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01/08/2013

Leitura espiritual para 01 Ago

Não abandones a tua leitura espiritual.
A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemariaCaminho 116)


Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.

Para ver, clicar SFF.
Evangelho: Mc 5, 21-43

21 Tendo Jesus passado novamente na barca para a outra margem, acorreu a Ele muita gente, e Ele estava junto do mar. 22 Chegou um dos chefes da sinagoga, chamado Jairo, que, vendo-O, lançou-se a Seus pés, 23 e suplicava-Lhe com insistência: «Minha filha está nas últimas; vem, impõe sobre ela as mãos, para que seja salva e viva». 24 Jesus foi com ele; e uma grande multidão O seguia e O apertava. 25 Então, uma mulher que havia doze anos padecia um fluxo de sangue, 26 e tinha sofrido muito de muitos médicos, e gastara tudo quanto possuía, sem ter sentido melhoras, antes cada vez se achava pior, 27 tendo ouvido falar de Jesus, foi por detrás entre a multidão e tocou o Seu manto. 28 Porque dizia: «Se eu tocar, ainda que seja só o Seu manto, ficarei curada». 29 Imediatamente parou o fluxo de sangue e sentiu no seu corpo estar curada do mal. 30 Jesus, conhecendo logo em Si mesmo a força que saíra d'Ele, voltado para a multidão, disse: «Quem tocou os Meus vestidos?». 31 Os Seus discípulos responderam: «Tu vês que a multidão Te comprime, e perguntas: “Quem Me tocou?”». 32 E Jesus olhava em volta para ver quem tinha feito aquilo. 33 Então a mulher, que sabia o que se tinha passado nela, cheia de medo e a tremer, foi prostrar-se diante d'Ele, e disse-Lhe toda a verdade. 34 Jesus disse-lhe: «Filha, a tua fé te salvou; vai em paz e fica curada do teu mal». 35 Ainda Ele falava, quando chegaram da casa do chefe da sinagoga, dizendo: «Tua filha morreu; para que incomodar mais o Mestre?». 36 Porém, Jesus, tendo ouvido o que eles diziam, disse ao chefe da sinagoga: «Não temas; crê somente». 37 E não permitiu que ninguém O acompanhasse, senão Pedro, Tiago e João, irmão de Tiago. 38 Ao chegarem a casa do chefe da sinagoga, viu Jesus o alvoroço e os que estavam a chorar e a gritar. 39 Tendo entrado, disse-lhes: «Porque vos perturbais e chorais? A menina não está morta, mas dorme». 40 E troçavam d'Ele. Mas Ele, tendo feito sair todos, tomou o pai e a mãe da menina e os que O acompanhavam, e entrou onde a menina estava deitada. 41 Tomando a mão da menina, disse-lhe: «Talitha kum», que quer dizer: «Menina, Eu te mando, levanta-te». 42 A menina imediatamente levantou-se e andava, pois tinha já doze anos. Ficaram cheios de grande espanto. 43 Jesus ordenou-lhes com insistência que ninguém o soubesse. Depois disse que dessem de comer à menina.



CONFISSÕES SANTO AGOSTINHO

DE MAGISTRO (DO MESTRE)

PERFIL BIOGRÁFICO (3)

Uma árvore tem folhas verdes.
Como serão os frutos?

“Agostinho, vida”, é o grito que ressoa na Basílica da Paz de Hipona, a 26 de Setembro de 426. É um dia de grande emoção para os fiéis: o bispo Agostinho designa o seu sucessor na pessoa do Padre Heráclio.
Repete-se, depois de trinta anos, uma cena que os habitantes da cidade não esqueceram – a escolha de Agostinho por Valério.
Como aquele que o nomeara, Agostinho é agora um velho.
Tem 72 anos.
Relembra aos fiéis que uma vez exprimira o desejo de ter cinco dias livres por semana para poder escrever e rever as obras que de todos os lugares lhe solicitavam.

Nascem, depois de um ano de trabalho, os dois volumes de Retratações, que comentam dezenas de obras. A sua “especialização” como escritor não o impede, porém, de continuar a se dirigir ao povo.

Durante quarenta anos, desde que reencontrou a fé, Agostinho teve a sua vida sobrecarregada.
Primeiro constrói o seu mosteiro. Torna-se depois sacerdote e bispo, encarregado até mesmo de distribuir justiça em nome do império. Conseguiu, entretanto, permanecer fiel à sua vocação de contemplativo e arranjou tempo para realizar uma obra literária gigantesca – 113 trabalhos, 224 cartas e mais de quinhentos sermões.
Com excepção das Confissões, escritas entre 397 e 398, foram precisos vinte anos para completar os 15 livros sobre a Trindade.

O De Doctrina Christiana, depois de parcialmente escrito, teve de aguardar quase trinta anos até que Agostinho pudesse cuidar da terça parte restante.

Poucos escritores do passado são conhecidos tão detalhadamente quanto ele.
Se as Confissões revelam até mesmo os recantos da sua alma, os discursos que pronunciou em quarenta anos mostram-no sob outros aspectos. É fácil imaginá-lo com a sua voz, que a idade tornava apagada, usando uma linguagem directa e fácil, muito diferente das subtilezas dos seus escritos.
O antigo mestre de eloquência consegue transmitir e adaptar os conceitos mais abstratos às exigências e à capacidade do auditório.
Falava duas vezes por semana na Igreja da Paz.

Em certa ocasião, explicando São João aos fiéis, ficou tão entusiasmado que pregou durante cinco dias consecutivos, constantemente aplaudido. Mas o bispo não alimentava ilusões: ”Vossos louvores são folhas de árvore, gostaria de ver os frutos”.

Muitas vezes lamentou a distância entre o seu pensamento, sua fé e amor a Deus, e as palavras que proferia. “...Entretanto, a atenção dos que me escutam prova-me que o meu modo de falar não é tão frio quanto possa parecer-me, pelo seu interesse compreendo que tiram dele algum proveito...”

O lugar do pastor é à frente do rebanho

Na primavera de 429, a África é dominada pelo terror. Chamados por Bonifácio, comandante do exército imperial, os vândalos atravessam o Mediterrâneo.
Vêm como amigos.
No entanto, passados poucos meses, o general é obrigado a empunhar as armas contra os soldados de Genserico.

O Bispo de Hipona dirige palavras severas a Bonifácio: “Olha a África, olha como está devastada.
Ninguém teria pensado ou suposto que o célebre Bonifácio, aquele que de simples tribuno, com poucos soldados, vencendo e destruindo toda resistência, conseguiu pacificar todas estas populações, teria se sujeitados aos bárbaros, que com tamanha audácia devastam e saqueiam tantas regiões outrora povoadas... Eu, que estou atento às últimas causas, sei quantos males a África sofre por causa dos pecados de seus habitantes, mas não quisera que tu estivesses entre os malvados e iníquos, por causa dos quais Deus flagela os que escolhe com penas temporais...”

Tarde demais.
Os vândalos eram piores inimigos que os visigodos de Alarico.
O seu nome tornou-se sinónimo de destruição e morte.
Em poucos dias devastaram a Mauritânia, e em seguida a Numídia. Apesar dos esforços de Bonifácio, os bárbaros tornaram-se donos de todo o país.
As legiões romanas dominavam apenas três cidades: Cartago, Cirta e Hipona.
Nesta última, mais bem fortificada, Bonifácio prepara a derradeira defesa.

Agostinho, aos 75 anos, vê que não há mais salvação para os hiponenses. Embora, nas amargas horas de desânimo, peça a Deus que o tire deste mundo, torna-se, como fizera vinte anos antes em relação aos refugiados de Roma, ou organizando o auxílio aos fugitivos.

Torna-se a voz da África, a testemunha mais categorizada do fim da latinidade no continente.

Data desses dias uma das últimas cartas escritas a Honorato, bispo de Thiabe, para lembrar que ao pastor de almas não é permitido fugir ante os perigos, e que o lugar dos bispos é à frente dos fiéis, até o fim: “...não devemos, por causa desses males incertos, cometer a culpa certa de abandonar nosso povo.

Daí, lhe adviria grande mal, não quanto às coisas desta vida, mas da outra, que merece ser procurada com maior diligência e solicitude... Temamos que se extingam, abandonadas por nós, as pedras vivas, mais que a obra do incêndio que queima a estrutura de nossos edifícios terrenos.

Temamos a morte dos membros do Corpo de Cristo, privados do alimento espiritual, mais que as torturas a que a ferocidade dos inimigos poderia submeter os membros do nosso corpo...”

Todo conhecimento reside em Deus e na alma

Catorze longos meses resistiria Hipona ao assédio dos vândalos.

A cidade estava repleta de refugiados, a quem era preciso alimentar e vestir.
Ao inimigo externo juntavam-se a carestia, a fome e as epidemias.

Agostinho só podia oferecer a toda essa gente as suas preces.

“Vós dizeis:–
Desgraçados de nós, o mundo morrerá. Mas ouvi a palavra: Céu e Terra passarão, mas a palavra de Deus não passará”.

Muitos começaram a julgá-lo capaz de milagres.

Certo dia trouxeram-lhe uma pessoa doente, para que ele a curasse com sua bênção.
Agostinho respondeu: “Meu filho, se tivesse tais poderes, começaria por me curar a mim mesmo”.
A sua doença durou poucos dias.
Quando percebeu que a morte se avizinhava, pediu que o deixassem só, para que pudesse rezar.

Nas paredes do quarto mandara afixar pergaminhos nos quais fizera escrever os salmos penitenciais de David.

Agostinho morreu na noite de 28 para 29 de Agosto de 430.

“Não fez testamento”, escreveu Possídio, “porque, pobre para servir a Deus, não tinha bens a deixar... Mas deixou à Igreja um clero numeroso e mosteiros cheios de homens e mulheres sob voto de continência e obedientes a seus superiores”.

De livro na mão e coração em chamas – assim os pintores medievais viram o bispo de Hipona.

O livro simboliza a ciência, o coração inflamado, o amor.

Sabedoria e amor foram os seus dons inseparáveis, que muito contribuíram para que o Papa João II declarasse, em 534, que “a Igreja de Roma segue e conserva as doutrinas de Agostinho”.

Ao construir a sua filosofia como uma arma de defesa da fé, Agostinho forjou uma visão do mundo que influenciaria, por muitos séculos, todos os líderes espirituais do ocidente.

A Cidade de Deus, síntese de filosofia, teologia, estudo das relações entre o Estado e a liberdade de consciência, marcou profundamente o pensamento político da Idade Média.

Carlos Magno, considerava-o o seu livro preferido.

Agostinho foi o autor mais citado no último Concilio do Vaticano, destinado a abrir novos rumos para o cristianismo dos tempos actuais.

O facto talvez tivesse surpreendido aquele que, nos Solilóquios escritos ao pé da água que corria pelas termas de Cassicíaco, declarava que a sua única finalidade era conhecer Deus e sua própria alma.

(Revisão trad. portuguesa e grafismo por ama)



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