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Questão
14: Do conselho.
Art. 6 ― Se a inquirição do conselho procede ao infinito.
(III
Ethic., lect. VIII)
O
sexto discute-se assim. ― Parece que a inquirição do conselho procede ao
infinito.
1. ― Pois, o conselho é uma inquirição relativa a casos particulares, da ordem prática. Ora, os singulares são infinitos. Logo, também o é a inquirição do conselho.
2.
Demais. ― Cabe à inquirição do conselho considerar, não só o que se deve fazer,
mas também como se hão-de remover os obstáculos. Ora, qualquer acção humana
pode ser impedida infinitas vezes e o impedimento pode ser removido por alguma
razão humana. Logo, vamos ao infinito buscando a remoção dos obstáculos.
3.
Demais. ― A inquirição da ciência demonstrativa não procede ao infinito, porque
há de chegar a algum princípio evidente, de certeza absoluta. Ora, tal certeza
não se pode encontrar nos singulares contingentes, variáveis e incertos. Logo,
a inquirição do conselho procede ao infinito.
Mas,
em contrário. ― Ninguém busca o que é impossível alcançar, como diz Aristóteles
1. Ora, é impossível percorrer o infinito. Se pois, a inquirição do
conselho fosse ao infinito, ninguém começaria à deliberar, o que é patentemente
falso.
DONDE
A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJECÇÃO. — Os casos singulares são infinitos, não actual,
mas só potencialmente.
RESPOSTA
À SEGUNDA. ― Embora uma acção humana possa vir a ser impedida, nem sempre,
porém, esse impedimento lhe está presente. E portanto, nem sempre se deve
deliberar sobre a eliminação do impedimento.
RESPOSTA
À TERCEIRA. ― Nos singulares contingentes pode ser considerada uma acção como
certa, ser bem não absolutamente, contudo relativamente a ela. Assim, não e
necessário que Sócrates esteja sentado, mas o é, quando o está, e disso podemos
ter a certeza.
Nota:
Revisão da tradução portuguesa por ama.
_____________________
Notas:
1.
I De caelo, lect. XIII.
2.
Q. 14, a. 2.
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