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05/07/2013

Resumos da Fé cristã 34

TEMA 35. O sexto mandamento do Decálogo

Deus é amor, e o seu amor é fecundo. Deus quis que a pessoa humana participasse desta fecundidade, associando a geração a um acto específico de amor entre o homem e a mulher.


1. Criou-os homem e mulher 
A ordem de Deus ao homem e à mulher para «crescer e multiplicar-se», há-de ler-se na perspectiva da criação «à imagem e semelhança» da Trindade (cf. Gn 1). Isto faz com que a geração humana, no contexto mais vasto da sexualidade, não seja algo «puramente biológico», mas diga «respeito à pessoa humana como tal, no que ela tem de mais íntimo» (Catecismo, 2361); logo, é essencialmente diferente da própria vida animal.

«Deus é amor» (1Jo 4, 8) e o seu amor é fecundo. Nesta fecundidade, quis Deus que a pessoa humana participasse, associando à geração de cada nova pessoa um acto específico de amor entre um homem e uma mulher 1. Por isso, «o sexo não é uma realidade vergonhosa; é uma dádiva divina que se orienta limpidamente para a vida, para o amor, para a fecundidade» 2.

Sendo o homem um indivíduo composto de corpo e alma, o acto amoroso generativo exige a participação de todas as dimensões da pessoa: a corporeidade, os afectos, o espírito 3.

O pecado original quebrou a harmonia do homem consigo mesmo e com os outros. Esta fractura teve particular repercussão na capacidade da pessoa viver racionalmente a sexualidade. Por um lado, obscurecendo na inteligência o nexo inseparável que existe entre as dimensões afectivas e generativas da união conjugal; por outro lado, dificultando o domínio que a vontade exerce sobre os dinamismos afectivos e corporais da sexualidade.

A necessidade de purificação e maturidade que a sexualidade exige nestas condições não significa de modo algum a sua rejeição, ou uma consideração negativa deste dom que o homem e a mulher receberam de Deus. Significa, isso sim, a necessidade de que «o amor – o eros – possa amadurecer até à sua verdadeira grandeza» 4. Nesta tarefa joga um papel fundamental a virtude da castidade.

pablo requena

Bibliografia básica:
Catecismo da Igreja Católica, 2331-2400.
Bento XVI, Enc. Deus Caritas est, 25-XII-2005, 1-18.
João Paulo II, Ex. Ap. Familiaris Consortio, 22-XI-1981.

Leituras recomendadas:
S. Josemaria, Homilia «Porque verão a Deus», em Amigos de Deus, 175-189; «O matrimonio, vocação cristã», em Cristo que Passa, 22-30.
Congregação para a Doutrina da Fé, Decl. Persona Humana, 29-XII-1975.
Congregação para a Educação Católica, Orientações educativas sobre o amor humano, 1-XI-1983.
Conselho Pontifício para a Família, Sexualidade Humana: Verdade e Significado, 8-XII-1995.
Conselho Pontifício para a Família, Lexicon de términos ambiguos y discutidos sobre familia, vida y cuestiones éticas (2003). (Tem especial interesse para os pais e educadores a entrada «Educación sexual» de Aquilino Polaino-Lorente).

(Resumos da Fé cristã: © 2013, Gabinete de Informação do Opus Dei na Internet)
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Notas:
1 Cada um dos dois sexos é, com igual dignidade, embora de modo diferente, imagem do poder e da ternura de Deus. A união do homem e da mulher no matrimónio é um modo de imitar na carne a generosidade e a fecundidade do Criador: “O homem deixará o seu pai e a sua mãe para se unir à sua mulher; e os dois serão uma só carne” (Gn 2, 24). Desta união procedem todas as gerações humanas (cf. Gn 4, 1-2.25-26; 5, 1)» (Catecismo, 2335).
2 S. Josemaria, Cristo que Passa, 24.
3 Se o homem aspira a ser somente espírito e quer rejeitar a carne como uma herança apenas animalesca, então espírito e corpo perdem a sua dignidade. E se ele, por outro lado, renega o espírito e consequentemente considera a matéria, o corpo, como realidade exclusiva, perde igualmente a sua grandeza» (Bento XVI, Enc. Deus Caritas Est, 25-XII-2005, 5).
4 Certamente «o eros quer elevar-nos “em êxtase” para o Divino, conduzir-nos para além de nós próprios, mas por isso mesmo requer um caminho de ascese, renúncias, purificações e saneamentos» (Ibidem)


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