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07/07/2013

Resumos da Fé cristã 36


TEMA 35. O sexto mandamento do Decálogo


3. A educação da castidade 
A castidade exige o domínio da concupiscência, que é parte integrante do domínio de si. Este domínio é uma tarefa que dura a vida inteira e supõe esforço reiterado que pode ser especialmente intenso nalgumas épocas. A castidade deve crescer sempre, com a graça de Deus e a luta ascética (cf. Catecismo, 2342) 9.

«A caridade é a forma de todas as virtudes. Sob a sua influência, a castidade aparece como uma escola de doação da pessoa. O domínio de si ordena-se para o dom de si» (Catecismo, 2346).

A educação da castidade é muito mais do que alguns denominam “educação sexual”, que se ocupa fundamentalmente de proporcionar informação sobre os aspectos fisiológicos da reprodução humana e os métodos contraceptivos. A verdadeira educação da castidade não se limita a informar sobre aspectos biológicos, mas ajuda a reflectir sobre os valores pessoais e morais que entram em jogo em tudo o que se relaciona com o nascimento da vida humana e a maturidade pessoal. Por outro lado, fomenta grandes ideais de amor a Deus e aos outros através do exercício das virtudes da generosidade, do dom de si, do pudor que protege a intimidade, etc., os quais ajudam a pessoa a superar o egoísmo e a tentação de se fechar sobre si mesma.

Neste empenho, os pais têm grande responsabilidade, visto que são os primeiros e principais mestres na formação da castidade dos seus filhos 10.

Meios importantes na luta por viver esta virtude:

a) a oração: pedir a Deus a virtude da santa pureza 11 e a frequência dos sacramentos são os remédios para a nossa debilidade;

b) trabalho intenso, evitar o ócio;

c) moderação na comida e na bebida;

d) cuidado dos pormenores de pudor e modéstia no vestuário, etc.;

e) rejeitar as leituras de livros, revistas e jornais inconvenientes; e evitar os espectáculos imorais;

f) muita sinceridade na direcção espiritual;

g) esquecer-se de si próprio;

h) ter uma grande devoção a Maria Santíssima, Mater pulchrae dilectionis (Mãe do Amor formoso).

A castidade é uma virtude eminentemente pessoal que «implica também um esforço cultural» (Catecismo, 2344), visto que o «progresso da pessoa humana e o desenvolvimento da própria sociedade estão em mútua dependência» 12. O respeito pelos direitos da pessoa reclama o respeito pela castidade, particularmente o direito a «receber uma informação e educação que respeitem as dimensões morais e espirituais da vida humana» (Catecismo, 2344) 13.

As manifestações concretas como se configura e cresce esta virtude são diferentes dependendo da vocação recebida. «As pessoas casadas são chamadas a viver a castidade conjugal; as outras praticam a castidade na continência» (Catecismo, 2349).

pablo requena

Bibliografia básica:
Catecismo da Igreja Católica, 2331-2400.
Bento XVI, Enc. Deus Caritas est, 25-XII-2005, 1-18.
João Paulo II, Ex. Ap. Familiaris Consortio, 22-XI-1981.

Leituras recomendadas:
S. Josemaria, Homilia «Porque verão a Deus», em Amigos de Deus, 175-189; «O matrimonio, vocação cristã», em Cristo que Passa, 22-30.
Congregação para a Doutrina da Fé, Decl. Persona Humana, 29-XII-1975.
Congregação para a Educação Católica, Orientações educativas sobre o amor humano, 1-XI-1983.
Conselho Pontifício para a Família, Sexualidade Humana: Verdade e Significado, 8-XII-1995.
Conselho Pontifício para a Família, Lexicon de términos ambiguos y discutidos sobre familia, vida y cuestiones éticas (2003). (Tem especial interesse para os pais e educadores a entrada «Educación sexual» de Aquilino Polaino-Lorente).

(Resumos da Fé cristã: © 2013, Gabinete de Informação do Opus Dei na Internet)
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Notas:
9 A maturidade da pessoa humana inclui o domínio de si, que supõe o pudor, a temperança, o respeito e abertura aos outros (cf. Congregação para a Educação Católica, Orientações educativas sobre o amor humano, 1-XI-1983, 35).
10 Este aspecto da educação tem hoje maior importância do que no passado, já que são muitos os modelos negativos que a sociedade actual apresenta (cf. Conselho Pontifício para a Família, Sexualidade humana: verdade e significado, 8-XII-1995, 47). «Diante de uma cultura que «banaliza» em grande parte a sexualidade humana, porque a interpreta e a vive de maneira limitada e empobrecida coligando-a unicamente ao corpo e ao prazer egoístico, o serviço educativo dos pais deve dirigir-se com firmeza para uma cultura sexual que seja verdadeira e plenamente pessoal» (João Paulo II, Ex. Ap. Familiaris Consortio, 37).
11 «Deus concede a santa pureza aos que Lha pedem com humildade» (S. Josemaria, Caminho, 118).
12 Concílio Vaticano II, Const. Gaudium et Spes, 25.
13 Em diversas ocasiões, o Papa João Paulo II referiu-se à necessidade de promover uma autêntica «ecologia humana» no sentido de conseguir um ambiente moral são que facilite o desenvolvimento da pessoa (cf. por exemplo, Enc. Centesimus Annus, 1-V-1991, 38). Parece evidente que parte do «esforço cultural» a que se fez referência consiste em mostrar que existe o dever de respeitar normas morais nos meios de comunicação social, especialmente na televisão, como exigência da dignidade das pessoas. «Nestes momentos de violência, de sexualidade brutal, selvagem, temos de ser rebeldes. Tu e eu somos rebeldes: não nos dá na real gana deixar-nos levar pela corrente, e ser uns animais. Queremos portar-nos como filhos de Deus, como homens ou mulheres que se dão com o seu Pai, que está nos Céus e quer estar muito perto – dentro! – de cada um de nós» (S. Josemaria, Forja, 15).


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