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09/01/2013

Carta do Prelado do Opus Dei por ocasião do Ano da Fé. 20


A moralidade pública

20. Outro desafio prioritário da evangelização é o da moralidade pública. Um dos obstáculos que com mais iniquidade se opõe ao reinado de Cristo, nas almas e na sociedade, como um todo, é a onda de sensualidade que invade os costumes, leis, modas, meios de comunicação, expressões artísticas. Para deter esse ataque venenoso, além de rezar e convidar a rezar, de reparar e de levar à reparação, movidos por uma responsabilidade cristã e também humana, havemos de mobilizar muitas pessoas, católicas ou não, mas homens e mulheres de boa vontade, instando-os a que sintam a urgência de fazer algo. Sobram os lamentos estéreis, e muito mais qualquer atitude de indiferença, de se conformar com não fazer pessoalmente o mal. Pelo contrário, a toda a hora se apresenta o momento propício de se lançar com mais brio a um apostolado capilar, a uma mudança radical, começando pela própria vida, o próprio lar, o próprio ambiente profissional.

Escutemos o Apóstolo dos gentios, que nos exorta: a que não recebais a graça de Deus em vão. Pois ele diz: “Eu te ouvi no tempo favorável e te ajudei no dia da salvação”. Agora é o tempo favorável, agora é o dia da salvação (2Cor6, 1-2). Os cristãos devemos proceder com a segurança da fé, precisamente para refazer tudo o que à nossa volta está em desacordo com a lei de Deus, sem respeitos humanos, sem medo de que se note a nossa condição de pessoas convictas da nossa fé. Há valores que não são negociáveis, como repetidamente tem manifestado Bento XVI: «tutela da vida em todas as suas fases, desde o primeiro momento da conceção até à morte natural; reconhecimento e promoção da estrutura natural da família, como união entre um homem e uma mulher baseada no matrimónio, e a sua defesa das tentativas de a tornar juridicamente equivalente a formas de uniões que, na realidade, a danificam e contribuem para a sua desestabilização, obscurecendo o seu caráter particular e o seu papel social insubstituível; tutela do direito dos pais de educar os próprios filhos» [34].

O Papa esclarecia que «estes princípios não são verdades de fé mesmo se recebem ulterior luz e confirmação da fé. Eles estão inscritos na natureza humana e, portanto, são comuns a toda a humanidade. A ação da Igreja de os promover não assume, por conseguinte, um caráter confessional, mas dirige-se a todas as pessoas, prescindindo da sua filiação religiosa. Ao contrário, esta ação é tanto mais necessária quanto mais estes princípios forem negados ou mal compreendidos porque isto constitui uma ofensa contra a verdade da pessoa humana, uma grave ferida infligida à própria justiça» [35].

Copyright © Prælatura Sanctæ Crucis et Operis Dei
Nota: Publicação devidamente autorizada

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Notas:

[34] Bento XVI, Discurso a um grupo de parlamentares da União Europeia, 30-III-2006.
[35] Bento XVI, Discurso a um grupo de parlamentares da União Europeia, 30-III-2006.

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