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01/05/2013

O mal e a suspeita sobre Deus (I)


Onde estava Deus em 11-M quando explodiram os comboios e morreram quase duzentas pessoas? [i]
A existência do mal foi sempre um grande problema para os que creem em Deus, mas também, e pensa-se pouco nisto, para os que se dizem ateus. Os teístas - por exemplo, Santo Agostinho ou Tomás d’Aquino - estudaram em profundidade o tema desde o ponto de vista teológico com diversos enfoques e argumentos variados. Um artigo publicado há anos por Cornélio Fabro, grande filósofo, teólogo e professor universitário, recolhia o itinerário argumental destes autores, que é impossível repetir aqui, ainda que se utilizem algumas das suas ideias.
Parece óbvio que grande quantidade dos males produzidos não mundo procede da liberdade humana: guerras, assassinatos, terrorismo, abortos, crimes de Estado como os do nazismo ou o comunismo, martírios por motivos religiosos, deslealdades, abusos contra o necessitado, infidelidades matrimoniais, transmissão de determinadas doenças, mau emprego do poder, arbitrariedades legais e não legais, desperdícios, comissões ilícitas, etc., etc. Ora bem, está claro que um Deus omnipotente poderia impedir tudo isso. Porque é que não o faz, se existe? Evidentemente, navegamos no mistério. Se não fosse assim, Deus não seria tal, um Deus completamente inteligível por um homem careceria da infinidade do Ser Supremo. Mas algo, sim, se pode entrever.

 

Paulo cabellos llorente, [ii] trad ama



[i] Refere-se ao atentado na estação de combóios em Madrid, atribuída à Al Quaeda
[ii] Doutor em Direito Canónico, e Ciências da Educação

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