A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemaria, Caminho 116)
Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.
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Evangelho: Lc 13, 31-35; 14, 1-14
31 No mesmo dia alguns dos fariseus
foram dizer-Lhe: «Sai e vai-Te daqui porque Herodes quer matar-Te». 32
Ele respondeu-lhes: «Ide dizer a essa raposa: Eis que Eu expulso os demónios e
faço curas hoje e amanhã, e ao terceiro dia atinjo o Meu termo. 33
Importa, contudo, que Eu caminhe ainda hoje, amanhã e no dia seguinte; porque
não convém que um profeta morra fora de Jerusalém. 34 «Jerusalém,
Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te são enviados, quantas
vezes quis juntar os teus filhos como a galinha recolhe os seus pintainhos
debaixo das asas, e tu não quiseste! 35 Eis que a vossa casa vos
será deixada deserta. Digo-vos que não Me vereis, até que venha o dia em que
digais: “Bendito O que vem em nome do Senhor”».
14 1 Entrando Jesus, um
sábado, em casa de um dos principais fariseus, para comer, eles estavam a
observá-l'O. 2 Encontrava-se diante d'Ele um homem hidrópico.3
Jesus, dirigindo a palavra aos doutores da lei e aos fariseus, disse-lhes: «É
lícito ou não fazer curas ao sábado?».4 Eles ficaram calados. Então
Jesus, pegando no homem pela mão, curou-o e mandou-o embora. 5
Dirigindo-se depois a eles, disse: «Qual de vós, se o seu filho ou seu boi cair
num poço, não o tirará imediatamente ainda que seja em dia de sábado?». 6
Eles não sabiam que replicar a isto. 7 Disse também uma parábola,
observando como os convidados escolhiam os primeiros lugares à mesa: 8
«Quando fores convidado para um banquete nupcial, não te coloques no primeiro
lugar, porque pode ser que outra pessoa de mais consideração do que tu tenha
sido convidada pelo dono da casa,9 e que venha quem te convidou a ti
e a ele e te diga: Cede o lugar a este; e tu, envergonhado, vás ocupar o último
lugar. 10 Mas, quando fores convidado, vai tomar o último lugar,
para que, quando vier quem te convidou, te diga: Amigo, vem mais para cima. Então
terás com isto glória na presença de todos os convidados;11 porque
todo aquele que se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado». 12
Dizia mais àquele que O tinha convidado: «Quando deres um almoço ou um jantar,
não convides os teus amigos, nem os teus irmãos, nem os teus parentes, nem os
vizinhos ricos; para que não aconteça que também eles te convidem e te paguem
com isso. 13 Mas, quando deres algum banquete, convida os pobres, os
aleijados, os coxos, os cegos; 14 e serás bem-aventurado, porque
esses não têm com que retribuir-te; mas ser-te-á isso retribuído na
ressurreição dos justos».
C. I. C. nr.
2585 a 2615
OS SALMOS, ORAÇÃO DA
ASSEMBLEIA
2585.
De David até à vinda do Messias, os livros sagrados contêm textos de oração que
atestam como esta se foi tornando mais profunda, quer feita em favor de si
mesmo quer pelos outros (36). Os salmos foram pouco a pouco reunidos numa
colectânea de cinco livros: os Salmos (ou «Louvores»), obra-prima da oração no
Antigo Testamento.
2586.
Os salmos nutrem e exprimem a oração do povo de Deus enquanto assembleia, por
ocasião das grandes festas em Jerusalém e em cada sábado nas sinagogas. Esta
oração é inseparavelmente pessoal e comunitária; diz respeito aos que a fazem e
a todos os homens; sobe da Terra Santa e das comunidades da Diáspora, mas
abraça toda a criação; recorda os acontecimentos salvíficos do passado, mas
estende-se até à consumação da história; faz memória das promessas de Deus já
realizadas, mas espera o Messias que as cumprirá definitivamente. Rezados por
Cristo e n'Ele realizados, os salmos continuam a ser essenciais para a oração
da sua Igreja (37).
2587.
O Saltério é o livro em que a Palavra de Deus se torna oração do homem. Nos
outros livros do Antigo Testamento, «as palavras declaram as obras» (de Deus a
favor dos homens) «e esclarecem o mistério nelas contido» (38). No Saltério, as
palavras do salmista exprimem, cantando-as para Deus, as suas obras de
salvação. É o mesmo Espírito que inspira, tanto a obra de Deus, como a resposta
do homem. Cristo unirá uma e outra. N'Ele, os salmos não cessam de nos ensinar
a orar.
2588.
As expressões multiformes da oração dos salmos tomam forma, ao mesmo tempo, na
liturgia do templo e no coração do homem. Quer se trate dum hino, duma oração
de aflição ou de acção de graças, de súplica individual ou comunitária, dum
cântico real ou de peregrinação, ou ainda duma meditação sapiencial, os salmos
são o espelho das maravilhas de Deus na história do seu povo e das situações
humanas vividas pelo salmista. Um salmo pode reflectir um acontecimento do
passado, mas reveste-se de tal sobriedade que pode com verdade ser rezado pelos
homens de qualquer condição e de todos os tempos.
2589.
Há traços constantes e comuns a todos os salmos: a simplicidade e a espontaneidade
da oração; o desejar Deus em pessoa, através e com tudo o que é bom na sua
criação; a situação desconfortável do crente que, no seu amor de preferência
pelo Senhor, tem de se confrontar com uma multidão de inimigos e de tentações;
a certeza do seu amor e a entrega à sua vontade, enquanto espera o que o Deus
fiel fará. A oração dos salmos é sempre animada pelo louvor; e é por isso que o
título desta colectânea corresponde bem ao que ela nos oferece: «Os Louvores».
Coligida para o culto da assembleia, faz-nos ouvir o apelo à oração e canta a
resposta ao mesmo apelo: «Hallelou-Ya» (Aleluia)! «Louvai ao Senhor!».
«Haverá
coisa melhor que um salmo? É por isso que David diz, e muito bem: "Louvai
o Senhor, porque salmodiar é bom: para o nosso Deus, louvor suave e belo!"
E é verdade. Porque o salmo é uma bênção cantada pelo povo, louvor de Deus
cantado pela assembleia, aplauso de todos, palavra universal, voz da Igreja,
melodiosa profissão de fé...» (39).
Resumindo:
2590.
«A oração é a elevação da alma para Deus
ou o pedido feito a Deus de bens convenientes» (40).
2591.
Deus não se cansa de chamar cada um,
pessoalmente, para o encontro misterioso com Ele. A oração acompanha toda a
história da salvação, como um apelo recíproco entre Deus e o homem.
2592.
A oração de Abraão e de Jacob
apresenta-se como um combate da fé, confiante na fidelidade de Deus e na
certeza da vitória prometida à perseverança.
2593.
A oração de Moisés responde à iniciativa
do Deus vivo, com vista à salvação do seu povo. Prefigura a oração de
intercessão do único mediador, Cristo Jesus.
2594.
A oração do povo de Deus expande-se à
sombra da morada de Deus, a arca da aliança e o templo, sob a guia dos
pastores, nomeadamente do rei David e dos profetas.
2595.
Os profetas convidam à conversão do
coração e, procurando ardentemente a face de Deus, como Elias, intercedem pelo
povo.
2596.
Os salmos constituem a obra-prima da
oração no Antigo Testamento. Apresentam duas componentes inseparáveis: a
pessoal e a comunitária. Estendem-se a todas as dimensões da história,
comemorando as promessas de Deus já cumpridas e esperando a vinda do Messias.
2597.
Rezados por Cristo e n'Ele realizados, os
salmos são um elemento essencial e permanente da oração da sua Igreja.
Adaptam-se aos homens de qualquer condição e de todos os tempos.
NA PLENITUDE DO TEMPO
2598.
O drama da oração é-nos plenamente revelado no Verbo que Se faz carne e habita
entre nós. Procurar compreender a sua oração através do que as suas testemunhas
dela nos dizem no Evangelho, é aproximar-nos do santo Senhor Jesus como da
sarça ardente: primeiro, contemplando-o a Ele próprio em oração; depois,
escutando como Ele nos ensina a rezar, para, finalmente, conhecermos como é que
Ele atende a nossa oração.
JESUS ORA
2599.
O Filho de Deus, feito Filho da Virgem, aprendeu a orar segundo o seu coração
de homem. Aprendeu as fórmulas de oração com a sua Mãe, que conservava e
meditava no seu coração todas as «maravilhas» feitas pelo Omnipotente (41). Ele
ora com as palavras e nos ritmos da oração do seu povo, na sinagoga de Nazaré e
no Templo. Mas a sua oração brotava duma fonte muito mais secreta, como deixa
pressentir quando diz, aos doze anos: «Eu devo ocupar-me das coisas do meu Pai»
(Lc 2, 49). Aqui começa a revelar-se a novidade da oração na plenitude dos
tempos: a oração filial, que o Pai esperava dos seus filhos, vai finalmente ser
vivida pelo próprio Filho Único na sua humanidade, com e para os homens.
2600.
O Evangelho segundo São Lucas sublinha a acção do Espírito Santo e o sentido da
oração no ministério de Cristo. Jesus ora antes dos momentos decisivos da sua
missão: antes de o Pai dar testemunho d'Ele aquando do seu baptismo (42) e da
sua transfiguração (43) e antes de cumprir, pela paixão, o desígnio de amor do
Pai (44). Reza também antes dos momentos decisivos que vão decidir a missão dos
seus Apóstolos: antes de escolher e chamar os Doze (45), antes de Pedro O
confessar como o «Cristo de Deus» (46) e para que a fé do chefe dos Apóstolos
não desfaleça na tentação (47). A oração de Jesus antes dos acontecimentos da
salvação de que o Pai O encarrega, é uma entrega humilde e confiante da sua
vontade à vontade amorosa do Pai.
2601.
«Estando um dia Jesus em oração em certo lugar, quando acabou disse-Lhe um dos
seus discípulos: Senhor, ensina-nos a orar» (Lc 11, 1). Não é, porventura, ao
contemplar primeiro o seu Mestre em oração, que o discípulo de Cristo sente o
desejo de orar? Pode então aprendê-la com o mestre da oração. É contemplando e
escutando o Filho que os filhos aprendem a orar ao Pai.
2602.
Jesus retira-Se muitas vezes sozinho para a solidão, no cimo da montanha,
preferentemente de noite, a fim de orar (48). Na sua oração Ele leva os homens,
porquanto Ele próprio assumiu a humanidade na sua encarnação, e oferece-os ao
Pai oferecendo-Se a Si mesmo. Ele, o Verbo que «assumiu a carne», na sua oração
humana partilha tudo quanto vivem os «seus irmãos» (49); e compadece-Se das
suas fraquezas para os livrar delas (50). Foi para isso que o Pai O enviou. As
suas palavras e as suas obras aparecem então como a manifestação visível da sua
oração «no segredo».
2603.
Os evangelistas retiveram duas orações mais explícitas de Cristo durante o seu
ministério. E ambas começam por uma acção de graças. Na primeira (51), Jesus
louva o Pai, reconhece-O e bendi-Lo por ter escondido os mistérios do Reino aos
que se julgavam sábios e os ter revelado aos «pequeninos» (os pobres das
bem-aventuranças). O seu estremecimento – «Sim Pai!» – revela o íntimo do seu
coração, a sua adesão ao «beneplácito» do Pai, como um eco do «Fiat» da sua Mãe
aquando da sua concepção e como prelúdio do que Ele próprio dirá ao Pai na sua
agonia. Toda a oração de Jesus está nesta adesão amorosa do seu coração de
homem ao «mistério da vontade» do Pai (52).
2604.
A segunda oração é referida por São João (53), antes da ressurreição de Lázaro.
A acção de graças precede o acontecimento: «Pai, Eu Te dou graças por Me teres
escutado», o que implica que o Pai atende sempre o que Lhe pede; e Jesus
acrescenta logo: «Eu bem sabia que Tu Me atendes sempre», o que implica, por
seu turno, que Jesus pede constantemente. Assim, apoiada na acção de graças, a
oração de Jesus revela-nos como devemos pedir: Antes de Lhe ser dado o que
pede, Jesus adere Aquele que dá e Se dá nos seus dons. O Doador é mais precioso
do que dom concedido, é o «tesouro», e é n'Ele que está o coração do Filho; o
dom é dado «por acréscimo» (54).
A
oração «sacerdotal» de Jesus (55) ocupa um lugar único na economia da salvação.
Será meditada no final da primeira Secção. Ela revela, de facto, a oração
sempre actual do nosso Sumo-Sacerdote e, ao mesmo tempo, contém tudo quanto Ele
nos ensina na nossa oração ao Pai, que será explicada na Segunda Secção.
2605.
Quando chegou a Hora em que cumpriu o desígnio de amor do Pai, Jesus deixa
entrever a profundidade insondável da sua oração filial, não só antes de
livremente Se entregar («Abbá... não se faça a minha vontade, mas a tua»: Lc
23, 42), mas até nas suas últimas palavras já na cruz, onde orar e dar-Se coincidem:
«Perdoa-lhes, ó Pai, pois não sabem o que fazem» (Lc 23, 34); «em verdade te
digo: hoje estarás comigo no paraíso» (Lc 23, 43); «Mulher, eis aí o teu filho»
[...] «eis aí a tua mãe» (Jo 19, 26-27); «tenho sede!» (Jo 19, 28); «meu Deus,
por que Me abandonaste?» (Mc 15, 34) (56); «tudo está consumado» (Jo 19, 30);
«Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito» (Lc 23, 46), até ao «grande brado»
com que expira, entregando o espírito (57).
2606.
Todas as desolações da humanidade de todos os tempos, escrava do pecado e da
morte, todas as súplicas e intercessões da história da salvação estão reunidas
neste brado do Verbo encarnado. E eis que o Pai as acolhe e as atende, para
além de toda a esperança, ao ressuscitar o seu Filho. Assim se cumpre e se
consuma o drama da oração na economia da criação e da salvação. Dele nos dá o
Saltério a chave em Cristo. É no «hoje» da ressurreição que o Pai diz: «Tu és
meu Filho, Eu hoje Te gerei. Pede-Me, e Te darei as nações por herança e os
confins da terra para teu domínio!» (Sl 2, 7-8) (58).
A
Epístola aos Hebreus exprime em termos dramáticos como é que a oração de Jesus
realiza a vitória da salvação: «Nos dias da sua vida mortal, Cristo dirigiu
preces e súplicas, com um forte brado e com lágrimas, Aquele que O podia livrar
da morte e, por causa da sua piedade, foi atendido. Apesar de ser Filho,
aprendeu, de quanto sofreu, o que é obedecer. E quando atingiu a sua plenitude,
tornou-Se, para todos aqueles que Lhe obedecem, causa de salvação eterna» (Heb
5, 7-9).
JESUS ENSINA A ORAR
2607.
Quando ora, Jesus já nos ensina a orar. O caminho teologal da nossa oração é a
sua oração ao Pai. Mas o Evangelho fornece-nos um ensinamento explícito de
Jesus sobre a oração. Como bom pedagogo, toma conta de nós no ponto em que nos
encontramos e, progressivamente, conduz-nos até ao Pai. Dirigindo-Se às
multidões que O seguem, Jesus parte daquilo que elas já conhecem acerca da
oração segundo a Antiga Aliança e abre-as à novidade do Reino que chega.
Depois, revela-lhes em parábolas essa novidade. E, por fim, aos seus discípulos
que hão-de ser pedagogos da oração na sua Igreja, fala abertamente do Pai e do
Espírito Santo.
2608.
Jesus insiste na conversão do coração desde o sermão da montanha: a
reconciliação com o irmão antes de apresentar a oferta no altar (59); o amor
dos inimigos e a oração pelos perseguidores (60); orar ao Pai «no segredo» (Mt
6, 6); não se perder em fórmulas palavrosas (61); perdoar do fundo do coração
na oração (62); a pureza do coração e a busca do Reino (63) Esta conversão está
totalmente polarizada no Pai: é filial.
2609.
O coração, assim decidido a converter-se, aprende a orar na fé. A fé é uma
adesão filial a Deus, para além de tudo quanto sentimos e compreendemos.
Tornou-se possível, porque o Filho bem-amado nos franqueia o acesso até junto
do Pai. Ele pode pedir-nos que «procuremos» e «batamos à porta», porque Ele
próprio é a porta e o caminho (64).
2610.
Do mesmo modo que Jesus ora ao Pai e Lhe dá graças antes de receber os seus
dons, assim também nos ensina esta audácia filial: «tudo o que pedirdes na
oração, acreditai que já o alcançastes» (Mc 11, 24). Tal é a força da oração:
«tudo é possível a quem crê» (Mc 9, 23), com uma fé que não hesita (65). Assim
como Jesus Se entristece por causa da «falta de fé» dos seus conterrâneos (Mc
6, 6) e da «pouca fé» dos seus discípulos (66), também Se enche de admiração
perante a «grande fé» do centurião romano (67) e da cananeia (68).
2611.
A oração de fé não consiste somente em dizer «Senhor, Senhor!», mas em preparar
o coração para fazer a vontade do Pai (69). Jesus exorta os seus discípulos a
levar para a oração esta solicitude em cooperar com o desígnio de Deus (70).
2612.
Em Jesus, «o Reino de Deus está perto». Ele apela à conversão e à fé, mas
também à vigilância. Na oração (Mc 1, 15), o discípulo vela, atento Aquele que
é e que vem, na memória da sua primeira vinda na humildade da carne e na
esperança da sua segunda vinda na glória (71). Em comunhão com o Mestre, a
oração dos discípulos é um combate; é vigiando na oração que não se cai na
tentação (72).
2613.
São Lucas transmite-nos três parábolas principais sobre a oração.
A
primeira, a do «amigo importuno» (73), convida-nos a uma oração persistente:
«Batei, e a porta abrir-se-vos-á». Aquele que assim ora, o Pai celeste «dará
tudo quanto necessitar» e dará, sobretudo, o Espírito Santo, que encerra todos
os dons.
A
segunda, a da «viúva importuna» (74), está centrada numa das qualidades da
oração: é preciso orar sem se cansar, com a paciência da fé. «Mas o Filho do Homem,
quando voltar, achará porventura fé sobre a terra?».
A
terceira, a do «fariseu e do publicano» (75), diz respeito à humildade do
coração orante. «Meu Deus, tende compaixão de mim, que sou pecador». A Igreja
não cessa de fazer sua esta oração: «Kyrie, eleison!».
2614.
Quando Jesus confia abertamente aos discípulos o mistério da oração ao Pai,
desvenda-lhes o que deve ser a oração deles e a nossa quando Ele tiver voltado
para junto do Pai, na sua humanidade glorificada. O que há de novo agora é o
«pedir em seu nome» (76). A fé n'Ele introduz os discípulos no conhecimento do
Pai, porque Jesus é «o caminho, a verdade e a vida» (Jo 14, 6). A fé dá os seus
frutos no amor: guardar a sua Palavra, os seus mandamentos, permanecer com Ele
no Pai que n'Ele nos ama ao ponto de permanecer em nós. Nesta aliança nova, a
certeza de sermos atendidos nas nossas petições baseia-se na oração de Jesus
(77).
2615.
Mais ainda: o que o Pai nos dá, quando a nossa oração se une à de Jesus, é «o
outro Paráclito, [...] para ficar convosco para sempre, o Espírito de verdade»
(Jo14, 16-17). Esta novidade da oração e das suas condições aparece ao longo do
discurso do adeus (78). No Espírito Santo, a oração cristã é comunhão de amor
com o Pai, não somente por Cristo, mas também n'Ele: «Até agora, não pedistes
nada em meu nome. Pedi e recebereis, para a vossa alegria ser completa» (Jo 16,
24).
_________________________________
Notas:
36. Cf. Esd 9, 6-15; Ne 1, 4-11; Jn 2,
3-10; Tb 3, 11-16; Jdt 9, 2-14.
37.
Cf. Instrução geral da Liturgia das Horas, 100-109: Liturgia Horarum, editio
typica, v. 1(Typis Polyglottis Vaticanis 1973) p. 52-56 [Liturgia das Horas, v.
1 (Gráfica de Coimbra 1983) p. 54-58].
38.
II Concílio do Vaticano, Const. dogm. Dei Verbum, 2: AAS 58 (1966) 818.
39.
Santo Ambrósio, Enarrationes in Psalmos, 1, 9: CSEL 64, 7 (PL14, 968).
40.
São João Damasceno, Expositio fidei, 68 [De fide orthodoxa 3, 24]: PTS 12, 167
(PG 94, 1089).
41. Cf. Lc 1, 49; 2, 19; 2, 51.
42 Cf. Lc 3, 21.
43. Cf. Lc 9, 28.
44 Cf. Lc 22, 41-44.
45. Cf. Lc 6, 12.
46. Cf. Lc 9, 18-20.
47. Cf. Lc 22, 32.
48. Cf. Mc 1, 35; 6, 46; Lc 5,
16.
49. Cf. Heb 2, 12.
50. Cf. Heb 2, 15; 4, 15.
51. Cf. Mt 11, 25-27 e Lc 10,
21-22.
52. Cf. Ef 1, 9.
53. Cf. Jo 11, 41-42.
54. Cf. Mt 6, 21.33.
55. Cf Jo 17.
56. Cf. Sl 22, 2.
57. Cf Mc 15, 37; Jo 19, 30.
58. Cf. Act 13, 33.
59. Cf. Mt 5, 23-24.
60. Cf. Mt 5, 44-45.
61 Cf. Mt 6, 7.
62. Cf. Mt 6, 14-15.
63. Cf. Mt 6, 21.25.33.
64. Cf. Mt 7, 7-11.13-14.
65. Cf. Mt 21, 21.
66. Cf. Mt 8, 26.
67. Cf. Mt 8, 10.
68. Cf. Mt 15, 28.
69. Cf. Mt 7, 21.
70. Cf. Mt 9, 38; Lc 10, 2; Jo
4, 34.
71. Cf. Mc 13; Lc 21, 34-36.
72. Cf. Lc 22, 40.46.
73. Cf. Lc 11, 5-13.
74. Cf. Lc 18, 1-8.
75. Cf. Lc 18, 9-14.
76. Cf. Jo 14, 13.
77. Cf. Jo 14, 13-14.
78.
Cf. Jo 14, 23-26; 15, 7.16; 16, 13-15.23-27.
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