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10/09/2013

Leitura espiritual para 10 Set

Não abandones a tua leitura espiritual.
A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemariaCaminho 116)


Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.

Para ver, clicar SFF.
Evangelho: Lc 7, 1-23

1 Tendo terminado este discurso ao povo, entrou em Cafarnaum. 2 Ora um centurião tinha doente, quase a morrer, um servo que lhe era muito querido. 3 Tendo ouvido falar de Jesus, enviou-Lhe alguns anciãos dos judeus a pedir-Lhe que viesse curar o seu servo. 4 Eles, tendo ido ter com Jesus, pediam-Lhe instantemente, dizendo: «Ele merece que lhe faças esta graça, 5 porque é amigo da nossa nação e até nos edificou a sinagoga». 6 Jesus foi com eles. Quando estava já perto da casa, o centurião mandou uns amigos a dizer-Lhe: «Senhor, não Te incomodes, porque eu não sou digno de que entres debaixo do meu tecto. 7 Por essa razão nem eu me achei digno de ir ter contigo; mas diz uma só palavra, e o meu servo será curado. 8 Porque também eu, simples subalterno, tenho soldados às minhas ordens, e digo a um: Vai! e ele vai; e a outro: Vem! e ele vem; e ao meu servo: Faz isto! e ele faz». 9 Jesus, ao ouvir isto, ficou admirado e, voltando-Se para a multidão que O seguia, disse: «Em verdade vos digo que não encontrei tanta fé em Israel». 10 Voltando para casa os que tinham sido enviados, encontraram o servo curado. 11 No dia seguinte foi para uma cidade, chamada Naim. Iam com Ele os Seus discípulos e muito povo.12 Quando chegou perto da porta da cidade, eis que era levado a sepultar um defunto, filho único de uma viúva; e ia com ela muita gente da cidade. 13 Tendo-a visto, o Senhor, movido de compaixão para com ela, disse-lhe: «Não chores». 14 Aproximou-Se, tocou no caixão, e os que o levavam pararam. Então disse: «Jovem, Eu te ordeno, levanta-te». 15 E o que tinha estado morto sentou-se, e começou a falar. Depois, Jesus, entregou-o à sua mãe. 16 Todos ficaram possuídos de temor e glorificavam a Deus, dizendo: «Um grande profeta apareceu entre nós, e Deus visitou o Seu povo». 17 Esta opinião a respeito d'Ele espalhou-se por toda a Judeia e por toda a região circunvizinha. 18 Os discípulos de João referiam-lhe todas estas coisas. 19 João chamou dois e enviou-os a Jesus a dizer-Lhe: «És Tu o que há-de vir ou devemos esperar outro?» 20 Tendo ido ter com Ele, disseram-Lhe: «João Baptista enviou-nos a Ti, para Te perguntar: “És Tu o que há-de vir ou devemos esperar outro?”». 21 Naquela mesma ocasião Jesus curou muitos de doenças, de males, de espíritos malignos, e deu vista a muitos cegos. 22 Depois respondeu-lhes: «Ide referir a João o que vistes e ouvistes: Os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos são limpos, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam, aos pobres é anunciada a boa nova; 23 e bem-aventurado aquele que não tiver em Mim ocasião de queda».



CARTA ENCÍCLICA
ECCLESIAM SUAM
DO SUMO PONTÍFICE PAPA PAULO VI
AOS VENERÁVEIS IRMÃOS
PATRIARCAS, PRIMAZES, ARCEBISPOS, BISPOS
E A TODOS OS ORDINÁRIOS DO LUGAR
AO CLERO E AOS FIÉIS DE TODO O MUNDO
E A TODOS OS HOMENS DE BOA VONTADE
EM PAZ E COMUNHÃO COM A SÉ APOSTÓLICA
SOBRE OS CAMINHOS DA IGREJA

…/2
I. A CONSCIÊNCIA
7. Pensamos que hoje é necessário à Igreja aprofundar a consciência que ela deve ter de si mesma, do tesouro de verdades de que é herdeira e guarda, e da missão que deve exercer no mundo. Ainda antes de ela se propor o estudo de qualquer questão em particular, e de considerar a atitude que deve tomar perante o mundo que a circunda, a Igreja deve neste momento refletir sobre si mesma, para se confirmar no conhecimento dos desígnios divinos a seu respeito, para encontrar maior luz, nova força e maior alegria no cumprimento da própria missão, e para escolher o melhor modo de estreitar, ativar e melhorar os seus contatos com a humanidade a que pertence, embora possua caracteres próprios inconfundíveis.
Parece-nos que este reflexo pode abranger também o modo escolhido por Deus para se revelar aos homens e para estabelecer com eles aquelas relações religiosas de que a Igreja é instrumento e expresso. Porque, se é verdade que a revelação divina se realizou "em muitos lugares e de muitos modos" (Hb l,l), e com factos históricos externos e incontestáveis, é também certo que a inserção dela na vida humana se faz por caminhos só próprios da palavra e da graça de Deus. Esta comunica-se interiormente às almas, por meio da pregação da mensagem salvífica e do consequente acto de fé, princípio da nossa justificação.

A vigilância dos fiéis seguidores de Cristo

8. Reflectir sobre a origem e natureza da relação nova e vital, que a doutrina de Cristo estabelece entre Deus e o homem, desejávamos constituísse acto de docilidade a toda a palavra do Divino Mestre dirigida aos seus ouvintes, especialmente aos seus discípulos, entre os quais nós mesmo, com toda a razão, nos gostamos de colocar. Dentre as muitas recomendações, que Nosso Senhor lhes faz, lembraremos uma das mais sérias e repetidas, que ainda hoje vale sempre para quem o deseja seguir com fidelidade. Referimo-nos à recomendação da vigilância.
É certo que este conselho do Divino Mestre se refere principalmente ao destino último do homem, próximo ou remoto no tempo. Mas, exactamente porque esta vigilância deve actuar sempre na consciência do servo fiel, determina-lhe na prática o comportamento moral a cada momento. É o que deve caracterizar o cristão no meio do mundo. Nosso Senhor recomenda-nos a vigilância mesmo falando de factos muito próximos, de perigos e tentações que podem fazer decair ou transviar a atitude do homem (cf. Mt 26,41). Fácil é descobrir no Evangelho um apelo contínuo à retidão no pensar e agir. Acaso não se referia a ela a mensagem do Precursor, que inicia a vida pública no Evangelho? E o próprio Jesus Cristo não nos convidou a aceitarmos interiormente o reino de Deus? (Mt 17,21). Não é toda a sua pedagogia um apelo, uma iniciação à interioridade? A consciência psicológica e a consciência moral são chamadas por Cristo à plenitude simultânea, quase como condição para recebermos, como convém ao homem, os dons divinos da verdade e da graça. E a consciência do discípulo tornar-se-á depois memória (cf. Mt 26,75; Lc 24,8; Jo 14,26; Jo 16,4) de todas as lições de Jesus e de tudo quanto sucedeu à sua volta. Virão depois o progresso e aprofundamento na compreensão de quem ele é, e do que ensinou e fez.
O nascimento da Igreja e o despertar da sua consciência profética são os dois factos característicos e simultâneos do Pentecostes. Ambos a par vão completar-se: a Igreja progredirá na sua organização e no seu desenvolvimento hierárquico e comunitário; e a consciência da sua vocação, da sua natureza misteriosa, da boa doutrina e da sua missão acompanhará gradualmente esse progresso, segundo a aspiração de São Paulo: "E peço que a vossa caridade abunde mais e mais em ciência e em todo discernimento" (Fl 1,9).

"Creio, Senhor!"

9. Poderíamos exprimir de outro modo o apelo que dirigimos, tanto a cada pessoa em particular que esteja disposta a ouvi-lo, portanto, a cada um de vós, Veneráveis Irmãos, e aos que convosco seguem o nosso ensinamento, quanto a toda a "sociedade dos féis", que é a Igreja considerada no seu conjunto. Poderíamos convidar a todos para um ato de fé, viva, profunda e consciente, em Jesus Cristo Senhor Nosso. Este momento da nossa vida religiosa deveria caraterizar-se por esta profissão de fé, vigorosa e convicta, ainda que sempre humilde e ansiosa, semelhante à que nos transmite o Evangelho, pronunciada pelo cego de nascença, a quem Jesus Cristo, com bondade igual ao poder, abrira os olhos: "Creio, Senhor" (Jo 9,38); ou semelhante à de Marta, no mesmo Evangelho: "Sim, eu creio, Senhor, que tu és o Cristo, Filho de Deus vivo, que vieste a este mundo" (Jo 11,27); ou ainda semelhante à tão comovente de Simão, depois transformado em Pedro: "Tu és o Cristo, Filho de Deus vivo" (Mt 16,16).
Por que nos atrevemos a convidar-vos a este ato de consciência eclesial? a este ato de fé explícito, ainda que interior?
Muitas são as razões, segundo nos parece, e todas derivam de exigências profundas e essenciais do momento particular em que se encontra a vida da Igreja.
Viver a vocação própria.
10. Ela precisa refletir sobre si mesma; precisa sentir-se viver. Deve aprender a conhecer-se melhor, se quer realizar a vocação própria e oferecer ao mundo a sua mensagem de fraternidade e salvação. Precisa experimentar Cristo em si mesma, segundo a palavra do Apóstolo São Paulo: "Habite Cristo pela fé nos vossos corações" (Ef 3,17).
Todos sabem que a Igreja está mergulhada na humanidade, dela faz parte, a ela vai buscar os seus membros, dela extrai tesouros preciosos de cultura, dela sofre as vicissitudes históricas e trabalha pelo bem dela. Ora é sabido igualmente que a humanidade no tempo actual está em vias de grandes transformações, abalos e progressos, que lhe modificam profundamente não só o estilo de vida no exterior, mas também o modo de pensar. O pensamento, a cultura e o espírito sofrem modificação profunda, originada no progresso científico, técnico e social, como também nas correntes do pensamento filosófico e político, que a invadem e penetram. Tudo isto, como ondas do mar, envolve e sacode a Igreja. As almas, que a ela se confiam, são muito influenciadas pelo clima do mundo temporal; de maneira que um perigo quase de vertigem, de aturdimento, de extravio pode abalar a solidez dos seus membros e levar muitos a admitir os pensamentos mais desvairados, como se a Igreja houvesse de negar-se a si mesma e adoptar formas novíssimas e nunca imaginadas de viver. Não foi, por exemplo, o fenómeno modernista que ainda se manifesta em várias tentativas de expressão heterogéneas à realidade autêntica do catolicismo, não foi ele um episódio duma exaltação semelhante das tendências psicológico-culturais, próprias do mundo profano, que pretendiam suplantar a expressão fiel e genuína da doutrina e das normas da Igreja de Cristo? Ora, para nos imunizarmos desse perigo ameaçador e múltiplo, que vem de várias partes, parece-nos que é remédio bom e óbvio aprofundarmos o conhecimento que temos da Igreja, daquilo que ela é na verdade, segundo o plano de Cristo, que nos é conservado na Sagrada Escritura e na Tradição, e depois interpretado e desenvolvido pela genuína tradição eclesiástica. Esta é, como sabemos, iluminada e guiada pelo Espírito Santo, sempre pronto, todas as vezes que o imploremos e ouçamos, a dar cumprimento indefectível à promessa de Cristo: "O Espírito Santo, que o Pai enviará no meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos recordará tudo o que Eu vos tiver dito" (Jo 14,26).

A consciência segundo a mentalidade moderna

11. Coisa semelhante poderíamos dizer a propósito dos erros que se espalham mesmo no interior da Igreja e fazem vítimas naqueles que só em parte conhecem a natureza e a missão da mesma, sem terem na devida conta os documentos da revelação divina e do magistério instituído pelo próprio Cristo.
Aliás, esta necessidade de reflectir sobre coisas já conhecidas, para as contemplar no espelho interior do próprio espírito, é característica do homem moderno; o pensamento deste curva-se facilmente sobre si mesmo e só confere certeza e plenitude quando se apresenta em plena luz à própria consciência. Não quer dizer que este hábito se encontre imune de perigos graves. Correntes filosóficas muito conhecidas exploraram e exaltaram esta forma de actividade espiritual, apresentando-a como definitiva e suprema, e até como medida e fonte da realidade, fazendo chegar o pensamento a conclusões abstrusas, desoladas, paradoxais e radicalmente falazes. Mas habituar-se a buscar a verdade, que se reflecte na própria consciência, não deixa de ser muito apreciável e hoje muito praticado como expressão requintada da cultura moderna. Nem estes transvios impedem que o acto de reflexão, quando bem fundado na apreensão objectiva da realidade, revele cada vez melhor, a quem se dá ao trabalho de o realizar, algo do facto da existência do próprio ser, da própria dignidade espiritual, e da própria capacidade de conhecer e agir.

(Revisão da tradução portuguesa por ama)


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