Nossa Senhora da Assunção, num mosteiro da Ordem do glorioso São Domingos, considerando os muitos pecados que noutro tempo eu havia confessado naquela casa, e em outras coisas da minha ruim vida, veio-me um arroubamento tão grande, que quase me tirou de mim. Sentei-me e até me parece que não pude ver a Elevação, nem ouvir Missa, que depois fiquei com escrúpulo disto. Parecia-me, estando assim, que me via vestir uma roupa de muita brancura e claridade. A princípio não via quem ma vestia; depois vi a Nossa Senhora a meu lado direito e a meu Pai S. José à esquerda, que me vestiam aquela roupa. Deu-se-me a entender que já estava limpa de meus pecados. Acabada de vestir e eu com grandíssimo deleite e glória, logo me pareceu Nossa Senhora pegar-me nas mãos. Disse-me que Lhe dava muito gosto sendo devota do glorioso S. José; que tivesse por certo que, o que eu pretendia do mosteiro, se havia de fazer e nele se serviria muito o Senhor e a eles ambos; que não temesse que nisto houvesse jamais quebra, embora a obediência que dava não fosse a meu gosto, porque Eles nos guardariam e já Seu Filho nos tinha prometido andar connosco. Para sinal de que isto se cumpriria dava-me aquela jóia.
Pareceu-me então que me tinha deitado ao pescoço um colar de ouro muito formoso e preso a ele uma cruz de muito valor. Este ouro e pedras são tão diferentes das de cá, que não têm comparação. Sua formosura excede a tudo o que podemos aqui imaginar, pois o entendimento não alcança compreender de que era a roupa, nem como imaginar a alvura que o Senhor quer que se nos represente. Tudo parece aqui como um debuxo a carvão, a modo de dizer.
15. Era grandíssima a formosura que vi em Nossa Senhora, ainda que não pude divisar nenhuma feição particular, mas vi em conjunto a feitura do rosto. Vestia de branco, num grandíssimo resplendor, não que deslumbra, mas suave. Ao glorioso S. José não vi tão claramente, embora bem visse que estava ali, como nas visões que tenho dito que se não vêem. Parecia-me Nossa Senhora muito jovem.
Estando assim um pouco comigo e eu com tão grandíssima glória e gozo, que segundo me parece, maior jamais havia tido e nunca quisera apartar-me dele, pareceu-me que os vi subir ao Céu acompanhados por uma grande multidão de anjos. Fiquei em muita solidão, embora tão consolada, enlevada, recolhida em oração e enternecida, que estive algum tempo sem me poder mover, nem falar, mas como quase fora de mim. Fiquei com veemente anseio de me desfazer por Deus e com tais efeitos - de tal modo tudo se passou - que nunca pude duvidar, ainda que muito quisesse, não ser coisa de Deus. Deixou-me consoladíssima e com muita paz.
16. No que disse á Rainha dos Anjos da obediência, é que se me tornava duro a mim não a prestar aos da Ordem. Havia-me dito o Senhor que não convinha fazê-lo. Deu-me os motivos pelos quais, de nenhuma maneira, convinha que o fizesse, mas que recorresse a Roma por certa via que também me indicou, que Ele faria com que viesse por ali a licença. E assim foi, que se enviou por onde o Senhor me disse - pois nunca acabávamos de o conseguir - e veio muito bem. Para as coisas que depois sucederam, conveio muito que se prestasse a obediência ao Bispo, mas então não o conhecia eu, nem ainda sabia que prelado seria. Quis o Senhor que fosse tão bom e favorecesse tanto esta casa, como era necessário para a grande contradição que tem havido acerca dela - como depois direi - e para. a levar ao estado em que está. Bendito seja Ele que assim tem feito tudo. Ámen.

santa teresa de jesus


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