Páginas

03/10/2013

Devoção a Nossa Senhora 3


3. O culto e a devoção a Nossa Senhora é muito antigo na Igreja. Surge da realidade da sua maternidade divina e do papel que Cristo lhe reservou na economia salvífica. A Virgem é Mãe de Deus, Theotokos, e nossa Mãe. Neste sentido, o culto mariano teve sempre uma clara conotação cristológica. 

Os escritos do Novo Testamento e a literatura cristã inicial, até ao Concílio de Niceia de 325, quer dizer, praticamente até que o cristianismo adquira reconhecimento público, são parcos neste tema. Consideraram-se testemunhos indiretos do culto primitivo mariano as passagens do Evangelho segundo São Lucas 1, 45; 1, 48-49; 11, 27; e dos Actos dos Apóstolos 1, 14.

Opus Dei - O interesse doutrinal por Nossa Senhora e a sua função na Igreja, que começa a notar-se (pense-se, por exemplo, na conhecida tipologia Eva-Maria, presente em São Justino e em Santo Irineu de Leão), também parece indicar, de modo indireto, a veneração para com Ela por parte dos fiéis. 

Por outro lado, Nossa Senhora está presente no culto da Igreja primitiva, como o manifesta a sua inserção nalguma anáfora eucarística que chegou até nós (por exemplo, a de Hipólito), nalguma das fórmulas batismais (por exemplo., o ritual de Hipólito), a himnografia antiga (as Odes de Salomão, os Oráculos sibilinos, etc.). 

O mesmo se pode deduzir da existência de alguns edifícios cultuais dedicados a Maria já antes do século IV, na Palestina e em Alexandria, das pinturas murais que se encontram nas catacumbas, ou da célebre oração “Sub tuum praesidium”, que foi encontrada num antigo papiro egípcio e que é frequentemente datada dos finais do século III.

J. A. Riestra

Novembro 2010



Bibliografia básica

1. Em primeiro lugar figuram, como é óbvio, os escritos de S.Josemaria publicados. Podem ser particularmente úteis, enquanto se centram sobre o tema em questão, as homilias sobre Nossa Senhora publicadas em Cristo que passa e Amigos de Deus, “Recuerdos del Pilar”, Caminho, etc.

2. Uma boa ajuda para este tema encontra-se também em Álvaro Del Portillo, Entrevista sobre o fundador do Opus Dei, Quadrante, 1994 Javier Echevarría, Lembrando o Beato Josemaría Escrivá,  Diel, 2000; Idem, El amor a María Santísima en las enseñanzas de Mons. Escrivá de Balaguer, em Palabra nn. 156-157 (1978), pp. 341-345. Encontram-se também numerosos episódios que manifestam a piedade mariana de S.Josemaria nas diversas biografias publicadas.

3. Outros trabalhos que podem ajudar são: Federico Delclaux, Santa Maria nos escritos Beato Josemaría Escrivá, Rei dos Livros, 1996; José Antonio Riestra, La maternità spirituale di Maria nell’esperienza mariana di San Josémaría Escrivá, em "Annales Theologici" n. 16 (2002), pp. 473-489; A. Blanco, Madre de Dios y Madre de los hombres. Studio sulla devozione mariana di San Josemaría e sul rapporto con l’unità di vita, em Romana n. 19 (2003), pp. 292-320.

 4. Para una visão de conjunto podem consultar-se: José Luis Bastero Eleizalde, María, Madre del Redentor, 2ª ed., Eunsa; M. Ponce Cuéllar, María, Madre del Redentor y Madre de la Iglesia, Herder; S. De Fiores – S. Meo (edd.), Nuevo diccionario de mariología, Ediciones Paulinas.



Sem comentários:

Enviar um comentário

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.