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05/11/2013

Leitura espiritual para 05 Nov 2013

Não abandones a tua leitura espiritual.
A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemariaCaminho 116)


Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.

Para ver, clicar SFF.
Evangelho: Jo 7, 25-53

25 Diziam então alguns de Jerusalém: «Não é Este Aquele que procuram matar? 26 Eis que fala com toda a liberdade e não Lhe dizem nada. Terão os chefes do povo verdadeiramente reconhecido que Este é o Messias? 27 Nós, porém, sabemos donde Este é; e o Messias, quando vier, ninguém saberá donde Ele seja». 28 Jesus, que ensinava no templo, exclamou: «Vós Me conheceis, e sabeis donde Eu sou. Eu não vim de Mim mesmo, mas é verdadeiro Aquele que Me enviou, a Quem vós não conheceis. 29 Mas Eu conheço-O, porque procedo d'Ele, e Ele Me enviou». 30 Procuraram então prendê-l'O; mas ninguém Lhe lançou as mãos, porque não tinha ainda chegado a Sua hora. 31 Muitos dentre a multidão acreditaram n'Ele, e diziam: «Quando vier o Messias, fará maior número de prodígios que os que Este fez?». 32 Os fariseus ouviram os comentários que d'Ele fazia o povo; e os príncipes dos sacerdotes e os fariseus enviaram guardas para O prenderem. 33 Jesus disse-lhes: «Ainda por um pouco estou convosco, depois vou para Aquele que Me enviou. 34 Vós Me buscareis e não Me encontrareis; nem vós podeis vir para onde Eu estou». 35 Os judeus disseram, pois, entre si: «Para onde é que Ele irá que não O encontraremos? Irá, porventura, para os que estão dispersos entre as nações e pregará aos gentios? 36 Que quer dizer esta palavra que Ele nos disse: Vós Me buscareis, e não Me encontrareis, e onde Eu estou vós não podeis vir?». 37 No último dia, o mais solene da festa, estava Jesus em pé, e em alta voz dizia: «Se alguém tem sede, venha a Mim e beba. 38 Quem acredita em Mim, como diz a Escritura, do seu seio correrão rios de água viva». 39 Ora Ele dizia isto falando do Espírito que haviam de receber os que cressem n'Ele; porque ainda não tinha sido dado o Espírito, por não ter sido ainda glorificado Jesus. 40 Entretanto, alguns daquela multidão, tendo ouvido estas palavras, diziam: «Este é verdadeiramente o profeta». 41 Outros diziam: «Este é o Messias». Alguns, porém, diziam: «Porventura é da Galileia que há-de vir o Messias? 42 Não diz a Escritura: “Que o Messias há-de vir da descendência de David e da aldeia de Belém, donde era David”?». 43 Houve, portanto, desacordo entre o povo acerca d'Ele. 44 Alguns deles queriam prendê-l'O, mas nenhum pôs as mãos sobre Ele.45 Voltaram, pois, os guardas para os príncipes dos sacerdotes e fariseus, que lhes perguntaram: «Porque não O trouxestes preso?». 46 Os guardas responderam: «Nunca homem algum falou como Este homem». 47 Os fariseus replicaram: «Porventura, também vós fostes seduzidos? 48 Houve, porventura, algum dentre os chefes do povo ou dos fariseus que acreditasse n'Ele? 49 Quanto a esta plebe, que não conhece a Lei, é maldita». 50 Nicodemos, que era um deles, o que tinha ido de noite ter com Jesus, disse-lhes: 51 «A nossa Lei condena, porventura, algum homem antes de o ouvir e antes de se informar sobre o que ele fez?». 52 Responderam: «És tu também galileu? Examina as Escrituras, e verás que da Galileia não sai nenhum profeta». 53 E foi cada um para sua casa.



VIDA

CAPÍTULO 25

19. Assim é que, de certeza, muitas vezes me lembrava de quando o Senhor mandou aos ventos que estivessem quedos no mar, quando se levantou a tempestade. E assim eu dizia: Quem é Este a quem assim obedecem todas as minhas potências e que num momento dá luz em tão grande escuridão e torna brando um coração que parecia pedra, dá água de lágrimas suaves onde parecia que por muito tempo havia de haver secura? Quem infunde estes desejos? Quem dá este ânimo? Que pensei eu, e o que temo? Que é isto? Eu desejo servir a este Senhor; não pretendo outra coisa senão agradar-Lhe. Não quero contentamento, nem descanso, nem outro bem, senão fazer Sua vontade. Disto, bem certa estava, como me parece, e podia afirmar. Pois, se este Senhor é poderoso, como vejo e sei que é, e se os demónios são seus escravos (e disto não há que duvidar pois é de fé), sendo eu serva deste Senhor e Rei, que mal me podem eles fazer a mim? Porque não hei-de ter fortaleza para bater-me com todo o inferno?
Tomava uma cruz na mão e parecia-me verdadeiramente dar-me Deus ânimo, pois me vi outra em breve tempo, e não temeria lutar com eles a braços, parecia-me que facilmente, com aquela cruz, os venceria a todos. E assim disse: "agora vinde todos que, sendo eu serva do Senhor, quero ver o que me podeis fazer".
20. Sem dúvida me parecia que me tinham medo, porque fiquei sossegada e tão sem temor de todos eles que, até hoje, se me tiraram todos os medos que costumava ter. Pois, ainda que algumas vezes os veja, como depois direi, não mais lhes tenho tido medo, antes me parece que eles mo têm a mim.
Ficou-me um tal domínio sobre eles, dádiva concedida pelo Senhor de todos, que deles não se me dá mais que de moscas. Parecem-me tão cobardes que, em vendo que os têm em pouco, perdem toda a força. Não sabem estes inimigos reais acometer, senão a quem vêem que se lhes rende ou quando o permite Deus para maior bem de Seus servos que tentem e atormentem.
Prouvera a Sua Majestade temêssemos a quem devemos temer e entendêssemos que nos pode vir maior dano dum pecado venial do que de todo o inferno junto, pois isso é mesmo assim.
21. Que espantados nos trazem estes demónios, porque nós nos queremos espantar com os nossos apegos às honras e fazendas e deleites! Então, juntos eles connosco, que somos contrários a nós mesmos amando e querendo o que devíamos aborrecer, muito dano nos farão; porque, com as nossas próprias armas, fazemos que pelejem contra nós, pondo em suas mãos aquelas com que nos devemos defender. Esta é a grande lástima; mas se tudo aborrecemos por Deus e nos abraçamos com a cruz e tratamos de O servir de verdade, o demónio foge destas verdades como de pestilência. É amigo de mentiras e a mesma mentira. Não fará pacto com quem anda na verdade.
Quando vê obscurecido o entendimento, ajuda lindamente a que se turbem os olhos; porque se vê alguém já cego em pôr seu descanso em coisas vãs, e tão vãs que as deste mundo parecem jogos de crianças, já vê que esse é criança, pois procede como tal e atreve-se a lutar com ele uma e muitas vezes.
22. Praza ao Senhor que eu não seja destes, mas que me favoreça Sua Majestade para que tenha por descanso o que é descanso, e por honra o que é honra, e por deleite o que é deleite, e não tudo ao revés e, uma figa para todos os demónios! e eles ter-me-ão medo a mim. Não entendo estes nossos medos: é demónio! é demónio! quando podemos dizer: Deus! Deus! e fazê-lo tremer. Sim, pois bem sabemos que não se pode mover se o Senhor não lho permite. Que é isto?! É, sem dúvida, ter eu mais medo aos que lhe têm tão grande medo do que a ele mesmo, porque o demónio não me pode fazer nada e estes, em especial se são confessores, inquietam muito e tenho passado alguns anos de tão grande trabalho, que agora me espanto de como o pude sofrer. Bendito seja o Senhor que tão deveras me tem ajudado!

CAPÍTULO 26. Prossegue na mesma matéria. Vai declarando e dizendo coisas que lhe aconteciam e que lhe faziam perder o temor e afirmar que era bom espírito o que lhe falava.


1. Tenho por uma das grandes mercês que o Senhor me tem feito, este ânimo que me deu contra os demónios. Porque andar uma alma acobardada e temerosa por alguma coisa que não seja ofender a Deus, é grandíssimo inconveniente; pois temos Rei Todo-Poderoso e tão grande Senhor, que tudo pode e a todos sujeita. Não há que temer andando-se - como tenho dito - em verdade diante de Sua Majestade e com consciência limpa. Para isto, como já disse, quereria eu todos os temores: para não ofenderem um só ponto a Quem, no mesmo momento, nos pode desfazer; pois, contente Sua Majestade, não há quem seja contra nós que não leve as mãos à cabeça.
Poder-se-á dizer que assim é; mas, quem será esta alma tão recta que em tudo Lhe agrade?... É por isso que teme. Não a minha, de certo, que é muito miserável, sem proveito e cheia de mil misérias. Mas não procede Deus como os homens; Ele compreende nossas fraquezas. Aliás, por grandes conjecturas, sente a alma se O ama de verdade, porque nas que chegam a este grau, o amor não anda dissimulado como nos princípios, senão com tão grandes ímpetos e desejo de ver a Deus, como depois direi ou já ficou dito. Tudo a cansa, tudo a fatiga, tudo a atormenta. Se não é tudo com Deus ou por Deus, não há para ela descanso que não a canse, porque se vê ausente do seu verdadeiro descanso e assim é coisa muito clara e, como digo, não passa dissimulada.
2. Aconteceu-me outras vezes ver-me com tão grandes tribulações - a respeito de certo negócio que depois direi e murmurações da parte de quase todo o lugar onde estou e da minha Ordem, e aflita com muitas ocasiões que havia para me inquietar, e dizer-me o Senhor: De que temes? não sabes que sou todo-poderoso? Eu cumprirei o que te prometi. E assim bem se cumpriu depois; eu fiquei logo com uma fortaleza que de novo me parecia que me poria a empreender outras coisas para O servir, ainda que me custassem mais trabalhos e novos padecimentos.
E isto tantas vezes, que eu não as poderei contar. Em muitas dava-me repreensões, e dá-mas ainda quando cometo imperfeições, que bastam para desfazer uma alma. Ao menos, trazem consigo o emendar-se porque, como tenho dito, Sua Majestade dá o conselho e o remédio. Outras vezes traz-me à memória meus pecados passados, em especial quando o Senhor me quer fazer alguma assinalada mercê. Então parece que a alma se vê já no verdadeiro juízo, porque lhe representam a verdade com tão claro conhecimento, que não sabe onde se há-de meter. Outras, é o avisar-me de alguns perigos para mim e para outras pessoas, coisas ainda por vir, muitas, três ou quatro anos antes e todas se têm cumprido; algumas podia eu nomear.
E assim há tantas coisas para entender que são de Deus que, a meu parecer, não se pode ignorar.
3. O mais seguro - e nisto não pode haver dano senão muito proveito, como muitas vezes metem dito o Senhor - é não deixar de comunicar toda a minha alma e as mercês que o Senhor me faz, com o confessor, e que seja letrado e eu lhe obedeça. Isto disse-o muitas vezes. E eu assim o faço e sem isto não teria sossego, nem é bem que nós, mulheres, o tenhamos, pois não temos letras.
Tinha eu um confessor que me mortificava muito e algumas vezes me afligia e dava grande trabalho, porque me inquietava muito. Foi com ele, no entanto que eu mais aproveitei, segundo me parece. E embora lhe tivesse muita amizade, tinha algumas tentações de o deixar e parecia-me que, aqueles rigores que comigo usava, me estorvavam a oração. Cada vez que a isto me determinava, ouvia logo que não o fizesse e uma repreensão que me desfazia mais do que tudo quanto o confessor fazia. Algumas vezes afligia-me: questão por um lado, repreensão por outro, e de tudo havia mister, segundo tinha a vontade pouco dobrada.
Disse-me uma vez que não era obedecer, se não estava determinada a padecer; pusesse os olhos no que Ele havia padecido, e tudo se me faria fácil.
4. Aconselhou-me uma vez um confessor que nos princípios me tinha confessado, que, visto já estar provado ser bom espírito, que me calasse e não desse já parte a mais ninguém, porque estas coisas o melhor era calar. A mim não me pareceu mal, porque eu sentia tanto cada vez que as dizia ao confessor e era tanta a minha afronta, que algumas vezes o sentia muito mais do que confessar pecados graves; especialmente se eram grandes as mercês, parecendo-me que não me haviam de crer e zombariam de mim. Sentia tanto isto que me parecia ser desacato às maravilhas de Deus e que, por isto, desejava eu calar. Entendi então que havia sido muito mal aconselhada por aquele confessor, que de maneira nenhuma calasse coisa alguma a quem me confessava, porque nisto havia grande segurança e, fazendo o contrário, poderia enganar-me alguma vez.
5. Sempre que o Senhor me mandava alguma coisa na oração, se o confessor dizia outra, me tornava o Senhor a dizer que lhe obedecesse; depois Sua Majestade o movia para que mo voltasse a mandar.
Quando se tiraram do público muitos livros em língua vulgar, para que se não lessem, eu senti-o muito, porque me recreava lendo alguns e já não o podia fazer por só os permitirem em latim. Disse-me o Senhor: Não tenhas pena, que Eu te darei livro vivo. Eu não podia entender a razão por que se me havia dito isto, porque ainda não tinha visões. Dali a bem poucos dias o compreendi muito bem porque, tenho tido tanto em que pensar e com que me recolher no que via presente, e o Senhor tem tido comigo tanto amor em me ensinar de muitas maneiras, que muito pouca, ou quase nenhuma necessidade tenho tido de livros. Sua Majestade tem sido o verdadeiro livro onde tenho visto as verdades. Bendito seja tal livro, que deixa impresso o que se há-de ler e fazer, de maneira que se não possa olvidar! Quem vê o Senhor coberto de chagas e aflito com perseguições, que não as abrace e ame e deseje? Quem vê alguma coisa da glória que Ele dá aos que O servem, que não reconheça que é nada tudo quanto se possa fazer e padecer, pois tal prémio esperamos? Quem vê os tormentos que padecem os condenados no inferno que, em sua comparação, não pareçam deleites os tormentos de cá da terra, e não reconheça o muito que deve ao Senhor por o ter libertado tantas vezes daquele lugar?
6. E porque, com o favor de Deus, se dirá mais de algumas coisas, quero ir adiante com o processo da minha vida. Praza ao Senhor que eu tenha sabido declarar-me nisto que tenho dito. Creio bem que, quem tiver experiência, o entenderá e verá que atinei em dizer alguma coisa; quem não a tiver, não me espanto que lhe pareça desatino em tudo. Basta dizê-lo eu para ficar desculpado, e nem eu culparei a quem o disser.
O Senhor me deixe atinar a cumprir a Sua vontade. Ámen.

santa teresa de jesus


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