Páginas

25/08/2013

Leitura espiritual para 25 Ago

Não abandones a tua leitura espiritual.
A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemariaCaminho 116)


Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.

Para ver, clicar SFF.
Evangelho: Mc 16, 1-20

1 Passado o sábado, Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, e Salomé compraram perfumes para irem embalsamar Jesus. 2 Partindo no primeiro dia da semana, de manhã cedo, chegaram ao sepulcro quando o sol já era nascido. 3 Diziam entre si: «Quem nos há-de retirar a pedra da entrada do sepulcro?». 4 Mas, olhando, viram removida a pedra, que era muito grande. 5 Entrando no sepulcro, viram um jovem sentado do lado direito, vestido de uma túnica branca e ficaram assustadas. 6 Ele disse-lhes: «Não vos assusteis. Buscais a Jesus Nazareno, o crucificado? Ressuscitou, não está aqui. Eis o lugar onde O depositaram. 7 Mas ide, dizei a Seus discípulos e a Pedro que Ele vai diante de vós para a Galileia; lá O vereis, como Ele vos disse». 8 Elas, saindo do sepulcro, fugiram, porque as tinha assaltado o temor e estavam como que fora de si. Não disseram nada a ninguém, tal era o medo que tinham. 9 Jesus, tendo ressuscitado de manhã, no primeiro dia da semana, apareceu primeiramente a Maria Madalena, da qual tinha expulsado sete demónios. 10 Ela foi noticiá-lo aos que tinham andado com Ele, os quais estavam tristes e chorosos. 11 Tendo eles ouvido dizer que Jesus estava vivo e que fora visto por ela, não acreditaram. 12 Depois disto, mostrou-Se de outra forma a dois deles, enquanto iam para a aldeia; 13 os quais foram anunciar aos outros, que também a estes não deram crédito. 14 Finalmente, apareceu aos onze, quando estavam à mesa, e censurou-lhes a sua incredulidade e dureza de coração, por não terem dado crédito aos que O tinham visto ressuscitado. 15 E disse-lhes: «Ide por todo o mundo, e pregai o Evangelho a toda a criatura. 16 Quem crer e for baptizado, será salvo; mas quem não crer, será condenado. 17 Eis os milagres que acompanharão os que crerem: Expulsarão os demónios em Meu nome, falarão novas línguas, 18 pegarão em serpentes e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará mal; imporão as mãos sobre os doentes, e serão curados». 19 O Senhor, depois de assim lhes ter falado, elevou-Se ao céu e foi sentar-Se à direita do Pai. 20 Eles, tendo partido, pregaram por toda a parte, cooperando com eles o Senhor e confirmando a palavra com os milagres que a acompanhavam.



JESUS CRISTO NOSSO SALVADOR

Iniciação à Cristologia

SEGUNDA PARTE
A OBRA REDENTORA DE JESUS CRISTO

Capítulo XI

A GLORIFICAÇÃO DE CRISTO E O SEU VALOR SALVÍFICO

5. A Ascensão de Jesus aos céus

    A ascensão constitui o termo dos mistérios de Jesus na terra e que tiveram início na Encarnação: o que «saiu do Pai» agora «volta» ao Pai (Cf. Jo 16,28); 3,13). Com a Ascensão conclui-se o mistério pascal da sua Morte e Ressurreição, conclui a «passagem» deste mundo ao Pai.

a) A Ascensão do Senhor à direita de Deus Pai, acontecimento ao mesmo tempo histórico e transcendente.

    Segundo São Lucas, Jesus enquanto lhes dava a bênção «elevou-se na presença deles, e uma nuvem ocultou-o aos seus olhos» (Act 1,9). E segundo São Marcos, «o Senhor Jesus, depois de lhes ter falado, foi elevado ao céu e sentou-se à direita de Deus» (Mc 16,19).
    Nestes textos há que considerar dois aspectos: em primeiro lugar, «a elevação» que corresponde à experiencia sensível dos apóstolos com a qual Cristo desaparece dos seus olhos. Em segundo aspecto, mais importante, é o significado por essa elevação: Cristo homem entra na glória de Deus invisível [i] e è exaltado acima de toda a criação.
    O termo da Ascensão de Cristo, como nos diz a Escritura, é a direita de Deus Pai no céu, o qual é um modo metafórico de dizer. Por «direita do Pai» entendemos a glória e a honra da divindade [ii]; e por «estar sentado» entendemos que essa glória e poder – a posse do seu Reino – correspondem-lhe como algo próprio. Em resumo, expressamos deste modo que Cristo também enquanto homem – o Filho do homem – participa da glória e do poder soberano de Deus acima d todas as criaturas, como algo que lhe corresponde propriamente (cf. Ef 1,20-22; Dn 7,14).
    A Ascensão de Jesus Cristo, que é um acontecimento ao mesmo tempo histórico (o facto que os apóstolos contemplaram) e também transcendente (pelo seu significado e conteúdo), é um artigo de fé proposto e confessado desde os símbolos mais antigos [iii].

b) A Ascensão de Cristo manifesta aos discípulos a glória do Senhor

    Durante a sua vida terrena Jesus não quis que o seu corpo participasse da glória da sua divindade para assim poder padecer e levar a cabo a nossa redenção. Nalguma ocasião quis demonstrar no seu corpo a glória que lhe correspondia, como foi o caso da transfiguração no Tabor; mas então só se tratou de um processo passageiro. O corpo de Cristo foi glorificado de modo definitivo e próprio desde o instante da sua Ressurreição.
    Mas durante os quarenta dias seguintes, nos quais tratava familiarmente com os seus e os instruía sobre o Reino de Deus, a sua glória ainda ficava velada sob os traços de uma humanidade normal. Com a Ascensão, completa-se a manifestação da glória da glória de Cristo que tinha começado com a sua Ressurreição: então mostra aos seus que vive e reina sobre toda a criatura «exaltado à direita de Deus» (Act 2,33). Por isso os discípulos viram então a sua glória e se encheram de alegria (cf. Lc 24,52).

c) Sentido salvífico da Ascensão e exaltação celeste de Cristo

    Jesus Cristo, Cabeça da Igreja, precede-nos no reino glorioso do Pai. Cristo com a sua Ascensão abriu-nos o acesso à vida e à felicidade de Deus no céu: «quis preceder-nos como nossa Cabeça para que nós, membros do seu Corpo, vivamos com a ardente esperança de segui-lo no seu reino»[iv]. Já o anunciou Jesus: «Vou preparar-vos um lugar (...) para que onde eu estiver, estejais também vós» (Jo 14,2-3).

    Jesus Cristo, Sacerdote da nova e eterna Aliança, no céu intercede sem cessar por nós. Jesus Cristo, Sacerdote da Aliança nova e eterna, «entrou no céu para se apresentar agora ante o acatamento de Deus em nosso favor» (Heb 9,24). A sua mediação e o seu sacerdócio não terminaram na cruz, antes no céu «vive para sempre possui um sacerdócio eterno (Heb 7,24) que exerce perenemente apresentando continuamente a seu Pai o sacrifício que um dia consumou no Calvário. «Por isso pode salvar perfeitamente os que por Ele se chegam a Deus, já que vive sempre para interceder por nós (Heb 7,25; cf. Rom 8,34).

    Jesus Cristo, constituído Senhor com poder à direita do Pai, comunica-nos os dons divinos pela acção do Espírito Santo. Cristo, ressuscitado e exaltado à direita do Pai, é o sacerdote e o Mediador da Aliança que nos comunica os frutos que nos ganhou com a sua Paixão: «A cada um de nós se nos dá a graça na medida em que Cristo quer outorgar os seus dons (...) Subindo ao alto levou cativo o cativeiro e concedeu dons aos homens (…) Subiu aos céus para levar tudo à plenitude» (Ef 4,7-10).
    Para isto foi enviado o Espírito Santo no dia de Pentecostes aos que crêem para que, com a plenitude dos seus dons, os unisse a Jesus Cristo e os fizesse partícipes da vida da graça que procede d’Ele que é Cabeça de todos. «No dia de Pentecostes (...) a Páscoa de Cristo consuma-se com a efusão do Espírito Santo»[v].

6. Jesus Cristo, glorioso à direita do Pai, é «o Senhor». E Rei do universo

a) Os títulos de Senhor e Rei

    O título de «Senhor». A versão grega do Antigo Testamento (LXX) traduziu o nome de Yahwé com o qual Deus se revelou a Moisés (cf. Ex 3,14) por «Kyrios» (Senhor). Desde então «Senhor» foi o nome mais habitual para designar o Deus de Israel.
    O Novo Testamento utiliza o título de «Senhor» para Deus Pai, mas também o emprega, e esta é a novidade, para Jesus. Com este título expressa-se a divindade de Cristo, «Senhor da glória» (1 Cor 2,8), e da mesma forma se afirma a glória e o poder que Ele, enquanto homem exaltado à direita do Pai, tem sobre todas as criaturas.
    Certamente, Jesus é o Senhor desde a sua Encarnação (cf. Lc 1,43), mas também como título ganho por nos ter resgatado com o preço do seu sangue (cf. Flp 2,9-11; Heb 2,9). E é a partir da sua glorificação quando se manifesta claramente como Senhor.
    Já desde o princípio os cristãos atribuíram a Jesus ressuscitado este nome como resumo da sua fé n’Ele. Também a oração cristã está marcada pelo título de «Senhor», e habitualmente conclui com a fórmula «por Jesus Cristo Nosso Senhor».

    O título de «Rei». O nome de «Rei» equivale ao de «Senhor»; e de modo semelhante a acção de sentar-se à direita do Pai significa a sua entronização como rei e a inauguração do seu reinado. A partir da Ascensão, Cristo manifesta-se soberano «acima de todo o principado, potestade, virtude e dominação», tendo «tudo submetido debaixo dos seus pés» (Ef 1,20-22).
    Como dissemos acerca do título de «Senhor», Jesus é igualmente Rei desde a sua Encarnação (cf. Lc 1,33; Jo 18,33-37), mas também o é por nos ter resgatado com o preço do seu sangue (cf. Ap 5,9-10), e manifesta-se como «Rei de reis e Senhor de senhores» a partir da sua glorificação (Ap 19,16), e a sua soberania será claramente manifestada a todos na sua segunda vinda (cf. Mt 25,31-46).

b) Natureza do seu senhorio e do seu reinado

    O seu reino é sobrenatural. O seu reinado «não é deste mundo» (Jo 18,37), e consiste na comunicação da ida divina aos homens. Como diz São Paulo, o reino de Deus não consiste em coisas materiais, «antes é justiça, paz e alegria no Espírito Santo» (Rom 14,17). A liturgia da Igreja explica que o seu reino é «reino de verdade e de vida, reino de santidade e de graça, reino de justiça, d amor e de paz» [vi].

    O seu reinado é universal. Por ser sobrenatural, o seu reino não está vinculado a nenhuma raça ou povo, nem a nenhuma forma política, nem a uma determinada condição social. Cristo é Senhor de todos (Act 10,36). Ele morreu para salvação do género humano inteiro e a todos oferece a sua graça que salva.
    O seu reinado também é universal no sentido em que Ele reina no céu e na terra. Ele domina sobre vivos e mortos; todos lhe pertencemos (cf. Rom 14,8-9; Act 10-42).

    O seu reino é eterno, não terá fim (cf. Lc 1,33). «Já chegou o reinado neste mundo de nosso Senhor e do seu Cristo» (Ap 11,15). Neste mundo Cristo reina e agora nos seus fieis pela graça, que é uma participação da vida divina, e que constitui o gérmen e o começo do que será perfeito e para sempre na glória.
    E Cristo «Sacerdote dos bens futuros» (Heb 9,11) e «autor da salvação eterna» (Heb 5,9; cf. 9,12), e também reina nos bem-aventurados do céu pela glória e felicidade que lhes comunica perenemente, que consiste na perfeita e plena participação da vida divina, da vida eterna pelos séculos sem fim. Este é o reino consumado de Cristo e de Deus Pai que se nos promete em herança (cf. Ef 5,5).

Vicente Ferrer Barriendos

(trad do original castelhano por ama)

Bibliografia:
Alguns documentos do Magistério da Igreja

JOÃO PAULO II, Enc. Redemptor hominis, 1979.
JOÃO PAULO II, Catequesis sobre el Credo, em Creo en Jesucristo, Pa­labra, Madrid 1996.
CONGR. PARA A DOUTRINA DA FÉ, Decl. Mysterium Filii Dei, 1972.
CONGR. PARA A DOUTRINA DA FÉ, Instr. Libertatis nun­tius, 1984.
CONGR. PARA A DOUTRINA DA FÉ, Instr. Libertatis cons­cientia, 1986.
CONGR. PARA A DOUTRINA DA FÉ, Decl. Dominus Iesus, 2000.
CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA, p. I, secção 2, cap. 2, nn. 422-682.
CONFERENCIA EPISCOPAL ESPANHOLA, COMISSÃO EPIS­COPAL PARA A DOUTRINA DA FÉ, Cristo presente na Igreja. Nota doutrinal sobre algumas questões cristológicas e im­plicações eclesiológicas, 1992.

Relação de abreviaturas:

Sagrada Escritura

Am                  Amos
Ap                    Apocalipse
Col                   Epístola aos Colossenses
1 Cor               Primeira Epístola aos Coríntios
2 Cor               Segunda Epístola aos Coríntios
1 Cro               Livro I das Crónicas e Paralipómenos
2 Cro               Livro II das Crónicas e Paralipómenos
Dan                  Daniel
Dt                    Deuteronómio
Ef                     Epístola aos Efésios
Ex                    Êxodo
Ez                    Ezequiel
Flp                   Epístola aos Filipenses
Gal                   Epístola aos Gálatas
Gen                 Génesis
Act                   Actos dos Apóstolos
Heb                 Epístola aos Hebreus
Is                     Isaías
Jb                    Job
Jer                   Jeremias
Jo                    Evangelho de São João
1 Jo                 Primeira Epístola de São João
2 Jo                 Segunda Epístola de São João
3 Jo                 Terceira Epístola de São João
Lc                    Evangelho de São Lucas
Lv                    Levítico
Mal                   Malaquias
Mc                   Evangelho de São Marcos
Miq                  Miqueias
Mt                    Evangelho de São Mateus
Os                    Oseias
1 Pd                 Primeira Epístola de São Pedro
2 Pd                 Segunda Epístola de São Pedro
Qo                   Livro de Qohélet (Eclesiastes)
1 Re                 Livro I dos Reis
2 Re                 Livro II dos Reis
Rom                Epístola aos Romanos
Sab                  Livro da Sabedoria
Sal                   Salmos
1 Sam              Livro I de Samuel
2 Sam              Livro II de Samuel
Tg                    Epístola de São Tiago
Sir                    Livro de Bem Sirá (Eclesiástico)
1 Tes               Primeira Epístola aos Tesalonicenses
2 Tes               Segunda Epístola aos Tesalonicenses
1 Tim               Primeira Epístola a Timóteo
1 Tim               Senda Epístola a Timóteo
Tit                    Epístola a Tito
Zc                    Zacarias

Outras siglas empregues

a.                     Artigo
Cap.                 Capítulo
CCE                  Catecismo da Igreja Católica (Cathecismus Catholicae Ecclesiae)
cf.                    Confira-se
Conc.               Concílio
Congr.             Congregação
Const.              Constituição
Decl.                Declaração
DS                   Enchiridion Symbolorum de Dezinguer-Schönmetzer
DV                   Constituição Dogmática Dei Verbum do Concílio Vaticano II
Enc.                 Encíclica
GS                   Constituição dogmática Gaudium et spes do Concílio Vaticano II
LG                    Constituição dogmática Lumen gentium do Concílio Vaticano II
p. / pp.            Página / páginas
p. ex.               Por exemplo
p.                     Pergunta
s. / ss.             Seguinte / Seguintes
S. Th.               Summa Theologiae de São Tomás de Aquino
t.                     Tomo





[i][i] «A nuvem» e «o céu» são sinais bíblicos habituais da glória divina.
[ii] Cf. CCE, 663.
[iii] Cf. DS10; 13; 14; 40; 41; 42; 44; 46-47; etc
[iv] Missal Romano. Prefácio da solenidade da Ascnsão; cf. CCE, 661; S. Th.III, 57,6.
[v] CCE, 731.
[vi] Prefácio fda Missa da solenidade de Cristo Rei do universo.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.