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20/03/2013

Resumos sobre a Fé Cristã



A Criação 11


2. A realidade criada 4


2.3. O homem

A pessoa humana goza de peculiar posição na obra criadora de Deus, ao participar, ao mesmo tempo, da realidade material e espiritual. A Escritura só nos diz que Deus o criou «à Sua imagem e semelhança» (Gn 1,26). Foi posto por Deus à cabeça da realidade visível e goza de uma dignidade especial, pois «de todas as criaturas visíveis, só o homem é capaz de conhecer e amar o seu Criador; é a única criatura sobre a terra que Deus quis por si mesma; só ele é chamado a partilhar, pelo conhecimento e pelo amor, a vida de Deus. Com este fim foi criado e tal é a razão fundamental da sua dignidade» (Catecismo, 356; cf. ibidem, 1701-1703).

Homem e mulher, na sua diversidade e complementaridade, queridas por Deus, gozam da mesma dignidade de pessoas (cf. Catecismo, 357, 369, 372). Em ambos, se dá a união substancial de corpo e alma, sendo esta a forma do corpo. Por ser espiritual, a alma humana é criada de modo imediato por Deus – e não “produzida” pelos pais, nem sequer é preexistente – e é imortal (cf. Catecismo, 366). Os dois pontos, espiritualidade e imortalidade, podem ser demonstrados filosoficamente. Portanto, é um reducionismo afirmar que o homem procede exclusivamente da evolução biológica (evolucionismo absoluto). Na realidade, há saltos ontológicos que não podem explicar-se apenas com a evolução. A consciência moral e a liberdade do homem, por exemplo, manifestam a sua superioridade sobre o mundo material e são a amostra da sua especial dignidade.

A verdade da criação ajuda a superar quer a negação da liberdade – determinismo – quer o extremo contrário de uma exaltação indevida da mesma: a liberdade humana é criada, não absoluta e existe na mútua dependência com a verdade e o bem. O sonho de uma liberdade como puro poder e arbitrariedade corresponde a uma imagem deformada, não só do homem mas, também, de Deus.

Mediante a sua actividade e o seu trabalho, o homem participa do poder criador de Deus 14. Além disso, a sua inteligência e vontade são uma participação, uma chispa, da sabedoria e amor divinos. Enquanto o resto do mundo visível é um mero vestígio da Trindade, o ser humano constitui uma autêntica imagem, imago Trinitatis.

santiago sanz

Bibliografia básica

Catecismo da Igreja Católica, 279-374.
Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, 51-72.
DS, n. 125, 150, 800, 806, 1333, 3000-3007, 3021-3026, 4319, 4336, 4341.
Concílio Vaticano II, Gaudium et Spes, 10-18, 19-21, 36-39.
João Paulo II, Creo en Dios Padre. Catequesis sobre el Credo (I), Palabra, Madrid 1996, 181-218.

Leituras recomendadas:

Santo Agostinho, Confissões, livro XII.
São Tomás de Aquino, Summa Theologiae, I, qq. 44-46.
São Josemaria, Homilia «Amar o mundo apaixonadamente» em Temas Actuais do Cristianismo, 113-123.
Joseph Ratzinger, Creación y pecado, Eunsa, Pamplona 1992.
João Paulo II, Memória e Identidade, Bertrand Editora, Lisboa 2005.

(Resumos da Fé cristã: © 2013, Gabinete de Informação do Opus Dei na Internet)

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Notas:
14 Cf. São Josemaria, Amigos de Deus, 57.

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