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01/06/2013

Leitura espiritual para 01 Jun



Não abandones a tua leitura espiritual.
A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemariaCaminho 116)


Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.

Para ver, clicar SFF.


Evangelho: Mt 1, 1-25

1 Genealogia de Jesus Cristo, filho de David, filho de Abraão. 2 Abraão gerou Isaac, Isaac gerou Jacob, Jacob gerou Judá e seus irmãos. 3 Judá gerou, de Tamar, Farés e Zara, Farés gerou Esron, Esron gerou Aram. 4 Aram gerou Aminadab, Aminadab gerou Naasson, Naasson gerou Salmon. 5 Salmon gerou Booz de Raab, Booz gerou Obed de Rut, Obed gerou Jessé. Jessé gerou o rei David. 6 David gerou Salomão daquela que foi mulher de Urias. 7 Salomão gerou Roboão, Roboão gerou Abias, Abias gerou Asa. 8 Asa gerou Josafat, Josafat gerou Jorão, Jorão gerou Ozias. 9 Ozias gerou Joatão, Joatão gerou Acaz, Acaz gerou Ezequias. 10 Ezequias gerou Manassés, Manassés gerou Amon, Amon gerou Josias. 11 Josias gerou Jeconias e seus irmãos, na época da deportação para Babilónia. 12 E, depois da deportação para Babilónia, Jeconias gerou Salatiel, Salatiel gerou Zorobabel. 13 Zorobabel gerou Abiud, Abiud gerou Eliacim, Eliacim gerou Azor. 14 Azor gerou Sadoc, Sadoc gerou Aquim, Aquim gerou Eliud. 15 Eliud gerou Eleazar, Eleazar gerou Matan, Matan gerou Jacob, 16 e Jacob gerou José, o esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, chamado Cristo. 17 Assim, são catorze todas as gerações desde Abraão até David; e catorze gerações desde David até à deportação para Babilónia, e também catorze as gerações desde a deportação para Babilónia até Cristo. 18 A geração de Jesus Cristo foi deste modo: Estando Maria, Sua mãe, desposada com José, antes de coabitarem achou-se ter concebido por obra do Espírito Santo. 19 José, seu esposo, sendo justo, e não querendo expô-la a difamação, resolveu repudiá-la secretamente. 20 Pensando ele estas coisas, eis que um anjo do Senhor lhe apareceu em sonhos, e lhe disse: «José, filho de David, não temas receber em tua casa Maria, tua esposa, porque o que nela foi concebido é obra do Espírito Santo. 21 Dará à luz um filho, ao qual porás o nome de Jesus, porque Ele salvará o Seu povo dos seus pecados».22 Tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que foi dito pelo Senhor por meio do profeta que diz: 23 “Eis que a Virgem conceberá e dará à luz um filho, e Lhe porão o nome de Emanuel, que significa: Deus connosco”. 24 Ao despertar José do sono, fez como lhe tinha mandado o anjo do Senhor, e recebeu em sua casa Maria, sua esposa. 25 E, sem que ele a tivesse conhecido, deu à luz um filho, e pôs-Lhe o nome de Jesus.


CONFISSÕES SANTO AGOSTINHO

LIVRO TERCEIRO

CAPÍTULO VIII

Moral e costume

Acaso será em alguma parte e momento injusto amar a Deus de todo o coração, com toda a alma e com todo o entendimento, e amar ao próximo como a nós mesmos?

Por isso, todos os pecados contra a natureza, como o foram os dos sodomitas, hão-de ser detestados e castigados sempre e em toda a parte, pois, mesmo que todos os cometessem, não seriam menos réus de crime diante da lei divina, que não fez os homens para usar tão torpemente de si, de facto viola-se a união que deve existir com Deus quando a natureza, da qual ele é autor, se mancha com a depravação das paixões.

Com relação aos pecados que são contra os costumes humanos, também hão-de ser evitados de acordo com a diversidade dos costumes, a fim de que o pacto mútuo entre os povos e nações, firmado pelo costume ou pela lei, não seja quebrado por nenhum capricho de cidadão ou forasteiro, porque é indecorosa a parte que não se acomoda ao todo.

Todavia, quando Deus ordena algo contra tais costumes ou pactos, sejam quais forem, deve ser obedecido, embora o que mande nunca tenha sido feito, e se não foi cumprido, deve ser restaurado, e se não estava estabelecido, deve estabelecer-se.
Se é lícito a um rei mandar na cidade que governa coisas que ninguém antes dele e nem ele próprio havia mandado, e se não é contra o bem da sociedade obedecê-lo, antes o seria o não obedecê-lo – por ser pacto básico de toda sociedade humana obedecer aos seus reis – quanto mais deveria ser Deus obedecido sem titubeios em tudo que mandar, como rei do universo?
Porque, assim como entre os poderes humanos o maior poder se antepõe ao menor, para que este lhe preste obediência, assim Deus se antepõe a todos.

O mesmo se deve dizer dos crimes perpetrados com desejo de causar o mal, quer por agressão, quer por injúria, e ambas as coisas, ou por desejo de vingança, como ocorre entre inimigos, ou por alcançar algum bem sem trabalhar, como o ladrão que rouba o viajante, ou para evitar algum mal, como acontece com o que teme, ou por inveja, como quando um miserável quer mal ao que é mais feliz, ou ao que conseguiu riquezas, temendo ser igualado ou que já lhe sejam iguais, ou unicamente pelo prazer de ver o mal alheio, como acontece com o espectador dos combates dos gladiadores, ou com o que se ri e zomba dos outros.

Tais são os princípios ou fontes de iniquidade, que nascem da paixão de mandar, de ver ou de sentir, quer de uma só dessas paixões, ou de duas, ou de todas juntas. Razão por que se vive do mal, ó Deus altíssimo e dulcíssimo, contra o saltério de dez cordas, teu decálogo.

Mas, que pecado te pode atingir a ti, que não és atingido pela corrupção?
Ou que crimes podem ser cometidos contra ti, a quem ninguém pode causar dano?

O que vingas são os crimes que os homens cometem contra si, porque, mesmo quando pecam contra ti, agem impiamente contra as suas próprias almas, e a sua iniquidade engana-se a si própria, quer corrompendo e pervertendo a sua natureza – feita e ordenada por ti – quer usando imoderadamente das coisas permitidas, ou até desejando imoderadamente as não permitidas, pelo uso daquilo que é contra a natureza.

Pecam também os que com o pensamento e a palavra se revoltam contra ti, dando coices contra o aguilhão, ou quando, uma vez quebrados os limites da sociedade humana, se alegram audaciosamente com as facções ou desuniões, de acordo com as suas simpatias ou antipatias. E tudo isso, o homem faz quando és abandonado, fonte da vida, único e verdadeiro criador e senhor do universo, e com orgulho egoísta se ama uma parte do todo como se fosse o todo.

Essa a razão pela qual só se pode voltar para ti com piedade humilde, para assim nos purificares os nossos maus costumes, pela piedade te mostras propício com os pecados dos que te confessam, e ouves os gemidos dos cativos, e nos livras dos grilhões que nós mesmo forjamos, contanto que não ergamos contra ti os chifres de uma falsa liberdade, quer arrastados pela cobiça de mais haveres, quer pelo temor de perder tudo, preferindo nosso próprio egoísmo a ti, Bem de
todos.

CAPÍTULO IX

Pecados e imperfeições

Mas, entre tantas maldades, crimes e iniquidades, estão os pecados dos que progridem, pecados que os homens de bom juízo vituperam, segundo a regra da perfeição, e louvam pela esperança de frutos futuros, como o verde é promissor das colheitas.

Há outras acções semelhantes a acções maldosas ou a delitos, e que não são pecados, porque nem te ofendem a ti, Senhor, nosso Deus, nem tampouco à sociedade humana, como, por exemplo, quando procuramos coisas convenientes para o uso da vida e às circunstâncias, sem que se saiba se essa busca é cobiça, ou quando castigamos alguém como desejo de que se corrija, fazendo uso do poder ordinário, e não se sabe se o fazemos por vontade de mortificar.

Por isso, muitas acções que parecem condenáveis aos homens, são aprovadas pelo teu testemunho, e muitas, louvadas pelos homens, são condenadas pelo teu testemunho, porque muitas vezes as aparências do acto diferem das intenções do seu autor, assim como circunstâncias ocultas do tempo.

Mas quando ordenas, algo insólito e imprevisto, mesmo que o tenhas proibido uma vez, mesmo que escondas por algum motivo as razões do teu mandamento, mesmo que seja contra as convenções de alguns homens da sociedade, quem pode duvidar de que se há-de obedecer, sendo que, só é justa a sociedade humana que te obedece?

Felizes dos que sabem o que tu ordenaste, porque os que te servem fazem tudo o que mandas, ou porque assim o exige o tempo presente, ou para preparar o futuro.

CAPÍTULO X

Ridicularias dos maniqueus

Desconhecendo eu essas verdades, ria-me dos teus santos e profetas.

Mas, que fazia eu quando me ria deles, senão dar motivo para que te risses de mim?

Deixei-me cair insensivelmente, aos poucos, em tais extravagâncias, a ponto de acreditar que o figo, quando colhido, chora lágrimas de leite juntamente com a mãe figueira, e que se um “santo” da seita comesse o tal figo, colhido não por seu delito, mas de outrem, misturando-o nas suas entranhas, gemendo e arrotando enquanto rezava, exalaria anjos e até mesmo partículas de Deus, partículas essas do verdadeiro Deus que ficariam cativas para sempre naquele fruto se não fossem libertadas pelos dentes e pelo estômago do “santo eleito”!

Também acreditei, pobre de mim, que se devia ter mais misericórdia com os frutos da terra que com os homens para os quais foram criados. Pois, se algum faminto, que não fosse maniqueísta me pedisse de comer, parecia-me que atendê-lo era como merecer, por aquele bocado, a pena de morte.

CAPÍTULO XI

O sonho de Mónica

Mas estendeste a tua mão do alto, e arrancaste a minha alma deste abismo de trevas, enquanto a minha mãe, tua fiel serva, me chorava diante de ti muito mais do que as outras mães costumam chorar sobre o cadáver dos filhos, pois via a morte da minha alma com a fé e o espírito que havia recebido de ti. E tu a escutaste, Senhor, tu a ouviste e não desprezaste as suas lágrimas que, brotando copiosas, regavam o solo debaixo dos seus olhos por onde fazia sua oração, sim, tu a escutaste, Senhor.

Com efeito, donde podia vir aquele sonho, com que a consolaste, a ponto de me admitir na sua companhia e mesa, facto que me havia negado porque aborrecia e detestava as blasfémias do meu erro?

Nesse sonho viu-se de pé sobre uma régua de madeira, e um jovem resplandecente, alegre e risonho que vinha ao seu encontro, triste e amarga. Este perguntou-lhe a causa da sua tristeza e lágrimas diárias, não por curiosidade, como sói acontecer, mas para instruí-la, e respondendo-lhe ela que chorava a minha perdição, mandou-lhe, para sua tranquilidade, que prestasse atenção e visse por onde ela estava também estaria eu. Apenas olhou, viu-me junto de si, de pé sobre a mesma régua.

De onde veio este sonho, senão dos ouvidos que tinhas atentos ao seu coração, ó Deus bom e omnipotente  que cuidas de cada um de nós como se não tivesses outro para cuidar, zelando por todos como de cada um!

E como explicar o que se segue?

Contou-me minha mãe esta visão, e querendo eu persuadi-la de que significava o contrário, e que não devia desesperar de ser algum dia o que eu era, isto é, maniqueísta, ela, sem nenhuma hesitação, me respondeu:

“Não, não me foi dito: onde ele está ali estarás tu, mas onde tu estás ali estará ele também”.

Confesso, Senhor, e muitas vezes disse que, pelo que me recordo, me abalou mais esta tua resposta pela solicitude de minha mãe, imperturbável diante de explicação falsa e ardilosa, e por ter visto o que se devia ver – e que eu certamente não veria sem que ela o dissesse – que o mesmo sonho com o qual anunciaste a esta piedosa mulher com tanta antecedência, a fim de consolá-la na sua aflição presente, uma alegria que só havia de se realizar muito tempo depois.

Seguiram-se, efectivamente, quase nove anos, durante os quais continuei a revolver-me naquele abismo de lodo e trevas de erro, afundando-me tanto mais quanto mais esforços fazia para me libertar.
Entretanto, aquela piedosa viúva, casta e sóbria como as que tu amas, já um pouco mais alegre com a esperança, porém, não menos solícita nas suas lágrimas e gemidos, não cessava de chorar por mim na tua presença em todas as horas das suas orações, e das suas preces eram aceites a teus olhos, mas deixava-me ainda revolver-me e envolver-me naquela escuridão.

CAPÍTULO XII

Uma profecia

Nessa mesma ocasião deste à minha mãe outra resposta, de que ainda me lembro – pois passo em silêncio muitas circunstâncias, pela pressa que tenho de chegar àquelas que te devo confessar com mais urgência, ou porque não as recordo – deste-lhe outra resposta por meio de um teu bispo, educado na tua Igreja e exercitado nas tuas Escrituras.

Como ela pedisse que se dignasse falar comigo, para refutar os meus erros e desenganar-me de minhas más doutrinas e ensinar-me as boas – pois assim fazia com quantos julgava idóneos – ele negou-se com muita prudência, como pude verificar depois, respondeu-lhe que eu estava incapacitado para receber qualquer ensinamento, por estar enfatuado com a novidade da heresia maniqueísta, e por haver criado embaraço a muitos ignorantes com algumas questões fáceis, como ela mesma lhe relatara.

“Deixe-o – disse – e unicamente ore por ele ao Senhor!
Ele mesmo, lendo os livros dos hereges, descobrirá o erro e reconhecerá sua grande impiedade”. – Ao mesmo tempo contou-lhe que, quando criança, sua mãe, seduzida pelo erro, o entregara aos maniqueus, chegando não só a ler, mas a copiar quase todas as suas obras, e que ele mesmo, sem necessidade de que ninguém o contestasse ou convencesse, chegara a perceber a falácia daquela doutrina, abandonando-a enfim.

Depois de assim falar, minha mãe não se aquietava, instando com maiores rogos e mais copiosas lágrimas que me visitasse, para discutir comigo sobre o tal assunto. O bispo, já com certo enfado da sua insistência, lhe disse:
“Vai-te em paz, mulher, e continua a viver assim, que não é possível que pereça o filho de tantas lágrimas” – palavras que ela recebeu como vindas do céu, segundo me recordava muitas vezes nos seus colóquios comigo.

(Revisão trad. portuguesa e grafismo por ama)

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