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07/02/2013

Carta do Prelado do Opus Dei por ocasião do Ano da Fé. 49


49. Este foi o convite que o beato João Paulo II dirigiu aos católicos ao terminar o ano de 2000. «No início do novo milénio (…) um novo percurso de estrada se abre para a Igreja, ressoam no nosso coração as palavras com que um dia Jesus, depois de ter falado às multidões a partir da barca de Simão, convidou o Apóstolo a “fazer-se ao largo” para a pesca: “Duc in altum” (Lc 5, 4). Pedro e os primeiros companheiros confiaram na palavra de Cristo e lançaram as redes. “Assim fizeram e apanharam uma grande quantidade de peixe” (Lc 5, 6)» 89.


Esta cena, que o nosso Padre considerou e pregou frequentemente ao longo de toda a sua vida, contemplamo-la de modo muito imediato na leitura do Evangelho da Missa na festa de S. Josemaria. Convido-vos a meditar, uma vez mais, com cuidado, cada versículo, porque também agora, como nos tempos de Jesus, a multidão tem fome de ouvir a palavra de Deus.

O Senhor subiu à barca de Pedro para que a sua palavra chegasse à multidão; e pede logo a colaboração material de Simão e dos outros discípulos: nessa ocasião para remarem para o alto mar e em tantas outras para que a sua mensagem se estendesse cada vez mais. Concretiza-se, por um lado, esse primeiro modo de participar na missão evangelizadora: proporcionar à Igreja, como Pedro com a sua pobre barca, os recursos materiais oportunos para trabalhar com maior eficácia pelo bem das almas. Mas esse esforço não é suficiente. O Senhor chama-nos, além disso, a contribuir pessoalmente no apostolado, cada um segundo a sua própria situação pessoal, aproveitando as suas possibilidades com generosidade completa. Existe uma grande urgência de mulheres e homens seriamente empenhados no trabalho fascinante de levar as almas aos pés de Cristo, como os primeiros discípulos.

A pesca milagrosa aparece-nos como um sinal da eficácia apostólica com raiz na obediência à palavra do Mestre. Depois de ter doutrinado a multidão, Jesus volta-se para Pedro e para os outros, dizendo-lhes: faz-te ao largo, e lançai as vossas redes para pescar (Lc 5, 4). Simão obedece à ordem do Senhor, apesar da sua recente experiência negativa em obter resultados, e então, por esta docilidade, realiza-se o milagre: apanharam peixes em muita quantidade (Lc 5, 6).

«Duc in altum! Estas palavras ressoam, também hoje, para nós e convidam-nos a recordar com gratidão o passado, a viver com paixão o presente e abrir-se para o futuro com confiança: “Jesus Cristo é sempre o mesmo: ontem, hoje e por toda a eternidade” (Heb 13, 8)» 90.

Trago também à vossa mente, pela sua actualidade, o que Bento XVI pregou no início solene do seu serviço pastoral na Sé de Pedro:

«Também hoje é dito à Igreja e aos sucessores dos apóstolos que se façam ao largo no mar da história e que lancem as redes, para conquistar os homens para o Evangelho, para Deus, para Cristo, para a vida (…) Nós homens vivemos alienados, nas águas salgadas do sofrimento e da morte; num mar de obscuridade sem luz. A rede do Evangelho tira-nos para fora das águas da morte e conduz-nos ao esplendor da luz de Deus, na verdadeira vida. É precisamente assim: na missão de pescador de homens, no seguimento de Cristo, é necessário conduzir os homens para fora do mar salgado de todas as alienações rumo à terra da vida, rumo à luz de Deus. É precisamente assim: nós existimos para mostrar Deus aos homens. E só onde se vê Deus, começa verdadeiramente a vida. Só quando encontramos em Cristo o Deus vivo, conhecemos o que é a vida» 91.

Copyright © Prælatura Sanctæ Crucis et Operis Dei
Nota: Publicação devidamente autorizada

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Notas:
89 Beato João Paulo II, Carta Apost. Novo millénnio ineúnte, 6-I-2001, n. 1.
90 Beato João Paulo II, Carta Apost. Novo millénnio ineúnte, 6-I-2001, n. 1.

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