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11/04/2013

SOBRE RESUMOS DA FÉ CRISTÃ


1. A Igreja na história 3


2. A Antiguidade Cristã (até 476, ano da queda do Império Romano do Ocidente) 2

No séc. IV, a Igreja teve que enfrentar uma forte crise interna: a questão ariana. Ário, presbítero de Alexandria, no Egipto, defendia teorias heterodoxas, pelas quais negava a divindade do Filho, que seria, assim, a primeira das criaturas, embora superior às outras. A divindade do Espírito Santo era também negada pelos arianos. A crise doutrinal, com que se encruzilharam frequentemente intervenções políticas dos imperadores, perturbou a Igreja durante mais de 60 anos; foi resolvida graças aos dois primeiros concílios ecuménicos, o primeiro de Niceia (325) e o primeiro de Constantinopla (381), em que se condenou o arianismo, se proclamou solenemente a divindade do Filho (consubstantialis Patri, em grego homoousios) e do Espírito Santo, e se compôs o Símbolo Niceno-Constantinopolitano (o Credo). O arianismo sobreviveu até ao séc. VII, porque os missionários arianos conseguiram converter à sua crença muitos povos germânicos, que só pouco a pouco passaram ao catolicismo.

No séc. V houve, pelo contrário, duas heresias cristológicas, que tiveram o efeito positivo de obrigar a Igreja a aprofundar no dogma, para o formular de modo mais preciso. A primeira heresia é o nestorianismo, doutrina que, na prática, afirma a existência em Cristo de duas pessoas, além de duas naturezas. Foi condenada pelo Concílio de Éfeso (431), que reafirmou a unicidade da pessoa de Cristo. Dos nestorianos derivam as Igrejas siro-orientais e malabares, ainda separadas de Roma. A outra heresia foi o monofisismo, que defendia, na prática, a existência em Cristo de uma só natureza, a divina; o Concílio de Calcedónia (451) condenou o monofisismo e afirmou que em Cristo há duas naturezas, a divina e a humana, unidas na pessoa do Verbo, sem confusão nem mutação (contra o nestorianismo), sem divisão nem separação (contra o monofisismo); são os quatro advérbios de Calcedónia: inconfuse, immutabiliter, indivise, inseparabiliter. Dos monofisitas derivam as Igrejas coptas, siro-ocidentais, arménias e da Etiópia, separadas da Igreja Católica.

Nos primeiros séculos da história do cristianismo assiste-se a um grande florescimento da literatura cristã, homilética, teológica e espiritual: são as obras dos Padres da Igreja, de grande importância na reconstrução da Tradição; os mais relevantes foram Santo Ireneu de Leão, Santo Hilário de Poitiers, Santo Ambrósio de Milão, São Jerónimo e Santo Agostinho, no Ocidente; Santo Atanásio, São Basílio, São Gregório Nacianceno, São Gregório de Nissa, São João Crisóstomo, São Cirilo de Alexandria e São Cirilo de Jerusalém, no Oriente.

carlo pioppi

Bibliografia básica
J. Orlandis, História Breve do Cristianismo, Rei dos Livros, 1993.
M. Clemente, A Igreja no tempo, Grifo, 2000.
A. Torresani, Breve storia della Chiesa, Ares, Milano 1989.

(Resumos da Fé cristã: © 2013, Gabinete de Informação do Opus Dei na Internet)

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