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15/09/2013

Cultivar a Fé 15


Fazer frutificar os talentos 7

Perseverar no amor

O servo mau e preguiçoso 15 desdenhou da predileção de que tinha sido objeto ao enterrar o talento; deixou passar o tempo sem descobrir as possibilidades que encerrava aquela fortuna. Não quis complicar a vida e, deste modo, nunca chegou a saber o que poderia ter feito, nem descobrir o motivo pelo qual o Senhor tinha tido tanta confiança nele.

É um perigo sempre presente, porque no caminho da chamada «é fácil um primeiro entusiasmo, mas depois vem a constância também nos caminhos monótonos do deserto que se hão-de atravessar ao longo da vida, a paciência de prosseguir sempre igual, mesmo quando diminui o romantismo da primeira hora e só fica o “sim” profundo e puro da fé» 16.

Certamente, que se poderia enterrar o talento uma vez que se começou a negociar com ele. Mas o Senhor indica-nos qual é o meio para que isso não aconteça: se guardais os Meus mandamentos, permanecereis no Meu amor 17. «Se o fruto que devemos produzir é amor, uma condição prévia é precisamente este “permanecer”, que tem que ver profundamente com a fé que não se afasta do Senhor» 18.

Manter-se no caminho que Deus mostrou implica, em si mesmo, uma demonstração de amor e de fé. E o segredo da fidelidade radica precisamente no amor: Qual é o segredo da perseverança? O Amor. – Enamora-te, e não “O” deixarás 19.

D. Álvaro, sucessor de São Josemaria, comentando este ponto de Caminho, dizia que também se podia afirmar: não “O” deixes, e enamorar-te-ás; sê leal e acabarás louco de amor a Deus 20. O Senhor recompensa a fé perseverante, levando a bom termo a Sua obra e atraindo cada um à Sua Pessoa 21. Assim, a lealdade é uma fonte de equilíbrio pessoal, pois quem é leal consolida um clima de paz à sua volta; comunica segurança e confiança, afasta o medo e as incertezas.

A parábola dos talentos mostra esta primazia do amor: o amo recompensa os servos fazendo-os participantes da sua alegria, da sua própria pessoa; não dá simplesmente algo que lhe pertence, mas dá-se a ele mesmo. A diligência que mostraram os servos fiéis é também sinal da proximidade que tinham com Ele; e é que a fidelidade cristã não é só a lealdade a uma doutrina, ou a um dogma: o cristão é fiel à pessoa viva de Cristo, com quem tem uma relação de amizade.

Por isso, a perseverança não pode entender-se como algo rígido, frio ou calculado; não produz uma vontade inamovível nem insensível às alterações de ânimo ou de circunstâncias; é, antes, o seu contrário: a fidelidade torna o homem flexível, para enfrentar o sopro de qualquer vento, pois nasce do amor e o amor é inventivo, como o é o Espírito.

Se permanecer fiel ao meu Deus, o Amor vivificar-me-á continuamente. A minha juventude renovar-se-á como a da águia 22. A santidade é a vida a que estamos chamados. O caminho é claro e está traçado, esculpido, com traços precisos. É este o caminho em que entrámos por mediação de Maria e que seguimos com a sua proteção: ser Obra de Deus, esforçar-nos por responder fielmente – com o coração! – às moções do Espírito Santo.

m. díez, j. morales, j. verdiá - 2012/02/27


(Cultivar a Fé © 2013, Gabinete de Informação do Opus Dei na Internet)
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Notas:
15 Mt 25, 26.
16 Bento XVI – J. Ratzinger, Jesus de Nazaré, pp. 309-310.
17 Jo 15, 10.
18 Bento – J. Ratzinger, Jesus de Nazaré, p. 310.
19 Caminho, n. 999.
20 D. Álvaro, Carta aos fiéis do Opus Dei, 19-III-1992 .
21 Cfr. Fil 1, 6.
22 Amigos de Deus, n. 31.




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