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18/07/2013

Leitura espiritual para 18 Jul

Não abandones a tua leitura espiritual.
A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemariaCaminho 116)


Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.


Para ver, clicar SFF.
Evangelho: Mt 26, 30-56

30 Depois do canto dos salmos, saíram para o monte das Oliveiras. 31 Então Jesus disse-lhes: «A todos vós serei esta noite uma ocasião de escândalo, porque está escrito: “Ferirei o pastor e as ovelhas do rebanho se dispersarão”. 32 Porém, depois de Eu ressuscitar, irei diante de vós para a Galileia». 33 Pedro respondeu-Lhe: «Ainda que todos se escandalizem a Teu respeito, eu nunca me escandalizarei». 34 Jesus disse-lhe: «Em verdade te digo que esta noite, antes que o galo cante, negar-Me-ás três vezes». 35 Pedro disse: «Ainda que eu tenha de morrer contigo, não Te negarei». Do mesmo modo falaram todos os discípulos. 36 Então foi Jesus com eles a um lugar chamado Getsemani, e disse-lhes: «Sentai-vos aqui, enquanto Eu vou acolá orar». 37 E, tendo tomado consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-Se e a angustiar-Se. 38 Disse-lhes então: «A Minha alma está numa tristeza mortal; ficai aqui e vigiai comigo». 39 Adiantando-Se um pouco, prostrou-Se com o rosto em terra, e fez esta oração: «Meu Pai, se é possível, passe de Mim este cálice! Todavia, não se faça como Eu quero, mas sim como Tu queres». 40 Depois foi ter com os Seus discípulos, encontrou-os a dormir, e disse a Pedro: «Então não pudeste vigiar uma hora comigo? 41 Vigiai e orai, para que não entreis em tentação. O espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca». 42 Retirou-Se de novo pela segunda vez, e orou assim: «Meu Pai, se este cálice não pode passar sem que Eu o beba, faça-se a Tua vontade».43 Foi novamente e encontrou-os a dormir, porque os seus olhos estavam carregados de sono. 44 Deixando-os, foi de novo, e orou terceira vez, dizendo as mesmas palavras. 45 Depois foi ter novamente com os discípulos, e disse-lhes: «Dormi agora e descansai, eis que chegou a hora em que o Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos pecadores. 46 Levantai-vos, vamos. Eis que se aproxima aquele que Me há-de entregar». 47 Estando Ele ainda a falar, eis que chega Judas, um dos doze, e com ele uma grande multidão com espadas e varapaus, enviada pelos príncipes dos sacerdotes e pelos anciãos do povo. 48 O traidor tinha-lhes dado este sinal: «Aquele a quem eu beijar, é esse; prendei-O». 49 Aproximando-se logo de Jesus, disse: «Salve, Mestre!». E deu-Lhe um beijo.50 Jesus disse-lhe: «Amigo, a que vieste?». Então avançaram, lançaram mãos a Jesus, e prenderam-n'O. 51 E eis que um dos que estavam com Jesus, estendendo a mão desembainhou a sua espada, e, ferindo um servo do Sumo Sacerdote, cortou-lhe uma orelha.52 Jesus disse-lhe: «Mete a tua espada no seu lugar, porque todos os que pegarem na espada morrerão à espada. 53 Julgas porventura que Eu não posso rogar a Meu Pai e que poria já ao Meu dispor mais de doze legiões de anjos? 54 Mas, como se cumprirão as Escrituras segundo as quais assim deve suceder?».55 Depois, Jesus disse à multidão: «Vós viestes armados de espadas e varapaus para Me prender, como se faz a um ladrão. Todos os dias estava Eu sentado entre vós a ensinar no templo, e não Me prendestes». 56 Mas tudo isto aconteceu para que se cumprissem as Escrituras dos profetas. Então todos os discípulos O abandonaram e fugiram.



CONFISSÕES SANTO AGOSTINHO

LIVRO DÉCIMO-TERCEIRO

CAPÍTULO XVI

Deus, fonte de luz

Assim como só tu existes plenamente, só tu possuis o conhecimento absoluto: imutável, com efeito, és em teu ser, imutável em teu saber, imutável na tua vontade. A tua essência sabe e quer imutavelmente, a tua ciência é e quer imutavelmente, a tua vontade é e sabe imutavelmente.
Não é justo a teus olhos que a luz imutável seja conhecida pelo ser mutável, que ela ilumina, como ela se conhece a si própria. Por isso, a minha alma é para ti como terra sem água, porque assim como não se pode iluminar a si mesma, não se pode saciar por seus próprios meios. Porque em ti está a fonte da vida, e graças à tua luz é que veremos a luz.

CAPÍTULO XVII

As águas amargas

Quem reuniu num só mar as águas amargas?

O seu objetivo é o mesmo: uma felicidade temporal, terrena, alvo de todas as suas acções a despeito da grande diversidade de cuidados que as agitam.

Quem, senão tu, Senhor, poderia dizer a essas águas que se reunissem num só lugar, e à terra enxuta que aparecesse, sedenta de ti?
O mar é teu, pois tu o fizeste, e as tuas mãos formaram a terra enxuta. Não é a amargura das vontades mas a reunião das águas que chamamos de mar. Também refreias as paixões más das almas e fixas os limites até onde permites que avancem as águas, para que as suas ondas se quebrem sobre si mesmas, e assim, crias o mar, submetido a teu poder universal.
As almas sedentas de ti, que aparecem a teus olhos separadas do mar com outra finalidade, tu as regas com um orvalho vivo, misterioso e doce, para que a terra produza seu fruto.
E a terra o produz, ao teu comando, ó Senhor que és o seu Deus, a nossa alma germina obras de misericórdia, de acordo com a sua condição: ela ama o próximo e vai em auxílio das suas necessidades materiais. Carrega em si a semente da compaixão, por uma semelhança de natureza, porque é o sentimento da nossa fraqueza que nos leva a compadecer-nos ds misérias dos que são necessitados, a socorrê-los, como desejaríamos que nos socorressem se tivéssemos as mesmas necessidades. E não se trata só de dar apoio fácil, como ervas nascidas de sementes, mas de protecção enérgica, vigorosa como a árvore que carrega frutos, símbolos das obras que arrebatam à mão do poderoso a vítima da injustiça, dando-lhe um abrigo à sombra protectora de um julgamento justo.

CAPÍTULO XVIII

Meditação

Senhor, assim como crias e concedes alegria e força, assim te peço que nasça da terra a vontade, e que a justiça lance os olhos sobre nós do alto dos céus, e que no firmamento brilhem os astros!
Dividamos o nosso pão com quem tem fome, acolhamos em nossa casa o pobre sem teto, vistamos quem está nu, e não desprezemos os nossos semelhantes!
Quando tais frutos nascem da nossa terra, olha, Senhor, e diz: Isso é bom, faz que a tua luz brilhe no momento oportuno. Por esta humilde messe de boas obras, faz que nos possamos elevar a uma contemplação deliciosa do Verbo da Vida, e que brilhemos no mundo como astros, fixados no firmamento da tua Escritura.
É aí, de facto, que nos ensinas a distinguir entre as realidades inteligíveis e as sensíveis, entre as almas espirituais e as almas que se entregam aos sentidos, como entre o dia e a noite.
Deste modo já não és mais o único, no segredo do teu discernimento, como eras antes da criação do firmamento, a distinguir entre a luz e as trevas. Também as tuas criaturas espirituais, dispostas e ordenadas nesse mesmo firmamento, depois que a tua graça se manifestou através do mundo, brilham sobre a terra, separam o dia da noite e marcam as diferenças dos tempos.
De facto, as coisas antigas passaram, e eis que se fizeram novas, a nossa salvação está mais próxima do que quando começamos a crer, a noite avançou e se aproximou o dia, coroas o ano com a tua bênção, envias os teus operários à tua messe, semeada pelo trabalho de outros operários, enviando-os também para outra sementeira, cuja messe será colhida no fim dos séculos.
Assim ouves as preces do justo e abençoas os seus anos. Mas continuas eternamente o mesmo, e em teus anos, que não terão fim, preparas um celeiro para os anos que passam.
Por desígnio eterno, lanças sobre a terra os bens do céu no tempo oportuno, a um, o teu Espírito dá a palavra de sabedoria, luminar maior para os que encontram seu deleite na luz de uma verdade clara como o raiar do dia, a outro dás, pelo mesmo Espírito, a palavra de ciência, luminar menor, a outro a fé, a outro o poder de curar, a outro o dom dos milagres, a outro a graça da profecia, a este o discernimento dos espíritos, àquele o dom das línguas.
E todos esses dons são como estrelas, são obra de um só e mesmo Espírito, que reparte a cada um os seus dons como lhe agrada, e que faz aparecer tais astros para o bem comum.
Mas a palavra de ciência em que estão encerradas todos os mistérios, que variam com o tempo, como varia a lua, e os outros dons que mencionei ao compará-los com as estrelas, diferem a tal ponto desse brilho de sabedoria de que goza o raiar do dia, que não passam de crepúsculo.
Contudo, os teus dons são necessários àqueles homens, a quem o teu prudente servidor não pôde dirigir como a espirituais, mas como a carnais, ele que pregou a Sabedoria entre os perfeitos.
Quanto ao homem carnal, semelhante a um menino em Cristo, que só se alimenta de leite, que não se julgue abandonado na sua noite, que saiba contentar-se com a luz da lua e das estrelas, até que possa tomar alimento sólido e olhar para o sol.

Eis o que nos ensinas na tua sabedoria, nosso Deus, no teu livro, que é o teu firmamento, para que distingamos todas as coisas em contemplação admirável, embora ainda estejamos sob a lei dos sinais, dos tempos, dos dias e dos anos.

CAPÍTULO XIX

Ainda a terra seca

Mas antes, lavai-vos, purificai-vos, arrancai a iniquidade dos vossos corações e dos meus olhos, para que apareça a terra seca. Aprendei a fazer o bem, sede justos para com o órfão e defendei a viúva, para que a terra produza a erva tenra e árvores cheias de frutos. Vinde e dialoguemos, diz o Senhor, e assim no firmamento do céu se acenderão luminares que brilharão por sobre a terra.
Aquele rico perguntava ao bom Mestre o que deveria fazer para ganhar a vida eterna. E o bom Mestre, que é bom porque é Deus, e não um homem como o rico o considerava, lhe declarou: “O que deseja conseguir a vida deve observar os mandamentos, afastar de si a amargura da malícia e da iniquidade, não matar, não cometer adultério, não roubar, não prestar falso testemunho, a fim de que se mostre a terra seca, geradora do respeito do pai e da mãe e do amor do próximo.
– Tudo isto já fiz – diz o rico. – De onde vêm pois tantos espinhos, se a terra é fértil? – Vai, arranca os espessos emaranhados da avareza, vende os teus bens, enriquece-te dando tudo aos pobres, e possuirás um tesouro no céu, segue o Senhor se queres ser perfeito, junta-te aos que ele instrui nas palavras de sabedoria, ele que sabe o que se deve dar ao dia e à noite. Também tu o saberás, e eles se tornarão para ti luminares no firmamento do céu. Mas isso não se realizará se ali não estiver o teu coração, e teu coração, não estará onde não estiver teu tesouro – Assim falou o teu bom Mestre.
Mas a terra estéril entristeceu, e os espinhos sufocaram a Palavra divina.
Mas vós, geração escolhida, fracos aos olhos do mundo, que tudo deixaste para seguir o Senhor, caminhais após ele, confundi os fortes, segui-lo com vossos pés resplandecentes, e brilhai no firmamento para que os céus cantem as suas glórias, distinguindo a luz dos perfeitos, que ainda não são semelhantes aos anjos, e as trevas dos pequenos, que ainda não perderam a esperança. Brilhai sobre toda a terra! Que o dia resplandecente de sol transmita ao dia seguinte a palavra de Sabedoria, e que a noite, iluminada pela lua, transmita à noite a palavra de Ciência. A lua e as estrelas brilham na noite, mas a noite não as obscurece, porque são elas que iluminam a noite, de acordo com a sua capacidade.
Como se Deus tivesse dito: Façam-se luminares no firmamento, e logo se fez ouvir um ruído vindo do céu, semelhante ao de um vento violento, e foram vistas línguas de fogo, que se dividiram e se colocaram sobre cada um deles. E apareceram luminares no céu, que possuíam a palavra de vida. Correi por toda parte, chamas sagradas, fogos admiráveis. Vós sois a luz do mundo, e não estais debaixo do alqueire. Aquele a quem vos unistes foi exaltado e ele vos exaltou. Correi e dai-vos a conhecer a todas as nações.

CAPÍTULO XX

Os répteis e as aves

Que o mar também conceba e dê à luz as tuas obras, que as águas produzam répteis dotados de almas vivas. De facto, separando o precioso do vil, vos tornastes a boca de Deus, pela qual ele diz: “Produzam as águas...” não a alma viva, filha da terra, mas répteis dotados de almas vivas, e pássaros que voam sobre a terra. Assim como esses répteis, os teus sacramentos, ó meu Deus, deslizaram, graças às obras dos teus santos, por entre as ondas das tentações do século
para regenerarem os povos com o teu nome, no teu baptismo.
Então se operaram grandes maravilhas, semelhantes a enormes cetáceos, e as palavras dos teus mensageiros percorreram a terra, sob o firmamento do teu Livro, que com a tua autoridade deveria proteger seu voo para onde quer que fossem. Não há língua nem palavras em que não se ouçam as suas vozes, o seu som espalhou-se por toda a terra, e as suas palavras até os confins do mundo, porque tu, Senhor, abençoando-os, os multiplicaste.
Estaria eu mentindo?
Ou confundindo a questão, não distinguindo as claras noções das coisas do firmamento das obras corpóreas que se realizam no mar agitado e sob o firmamento?
Por certo que não. Há coisas cuja ideia é completa, acabada, que não se multiplicam no curso das gerações, tais como as luzes da sabedoria e da ciência. Mas esses seres são o objecto de operações materiais múltiplas e variadas e, crescendo umas de outras, se multiplicam sob a tua bênção, meu Deus. É assim que refreias a impertinência de nossos sentidos, dando a uma verdade única o meio de se exprimir de varias maneiras, por movimentos do corpo. Eis que produziram as tuas águas, pela onipotência de teu Verbo.
Tudo isto se originou das necessidades de povos afastados da tua verdade eterna, por meio do teu Evangelho. De facto foram essas águas que fizeram brotar essas coisas, e a sua amargura estagnante foi causa de que o teu Verbo as criasse.
Todas as tuas obras são belas, mas és indizivelmente mais belo tu, que criaste tudo o que existe. Se Adão não se tivesse separado de ti, na sua queda, do seu seio não teria saído o oceano amargo do género humano, com a sua profunda curiosidade, o seu orgulho cheio de tempestades, as suas ondas instáveis. E os dispensadores das tuas palavras não teriam a necessidade de representar, no meio de tantas águas, por meio de sinais físicos e sensíveis, os teus actos e palavras místicas. Foi nesse sentido que entendi esses répteis e essas aves. Mas até os homens iniciados nesses sinais e deles imbuídos, não avançariam no conhecimento desses mistérios, aos quais estão sujeitos, se a sua alma não se elevasse á vida do espírito, e, após a palavra inicial, não aspirasse à perfeição.

(Revisão trad. portuguesa e grafismo por ama)


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